witch lady

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Flowing








Everything is flowing, 
No matter how still they look. 
In the end,
They will be the pages
Of another book.






Férias Esticadas






Trabalho em casa, e isso faz com que muitas pessoas comentem: "Que bom! Você não precisa trabalhar!" Mas trabalho é trabalho, seja onde quer que ele aconteça. E eu trabalho sim, e muito! Justamente por trabalhar em casa há mais de onze anos, minhas férias tem sido bem curtinhas: apenas alguns  dias entre o natal e o ano-novo. Mas este ano eu decidi fazer diferente, e esticá-las algumas semanas. Preciso descansar.

Preciso ter mais tempo para fazer coisas como ir ao médico, meditar, fazer minhas limpezas na casa, e realmente, DESCANSAR. Apesar de adorar meu trabalho, ele também cansa, e preciso reaprender a ver a casa não apenas como o local onde moro e trabalho, mas o lugar onde eu VIVO, existo, me refaço. Sendo assim, pela primeira vez em onze anos, darei um descanso mais prolongado à minha alma e ao meu corpo.



sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

RECOMEÇAR






Hoje é o primeiro dia do ano. Para mim, na verdade, isto não significa tanto; poderia ser qualquer dia. Poderia ser maio, setembro ou dezembro. Mas este dia tem um valor simbólico, pois nós decidimos que seria assim.

Podemos recomeçar de qualquer ponto onde estivermos: basta um novo olhar, uma reinterpretação da vida. Posso mudar tudo de lugar dentro da minha casa, mas se minha intenção não for real, genuína, verdadeira, tudo continuará a mesma coisa. O importante, é a sinceridade que cada um traz dentro de si a respeito das coisas que realmente deseja mudar, e a disposição em tornar isto real. 

Podemos passar horas faxinando, livrando-nos de coisas velhas e desnecessárias, arrumando tudo, mas esta faxina física tem que ser também uma faxina mental. 

O que eu desejo para este ano, e o próximo, e o próximo que virá (caso eu ainda esteja por aqui), é aprender. Principalmente, aprender a me conhecer melhor, conhecer os motivos que me levam a agir de determinadas formas que eu sei que não são muito boas (ou que são péssimas) e então, poder re-determinar o meu caminho e repensar as minhas atitudes. Gostaria de saber que deixarei esta vida um pouco melhor do que quando eu entrei nela.

Eu não tenho herdeiros. Minha casa ficará aqui quando eu morrer, e não sei quem irá herdá-la. Assim como tudo o que escrevi. Mas se alguém um dia entrar na minha casa vazia, quero que saiba que nela viveu alguém que a amou, cuidou dela, e foi grata. E se alguém ler , por acaso, alguma coisa que eu escrevi quando eu não estiver mais aqui, quero que termine a leitura com uma sensação boa.

Sei que falta muito ainda para que eu consiga atingir esta meta... às vezes, a perseguição é tanta, que eu acabo me perdendo e esquecendo das coisas que prometi a mim mesma. Mas hei de me levantar todas as vezes que eu cair, e recomeçar.

Desejo aos meus leitores, neste primeiro dia do ano, novos recomeços.





MORTE: UM CASTIGO?








O que é a morte, qual o seu significado? Acho que ele é mais simples do que parece a todos nós. Morrer significa que se esteve vivo. Todos morreremos um dia, e portanto, a morte não é um castigo, ela é apenas o fluxo da vida desaguando em seu mar.

A minha fé é na vida, não na morte. O que dói não é a morte em si, mas a separação. Choramos pelo que não nos ficou, pelo que perdemos, pela distância que se estabelece; é como se a pessoa que se foi tivesse viajado de repente para bem longe, e a única certeza, é de que não a veremos mais enquanto estivermos aqui. Mas resta-nos a esperança de um dia, quando a nossa viagem chegar, reencontrá-la.

Não desejo a morte a ninguém. Isto é falta de fé, além de egoísmo. Todo mundo que está vivo tem o direito de estar vivo. Há momentos de fúria, quando fico sabendo de algum crime cruel contra alguma criatura inocente, em que desejo a morte, o desaparecimento desta pessoa que o cometeu, mas depois eu vejo que estou errada. A morte de uma pessoa não faria justiça a ninguém. Deus não mata, Deus não nos ajuda nas nossas vinganças tolas e egoístas.

Existe um sentido maior por trás de tudo. Se meu inimigo morre, não é pelo mal que eu penso que ele me fez, não é por causa do meu desejo de vingança, do meu ego ferido, da praga que eu roguei. Ele morreu simplesmente porque estava vivo, chegou a sua hora. Jamais teria a pretensão de pensar que alguém morreu porque Deus achou melhor fazer justiça a mim, como se eu fosse alguma criatura livre de faltas, imaculada, pura, maior. Este pensar é apenas uma armadilha do ego.

