witch lady

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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Diferente







A gente tenta


Conter a emenda


Que aos poucos, abre,


E se arrebenta...


Manter a linha,


Não ter partidos,


Não se lembrar, 


Não ter contendas...






A gente tenta


Acreditar


Que o amor existe,


Nalgum lugar


Que deveria,


Mas lá não está...


Quem te amaria,


É quem te esquece,


Te ignora,


De ti, nem sabe...


E algumas horas,


Inventa histórias,


Conta bobagens,


Desata os laços


Sem cerimônias


Pois nada és


Que lhe importasse!






Só há mentiras,


Nunca houve nada


Que os unisse,


Somente mágoas,


Dores, ciúmes,


Invejas torpes,


E um desejo


De dominar,


De competir,


De superar,


E rebaixar!






A gente pensa,


E então, repensa


Que nada vale,


Que a distância


É a solução


Porque nem todos


Terão a sorte


De serem amados,


Serem queridos,


E respeitados


Dentro do seio


De onde brotaram.






E todo o amor


Oferecido


Morreu à míngua


Do ressentido,


Foi desprezado,


Ignorado,


Jogado fora,


E criticado...






A gente pensa


Que alguém, um dia,


Rirá contigo


Quando chegar


A tua vez


De se mostrar,


Vencer, brilhar...


E então, percebe


Que está sozinho,


Ninguém ficou,


Ninguém ligou,


Ou se importou...






Não houve abraços,


Ou parabéns,


Não houve passos,


Não há ninguém


Que te deseje


Um belo dia,


Ou que se agrade


Da alegria


A partilhar...






Não há lugar


Na vida deles


Pra tua vida,


Não há guarida,


Pois desde sempre


Tu foste a estranha,


A diferente,


Que não se encaixa,


Mas tu não vias


(Ou não querias),


O que estava


Te esperando


No fim do dia!






Nunca houve nada,


Tu foste apenas


Aquela que


Não se encaixava,


A diferente,


A que dizia


Coisas estranhas,


A que sentia


De forma estranha,


A que enxergava


O que ninguém


Queria ver...






A vida segue,


Não há espaços


Para lamentos,


Para teatros,


A gente tenta


Acreditar


Que há um motivo


Para isso tudo,


E até pensa


Justificar


Assumir erros


Que, desde sempre,


Não nos pertencem...






E sente culpa


Sem ter motivos,


E sente pena


De quem te odeia,


E fica achando


Que afinal,


Nós é que erramos,


Desenvolvemos


A tal da Síndrome


De Estocolmo


Pelo algoz...






Pobres de nós!


Não tem mais jeito,


Não há mais chance


Para o desfeito,


Não há mais volta


Para o que foi


Sem nunca ter


Sido, de fato,


E mesmo que


Um novo dia


Surja, do nada,


Por sobre tudo,


Haverá sempre


A noite escura


Por trás do sol,


A negra mancha


Que não sai mais,


Não tem mais jeito,


Não tem perdão!






Porque a gente


É diferente,


É esquisita,


É muito estranha,


E não se encaixa,


E não agrada


A gente é nada


Pra quem não ama


O que nós somos.

Generalizações






Tenho ainda muito o que aprender nessa vida, mas uma coisa eu já aprendi: não se devem fazer generalizações de qualquer espécie! O que é bom para uns, pode não ser bom para outros. Não existe receita para se viver, e se existe, ela é pessoal e intransferível. É claro, existem algumas coisas lógicas, que qualquer pessoa de bom senso poderá tomar para si como regras que facilitem o viver, mas jamais tentar impô-las aos outros.

A generalização diz que a minha verdade é a correta, e que todas as opiniões contrárias, estão equivocadas. A generalização gosta de citar pessoas famosas que as deem suporte. Gostam de ditar regras para se viver. Dizem, do alto de sua pretensão: "Se assim aconteceu comigo, assim acontecerá a todos!"

Generalizar é clamar: "Eu estou certa, pois tenho conhecimento sobre o assunto, estudei, fiz pós graduação e escrevi uma tese sobre isso, baseado em blá, blá, blá..." Mas o que o generalizador se esquece, é que cada experiência de vida é única! E mesmo que aquilo se dê com a maioria das pessoas, para TODAS as regras, existem exceções! 

