witch lady

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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

MINHAS PERNAS







Minhas pernas já viram
Muitas coisas
Enquanto eu andava
De olhos fechados.

Minhas pernas me levaram
Por onde meu coração
Mais temia,
E na mais negra noite,
Minhas pernas correram
Em direção ao dia.

Se meu olhar cansado
Teima em não se abrir,
São elas que dão
O primeiro passo
Na direção
Que eu devo seguir.

Ah, o que seria
De mim, sem as lanternas
Que alguém prendeu
Às minhas pernas!





NÃO DEPENDA DE NADA





Não dependa de nada.
Caminhe
Sem ter uma estrada,
Amanheça
Mesmo sem um sol,
Adormeça
Mesmo sem luar.

Não dependa de nada.

Ame,
Sem ter um objeto,
Haja,
Sem nem saber se é o certo,
Escreva uma história
Mesmo sem palavras,
Mas nunca, jamais,
Dependa de nada.

Aprenda
A viver sozinho
Entre a multidão,
Não se envergonhe
De dançar sozinho
Sem que haja canção,
Encontre
Seu melhor amigo
No seu coração.

Mas nunca, jamais
Dependa de nada.

Aprenda
A fazer vinho sem uva,
A brotar sem chuva,
A crer, duvidar,
Sem ter argumentos;
Confia na voz
Da tua intuição
Que diz e repete
Incansavelmente
Para que tu sejas

Árvore e semente,
E flor, e claridade
E escuridão,
O ritmo, a letra
A voz e o arranjo
Da tua canção.

Mas não
Dependa de nada.




sábado, 8 de fevereiro de 2020

MANHÃ









Não levem embora os passarinhos,
Aqueles, que voam à noite
Para que eu me esqueça
Dos meus medos, penas  e sobressaltos,
Fazendo seus ninhos bem no alto
Da minha cabeça.

Deixem que eles voem em paz,
Pois me levam em sonhos sobre seus dorsos,
Me ascendendo das profundezas do meu poço,
Num looping por cima do fio da navalha
E da fétida genitália 
Desse obscuro mundo!

Não levem embora os passarinhos,
De manhã, ouço suas patinhas sobre a cumeeira,
Escorregando devagarinho pelas telhas...
Eles me despertam com todo desvelo
Piando baixinho, pousados nas calhas
Trazendo minha alma de volta das fornalhas
Dos meus pesadelos.

Não levem embora os passarinhos,
Que cantam baixinho nas manhãs chuvosas,
Por entre os pinheiros e as rosas,
Deixando cair, ao acaso,
Algumas penas de esperança
Sobre esse mundo quase sempre
 Tão 
Raso.








terça-feira, 21 de janeiro de 2020

CASAS ABANDONADAS








CASAS ABANDONADAS

Existem no YouTube vários canais que mostram casas abandonadas no Brasil e no mundo. Antes de assisti-los eu não fazia ideia da quantidade imensa de casas que estão nessa situação aqui no Brasil, principalmente no sul. Eu me pergunto o porquê de tal coisa acontecer. 

A grande maioria dessas casas foram abandonadas como se, de repente, a família inteira tivesse desaparecido e deixado tudo para trás: móveis, roupas, utensílios, os pratos na pia, sapatos, livros, retratos. Ainda há quadros nas paredes e colchas sobre as camas. As fotos espalhadas pelo chão e os armários e gavetas escancarados cujos objetos que ali eram guardados estão por todos os lados, mostrando que as casas foram invadidas, tiveram sua privacidade devastada por furacões de curiosos procurando por coisas de valor para roubar. 

Muitas vezes, ninguém sabe quem foram os donos daquelas casas. Ontem assisti a filmagem do interior de uma mansão ainda em construção, enorme, com pilares e escadarias de mármore e mais de dez quartos. De repente, a pessoa que a construía achou que seria melhor abandoná-la, e assim o fez. 
Quem serão essas pessoas que deixam para trás toda a sua história de vida? Estarão mortas? E se morreram, por que os seus herdeiros não tomaram posse de sua herança? 




Olhando aquelas casas sofridas e mal-amadas, penso sobre a transitoriedade de todas as coisas: famílias, relacionamentos, momentos felizes e tristes. A vida em si. Construímos coisas que não poderemos levar conosco. Sonhamos e trabalhamos para construir uma vida o mais confortável e  segura possível, mas... qual é o nosso medo? Por que temos essa necessidade tão grande de acumular coisas, como se elas nos trouxessem segurança em um mundo onde qualquer coisa pode acontecer a qualquer momento a qualquer um de nós?

