witch lady

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domingo, 5 de maio de 2013

Mais Perto





Basta fechar os olhos,
Respirar mais fundo,
Virar a esquina da saudade,
Seguir pelas alamedas do pensamento...

Basta um pequeno gesto,
Um suspiro mais profundo,
Basta desligar o mundo,
E ouvir o silêncio que está dentro.

Basta olhar a flor com outros olhos,
Voar nas asas de um passarinho,
Colher, no chão, a areia
E deixá-la escorrer, aos poucos,
Entre meus dedos ansiosos...

Basta um olhar mais atencioso
Para poder te ver novamente,
E ver que sou uma das plantas que brotou
Daquilo que deixaste de semente.

Assim, eu hei de seguir sempre
Sabendo que não estás tão ausente,
Mas que descansas, para sempre na memória
fazendo parte de minha história
Enquanto ela for contada.





sábado, 4 de maio de 2013

Espelhos











Trecho do livro "Curar a Casa", por Hilda Ikeda




Os espelhos


Os espelhos, dentro do Feng Shui, são considerados uma verdadeira panaceia capaz de curar diferentes males. Para começar, resolvem problemas de sensação espacial, ampliando um pequeno ambiente enquanto refletem e multiplicam.

Colocados estrategicamente, também são capazes de acrescentar luz natural a um lugar escuro, descobrir entradas, reviver paredes desaparecidas e duplicar janelas e panoramas. Também podem refletir a luz e a paisagem exterior dentro de um local que,  de outra maneira, pareceria apagado e murcho.



Os espelhos realçam, ativam e fazem fluir o 'chi' e por isso, são conhecidos como "as aspirinas do Feng Shui."


Frequentemente, nós os vemos em entradas de edifícios, onde dão uma amplitude ilusória. Como regra geral, para o Feng Shui o tamanho indicado do espelho é "quanto maior, melhor". Cobrir uma parede completamente com um espelho duplica o ambiente, tornando-o mais dinâmico, vital e portanto, mais saudável. Pequeno ou médio, todo espelho deve refletir, pelo menos, a cabeça completa da pessoa que se aproxima dele. Do contrário, se essa pessoa precisa ficar na ponta dos pés para ver seu rosto, seu 'chi' se enfraquecerá sensivelmente. Pela mesma razão, são desaconselháveis os espelhos que distorcem a imagem, ou aqueles que não a refletem com absoluta clareza, devido a manchas ou deformações próprias.





A forma do espelho também influirá sobre o uso que lhe é dado ou o lugar onde for colocado. Espelhos ovais ou circulares - formas associadas com o elemento metal - podem ser propícios para as regiões da casa relacionadas com a criatividade e com os filhos... Um espelho vertical, de corpo inteiro, emoldurado com madeira, é um estímulo muito bom para a parte relacionada com a saúde e a família.




Obviamente, como toda ferramenta, os espelhos também apresentam riscos. Colocados ao final de um corredor não fazem mais que duplicar esse corredor sem saída, proporcionando uma sensação de angústia inexplicável, mas tangível. Para isso, é preferível dispô-los em forma transversal, junto das portas que dão para o corredor, e assim, esse corredor se alargará. Colocados em frente da cama, podem incomodar os que aí dormem, provocando dificuldades para conciliar o sono e até mesmo gerando insônia. Os espelhos estimulam e atraem um excesso de energia, o que provoca desequilíbrios e prejudica o descanso. Afinal, fazendo uma comparação, aspirina em excesso também não é saudável.





"JUSTIÇA"





Assistir ao telejornal é uma coisa que venho fazendo cada vez menos. O que vejo? Sempre coisas ruins e tristes, e poucas notícias realmente boas. 

