witch lady

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terça-feira, 24 de abril de 2012

A SORTE DE ESTAR VIVA




Em momentos assim,
Quando o céu se tinge
Dessa luz de fogo
Que aos poucos,
Chamusca a alma da gente,
É que sinto, pulsante e quente,
A sorte de estar viva.

Beleza caridosa
Da natureza, que doa
Sem limites,
Toda a sua beleza!

Em momentos assim,
Não existe incerteza!
Apenas um entregar-se, sem limites,
Confiante e serena,
A tudo o que vier,
Ao que se der.

Cavaleiros do Apocalipse



Eram quatro cavaleiros
Sobre o deserto escaldante
As trombetas carregavam
Um oásis procuravam...
E o vento em seus cabelos
Contava histórias perdidas
De estradas e de prados
Por onde eles cavalgavam.

A mensagem que traziam
Era bem definitiva:
Falava de um final próximo
E de um recomeço da vida.
Eram quatro cavaleiros
E a mensagem tão temida
Que traziam, era evitada,
Ninguém desejava ouví-la!

Soa a primeira trombeta,
E a Terra se reparte,
Espalha-se sobre ela
A vanguarda de uma arte
Ainda não compreendida,
Reprovada, descabida
Escurraçada e odiada
Pela humana maior parte!

Soa a segunda trombeta,
E o povo tapa os ouvidos,
Agora, eram rios de sangue
Entre choros e gemidos
Que aos poucos, se tornavam
Grandes, abertas risadas,
Gargalhadas frouxas, loucas,
Das gentes desesperadas!

Soa  a terceira trombeta,
E os rios transbordantes
Trazem enxurradas longas
E pedras de diamantes
Que cortam os pés descalços
De quem anda distraído,
E o passar da correnteza
Solta a voz, que estava presa!

Soa  a quarta trombeta,
Sob apupos e mil risos,
E os quatro cavaleiros
Espalham a falta de ciso,
Aproveitam a jornada,
Pois sabiam que o fim
Aos poucos, se aproximava,
E eles seriam banidos,
Expulsos do Paraíso!

Eram quatro cavaleiros
Que andavam lado a lado,
Sob as patas dos cavalos
Muita poeira e cansaço...
Um final, um recomeço,
Uma estrada se estendia
Entre a noite mal dormida
E o nascer de um novo dia...





Medo de Música?




Uma crônica baseada na postagem "TIME," do blog da Lia. Provocou-me esta lembrança.

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Quem não conhece a música "Time" do Pink Floyd? Bem, eu a conheci quando eu era bem pequena, acho que eu tinha uns seis ou sete anos. Minha irmã tinha um amigo, o Nelson, que colecionava muitos discos de rock e MPB, e vivia emprestando para ela. Dentre eles, havia uma muito legal, do Di Giorgio, que dizem, foi o pioneiro da onda da discoteca. Bem, mas essa é outra história...

Certa vez, minha irmã apareceu em casa com um disco do Pink Floyd, cuja capa era preta, e tinha a fotografia de um prisma - que só vim a saber o que significava muitos anos depois. Bem, prisma é um cristal que absorve a luz e a reparte nas cores do arco íris. Criança, fiquei muito curiosa a respeito do disco. Já tinha o rock na alma, e nem sabia.

Enquanto minha irmã estava fora, e minha mãe conversava com a vizinha, eu entrei em casa e pus o disco na vitrola. Estava tudo muito bem, até que, de repente, o som de um despertador - vários despertadores - soaram na casa vazia, semi-escurecida. Um tiquetaquear sinistro, seguido de sons melodiosos, vozes e gemidos guturais, profundos e amedrontantes... a música era o tema da série "O Sexto Sentido," famosa nos anos setenta.

Acho que nunca senti tanto medo na vida!

De repente, as cenas do filme começaram a passar em minha cabeça. A música tornava as sensações ainda mais terríveis, e o medo, mais brutal. Calafrios percorriam a minha espinha, e eu fiquei parada, de pé no meio da sala, sem atrever mover-me, de olhos fechados e suando muito frio. Parecia haver alguma coisa post-mortem naquela música, algum sinal macabro do além, sei lá!