Por trás das generalizações e verdades absolutas, escondem-se a arrogância e a pseudo-sabedoria. Fico com a minha ignorância assumida, baseada apenas naquilo que vivi até agora, conjuntamente com os exemplos sobre os quais li ou ouvir falar, mas todos eles, passados sob o crivo da minha própria experiência. E prefiro não sair por aí generalizando e me achando a dona da receita do iogurte.

A Coceira - Conto



Há alguns dias, ela vinha sendo incomodada por uma coceira intermitente nas suas partes baixas. Consultara o ginecologista, mas este, após vários exames minuciosos, nada encontrou de errado com a moça. Desesperada, ela consultou outros especialistas: dermatologistas, acupunturistas e até um Pai de Santo - que, por incrível que pareça, foi quem deu-lhe o melhor diagnóstico:

-Suncê tá sofrendo de tédio, zinfia.
-Tédio, eu?!
-Tédio, sim...
-Impossível! Eu tenho uma vida agitada, trabalho oito por horas por dia, vou à academia três vezes por semana, saio com as amigas duas noites após o expediente, faço pós, jazz, enfim... tenho uma vida agitada!

O Preto Velho, que ouvira seu relato pitando seu cachimbo cuidadosamente, apertou os olhinhos e observou:

-E cumé que tá seu casamento, zinfia?

Ela hesitou, antes de responder:

-Hã... bem...
-Eu num disse que suncê tá entediada?
-Mas... já estamos casados há seis anos, meu Pai. É natural... não é?

O Preto Velho, virando a cabeça para trás, solta uma gargalhada, respondendo:

-Depende... cumé que anda as noite docês?
-Bem, eu confesso que já não há mais a mesma paixão de antes. No sexo, eu quero dizer.
-Mas e nas outras coisas, fia?
-Que outras coisas?

O Preto velho dá uma longa baforada em seu cachimbo:

-Suncês não tem mais nada em comum? Suncês num conversa de noite? Não conta história? Num fala do dia? Num ri?
-Temos, um filho! Bem, é isso, temos um filho em comum.
-Num é disso que eu tô falando... que coisas suncês tem juntos? Se divertem? Tem amizade? Cumplicidade?

Ela não responde. Olha para as mãos. O Preto Velho diz:

-Essa coceira aí é por causa de que suncê só casou com a parte de baixo! E num existe fogo que queima pra sempre com a mesma intensidade, fia... tende a ir virando uma brasinha, e se não tiver lenha pra manter acesa, apaga de vez... e a lenha tá na ... na... cumé que ocês dizem, quando dois moram juntos...
-Convivência?
-Isso! Cunvivência! É na cunvivência que o casal vai buscar lenha pra manter o resto aceso... hehehehe...

A moça, corando um pouco (jamais imaginaria falar sobre um assunto daqueles com um Preto Velho), responde, torcendo as mãos no colo:

-Mas a minha analista me disse que o sexo é a parte mais importante do casamento, e eu fiz tudo direitinho: realizei todas as nossas fantasias, comprei uns equipamentos para apimentar a relação, me vesti de enfermeira, de empregada, e de estudante, de prostituta, entre outras coisas... mas mesmo assim, chegou uma hora em que aquelas artificialidades todas começaram a deixar de surtir efeito...

-Hehehehe... porque o que é erguido em cima de coisa artificial, é artificial, e acaba caindo com o tempo. Aliás, zinfia... hehehe... tudo acaba caindo com  o tempo... hehehehe... umas brincadeira de vez em quando é bom, mas se for só isso, num sobra muita coisa!

O Preto Velho serviu-se de um pouco de vinho em sua cuia de coco, e bebendo uma golada,  acrescentou:

-Zinfia...as parte de baixo é importante para se ter uma relação, mas num é tudo, não... tem as outras partes, que são essa daqui (ele coloca a palma da mão sobre o coração) e essa daqui (ele toca a própria cabeça). Se num tivé as três, não dura! E tem tumém a amizade. 

