witch lady

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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Preço









Qual é o preço
Do teu apreço?
Quanto te pagam
Pra ter ideías
Que não são suas?
Quanto tu ganhas
Alardeando
Um sentimento
Que não está dentro?

Quanto te dão
Para que enxergues
Tantas verdades 
Que lá não estão?
Quanto tu cobras,
Por que tu mentes
Dizendo mansas
Tantas serpentes?

Mas onde, as provas?

As evidências
Das indecências
Estão guardadas
Nessa tijela
Da podre canja
Que eles vomitam,
E nas cloacas
De onde brotam
Milhões de sacas
De vis laranjas!





domingo, 5 de fevereiro de 2017

Circo de Horrores








E de repente, um velório - cerimônia que deveria prestar respeito ao morto - transformou-se em um circo de horrores, em palanque para discurso político, mimimi vitimizante e destilação de ódio e desejo de vingança. 

Com direito a cartazes parecidos com os usados em propagandas políticas, foto da ex-primeira dama e seu consorte em tamanho gigantesco e filmagem ao vivo do velório postada em sua página oficial do Facebook, Lula coroou sua falta de ética e de decoro, transformando a ocasião em evento vip.

Ao acusar o juiz Sérgio Moro e a Operação Lava Jato pela morte da esposa, Lula incitou o ódio dos despreparados - usando, mais uma vez, o povo como massa de manobra - contra o fato de terem sido - ele e seus familiares - indiciados pela investigação em curso.

Não duvido que o momento da separação da esposa tenha sido difícil para ele. Não acho que ele estivesse fingindo o que não estava sentindo, ou algo assim. Não estou aqui fazendo troça da dor de outra pessoa, sequer comemorando a morte de alguém. Porém, não posso deixar de observar os fatos e tirar minhas conclusões. Não creio que quem morre vire santo, ou que quem sofre, se redima de todo o mal que praticou se não houver arrependimento e retratação. Mas com certeza, não é este o caso. Lula não arreda pé. 

Hoje de manhã, logo após o velório, já circulavam pelas redes sociais os dizeres "Lula 2018."  Não duvido nada que, daqui a pouco, ele apareça nas fotografias acompanhado de uma nova primeira dama em potencial. 





sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Amar a Chuva




Eu estava cansada, e com muito calor: tinha acabado de fazer várias coisinhas na casa - todo mundo sabe que quando se trata de casa, uma coisinha leva à outra, e quando a gente vê, já se passaram várias horas. O céu de repente ficou escuro, e começou a ventar.

A fim de me refrescar, fui para a varanda. E começou a chover forte.

Não hesitei: corri lá para o gramado, e fiquei debaixo da chuva!

E como foi bom! Senti a chuva me encharcando aos poucos, até que a camiseta colou na pele. Tirei os chinelos, ficando descalça, os fios de grama entre os dedos. Olhei para cima, e vi as gotas que caíam das folhinhas do cipreste. Há tempos não me sentia tão viva.

E foi então que uma coisa engraçada começou a acontecer: de repente, não era mais eu; éramos nós. Tudo era eu, eu era tudo. Não durou muito tempo, quem sabe, uns cinco ou dez minutos - perdi a noção do tempo. Mas eu tive um momento especial, e me lembrei quando algo semelhante me aconteceu quando eu ainda era uma adolescente, num final de tarde, após uma chuvarada de verão.

Nem preciso mencionar aqui o quanto eu me senti mais leve...

Recomendo a quem for: tire as sandálias e vá para a chuva! É grátis, refrescante e inexplicável. Só tentando para saber. 




Sobre Morte Recente









Quando alguém ouve a notícia da morte de outra pessoa, geralmente diz: "Mas como? Estive com ele há apenas alguns dias!" Como se a morte esperasse, ou seguisse qualquer tipo de cronômetro determinado por nós: se estivemos com alguém há apenas alguns minutos, significa que esta pessoa não vai morrer tão cedo.

Mas a morte é a coisa mais inesperada da vida. Até mesmo quando sabemos que alguém está muito doente e que vai morrer em breve, nunca é fácil aceitar quando recebemos a notícia. Porque após uma morte, as possibilidades de milagres se dissolvem no éter: é o fim.  Acabou.