Eu queria mover-me, sair correndo da casa e ir até aonde minha mãe estava, do lado de fora, mas o medo me paralisou completamente. As sombras começaram a se adensar dentro da sala, conforme a tarde escurecia. Só consegui mover-me (e saí correndo) depois que entrou a voz do cantor.

Apesar de ter durado apenas alguns minutos, aqueles foram minutos que pareceram horas! E confesso que, até hoje, se esta música me pega de surpresa, ainda sinto um arrepio na espinha...

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O QUARTO DO VOVÔ




Quando criança, eu estava acostumada a sempre dividir o quarto com minhas irmãs. A casa era pequena, e um dos quartos que usávamos era, na verdade, de nosso avô, que morava em Niterói e era copeiro na casa de Mme. Nair de Tefé. Ele vinha apenas algumas vezes ao ano, pois precisava voltar ao trabalho, e passava uma noite, indo embora na manhã seguinte. Naquelas ocasiões, eu e minhas irmãs dormíamos em outros cômodos. Sendo assim, aquele quarto foi batizado como Quarto do Vovô.

Havia um grande armário com um lindo espelho de cristal na porta, que ele tinha ganho como parte de sua indenização ao ser demitido do Hotel Majestic, quando este fechou as portas. Dentro deste armário, ficavam guardadas algumas de suas coisas: livros sobre espiritismo, um vestido antigo de minha bisavó, algumas peças de roupa, uma toalha de banho, fotos antigas e documentos.

Quando meu avô morreu, eu tinha oito anos de idade. Ele tinha uma outra casinha em Petrópolis, que estava alugada para uma família, mas mantinha lá um quarto para ele com alguns pertences. Dentre outras coisas, achamos um baú com moedas muito antigas, bolas de cristal, mais livros sobre espiritismo, alguns objetos que até hoje não sabemos para que serviam, algumas poucas jóias, mais fotos, documentos e roupas. Passei boa parte de minha adolescência lendo os livros do vovô. O que mais me marcou foi uma coleção chamada (grafia da época) Sciência Secreta, por Henry Durville, editado em 1929. Minha mãe ainda guarda dois volumes desta coleção.

Bem, eu e minhas irmãs tomamos posse do quarto, mas mesmo assim, ele continuava sendo o quarto do vovô, como o chamamos até hoje. Uma a uma, minhas irmãs forsam casando-se e mudando-se para suas próprias casas, até que, aos dezenove anos, eu fiquei sozinha no quarto.

Foi quando os fatos estranhos começaram a acontecer.

Eu acordava quase todas as noites, mas não conseguia mover-me. Abria os olhos, via a penumbra do quarto, mas meus braços e pernas ficavam totalmente dormentes, muitas vezes, ao ponto de formigarem. Eu então escutava um forte zumbido, que ia aumentando cada vez mais, e ouvia ruídos de passos no chão de madeira, passos que paravam diante de minha cama. Depois, o mais aterrorizante: eu sentia que minhas cobertas eram puxadas com força, deixando-me exposta. Eu queria gritar, e não podia. Os zumbidos ficavam ainda mais fortes, e era como se alguém me sacudisse com as mãos com toda força, como fazemos quando queremos acordar alguém profundamente adormecido.

Eu tentava gritar e pedir ajuda aos meus pais, que dormiam no quarto ao lado. Depois de algum tempo, os zumbidos iam pouco a pouco diminuindo, e meus movimentos voltavam. O grito preso na garganta saía, e meus pais corriam para ver o que estava acontecendo. Eu acordava aos prantos, suando muito. Custava a dormir novamente.
Finalmente, passei a dormir na sala.

Isso voltou a acontecer algumas vezes quando me casei, e fui acordada pelo meu marido exatamente com as mesmas sensações que eu tinha quando criança. Uma noite, ao invés de gritar apavorada, tentei relaxar e perguntei: "Se você quer dizer-me alguma coisa, diga logo e deixe-me em paz." No mesmo instante, foi como se eu tivesse sido puxada para fora do quarto, voando pela janela. Eu via os telhados das casas, e o bairro lá em baixo. Nunca tinha tido aquele ângulo de visão antes, o que tornava tudo ainda mais estranho. A sensação era maravilhosa, pois eu sentia o vento da noite, via as estrelas e a lua, via as ruas desertas e silenciosas. Parecia haver alguém ao meu lado, mas nunca consegui distinguir quem era. O que acontecia depois sempre foi muito obscuro, então não sei como contar, pois não consigo estabelecer uma sequência de eventos.
Mas estive em alguns lugares desconhecidos, e falei com pessoas que nunca tinha visto.