-Mas, Pai, e a minha analista?
-Ela é casada, fia?
-Divorciada! Duas vezes.
-Ela tem perna de calça, fia?
-Muitos... sabe, após tantos anos de análise, ela acabou me contando um pouco da vida dela.
-Ela num tem marido, então?
-Não!
-Ela faz muito sexo?
-Disse que sim!

O Preto Velho, oferecendo a cuia com vinho para a moça beber, solta uma gargalhada e diz:

-Hehehehehe... cada um fala do que sabe, fia! Ela fala dela mesma! E suncê, ao invés de ficar vivendo baseada no que os otro diz, no que os otro acha certo, no que os otro acha errado, devia se ocupar de construir uma vida procê. O mundo tá cheio de gente que acha que a própria vida pode servir de exemplo pros outros... hum-hum...

Fotografias





As fotos não mostram
O que há por trás dos sorrisos
E das poses...
Elas não registram
Saudades sentidas,
Ausências,
Dores e mágoas.

Alguém diz: "Sorria!"
E algum momento
Se eterniza,
Momento passageiro,
E nem sempre,
Verdadeiro...

As fotos não mostram
Os pensamentos...
Não falam dos ódios,
Mas falam do tempo...
Dentro das pupilas,
O espocar do flash
Preenche os vazios.

Alguém diz, "Sorria!"
Mais uma mentira,
Mais uma fotografia...

domingo, 15 de julho de 2012

DITADORES





Caem ditadores 
ao redor do mundo
Sobre o sangue quente
De seus ex-súditos.

Caem, e não veem
Que as suas armas
Embora trucidem,
Já não calam vozes.

Caem ditadores,
Sobre seus ditados
Sobre o massacrado
povo entediado.

Caem ditadores
Ao redor do mundo,
Pois o mundo muda,
E eles não seguem.

Caiam todos eles,
Sobre os corpos mortos
De quem destruíram!
Caiam, e jamais
Voltem a erguer-se
Haja paz no mundo,
Finalmente!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Beleza









Enquanto inspiro-me para escrever esta crônica, olho para fora e vejo as gotas de chuva insistindo em cair. As mesmas gotas de chuva que causam tanta destruição. Sinto-me culpada por achá-las tão belas! Mas não posso negar a beleza da chuva. O mistério que carrega o assovio do vento quando passa pelas frestas da janela.

O que é a beleza? As pessoas valorizam demais a beleza física, a etiqueta, a elegância, o adaptar-se aos padrões. "Uma mulher tem que aprender a sentar-se. Tem que saber empostar a voz. Tem que saber vestir-se." Quem define este saber? Acho que a mulher que tem bom-senso e autoconfiança, saberá sempre vestir-se, portar-se, usar a sua voz, caminhar... sempre demonstrando bom-gosto. Não importa o que dizem os padrões estabelecidos. Eles são apenas um pedaço em branco de um quebra-cabeças  sobre uma mesa, onde pouquíssimas peças encaixam-se.



Eu vejo a beleza nas coisa mais simples. Às vezes, um pedaço de parede azul contra um pouco de mato. Um passarinho. A chuva. A natureza. 





A beleza mais impressionante jamais durará, se estiver apenas do lado de fora. Conheci pessoas que foram tornando-se cada vez mais bonitas, à medida que eu as conhecia melhor. Mas também conheci mulheres deslumbrantes, que foram tornando-se cada vez mais feias, devido a um coração duro e uma personalidade frágil e corrompível. Tinham todos os homens a seus pés, mas por pouco tempo. Por mais bela que a mulher seja, se ela não tiver conteúdo, não passará de um bibelô na prateleira de alguém, do qual ele logo se cansará... e a  trocará por outra!





Eu não gosto da tentativa de perfeição. As coisas são mais bonitas quanto revelam sua incompletude, sua natural imperfeição. E também sua inevitável transitoriedade. Mulheres que tentam permanecer jovens para sempre, podem estar apenas tentando agradar aos outros. Sofrem, fazem sacrifícios tremendos, passam fome, submetem-se a dolorosas cirurgias... por puro pavor. É claro, muitas dependem de sua aparência física devido à sua profissão; modelos, atrizes, até cantoras. Mas por que uma mulher comum preocupa-se demasiadamente com a beleza fisíca?





