witch lady

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quarta-feira, 16 de maio de 2018

ROMANTISMO







Você chegou e me trouxe a lua
Da rua
Nas cordas do violão.
Trouxe também um milhão de estrelas
E derramou-as todas
No meu quarto, pelo chão
Dentro dos meus sapatos,
No tapete da sala,
E elas brotavam,
E elas caiam, rolando dos seus braços,
Das palmas das suas mãos.

Você pôs risos nas minhas dores,
E sonhos nas fronhas
Dos meus travesseiros.
Você encheu minha alma de cores,
E de flores,
Que plantou em meu terreiro.
Fez ondear as minhas águas
Para então deixa-las calmas
E muito mais profundas...

Você soprou um vento, que me move
Sempre para o alto, e para frente,
Acima do meu corpo e minha mente,
Lançando-me um olhar que me comove
Até hoje, uma visagem
Que transforma a sua imagem
Que mesmo sendo a mesma, é diferente.

Você chegou, e  nunca mais eu fui a mesma,
E  eu me transformo em tua gueixa
Que você ama, que você usa, e então  deixa
A sonhar à porta da minha casa,
Com o toque sutil daquela asa,
Com o som daqueles passos
E com a lua, e as estrelas,
 Que aparecem
Quando estou entre os seus braços.




terça-feira, 15 de maio de 2018

Natureza



Não existem entre as aves
Perguntas comparativas:
‘Quem voa durante a noite?
Quem voa durante o dia?

Qual o canto mais bonito:
Sabiá ou cotovia?
E a plumagem preferida?’
-Isto é sabedoria…

As aves não se comparam,
Não disputam, não se alegram
Quando um vento forte sopra
Derrubando os outros ninhos.

Também jamais se comprazem
Ou zombam dos passarinhos
Que estão presos nas gaiolas
Desejando outras viagens.

Todos os dias,as aves
(Faça sol ou faça chuva)
Cantam sempre à mesma hora,
Se entregando ao mesmo céu

À procura do sustento
Que precisam, e isso basta;
E à noite, se recolhem
Mas sem temer o relento.

Nunca houve passarinho
Que reclamasse da vida,
Ou deixasse de cantar
Devido à alguma dor.

Também nunca vi, no mundo,
Passarinho ressentido
Cruel ou competitivo
Invejoso ou sem amor.

A natureza… ela ensina
Sempre o melhor para a gente,
Mas o homem não a escuta,
E por isso, nada aprende...




Tome Uma Atitude!







Todo mundo se sente fraco uma vez ou outra. Algumas vezes, a vida nos dá tantas pernadas, que a vontade é de nos trancarmos em um quarto escuro, longe de tudo, e exercitarmos a auto piedade. Comigo também acontece. Mas o importante, é que este ataque de “pobrezinha de mim” tenha prazo de validade curto, e que se sacuda a poeira, respire fundo e siga adiante o mais rápido possível. Se não for assim, corremos o risco de nos tornamos aquela pessoa chata, que vive de cara triste ou zangada pelos cantos, e que pula no pescoço do primeiro que passa por perto a fim de desfiar seus rosários de tristezas e desgraças.

Ninguém aguenta gente assim. Ninguém quer ficar o tempo todo servindo de muro de lamentações ou saco de pancadas!

Vejo nas redes sociais que há pessoas que fazem isso o tempo todo – digo, em tempo integral. Estão sempre reclamando: da vida, da inflação, dos políticos, das pessoas da família, enfim, nada mais fazem, a não ser reclamar e exercer a auto piedade. A energia destas pessoas é pesada e escura. Se ficamos perto delas durante muito tempo – mesmo que seja virtualmente perto – começamos a nos sentir desanimados, irritados, cansados. 

O que será que você passa sobre si mesmo, ao exercer compulsivamente o coitadismo online ou off-line? Você dá a impressão de ser uma pessoa amarga, fraca, negativa. Você dá a entender que não sabe lutar pelas coisas que deseja, e que vive ressentida, sentindo pena de si mesma e com raiva dos outros. Você se coloca como vítima das circunstâncias, e não como uma pessoa madura e responsável que escolhe o próprio caminho. Ou seja: você passa sobre si mesmo uma péssima imagem. Não que eu ache importante agir de forma a impressionar os outros, mas será que é isso mesmo que você pensa sobre si próprio? Você quer mesmo ser aquela pessoa chata, apagada, negativa e ranzinza? Ou será que você quer ser uma pessoa forte, feliz, alegre e positiva – não para os outros, mas para si mesmo?