Ainda hoje isso acontece, mas só que raramente. Às vezes consigo lembrar-me de algumas coisas, outras vezes não me lembro de nada. Mas tudo isso começou a acontecer depois que passei a dormir sozinha no quarto do vovô.

Por que Nada dá Certo?...



Originalmente publicado no Recanto das Letras



"Por que nada dá certo em minha vida?"

Quando nos fazemos esta pergunta, é hora de parar tudo e olhar para trás.

Não é fácil admitir que erramos ou que magoamos as pessoas ao longo do caminho. Mas, se nos sentimos infelizes, é porque fizemos alguma coisa errada. De repente, valorizamos as pessoas erradas. Ou pisamos em alguém. Talvez, tenhamos deixado que outros assumissem as rédeas de nossas vidas. Motivos não faltam!
Um dia, alguém a quem ajudei saiu de repente de minha vida, e nem sequer se despediu. Não levou em consideração que foi através de mim que ele conseguiu chegar onde está hoje. Culpa de quem? Minha, que confiei no sujeito. Não espero gratidão eterna, apenas consideração. É muito? É demais, esperar que quem bebeu do nosso café não saia quebrando a xícara?
Mas o universo tem um olho clínico para esse tipo de pessoa. É uma pena, não desejo isso para ele, mas logo alí na frente, alguma coisa de errado acontecerá, inesperadamente, e ele nem sequer se lembrará que ele próprio a atraiu. E quem sabe, encabeçará a lista dos "mas o que foi que eu fiz de errado", onde no momento, eu sou a líder.
Bem feito! Quem mandou confiar demais? Quem mandou acreditar que ele não cuspiria no prato que comeu?
Eu já aprendi minha lição. Não foi tão difícil. Aliás, nem perdi muito, pois a quantia que ele ficou me devendo, eu recupero em um mês. Mas é nas pequenas coisas que se mostra o caráter das pessoas. Infelizmente, fiquei conhecendo o dele da forma mais decepcionante. Bem feito outra vez, pois quem espera dos outros, sempre se decepciona.
Dor de barriga não dá uma vez só, e ele vai ficar sabendo disso algum dia.
Mas não é nada agradável sentir que fui usada, descartada e esquecida. Meu Deus, será que as pessoas não enxergam que recebemos de volta aquilo que fizemos? Às vezes, não da mesma forma, mas sempre acabamos perdendo alguma coisa quando saímos pisando nos outros, pena que na maioria das vezes, nunca ficamos sabendo por que estamos sofrendo, pois nossa memória autocrítica é sempre muito fraca.

E o momento de lembrarmos pode não tardar...




Mudando o Look




Quem já não viu esses programas de transformação que passam o dia todo na TV? Pegam uma mulher comum, muitas vezes, extremamente apagada e até mesmo, feia, e a transformam em uma semi-deusa... muitas vezes, dá certo; mas tem aquelas ocasiões em que vemos na expressão da pessoa, nada mais que puro desespero e decepção.

Mudar a aparência, melhorar o visual, é sempre bom. Quem não se sente melhor após um corte de cabelo, uma dieta, um banho de loja? Acho que, quando a gente sente necessidade de mudar por fora, é porque está mudando ou deseja mudar por dentro. Mas só a gente sabe que tipo de mudança é essa, e até aonde a gente pretende ir.

O problema com esses programas de transformação, é que eles não resguardam a personalidade da pessoa. Querem transformar uma mulher que gosta de cores suaves, uma mulher, diagamos, 'básica,' em alguém que use cores fortes; ou o oposto disto.

Em um destes programas, "What not to Wear", um casal de estilistas (?) expõe ao ridículo seus convidados. Mostram as roupas que a pessoa tem no armário, fazendo comentários jocosos e, em seguida, jogando-as no lixo. Eu até que gosto do programa, mas acho que eles deveriam pegar mais leve. Afinal, a roupa da gente é parte da nossa personalidade, construída durante muitos anos, e uma mudança brusca pode causar, em algumas pessoas, certos estragos; quem sabe, uma crise de identidade... no mesmo programa, já vi mulheres que tiveram cabelos longos durante anos e anos, chorarem de frustração ao se olharem no espelho com um novo corte de cabelo, bem mais curto.