Mas o que mais me espanta, é a atitude das pessoas aqui no Brasil, a maneira como elas agem, e ao mesmo tempo, exigem uma justiça social e política da qual elas próprias se isentam de cumprir! Há alguns dias, assisti, estarrecida,  à história do trem com carregamento de soja em uma cidade do Brasil que prefiro nem mencionar; o povo furava as sacas, e estendendo uma lona sobre os trilhos, recolhia a soja caída do trem para vender. Um dos ladrões declarou que 'faturava' até dois mil reais ao mês com tal prática! E com certeza, ele é um dos que reclamam da desonestidade dos nossos políticos.

Em Portugal, vários brasileiros foram enganados por uma casa de câmbio que intermedeia o envio de dinheiro ao Brasil, para as famílias de brasileiros que trabalham em Portugal. Muitos perderam grandes quantias, que representam meses de trabalho árduo. O dono da tal casa de câmbio? Um brasileiro! Vergonha internacional. Não é à toa que somos mal vistos no exterior.

Ando pelas ruas de minha própria cidade, e o que vejo? Muros pichados, lixeiras arrancadas e quebradas no chão, jardins pisoteados. Aqui temos um serviço oferecido pela COMDEP, de coleta de entulho, que funciona da seguinte forma: coletamos o entulho das obras e o ensacamos; ligamos para um determinado número de telefone, e eles marcam hora para vir buscar até dez sacos de entulho, totalmente de graça. Já nos utilizamos deste serviço várias vezes, portanto, sei que funciona. Mas as pessoas jogam entulho no meio da rua, e ainda põe fogo, para sujar mais ainda, apenas porque não querem se dar ao trabalho de ensacar sua própria sujeira.

Médicos envolvidos em corrupção! Recebendo dinheiro para tratamento de câncer usando nomes de pacientes que já morreram!  

Jovens que pregam a democracia e a liberdade de expressão agindo feito selvagens à visita de uma cubana que veio ao Brasil à convite, uma mulher que luta pela democracia!

Vou parar de assistir ao telejornal de vez. Tenho muita vergonha das coisas que eu vejo. É muito triste ver tanta sujeira e tanta corrupção dentro do próprio povo, o mesmo que reclama da corrupção dos políticos, o mesmo que clama por justiça e por seus 'direitos.' É simplesmente revoltante. É nojento.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

A Estrada Não Trilhada - Robert Frost




   


Poema "A estrada Não Trilhada" - Robert Frost





Num bosque, em pleno outono, a estrada bifurcou-se
mas sendo um só, só um caminho eu tomaria.
Assim, por longo tempo, eu ali me detive
E um deles observei até um longe declive
No qual, dobrando, desaparecia.

Porém, tomei o outro, igualmente viável,
E tendo mesmo um atrativo especial,
Pois mais ramos possuía e talvez mais capim,
Embora quanto a isso, o caminhar, no fim,
Os tivesse marcado por igual.


E ambos nessa manhã, jaziam recobertos
De folhas que nenhum pisar enegrecera.
O primeiro deixei, oh, para um outro dia!
E, intuindo que um caminho outro caminho gera,
Duvidei se algum dia eu voltaria.

Isto, eu hei de contar mais tarde, num suspiro,
Nalgum tempo ou lugar desta jornada extensa:
A estrada divergiu naquele bosque, e eu
Segui pela que mais ínvia me pareceu
E foi o que fez toda a diferença.

Tradução: Renato Suttana.



Robert Frost

Robert Frost (26/03/1874, São Francisco - 29/01/1963 -Boston) foi um dos mais importantes poetas dos Estados Unidos no século XX. Frost recebeu quatro prêmios Pulitzer. Sua poesia inclui sonetos, poemas em forma de diálogos, poemas curtos e longos. Escreveu também três peças teatrais. Frost tem a capacidade de dar um tratamento simples e ao mesmo tempo, profundo, a temas elementares (fogo, gelo, natureza) tirando verdadeiras lições de moral de sua observação do mundo natural.  - fonte: Wikipedia


Entrega






A ti, somente a ti
Dei tudo o que já nem tinha:
Tantos sonhos e esperanças,
Desejos que eu nem sentia.