Se você tem vontade de melhorar, acho que a primeira coisa a ser feita é parar de reclamar e de sentir pena de si mesmo. Comece a olhar em volta e encontrar motivos para ser grato: seja grato pela sua casa, pelo seu trabalho, por acordar todos os dias e ter comida na mesa, pela sua saúde, pela sua família, pelo seu bichinho de estimação, pela natureza... há tantas coisas pelas quais podemos ser gratos! 

A segunda coisa, é parar de culpar os outros pela sua infelicidade. Não é a sua mãe, ou o colega de trabalho, o marido traidor ou o irmão aproveitador. É você! O problema é você. E mesmo que tais pessoas tenham influência negativa em sua vida, é porque você deixa, e não se afasta delas. E afastar-se não quer dizer virar as costas, deixar de falar e nunca mais ver, mas criar um limite, determinar uma barreira até aonde estas pessoas podem ir antes de ferirem você. É valorizar mais a si mesmo ao invés de tentar ter valor para quem não o valoriza. 

A terceira coisa, é mudar o foco: totalmente. Pensar em coisas boas que você quer que aconteça, ao invés de ficar enumerando tudo de ruim que já aconteceu. O passado é como uma bagagem pesada e cheia de lixo, que você cisma em arrastar pela vida tornando seu caminhar lento, pesado, difícil e proporcionando-lhe uma tremenda dor nas costas. Livre-se dele.





quinta-feira, 10 de maio de 2018

VENDAS ONLINE








Há algum tempo – mais precisamente, em 2014 – comprei um IPad. Usei-o pouquíssimas vezes, pois não gostei. A Apple tira a minha paciência, com todas aquelas constantes exigências de senhas e bloqueios repentinos. Da última vez, a nova senha que eu tinha escolhido por exigência da Apple para que eu pudesse acessar o MEU aparelho (e que eu tinha anotado em uma folha de papel cuidadosamente para que não errasse da próxima vez) foi bloqueada novamente pela Apple. Só que eles bloquearam tanto a minha senha daquela vez, que o tablet nem abria mais os programas; só aparecia uma mensagem dizendo que eu tivera meu acesso negado e deveria contatar o site da Apple ou um representante deles. Tentei várias vezes desbloquear o tablet pela internet, seguindo as instruções deles, e não consegui.

Acabei tendo que levá-lo a uma loja física e pagar cem reais pelo desbloqueio. Aquilo foi o fim da linha para mim, e decidi vender o tablet. Alguém me disse que havia algumas páginas de vendas online no Facebook, e acessei algumas delas. Escrevi o anúncio, que foi basicamente este aí abaixo, e postei na página de vendas:

-Vendo IPad 2 da Apple, praticamente novo e em perfeito estado, sem nenhum arranhão, na cor prata, 16 gigas de memória, tela de 10’’, comprado em 2014. Não aceito cheques, apenas dinheiro.

Logo alguém respondeu: “Põe uma foto!” Pensei: por que eu tenho que postar uma foto, já que todo mundo sabe como um IPad se parece? Mas tudo bem, coloquei a foto no site. E começaram os comentários:

-De que cor ele é?
-Quantos gigas de memória?
-Está funcionando bem?
-A tela é de quanto?
-Qual IPAd é? O 4?

Então, alguém me chamou inbox:

-Quero muito comprar. Quanto é?

Eu disse o preço, e ele concordou:

-Você guarda ele para mim até amanhã? Vou conseguir o dinheiro e a gente se encontra pessoalmente.