Mas... por que as pessoas sujeitam-se a esse tipo de coisa?

Talvez porque elas desejem, realmente , mudar, mas não tenham a coragem. Assim, delegando a outra pessoa o poder sobre elas mesmas, qualquer coisa que der errado não terá sido culpa delas.

Acho estranho, chegar em um salão de beleza e dizer: "Faça o que você achar melhor." Uma vez fiz isso, e me arrependi amargamente. Aquela ali no espelho, não era eu. Pelo menos, não a 'eu' na qual eu desejava me transformar.

Sinto o mesmo em relação à decoração de uma casa: sempre achei que é o morador quem deve escolher as peças de mobília e as cores para sua casa. Mesmo que não fique lá muito 'fashion' aos olhos alheios, quem deve sentir-se bem dentro de uma casa, são os seus moradores. Uma dica ou outra pedida a um amigo ou decorador, ainda vai; mas dar a chave da casa na mão de um estranho para que ele a decore?...

Para mim, o importante é que eu me sinta bem. Que cada um se sinta bem sendo o que é.

Tormentos da Alma



Mensagem enviada por e-mail ao meu marido, pela Fraternidade Francisco de Assis, de Petrópolis. Eles são um grupo espírita que atende a muitas pessoas necessitadas em nossa cidade.



Tormentos da alma

O pensamento negativo
atrai problemas,
problemas que não se resolvem,
viram tormentos,
tormentos debilitam às forças
da alma,
a alma aflita e enfraquecida
gera doenças,
doenças sem medicação que cure,
precisam de
"renovação de idéias",
de troca de sentimentos,
que começam com bons
pensamentos.

Acredite em você!
Na força criadora que circula
em seu "eu",
são bilhões de células nervosas
no cérebro,
prontas para agir ao seu mandar.
Imaginou a sua força?

Não se sinta pequeno,
nem se menospreze,
apenas experimente pequenas
mudanças,
"eu posso", "eu quero",
"eu vou realizar",
"vai acontecer",
"eu sou capaz", "eu creio",
são expressões que podem
transformar,
criar um ambiente favorável
para você,
para renascer e conquistar.

Então,
enxugue a lágrima que insiste
em cair,
aprecie o dia, a natureza,
a beleza da criação,
abra às portas do coração,
onde há um problema,
há também uma solução,
saia do pranto, do luto que já acabou,
enterre de vez os mortos,
e se prepare;
tudo o que você sonhou ainda
é pouco,
para o que você pode e vai
conquistar,
porque você nasceu
para brilhar.

Força & Coragem

 
Originalmente publicado no Recanto das Letras
 
 
Muitas vezes, quando vemos alguém passar por situações muito difíceis, dizemos: "Ah... ele é muito corajoso! Eu jamais conseguiria passar por isto" ou "Se fosse comigo, eu enlouqueceria..."

Mas se existe uma coisa que aprendi, é que todos nós somos capazes de passar por qualquer coisa. Por mais horrível ou difícil que ela seja. É que quando estamos vivendo coisas ruins, parece que tudo assume uma proporção verdadeira, e o que nos parecia intolerável, passa a ser tolerável. Estamos lá, vivendo aquilo, e não tem outro jeito. Não dá para fugir ou negar. Só nos resta aceitar e viver um dia de cada vez.

Força e coragem são palavras muitas vezes usadas para definir pessoas que consideramos mais fortes do que nós, e talvez até os vejamos como heróis; mas os heróis são feitos de carne e osso, e se pudessem escolher, não passariam por aquilo. Talvez a força e a coragem sejam apenas características intrínsecas em todos nós, que aparecem quando precisamos delas.
A força e a coragem que todos nós precisamos para atravessarmos momentos difíceis está dentro de cada um de nós, e ela vem para fora no momento certo. Acho que as pessoas que sucumbem, são aquelas que tiveram, a vida toda, alguém fazendo tudo por elas, poupando-as das dificuldades, protegendo-as de tudo. Estas pessoas não aprenderam a enfrentar as situações e a desenvolver sua força e sua coragem, pois tiveram sempre alguém que serviu de escudo entre elas e as dores do mundo; só que chega sempre o dia em que elas terão que viver e enfrentar as coisas sozinhas... e para estas pessoas, este momento pode ser muito mais difícil do que para aquelas que se acostumaram a assumir seu papel na vida.