Beijos que eu roubei de mim
Como quem se magoava,
Um coração bem fechado
Cuja chave, tu guardavas.

Por ti, e somente por ti
Esperei, sem esperanças...
Ansiosamente, aguardei
E o que recebi, perdi...

Tu, antítese do amor,
Pegaste a dor que eu sentia
E ao final daquele dia,
Devolveu-a bem maior
Do que eu poderia supor!

Tu, cantor dos meus anseios,
Te aninhaste entre meus seios
Paralisando, absorto,
Um coração quase morto.


quinta-feira, 2 de maio de 2013

AREIA E ESPUMA - GIBRAN


Imagem: Salvador Dali - Google





Trechos de "Areia e Espuma", de Gibran Khalil Gibran




"O pensamento é a pedra de tropeço da poesia."






"Em vão, o poeta procurará a mãe das canções do seu coração."




"Se cantares a beleza, embora sozinho e em pleno deserto, terás uma audiência."




"Frequentemente, cantamos acalantos para os nossos filhos a fim de que nós próprios possamos dormir."





"Muitas mulheres ocupam o coração de um homem. Poucas chegam a apropriar-se dele."




"Se desejas possuir algo, não o reclames."




""A generosidade não está em dar-me aquilo de que preciso mais do que tu, mas em dar-me aquilo de que precisas mais do que eu."






"A velhacaria às vezes obtém êxito, mas acaba sempre se suicidando."




""Que direi do perseguidor que finge ser o perseguido?"




"Se a outra pessoa se ri de ti, talvez tenhas pena dela; mas se ris dela, nunca te perdoarás a ti mesmo. Se a outra pessoa te injuria, talvez esqueças as injúrias; mas se a injurias, sempre te lembrarás. Na verdade, a outra pessoa é o teu Eu mais sensitivo, num outro corpo."




"Uma raiz é uma flor que despreza a fama."




"A fama é a sombra de uma paixão exposta à luz."





"Um desacordo talvez seja o espaço mais curto entre duas mentes."





"Aprendi o silêncio com o loquaz, a tolerância com o intolerante e a bondade com o maldoso; estranho, não sinto nenhuma gratidão por esses mestres."




""A sabedoria deixa de ser sabedoria quando se torna demasiadamente orgulhosa para chorar, demasiadamente grave para rir, e demasiadamente egotista para procurar os outros."




"O silêncio do invejoso é ruidoso demais."





"É estranho que criaturas sem espinha dorsal tenham as mais duras cascas."




"Deve haver algo estranhamente sagrado no sal. Encontra-se em nossas lágrimas e no mar."




""Disse à vida: "Gostaria de ouvir a morte falar." E a vida ergueu a voz um pouco mais alto, e me disse: "Estás ouvindo-a a gora." "




"Existe um campo verde entre o erudito e o poeta. Quando o erudito o atravessa, torna-se um sábio; quando o poeta o atravessa, torna-se um profeta."





"Sim, o Nirvana existe: está em conduzir teu rebanho a um verde pasto, e em por teu filhinho na cama, e em escrever a última linha do teu poema."



De Tanto Ódio










O coração afogueado, 


O olhar espantado, 


Seguia-lhe, sem cessar, 


Todos os passos. 


Tossia, às vezes, 


Deixando sair da boca 


Um líquido verde: 


A bile do ódio! 






E torturava-se, 


Rasgava-se, 


Sem nem pensar 


Que só pensava nela! 






Ah, as janelas fechadas 


Quando ele passava, 


As portas silenciosas 


Quando ele batia... 


Elas representavam 


Toda a sua agonia! 






De tanto ódio, 


Morria! 






E vasculhava 


De velas acesas 


Os seus poemas, as suas mesas, 


Procurando pelas sobras 


Das sílabas deixadas... 


-Mas não achava nada, 


Nada... 