Ao ler na internet sobre a morte de D. Marisa. Fiquei sabendo de coisas sobre a vida dela que eu não sabia: ela ficou viúva e grávida aos dezenove anos. Conheceu Lula quando estava tentando conseguir a pensão por viuvez. Os dois se casaram logo depois. Ela confeccionou a bandeira do PT, criando a tão famosa estrela, com cortes de tecido que tinha em casa. Fiquei sabendo de mais uma porção de coisas sobre ela.

Pensei : onde foi que a estrela deixou de brilhar? O que fez com que aqueles casal cheio de ideais e sonhos se desviasse do caminho? Será que aquela pessoa, que, há pouco tempo,  se referia ao povo brasileiro de maneira tão deseducada e desprezível naquela ligação telefônica gravada, era a mesma moça que criou a bandeira do partido? 

A alma humana é fraca e corrompível. Porém, acho que existe alguma coisa ruim na política que faz com que as pessoas que comecem a tomar parte nela, percam suas almas com muita rapidez. Elas se perdem delas mesmas e de seus sonhos e promessas. Acho que só quem for muito forte, e tiver uma estrutura muito boa, é capaz de resistir às enxurradas de proprinas que brotam do solo da política e se oferecem em cascatas tentadoras a quem quiser pegar. É só estender a mão. O preço, é que quem tocar nesse dinheiro, vende a alma ao diabo.

Lula está pagando o preço por esse negócio que ele fechou. Não gosto dele, não gostava de D. Marisa, assim como não gosto de Eike Batista, Renan Calheiros e muitos outros que estão nos afundando nesse imenso mar de lama. Não lamento pela morte física da ex-primeira dama, mas pela morte de sua alma, que aconteceu gradualmente, bem antes da morte física, pois antes, havia uma pessoa humilde que desejava mudar um país, e ela era cheia de sonhos. 

Acho um absurdo que a mídia e os partidários de esquerda estejam tentando usar este fato da morte de Dona Marisa para culpar pessoas que nada tem a ver com isso. Já vomitam nas redes sociais que ela morreu por 'culpa dos coxinhas.'  Que a culpa da morte dela é da 'mídia golpista' e das paneleiras. Que ela não aguentou a pressão de estar diante da possibilidade de ver a ela mesma e sua família inteira presa por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e outros. Bem, concordo com esta última afirmativa; talvez, para ela, a morte tenha sido um livramento.

Todo mundo já sabe que Dona Marisa não se cuidava bem; tinha pressão alta, um aneurisma que poderia explodir a qualquer momento e inclusive, já tinha sido avisada pelo médico desta possibilidade. Além disso, fumava demais e também consumia alimentos inadequados a alguém com o quadro dela. Mas acho que as pessoas às vezes se pensam imortais.

Não vou lamentar a morte dela; lamento sim, as centenas de milhares de outras mortes que acontecem diariamente em hospitais públicos, muitas vezes, sem que os pacientes sequer recebam atendimento médico. Tudo porque o dinheiro público é roubado descaradamente, por pessoas como ela e sua família, e também por pessoas públicas como Eike Batista. Jamais esquecerei o que ela disse que as donas de casa brasileiras - as paneleiras - deveriam fazer com suas panelas. 

Ninguém tem culpa pela morte dela. Pessoas morrem todos os dias de diferentes maneiras, e um dia, a morte chegará também para você e para mim. Que possamos agir de forma a não deixar este planeta com tanto peso nas costas e no coração.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

The Rain









The Rain


Little drops start a river.

They fall onto my dry roof
And leak to my thoughts. 

The rain has stories to tell,
Stories that reveal people`s secrets.

Little by little,
They dive
Into the river.








terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Um de Nós



Um de nós
Estará, antes, 
Fora do alcance
De qualquer abraço.

Um de nós
Andará por esta casa
Achando imensos
Todos os espaços.

Segura no ponta
Do meu casaco
Quando eu passo,
Pois eu olho
E não te vejo,
Procuro,
E não te acho.



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O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...