Somos criaturas estranhas. Sei de pessoas que não viajam porque têm medo de deixar suas casas e serem roubadas. E sei de pessoas que lutam durante anos para comprar uma casa da qual não cuidam e a qual não amam. 

Eu fico sempre um pouco melancólica quando vejo uma casa abandonada, pois ali estão histórias de vidas que foram abandonadas. 

Quando eu penso na minha própria casa, eu penso nela com amor e gratidão – lutamos para conquistá-la e deixá-la do jeitinho que ela está hoje, e ela vive sofrendo pequenas mutações junto conosco enquanto escrevemos nas paredes e pisos as nossas histórias de vida. Sei que um dia iremos deixá-la. Quero aproveitá-la o máximo que eu puder, e quando despedir-me dela, será com a mesma gratidão e a certeza de momentos bem vividos. Não deixarei louças sujas na pia, nem minhas coisas espalhadas pelo chão. Tomarei cuidado para que todos os papéis e documentos referentes a ela sejam adequadamente encaminhados a quem de direito. Deixarei minha casa vazia e limpa para que outras pessoas possam construir suas vidas dentro dela. Não abandonarei aquela que me acolheu, me guardou e me abrigou.

Isso não é apego. É amor, respeito e gratidão.




sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Comidas Magrinhas




Gosto de cozinhar, mas não gosto de ficar muito tempo na cozinha. Principalmente, porque eu não tenho muito tempo! Por isso mesmo, costumo ter umas receitas cujo preparo é rápido no gatilho e muito fácil.

Tenho sempre o hábito de aprender algumas receitas e depois fazer algumas modificações no preparo, dando toques pessoais. Tais adaptações se devem à minha rotina (algumas diminuem o tempo de preparo) e também à facilidade ou dificuldade com que eu consigo encontrar os ingredientes da receita. Se não consigo, eu os substituo. Às vezes dá certo, outras, não, mas quando dá certo, eu as incorporo ao meu cardápio mais magrinho. Assim, quando sinto que preciso fazer uma dieta, recorro às minhas receitinhas re-adaptadas!

Hoje gostaria de partilhar algumas aqui, que eu testei com minhas adaptações e deram certo. Algumas quantidades eu deixarei ao gosto de quem prepara. 




1- Ratatouille - Ingredientes
> fatias cruas de berinjela, tomates e abobrinha;
>pedacinhos de muçarela cortados menores do que as fatias de legumes utilizadas;
> molho de tomate;
> cheiro verde
> sal à gosto
>queijo ralado
> pimentão
> se desejar, cebola ralada, alho, pimenta ou outro tempero de sua preferência. Eu não gosto muito de cebola, então pulo essa parte, mas se estou preparando só para mim, dou uma apimentada - amo pimenta!

Preparo: unte uma forma com azeite e deite as fatias de berinjela, salpicando um pouco de sal. Mas ponha pouquinho sal, pois a muçarela já tem um sabor salgado. Se quiser, pode colocar seus temperinhos pessoais.
Por cima das fatias de berinjela, coloque as fatias de abobrinha e em seguida, mais sal, e as fatias de pimentão. Salpique a salsa bem picadinha. Coloque agora os pedacinhos de muçarela, um sobre cada pilha de fatias, e finalize com as fatias de tomate. 

Prepare o molho de tomate  - pode ser pronto ou feito em casa - e jogue por cima, mas sem cobrir totalmente. Espalhe o queijo ralado à gosto e leve ao forno até o queijo derreter e o molho começar a borbulhar. Gosto dos legumes ainda crocantes. Eu costumo considerá-lo como prato único.




2-Arroz com brócoli 

Lave bem as folhas e as flores do brócoli. Passe as folhas no liquidificador com água suficiente para o cozimento da quantidade de arroz que você for preparar. É importante que elas não fiquem totalmente trituradas, portanto passe-as no liquidificador por poucos segundos. Reserve as flores do brócoli.
 Frite o arroz  crú no azeite com os temperos de sua preferência. Jogue a água com o brócoli por cima e deixe cozinhar. Quando o arroz estiver quase cozido, junte as flores. 

O arroz fica verdinho, rico em fibras e muito mais saboroso e nutritivo.





3- Salada verde com frutas

Quando a gente pensa em salada, o que vem à mente? Alface, tomate, rúcula... mas a gente pode também acrescentar frutas picadas, e fica ótimo! Costumo colocar manga, abacaxi, uvas sem caroço, morangos, maçãs e cerejas. As maçãs devem ficar um pouco de molho em suco de limão para não ficarem escuras. Para temperar, adoro fazer aquele tradicional molho à campanha que se usa em churrasco: azeite, vinagre, pimentões e tomates bem picadinhos e cheiro verde. Também finalizo com queijo ralado, croutons ou batata palha (em quantidades pequenas, só para dar uma "crocância"). 



