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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

FELIZ NATAL!










Tomara que seu Natal seja o melhor de toda a sua vida, e que você possa lembrar-se dele para sempre!

Vista sua melhor roupa, nem que seja para ficar sentado na sala; ponha na mesa sua melhor louça - aquela, que é usada apenas nas ocasiões especiais - escolha a toalha mais bonita e limpe bem a casa. Prepare uma ceia apetitosa, por mais simples que ela seja. Fique perto das pessoas que ama, e se isso não for possível, envie a elas os seus melhores pensamentos. À meia-noite, recolha-se em um canto da casa, e olhe para o céu. Pense em como foi o seu ano, em todas as coisas boas que aconteceram, e agradeça muito por tudo. Não seja pessimista! Nem que este tenha sido o pior ano de sua vida, se pensar com carinho, você verá que houve coisas muito boas também.

Se for distribuir presentes, coloque em cada um deles a sua melhor  e mais sincera intenção. Quem compra presentes com carinho e de forma bem intencionada, agradará a quem os recebe, não importa o quanto eles custaram. 

Pense em como você deseja que o ano de 2016 comece, e passe o resto deste ano se preparando para recebê-lo. 


Deixo a todos os leitores do blog meus votos sinceros de um Natal Feliz, e meu muito obrigada a todos que leram, curtiram, partilharam ou deram só uma passadinha vez ou outra!




Por que eu Não te Disse Nada?








Eu não te disse nada
Porque eu não queria fazer barulho
Nessa tua paz acamada,
Doente de tantos silêncios,
De tantos adeuses, tão carente...

Preferi ficar calada
A acordar os teus ruídos,
Sustenir minha alegria
Sobre os teus gemidos,
Tive medo de falar demais,
Perguntar demais,
Ser invasiva.

Eu não te disse nada
Porque temi que minhas palavras
Arranhassem a tua madrugada,
Desrespeitassem tua dor,
E que minhas condolências
Pudessem ser um cravo a mais
Sobre a tua alma cansada...

Tentei poupar o teu espaço
Da minha presença desajeitada,
Da minha falta de tato,
Eis porque
Eu não te disse nada...





Christmas Feeling





I half-open my eyes in the morning, and through my eyelashes, I see the dim light of a beautiful morning trying to break the opacity of the curtains. I get up and open the windows: the light gets in, in white flashes embroidered with gold. There's a feeling in the depths of my soul, a happy feeling: Christmas is coming. 

Glimpses of long past Christmas mornings come flying with the wind: I hear my mother's voice from the kitchen, while she prepares our supper. I hear my sister's laughs while they set up our Christmas tree in a corner of our  small living room. I hear the dogs barking friendly when my father gets home from work. 

I'm a small child, a little dark-haired girl in a short home dress. I run to the kitchen and try to get some of the cake batter that my mother is making. She gives me a little in a spoon, and I run to the yard, trying to escape the dogs that try to take the spoon from my hand. We run, play and laugh. It starts raining heavily, and I hear mom telling me to go in, so I sit at the kitchen door steps and look at the rain falling, breathing in its fresh smells.

My mother and father are gone. We have all grown up, and grown apart from each other for many reasons - I don't know if any of these reasons are strong enough, but life has its own ways of teaching what it wants us to learn, and sometimes, we learn best when we are alone and look at things from a different perspective. 

My childhood is gone, and so is that Christmas tree, but the child that used to dream of the gifts she would get while she watched Christmas TV commercials and memorized jingles and Christmas carols, is still alive. I left her sitting at the kitchen door, holding a spoon full of cake batter. Sometimes, she looks at me.




GOETHE







"Por que te queixares de inimigos? Deveriam algum dia tornar-se amigos aqueles para os quais uma natureza como a tua é em segredo, uma eterna reprovação?"

"O mais belo dito é depreciado, se o ouvinte tem ouvidos moucos."


"Nada podes fazer, tudo está insensível. Não te importes: a pedra lançada no lodaçal não traça círculos."





sábado, 19 de dezembro de 2015

REPUTAÇÃO









A minha
Só a mim interessa.
Então, por que a pressa?


As asas das chantagens 
Estão presas na lama, 
Num voo que não decola, 
E só asco derrama. 


A quem nada teme,
Nada deve,
A opinião mundana
Nada diz.

Se eu sou feliz
À minha maneira,
O caminho de uma vida inteira
Falará por si.

A chantagem
A vadiagem,
Falam muito mais
Sobre quem as pratica.







sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

EU HOJE ACORDEI





Eu hoje acordei com o gosto do sonho na língua,
As saias de outros mundos pelo chão, ainda,
As pontas escapando entre os vãos dos meus dedos,
Um vento me beijou, selando as passagens...

Um riso manso, bonito e de tom tão profundo
Ainda nos ouvidos, qual frescas aragens,
Saiu pela janela, balançando as asas,
Voou sobre os telhados, voltando pra casa...

Ficaram sobre a fronha algumas lembranças,
Mas logo o sol levou-as - a vida prossegue,
Até que um dia, o mesmo sonho assim me leve,
Tornando-me riso, sabor, e esperança.






quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Um Canto Para o Silêncio

Imagem: Ana Bailune



Descobri em minha varanda um cantinho que sempre esteve ali, mas eu nunca havia notado. É do lado direito, perto da janela da sala. Sob a janela, há uma mesinha com duas cadeiras, mas o espaço à direita ficava desocupado - até que um dia, a fim de proteger uma cadeira do jardim da chuva, coloquei-a ali e sentei-me nela para descansar.

Naquele momento, meu cão Mootley pulou no meu colo, antes mesmo que eu acabasse de sentar-me devidamente, e formando um rolinho com seu corpo sobre as minhas pernas, adormeceu. Lembrei-me de uma vez ter lido que os cães gostam dos lugares em uma casa nos quais eles sentem que as vibrações de energia são boas. Respirei fundo, recostei-me. 

Vi as árvores da floresta que fica do outro lado da rua de um ângulo ao qual eu não estava acostumada. Naquele dia, o céu estava cinza-chumbo, e alguns dos raios de sol que conseguiam passar pelas nuvens e cortar os pingos de chuva, deixavam as copas das árvores escuras e brilhantes. Havia muitos pássaros também, e dali do meu novo cantinho, eu tinha uma visão privilegiada dos inúmeros canarinhos da terra e outros pássaros que vem pousar na grande pedra, junto ao portão, a fim de "filar" um pouco da canjiquinha e das frutas que eu ponho para eles.

Resultado: deixei a cadeira lá. Pode não ter ficado grande coisa esteticamente, mas só eu sei do prazer que eu sinto quando estou sentada ali.

E você? Tem um cantinho na sua casa do qual você goste de espiar a vida?




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O Tucano O TUCANO   Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me ...