Assim seguia, 


A espumar de ódio 


Por aquela alma 


Que o ignorava, 


Sem saber que era o amor, 


Sem saber que era a paixão 


Que naquela direção 


Sempre o guiava! 










Passeio Pelo Estacionamento do Shopping




Feriado. Decidimos fazer algo diferente, e de manhã cedo, saímos pela estrada em direção à Juiz de Fora. Lindo dia, estradas vazias, sol à pino e um calor que nada tinha de sufocante. Curtimos a beleza do caminho, e chegamos ao Salvaterra, logo na entrada de Juiz de Fora, onde almoçamos.

Em seguida, fomos ao Shopping Independência. Santa ingenuidade! Nem sequer calculamos que estaria completamente lotado em um feriado do Dia do Trabalho! Ficamos alguns bons minutos rodando pelo estacionamento, até que, finalmente, decidimos ir embora. Ai, após uma viagem de mais de duzentos quilômetros... mas pensando bem (todo mundo procura ver as desvantagens de não se conseguir alguma coisa), enumeramos as razões pelas quais seria melhor não irmos ao shopping naquele dia:
-Estaria tudo lotado, inclusive lanchonetes , cinemas e restaurantes. Longas filas para tudo.
-Evitaríamos gastar dinheiro desnecessariamente.
-Não ficaríamos presos dentro de um shopping num dia lindo como aquele.

Assim, fomos ao parque da cidade, um lugar lindo, onde passamos uma tarde muito agradável tirando lindas fotos (que ainda não coloquei no computador) e passeando. Enfim, aproveitamos o dia de outra forma; afinal, de nada adianta chorar pelo shopping derramado.

Mas eu queria mesmo era ter ido ao shopping.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Uma estranha Realidade - Carlos Castaneda




Trechos de "Uma Estranha Realidade", de Carlos Castaneda



(...) -Seu problema é que confunde o mundo com o que as pessoas fazem. Ainda nisso, não é o único. Todos nós fazemos isso. As coisas que as pessoas fazem são os escudos contra as forças que nos cercam, também nos dão conforto e nos fazem sentir seguros; o que as pessoas fazem é muito importante em si, mas apenas como escudo. Nunca aprendemos que as coisas que fazemos como pessoas são apenas escudos e deixamos que elas dominem e transformem nossas vidas. Na verdade, eu diria que, para a humanidade, aquilo que as pessoas fazem é maior e mais importante do que o próprio mundo.


-O que você chama de mundo?
-O mundo é tudo o que está encerrado aqui - disse ele, pisando com força no chão.- A vida, a morte, pessoas, aliados e tudo o mais que nos cerca. O mundo é incompreensível. Nunca o compreenderemos. Nunca desvendaremos seus segredos. Assim, temos de tratá-lo como ele é, um simples mistério!
Mas o homem comum não faz isso. O mundo nunca é mistério para ele, e quando chega à velhice, está convencido de que não tem mais nada por que viver. Um velho não esgotou o mundo. Só esgotou o que as pessoas fazem. Mas, em sua estúpida confusão, acredita que o mundo não tem mais mistérios para ele. Que preço triste para pagar por nossos escudos!



Um guerreiro sabe dessa confusão e aprende a tratar tudo direito. As coisas que as pessoas fazem não podem, de jeito nenhum, ser mais importantes do que o mundo. E assim o guerreiro trata o mundo como um mistério infindável e o que as pessoas fazem, como uma loucura sem fim.








Carlos Castaneda - (Cajamarca, 25 de dezembro de 1925 / Los Angeles, 27 de abril de 1998) - foi escritor e antropólogo formado pela Universidade da Califórnia. Notabilizou-se após a publicação de sua  dissertação de mestrado intitulada "The Teachiongs of Don Juan - aYaqui way of knowldge" (no Brasil: A Erva do Diabo). Sua obra consiste em onze livros autobiográficos nos quais relata experiências decorrentes de sua associação com o bruxo conhecido como Don Juan matos, índio da tribo Yaquis do deserto de Sonora, no México.


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