4- Bolo Salgado de abobrinha

Ingredientes:

> 1 abobrinha grande e crua picada em cubos beeeeem pequenos;
> sal à gosto
> outros temperos à gosto;
> 4 colheres de sopa de trigo com fermento, 1 copo de leite, uma colher de sopa de manteiga  e dois ovos grandes para a massa 
> Muito queijo ralado grosso ( eu pelo menos, adoro!)


Preparo:

Passe o trigo, o leite, os dois ovos e a manteiga no liquidificador. Despeje a abobrinha picada com os temperinhos sobre uma forma untada e depois, por cima de tudo, coloque a massa (ela fica bastante aguada, mas é assim mesmo). Cubra com queijo ralado.
Leve ao forno quente até que você perceba que o queijo derreteu e começou a ficar um pouco marronzinho. Ou vá testando com um garfo até ele sair limpo da massa.

Você pode usar a imaginação e fazer bolo salgado de tudo o que sobra em casa: presunto, legumes, frango desfiado, etc... eu prefiro a abobrinha porque tem pouquíssimas calorias. 

Sempre que sinto que estou mais gordinha, uso estas receitas como pratos únicos por duas semanas e aumento o consumo de água. 




domingo, 12 de janeiro de 2020

Tem Chovido Tanto...










As águas caem desesperadamente de um céu calado.
Coração inundado,
Eu me pergunto:
Por que chove tanto?
Passei por tantas páginas neste recanto,
De gente que choveu para outros cantos...

Tem chovido tanto!
E as nuvens tão pesadas formam rostos brandos
Como fotografias que vejo passando,
De letras e de linhas que alguém teceu.

Tanta gente chegou,
Tanta gente se foi,
Tanta gente morreu!

(Talvez alguém me explique essa melancolia,
E o porquê dessa repentina
Inexplicável
Elegia).





segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

O Tapa do Papa




Há alguns meses publiquei no Youtube um vídeo sobre quando os gurus perdem a cabeça. Quem estiver interessado em assistir, basta acessar meu canal por lá, o Espiritualidade na Lata, ou procurar o link aqui entre os meus textos.

Quando assisti ao momento em que o Papa retribuiu com um tapa o entusiasmo de uma de suas fiéis admiradoras, confesso que fiquei chocada, mas logo eu me lembrei do meu vídeo e de outros gurus que também perderam a cabeça em outras ocasiões - dos quais falo em meu vídeo. Fiquei com pena da mulher, pois tenho certeza  que ela planejou aquela viagem durante meses, guardando dinheiro, comprando a passagem, esperando as férias chegarem, etc. Não sei dos motivos pelo qual ela agiu como agiu, agarrando o Papa pelo braço. Desespero, talvez?

Ao sentir-se tolhido em seus movimentos, sem nem olhar para ela direito,o pontífice puxou o braço com força, e desferindo um tapa na mão da mulher, nem tentou esconder o semblante enfurecido.


Uma cena estranha.

Sei que às vezes não medimos nossas reações à ações inesperadas, mas mesmo assim, acho que o Papa deveria estar preparado para lidar com o público com mais paciência, equilíbrio e consideração. Para acrescentar insulto à injúria, logo em seguida ele ainda falou contra a violência às mulheres. Uma ironia?

Na verdade, a maioria das pessoas anda sem paciência: para ler, para escrever, para esperar, para dialogar e interagir com as outras pessoas. Se alguma coisa nos incomoda, partimos logo para a ignorância. É como se o relógio da vida tivesse acelerado de repente, fazendo com que todo mundo quisesse tudo, e quisesse agora!

A árvore incomoda? Manda cortar! O texto é "longo demais? "Ah, não vou ler!" ! A opinião do outro incomoda? "Vou xingá-lo!" O ônibus está demorando? "Vou reclamar do motorista!" E todo mundo anda agindo sem pensar, sem refletir, baseados naquilo que faria com que suas insatisfações momentâneas fossem resolvidas de uma vez - mesmo que isso prejudique alguém. 

Falta tempo para pensar antes de agir. Mas sobra tempo para dedicar a coisas que não trazem nenhum retorno ou crescimento. Tempo esse que é jogado fora no exercício da superficialidade.





sábado, 28 de dezembro de 2019

Lamentável!


