Eu tenho
passado por mim
Inúmeras
vezes
Ultimamente.
Estanco meu
passo de repente
Fitando a minha
imagem que passa,
E ela segue
seu caminho
Indiferente.
Às vezes,
não me reconheço,
Embora eu
saiba que ela
Sou eu.
Mas ela
vive em outro tempo,
O qual não mereço
E ao qual
não mais pertenço.
Fantasmas
seguem seus passos,
Mas ela,
cansando-se deles,
Joga-lhes
algumas migalhas,
Tralhas do
inconsciente,
Que eles, de joelhos,
Colhem pelo chão.
Eu tenho
dela saudades,
Mas sei que
é um amor platônico
-Sempre foi,
sempre tem sido,
Sempre
será,
Pois os
passos de quem fui
Jamais
voltam no caminho,
Não olham
para trás.
Eu tenho
passado por mim
Inúmeras
vezes
Ultimamente,
E quando eu
me olho, compreendo
Que preciso
aprender
A me esquecer,
A me deixar ir.