Concordei. Mas no dia seguinte, nada... Daí uma moça me chamou inbox. Fez todas as perguntas possíveis sobre o tablet – que já estavam respondidas no anúncio que eu escrevi e nos comentários, como respostas que dei às pessoas não tinham lido o anúncio direito. Respondi tudo de novo, e ela disse que “ia ver” e depois me chamava. Dois dias depois, ela ressurgiu das trevas:

-Você parcela?
-Não, é à vista, em dinheiro.
-Você aceita cartão?
-Não, sou pessoa física, e não pessoa jurídica.
-Mas existem pessoas físicas que aceitam cartão!
-É, mas eu não aceito. 
-Hum... vou pensar e depois te falo.

Nisso, o menino que disse que queria comprar me chamou de novo:

-Ana, desculpe, mas gastei o dinheiro... você guarda ele para mim por mais um mês?

Eu disse que não seria possível. Ele me pediu desculpas de novo.

Dois dias depois, a tal moça me chamou de novo. Começou a me bombardear com mais uma porção de perguntas que eu já havia respondido. Pediu desconto, perguntou sobre cheque pré-datado, enfim, me encheu a paciência. E sumiu.

Uma semana depois, ela voltou. Eu disse a ela que tinha vendido o tablet, pois eu não aguentava mais ficar respondendo às perguntas dela. E eis o que ela me respondeu:

-Como assim, vendeu??? Mas nós estávamos negociando! Mas não tem problema não, infelizmente, eu estou acostumada a lidar com gente da sua laia.

E eu:

-?????????

E ela desapareceu.

E não vendi o desgraçado do tablete. Continua por aqui. Outro dia, meses após deixa-lo aposentado em uma prateleira, coloquei-o para carregar, e ao abrir, pipocou a mensagem na tela: “Digite a sua senha.” Fui lá no caderninho e copiei a mesma senha que tinha cadastrado da última vez, e ele respondeu: “Senha inválida. Acesse nosso site.”


😭😭😭😭

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Meus Blogs Desativados






Há algum tempo desativei a maioria dos meus blogs, pois estava dando muito trabalho mantê-los, e também visitar os seguidores de cada blog. Eu passava tempo demais online, e tempo de menos offline. Achei melhor inverter, e então, apaguei alguns blogs :

1-  A casa & a Alma, meu favorito, que falava sobre a relação das pessoas com suas casas e a influência da casa sobre o bem estar das pessoas. Também tinha algumas receitas e dicas para cuidar melhor da casa e da alma da gente.

2- Passagem, onde eu publicava textos de outros autores - vivos ou não, famosos ou não - que eu admiro. Era um blog bonito, e tinha muitas reflexões. 

3-  From My Window, um blog onde eu publicava apenas poemas em inglês.

4- Nada a Dizer, que continha apenas imagens que eu mesma capturava com a câmera do meu celular. 


Mas nenhum destes blogs está morto! Incorporei todos eles a este, e separei-os por etiquetas para que seu conteúdo possa ser facilmente acessado pelos leitores, de acordo com sua preferência de leitura. Estas etiquetas são:

-A Alma
-A Casa 
-Contos
-Crônicas
-Poesias 
-From My Window - Poems in English
- Nada a Dizer (fotos)
-Reflexões
-Ironias
-Mensagens 
-Sobre Livros e Filmes
-Textos de autores que admiro.

Todos os blogs estão aqui, neste mesmo blog. Ainda continuo postando neles, só que sob as etiquetas, concentrando neste blog - Expressão - todas as postagens, ao invés de dividi-las em vários blogs. Para achar as postagens, basta olhar ali, à sua direita; há duas maneiras: acessando os arquivos e vendo as postagens separadas por datas ou então acessando os marcadores. 

Ou seja: tudo mudou, mas ao mesmo tempo, nada mudou. Desta forma, ficou muito mais simples e conveniente para mim fazer as postagens, sem a preocupação de manter tantos blogs atualizados.

Convido a todos que estiverem dispostos a dar uma olhada!






Morrer







Morrer é como ir ali,
Sair para comprar cigarros,
Ou para pagar uma conta,
E não voltar nunca mais.

É dar uma simples olhada
Do outro lado da lua,
E depois de tal vislumbre,
Mudar-se, de vez, para lá.

Morrer não tem que ser dor,
Não é preciso ter medo
Do caminho  inevitável,
Que todos iremos cruzar.

É afundar a cabeça
Num lago azul profundo
E sem ter uma outra escolha,
Dormir; deixar-se afogar.