Meu jardim e algumas das minhas árvores






Moro há quinze anos nesta mesma rua. O que me atraiu a esta casa em especial, foi uma árvore: já contei aqui e em meu canal no Youtube como meu cão praticamente me arrastou para esta rua durante um passeio e sentou-se para descansar bem na frente da casa onde eu moro atualmente. Ao olhar para o jardim, deparei com um lindo e imponente cipreste bem no meio do gramado, e imediatamente, me apaixonei por ele e pelo lugar, e meu desejo de viver nesta casa, junto a esta árvore, explodiu no universo, e como num passe de mágica, as engrenagens da vida me trouxeram uma série de sincronicidades que me colocaram em contato com pessoas que me ajudaram a realizar este meu sonho.

Já vivendo aqui, sempre considerei este lugar mágico, pois é cercado de árvores e montanhas por todos os lados. Adoro acordar de manhã com o canto dos passarinhos, amo colocar comedouros com frutas para eles nas árvores e observá-los enquanto se alimentam e constróem seus ninhos por aqui. Eu adoro a natureza! Não consigo me imaginar vivendo em um lugar onde não existam árvores. 

Há alguns meses, porém, ao abrir meu portão, deparei com homens carregando motosserras e se infiltrando na mata. Tentei argumentar com eles, dizendo que o local é cheio de minas d'água e que as árvores são protegidas por lei, mas não me deram ouvidos; porém,  consegui que me dissessem quem tinha encomendado o desmatamento. 

fotos do estrago sendo perpetrado



Em cima da minha caixa d'água, que é abastecida por uma das minas locais, eles planejavam a destruição dos bambus - que felizmente, consegui impedir. Na foto, abacateiros que teriam sido cortados se eu não tivesse me manifestado.



O motivo era o mais absurdo possível: as árvores fazem sombra à casa. Ora, me perguntei, será que ninguém pensou nisso antes de construir junto a uma mata atlântica? Após tentar conversar com as pessoas sem obter sucesso (sequer atenderam aos meus telefonemas), fiz uma denúncia à Secretaria de meio-ambiente. Não acho justo que alguém penetre em uma mata que sequer lhe pertence e perpetre o absurdo que eu testemunhei - ninhos de pássaros sendo destruídos, árvores frutíferas sendo ameaçadas - graças a Deus, estas eu consegui salvar - e espécies protegidas por lei sendo derrubadas apenas por estarem "incomodando." Hoje, ao sair no portão de minha casa, vejo algumas caras feias me olhando, pois foram notificados e receberam multa pela derrubada das árvores, e alguns dos outros vizinhos tomaram suas dores, mas não tenho medo de caras feias e faria tudo novamente. Se tiver que escolher entre a companhia de árvores e a companhia de gente egoísta, prefiro as primeiras, sempre.

Agora de manhã, outra surpresa desagradável. Na casa do meu vizinho dos fundos, onde havia árvores frutíferas e espécies em extinção que estão na lista do IBAMA, que atraiam várias espécies de pássaros como sabiás, bem-te-vis, gralhas, maritacas, sanhaçus, saíras, tucanos e outras mais, estão sendo cortadas. Embora estejam dentro do terreno dele, lamento profundamente pela sua decisão de cortar  as árvores. Não denunciei apenas porque isso não impediria o corte das mesmas, pois os órgãos competentes não vêm ao local imediatamente após a denúncia, e respeitei-o pelo fato das árvores estarem em seu terreno particular. Só pude assistir enquanto as árvores eram desumanamente derrubadas e feitas em pedaços. Um tucano gritava em uma árvore mais distante, e pássaros que estavam acostumados a sentarem-se nos galhos das árvores derrubadas e se alimentarem delas todas as manhãs, observavam de longe, nas copas de outras árvores.

O que resta da paisagem agora são telhados vizinhos e um enorme buraco vazio, do tamanho da ignorância de quem o encomendou. Lamentável.

Ando pelo meu jardim e fico me perguntando por quanto tempo poderei proteger as minhas árvores. Quando eu morrer, aquele que ficar com a casa fará dela o que quiser. Não temos herdeiros, e o destino das minhas árvores é a minha única - e inútil - preocupação após a minha morte. Só espero, sinceramente, que alguém se apaixone por elas, como eu.

É uma pena que em épocas de aquecimento global as pessoas ainda não tenham compreendido o que significa uma árvore. De maneira hipócrita, protestam pelo desmatamento da Amazônia, que infelizmente, vem acontecendo há muitos anos, enquanto pagam homens com motosserras para destruir as florestas que estão junto a eles, e tudo por puro egoísmo e vaidade.



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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Feliz Natal!


Passando rapidinho para agradecer as interações e desejar aos amigos do blogger uma Feliz Noite de Natal!!!