De repente, a pior coisa do mundo pode acontecer a qualquer um de nós. E o que realmente importa, não é bem a coisa em si, mas a maneira como escolheremos para passar por ela. E sairmos vivos do outro lado.

Curvas



O que há depois da curva?
Uma surpresa.
Estanco, respiro fundo
Antes de virá-la.

As curvas são pausas,
E fazem parte
De todas as estradas.

Só podemos virá-las
Uma
De
cada
Vez.

Derradeiro Olhar




Um dia, nos abraçaremos
Pela derradeira vez,
E as palavras que diremos
Nunca mais serão ouvidas.

A carícia dispensada
Será o último toque,
Por diferentes caminhos
Um dia nos perderemos.

Para nós, será um choque,
Pois sabendo o que sabemos
Mesmo assim, seguimos frios
Pela vida que vivemos.

Um dia, nos abraçaremos
Pela derradeira vez...
Mas quem sabe, quando ou onde,
Até quando nos veremos?...

Por que será, só choramos
Por aquilo que perdemos?
Por que não valorizamos
Tudo aquilo que ainda temos?

Construir X Destruir



Estive pensando no tempo que se leva para construir qualquer coisa; um prédio, por exemplo. Os gastos são enormes, e o material deve ser de boa qualidade. Um prédio é construído com a ajuda de vários profissionais: engenheiro, arquiteto, pedreiro, eletricista, pintor, ladrilheiro. E acho que nessa construção, não existe o profissional mais importante e o menos importante, pois todos juntos fazem parte da obra, e sem a presença de apenas um deles, a obra tornar-se-ia impossível ou ficaria incompleta ou mal-acabada.

Pode levar anos, até que toda a estrutura esteja terminada. Se ela for frágil, cedo ou tarde, ruirá, como acontece a toda hora com alguns prédios que vemos pela TV, mesmo que isso leve também muitos anos. Mas se a estrutura for forte, ela resistirá ao tempo e as intempéries.

Assim somos nós: nos construímos através de muitos anos. Cada um faz o melhor para tornar-se uma boa pessoa - pelo menos, é assim que deveria ser. O importante, é que também nós saibamos escolher materiais fortes e de boa qualidade para compor a nossa estrutura; desta forma, ela poderá resistir até mesmo, aos acidentais esbarrões de retroescavadeiras e tratores que encontrarmos pelo caminho.

Assim como um prédio, nós também somos construídos pelas pessoas que nos cercam: precisamos delas. Precisamos de amor, de amizade, de nossas famílias. E é sempre muito triste quando um deles se volta contra nós. Cedo ou tarde, este momento pode acontecer a qualquer um, mas o que determina se permaneceremos ou não de pé, é a qualidade do material que usamos em nossa estrutura. Porque se nos deixarmos derrubar, por termos construído uma estrutura frágil, será muito difícil nos reerguermos.

Mas também é importante que tomemos cuidado para não agirmos de forma a destruir as outras estruturas-pessoas que nos cercam, o que muitos fazem por medo, frustração, inveja, competição ou mal-jeito, mesmo. Devemos nos lembrar de que, assim como as outras pessoas, nós também temos as nossas pilastras expostas. Nós também temos vazamentos , infiltrações, curtos circuitos. Pode ser que, mais tarde, precisemos de alguém para nos ajudar a apagar um incêndio ou consertar um cano quebrado.

Viver não é tão difícil. Viver depende das escolhas que fazemos todos os dias, desde a hora em que acordamos, até a hora em que nos deitamos. Viver seria mais simples se apenas cuidássemos de nós mesmos, de nossas próprias vidas, checando periodicamente o estado das nossas estruturas. Viver seria mais simples, se deixásemos em paz as estruturas alheias, mas ao mesmo tempo, tomássemos o cuidado de não nos aproximarmos demais de estruturas fracas ou prédios em ruínas.

Viver seria uma experiência feliz se fôssemos mais verdadeiros

Parceiros

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