Eu sou vaidosa. Gosto de vestir-me bem, cuidar das unhas e cabelos, da pele, manter o peso. Mas não admito sacrificar-me ou impor a mim mesma padrões extremados. 





A beleza, às vezes, não é óbvia; precisa ser descoberta. Desvendada. Ela pode estar ali, logo depois da curva, no gatinho que dorme tranquilo sobre o latão de lixo. Pode vir com o vento, que traz um revigorante perfume de café fresco, em um final de tarde, após um dia cansativo de trabalho. Pode estar  até em uma fila de ônibus ou de banco, quando as pessoas começam a conversar entre si. Talvez, em uma criança que, distraída, brinca com seus brinquedinhos, espalhados pelo chão.





Acho que a beleza  precisa ser confirmada por uma boa base de conteúdo. Ou ela será apenas beleza vazia. E quando ela mudar (toda beleza transforma-se com o tempo), só continuará existindo se houver algo mais além de simplesmente, beleza.









quinta-feira, 12 de julho de 2012

Intensamente!






Só há um caminho a seguir,
Quando tudo se perde...
Só há uma realidade,
Quando todos os sonhos morrem...
Só há um tempo a ser vivido,
Quando tudo o mais, já passou...

Este caminho,
Esta realidade,
Este tempo,
É viver intensamente,
Sonhar intensamente,
E recomeçar,
Tudo novamente...

Vai Ficar Tudo Bem - Esgotado




Olá, pessoal!

Mais uma vez, venho agradecer a todos que, de alguma forma, contribuíram com o meu primeiro livro, "Vai Ficar Tudo Bem," que eu anunciei no dia 8 de junho, seja comprando, recomendando, colocando selinhos em seus blogs, desejando-me sorte, enfim, meu muito obrigada a cada um de vocês que torceram por mim!

Os exemplares que ficaram comigo já foram todos vendidos, e quem desejar adquirir, favor entrar em contato com Miriam Salles de Oliveira, da Pimenta Malagueta editora. É só jogar no Google! Mas ela tem apenas poucos exemplares.

Muito obrigada!

Estou 'de caso...'




Vocês nem imaginam! Estou 'de caso virtual...'

Com a Chica, a Marilene, a Helena Frenzel, o Chagoso, o Luiz Alfredo, o André, o Jorge, e mais uma porção de pessoas que eu comento e que me comentam. Porque quando alguém comenta outra pessoa, e se isto se torna um hábito, na mente poluída de alguém (que não tem a coragem de revelar-se) significa que eles estão tendo um romance. Se for assim, acho que estou tendo um caso com pelo menos 104 pessoas! Nossa, que maravilha! Bati um record!

Coitado (a) de você, pessoa! Vê se cresce e toma vergonha na cara! Sou CASADA, e muito bem casada, há quase 24 anos, com a mesma pessoa, e muito feliz, por sinal! Ele é meu maior fã e incentivador; inclusive, foi meu marido que deu força para que eu escrevesse um livro. Ele sabe de absolutamente toda a minha vida virtual, pois não tenho nada a esconder dele. Sabe, inclusive, destes comentários idiotas que você deixa por aqui. 

Sou uma mulher de 46 anos, adulta (olhe bem a grafia: ADULTA, e não adúltera). Não tem nada de interessante para fazer na sua vida? Vá catar pulga de macaco no zoológico! Pegue um tanque de roupas para lavar, vá fazer uma faxina, ou quem sabe, um curso de alfabetização, já que comete tantos erros. Enfim, 


ME ERRA!!!!!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Eu só Tentei




Eu só tentei
Tornar tudo mais claro,
Eternizar
Um momento raro,
Mas é vã
Toda tentativa
De explicar a vida.

E minhas letras
Tornaram-se
Obsoletas.

E o que eu queria
Desfez-se
Na fantasia.

E eu só tentei,
Mais nada,
Atravessar as paredes
De mais um dia...

Manchas de Luar



Manchas esparsas
De um luar derramado
Sobre as folhas
Manchas liquefeitas
De lua derretida
Entre os galhos...

Os olhos seguem a luz,
Da janela do carro,
Movimento, ilusão...

A lua me olha
Me vê liquefeita, derretida,
Passando...

Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...