Morrer é voo de pássaro
Que se joga num abismo
Sem ter a menor ideia
De onde ele irá pousar.

Talvez não pouse jamais, 
E passe a morte a voar
Por sobre o que foi na vida,
Até que uma nova vida
O venha de novo levar.

A morte é palavra forte,
Sentença definitiva
E ninguém escapará
Da sorte que está prevista
No Livro da Morte - a vida.





terça-feira, 8 de maio de 2018

O Que Nos Move?





Nós nos misturamos uns aos outros e nos movemos por esse mundão de Deus, em várias direções e por diversos motivos, tentando alcançar nossos objetivos. Nem sempre o caminho é fácil - ou às vezes, o caminhante acaba se cansando no meio do caminho, na maioria das vezes porque o objetivo escolhido é maior do que a capacidade do caminhante. Não creio, como dizem os esoteristas modernos, que 'todo mundo pode tudo.' Algumas coisas são para nós, e outras não são. Mas são nessas horas em que o caminhante se cansa e desiste, percebendo que não vai conseguir chegar aonde quer por falta de capacidade, competência ou força de vontade, que ele pára e olha para os lados.

O caminhante esperto, que se conhece bem, reavaliará seus objetivos e traçará novos planos. O caminhante ignorante das leis da vida, que acha que o mundo precisa curvar-se às suas vontades, continuará batendo a cabeça contra a parede e desejando o que não pode ter. E quem escolhe este caminho, logo se verá envolto pela inveja. 

Quem não consegue por si mesmo aquilo que quis ter, buscará ajuda. E é claro que essa ajuda não poderá trazer nada de bom, pois o conduzirá por um caminho ainda mais difícil, escarpado, e perigoso, que o fará tentar conseguir, através de meios artificiais e muitas vezes, ilícitos e espiritualmente comprometedores, aquilo que ele quer. Ele começará a pensar coisas como "por que ele consegue e eu não consigo? Por que não posso ter aquilo?" Tais pensamentos conduzem ao ódio gratuito de quem conseguiu. É a inveja brotando. E ela é uma erva daninha que cresce rapidamente, se espalha, sufoca qualquer outra coisa que poderia nascer de bom.

Todo aquele que consegue alguma coisa através deste tipo de 'ajuda' terá muito tempo para arrepender-se depois. Porque mais tarde, as leis da vida falarão mais alto. Ninguém consegue burlar a natureza, ninguém pode arrancar à força alguma coisa que é de outro, que não lhe pertence, e ser feliz através disto, da desgraça do outro. Cedo ou tarde, tais pessoas terão que pagar o preço pelos seus desmandos - e o preço será muito alto.

Já notou que as pessoas que sentem inveja tornam-se fisicamente feias, mesmo tendo sido bonitas a vida toda? É que os maus sentimentos da gente podem refletir-se nas feições, se os alimentamos durante muito tempo, sem fazermos nada para mudá-los. Mas, por outro lado, existem pessoas que, conforme as conhecemos melhor, tornam-se cada vez mais bonitas diante dos nossos olhos, mesmo que nossa primeira impressão nos tenha dito que elas não eram bonitas. Estas são as pessoas boas, as que todos querem ter por perto.

Eu acredito muito que quando uma coisa se torna difícil demais de ser obtida, é porque ela não me pertence. Não perco meu tempo perseguindo quimeras: eu paro, reavalio meu caminho e traço novos rumos. Quando faço isso, as portas se abrem facilmente. Os obstáculos são derrubados. O caminhar torna-se mais natural e menos cansativo. Descubro coisas que são bem melhores e mais amáveis para a minha vida. 

Sempre que tentei 'forçar' um caminho, eu me arrependi amargamente.

Acho que todos temos que ter muito cuidado ao respondermos a estas perguntas: O que o move? Pelo que você luta? Aonde quer chegar? Você tem os talentos necessários para alcançar os objetivos que almeja? 

Se não tiver, procure outro caminho, pois certamente, haverá algo muito bom que você poderá fazer e que trará muita alegria e satisfação à sua vida. E vá agora, antes que a frustração - e a sua irmã mais malvada, a inveja - alcancem você.




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O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...