Também não faz sentido desejar que a alma de alguém que se foi esteja queimando no inferno, o que denota a certeza de que nós iremos "para o céu," que somos bonzinhos, e que temos privilégios. Este pensamento já denota o atraso espiritual de quem o demonstra. A pessoa que se foi deixou amigos. Deixou família, filhos, quem sabe, pais, irmãos, admiradores. Ela teve uma vida que merece ser respeitada. Não merece ser exposta a escárnio, maledicência, ódio. Se eu não gosto de alguém que se foi, mantenho meu silêncio a respeito - mesmo que seja apenas em respeito à família que ficou, e que está sofrendo. O meu pensamento é livre, porém, e posso pensar o que quiser - mas devo ter cuidado até mesmo (e talvez, principalmente) com os meus pensamentos!

Viver é estar em contato direto com a morte, que descansa sempre a uma respiração de distância; se a respiração pára, eu morro. O corpo se vai. Mas existe uma parte que não morre, e ninguém pode matar. E esta parte vem de uma Força que passa por todos nós, unindo-nos como uma linha de costura, sem fazer distinção entre os "bons" e os "maus," os "seres de luz" e os "seres das trevas." Viemos todos das pulsações de um coração que conhece suas próprias razões, e só ele as conhece. 





UM PASSO







Às vezes, toda uma vida
Depende de um único passo
Em direção a alguém
Para dentro de um abraço.

Ou de ouvidos emprestados,
Palavra dada de graça;
-Poderão ser valiosos
Para uma vida que passa!

Um olhar atencioso
Mesmo que dure um minuto,
Um pedacinho de tempo
Poderá salvar um mundo!

Mas às vezes, assim penso,
Uma vida toda pende
Sobre a generosidade
De um pouco de silêncio...




quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Felicidades!









Eu te desejo

Um cão correndo no quintal,

Uma torta quentinha sobre a mesa,

Boa música tocando por perto, sempre,

Noites de sono tranquilas,

Um gatinho enrolado na poltrona,

Sol e chuva na medida certa,

Trabalho durante o ano inteiro,

Saúde a maior parte do tempo,

Olhos amigos sempre te olhando,

Beijos na boca, sempre sinceros,

Um bom filme numa tarde de sábado,

Sorvete nos dias mais quentes,

Passarinhos cantando nas árvores dos caminhos que você percorre,

Lembranças bonitas no seu álbum da vida,

Dinheiro sobrando para aquele mimo,

Um grande sonho finalmente realizado,

E gratidão por todas essas coisas.






Mas... pensando bem,

Se você prestar atenção, 

Verá que já possui a maioria delas,

E as que te faltam, são por um propósito maior...

Pensando melhor ainda,

Eu te desejo mesmo é gratidão por todas as coisas,

Para que você possa, finalmente,

Atingir este propósito maior

E tornar presente o que te falta.






Que no próximo ano,

Você possa deitar-se todas as noites

Sabendo que não fez mal a ninguém,

Não desejou mal a ninguém,

Foi minuciosamente honesto em suas atitudes,

Pesou bem todas as suas escolhas,

Ajudou alguém, e não contou a ninguém,

Trabalhou feliz, dando o seu melhor sempre,

Importou-se com o que realmente importa,

E deixou tudo o que é ruim

Do lado de fora da sua porta!



FELIZ 2016!







Um Andarilho











Eu vago pelo mundo
Sem ter um mundo.
Procuro, em outros olhos, 
A minha substância,
Mas eles não me veem,
Apenas me assistem.

Eu morro esmagado
No encontro das palmas,
Em busca do que me falta,
No calor dos aplausos.

Fabrico sonhos mortos,
Divirto a multidão;
Sou fruto dos anseios
Que eu mesmo crio
Ao subir no picadeiro
Deste imenso circo.

Eu sou um caminhante,
Palhaço, o rosto borrado
Pelas lágrimas que eu disfarço,
Errado, perdido, errante...

A falácia que eu propago
Poderia ser honrosa
-Não fosse pelo embargo
Da minha própria palavra.

Ah, estive sempre tão próximo
Daquilo que eu mais combato,
E a distância que nos separa
Está ao alcance de um braço!

Do alto da montanha,
Contemplo um vasto campo
Vazio de sentidos,
Meu rosto decaído,
Onde meus monstros estão
Tristonhos e perdidos,
Lá, onde eu escondo
A minha solidão.





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