Que tudo seja mágico nesta noite mágica. 




quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Minhas Assombrações






Decidi escrever este texto após uma aula que dei utilizando um texto sobre uma família que viveu em uma casa assombrada - pelo menos, era o que eles pensavam: viam 'seres estranhos', escutavam ruídos no meio da noite, tinham a sensação de estarem sendo observados e sentiam-se doentes e exaustos o tempo todo; enfim: suas vidas tornaram-se um verdadeiro filme de terror, até que descobriram que todos os seus fantasmas e assombrações vinham de um vazamento de gás! Sim, isso mesmo: eles estavam sendo contaminados por monóxido de carbono, um gás que envenena e causa alucinações.

Bem, também tive minhas interações com supostas almas do outro mundo; vamos a algumas delas:

Moro em um local onde existem muitas árvores, e do outro lado da rua, em frente à minha casa, há uma mata. Quando nos mudamos, eu estranhei um pouco o silêncio das noites, e às vezes me sentia um pouquinho amedrontada. Hoje já estou acostumada, e adoro! Numa daquelas noites, após a saída de meu último aluno (dou aulas particulares de inglês em casa) eu estava na sala de jantar fazendo algumas anotações quando de repente algo grande e negro bateu asas ruidosamente sobre a minha cabeça. Olhei para cima, mas a criatura havia desaparecido.  Levei um baita susto! Meu marido ainda não tinha chegado, e apavorada, fui para o canil e fiquei com meus cachorros lá até a chegada do meu marido - que ocorreu quase duas horas mais tarde.

Com o tempo, descobrimos que há morcegos enormes por aqui, e como tenho a mania de deixar sempre as janelas escancaradas, eles entram em casa, dão uma voadinha de 'boa noite'  e saem logo. 

Recentemente, nos deitamos para dormir quando começamos a escutar as escadas de madeira estalarem. Existem alguns degraus que estalam quando a gente os usa para subir ao segundo andar, onde ficam os quartos. Pensei ter sido apenas uma contração da madeira, mas de repente, eles começaram a estalar repetidamente, como se alguém subisse as escadas! Cutuquei meu marido, já pensando no que fazer para enfrentar os bandidos ou assombrações que vinham em nossa direção. Ele abriu a porta do quarto devagar e observou: um gato preto de olhos de esmeralda nos olhou de volta, apavorado. Quando tentei alcançá-lo, me perguntando como ele tinha entrado e o que estava fazendo ali, ele desceu as escadas correndo e sumiu dentro de casa. Não consegui achá-lo e nem sei por onde ele entrou e saiu até hoje! Abri a porta da frente esperando vê-lo passar por mim ao sair, o que não aconteceu. Bem, esse gato é um mistério.

Uma manhã, meu marido dormia ainda quando ele entreabriu os olhos e viu alguma coisa passar pelo chão, circulando  a cama. Sentiu um arrepio subir pela espinha. Levantou e olhou, mas nada viu. Aquilo se repetiu durante algumas manhãs, até que ele finalmente descobriu o fantasma: um gato amarelo enorme que estava entrando e saindo todos os dias pela janela do banheiro!

Todo mundo sabe que fantasmas interferem nas conexões elétricas e até mesmo no sinal de Wi-fi! Minha internet andava muito ruim, falhando de repente. Um dia, decidi ir ver a antena de Wi-fi, que ficava na garagem da casa e jogava o sinal para dentro através de um repetidor. Quando olhei para cima, o que eu vi me assustou e logo em seguida me fez rir: havia um enorme gambá alojado em cima da antena de Wi-fi. Foi um custo convencê-lo a ir embora.

Se eu acredito em fantasmas? Claro que sim! Mas acho que a maioria deles, quando trazidos à luz do bom senso, são facilmente explicáveis. E você: acredita em fantasmas?







segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Minha Noite de Natal



A convite de Rosélia, escrevo minha participação em sua mais recente B.C!

Grata pelo convite, Rosélia!



Alguns veem sempre à mesa
Muitos lugares vazios,
Mas eu prefiro não crer
E aceito o desafio

De ver todas as cadeiras
Ocupadas com memórias
De escutar no meu silêncio,
As nossas velhas histórias...

Minha mãe, meu pai, Ricardo,
Meu avô, alguns amigos,
Que se foram, convidados
Estarão, trarão sorrisos,

Pendurei suas memórias
Como enfeites de Natal
Que estão por toda a casa,
E afugentam todo mal

Que se atreva a chegar perto,
E ao invés de um deserto,
Tocarão eternos sinos
Que encantarão a noite
Deste nosso Deus Menino.








Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...