witch lady

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terça-feira, 12 de março de 2019

Um Dia










Um dia é só um dia,
Pó que cai sobre as prateleiras do tempo.
Um dia após outro dia, após outro dia, após outro dia...

Um olhar pode durar um segundo,
E mesmo que nunca haja um segundo olhar,
Ele pode ficar para sempre, para sempre, para sempre...

Como a vida é estranha,
Como a vida é sagrada,
Como a vida se entranha,
E faz eterna morada
Nas coisas incompreendidas!





A Cidade das Luvas Perdidas







Penduradas nas grades do Central Park,
Caídas nas calçadas, sem um par,
Sobre a neve, sob a chuva e a geada,
Jazem as luvas esquecidas que alguém deixou cair.

Nunca mais serão usadas em nenhum aceno,
Não serão colocadas nos bolsos,
Após tiradas às pressas numa loja quente,
Por alguém que inconscientemente se despoja
De um acessório inconveniente.

A quem pertenceram essas luvas caídas? 
São pretas, marrons, cinzentas, 
Verdes, de lã, de couro, de feltro,
De grife, ou de “street vendors,”
Todas têm em comum uma caraterística ímpar:
Seus pares se foram, e elas, ficaram esquecidas.

Às vezes, acabam nas mãos estendidas
De bonecos de neve, dedos em galhos
Frangalhos fotografados por turistas,
Os fios usados nos ninhos dos esquilos.

Nas calçadas da Times Square, na Quinta Avenida,
Elas são pisoteadas, varridas pelo vento, congeladas,
Até que alguém as descarte finalmente,
E elas nunca mais sejam vistas,
 -Como se fossem pessoas falecidas.




domingo, 24 de fevereiro de 2019

Cada Vez Entendo Menos...





Cada vez entendo menos a volatilidade da mente de certas pessoas. Observando suas postagens em redes sociais, reparo que muitos gostam de alternar ideias totalmente opostas, que não se encaixam em nenhum senso de lógica coerente.

O problema, não é o idealismo político diferente do meu. Todos têm o direito de pensar diferente, mas não consigo aceitar que pessoas de bem possam apoiar certas coisas. Para que me compreendam melhor, falo da situação das pessoas na Venezuela. 

 Abaixo, separei alguns exemplos daquilo que eu me lembro de ter visto por aí, em postagens alternadas nas páginas de alguns ex-amigos – ex sim, pois não aguento mais isso – no Facebook; baseado em fatos tristemente reais:

Postagem 1 – “É uma maldade o que o Governo está fazendo com os aposentados no Brasil! Daqui a pouco, não terão mais dinheiro nem para comer!”

Postagem 2 – “O povo venezuelano que tenta fugir do país são traidores da pátria!”

Postagem três – (Figuras com ursinhos, florezinhas, desenhos de cachorrinhos e gatinhos, e um “Bom Dia! Deus te ama!”), acompanhado de: “Agradeça todos os dias pelas pequenas bênçãos que Deus coloca em sua vida!”

Postagem 4 – “Somos Resistência! Vamos derrubar o governo! Ninguém larga a mão! Vamos derrubar o governo!

Postagem 5 – Uma oração pela paz mundial.

Postagem 6 – Fotos de uma mulher defecando sobre retratos de pessoas com quem ela não concorda, e um convite para ‘botar para quebrar’ em uma passeata.

Postagem 7 – “Controle de natalidade é coisa de governo Fascista! Todas as mulheres têm o direito a terem quantos filhos desejarem! Ser mãe é um dom divino!

Postagem 8 – Fotos de mulheres fazendo sexo com a extremidade de uma cruz em local público, bonecos sujos de sangue simulando um aborto e os dizeres: “Sou dona do meu corpo!”

Postagem 9 – “O Bolsa Família é essencial para que as pessoas mais pobres não passem fome!”

Postagem 10 – “Bolsonaro não tem nada que mandar ajuda humanitária para a Venezuela! Deixem Maduro em paz e cuidem dos próprios assuntos!”

Postagem 11 – “Sejamos um caminho de luz para aqueles que estão nas trevas!”

Postagem 12 – “Força, Maduro! Estamos juntos nessa!”

Postagem 13 - "Sou contra as armas. A paz não se conquista através delas.  Eu sou da paz!!!"

Postagem 14 - "Somente mudaremos o país quando derramarmos sangue!!!"

Postagem 15 - "Todos têm direito a postar o que quiserem em suas páginas! Se não concorda comigo, não venha aqui!"

Postagem 16 - (na página da gente, em forma de comentário:) "Você não passa de uma fascistazinha de merda!"

E como já estou cheia dessa gente, ando excluindo tais criaturas da minha página e da minha vida. Não me interessa ter amizades com pessoas que apoiam que outros seres humanos morram aos poucos de fome, e pessoas que dão suporte a ditadores sanguinários.

É muito gasto de energia com gente que não vale a pena.




terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Prática Espiritual






Eu acredito na espiritualidade. Para mim, somos bem mais do que esse corpo físico e essa vida material. Eu escolhi acreditar nisso, escolhi enxergar a vida desta forma. Por este motivo, todos os dias eu guardo tempo para minhas práticas espirituais – que são privadas, pessoais, não invasivas, não conectadas à denominações religiosas específicas, mas uma mistura de tudo o que eu gosto e faz com que eu me sinta bem, e que não pretendem provar nada a ninguém. 

Acho que todo mundo deveria ter uma prática espiritual, não importa qual seja ela. Quem gosta de religião, que o faça dentro da sua religião; por exemplo, quem não gosta do catolicismo, que cultue a natureza, Gaia, Shiva, Pan ou seja lá o que for que lhe deixe feliz. Até mesmo os ateus podem ter uma prática espiritual, ou seja, que cultuem a vida em si, as oportunidades que ela oferece, momentos calmos escutando música, ou o Nada Absoluto. 

Quando começo meu dia com as minhas práticas espirituais, me parece que ele é mais leve e rende bem mais. Se por algum motivo eu não posso, pelo menos dirijo uma oração curta ao firmamento. Também acho importante agradecer, todos os dias, por tudo. Mas tudo o que? Bem, a água correndo das torneiras, meus cachorrinhos, minha casa, a comida sobre a mesa todos os dias, roupas, livros, família, trabalho e até mesmo pela Netflix. Por que não, se ela me proporciona momentos tranquilos e felizes de distração e relaxamento?

A prática espiritual provavelmente não vai transformá-lo em Buda, trazer-lhe a Iluminação ou colocá-lo em estado alfa, gama ou beta; não vai colocá-lo em contato com ETs, nem trazer-lhe a imagem de Cristo revelada. Não vai transformar você em um ser perfeito, que não se aborrece, compreende todo mundo o tempo todo, não xinga, não comete erros e não se exalta. Você continuará sendo um ser humano. Terá defeitos e enfrentará problemas. Sua vida não se tornará um suceder-se de acontecimentos felizes e perfeitos. 

Mas você se sentirá mais forte e preparado para vive-la. Será mais feliz sim, embora não seja feliz o tempo todo. Sua fé aumentará, e ajudará você a confiar em si mesmo e tomar decisões mais acertadas. Poderá também atrair acontecimentos mais felizes, já que a prática espiritual ‘limpa’ seu campo energético. Também vai ajudar você a se manter seguro contra energias negativas emanadas de outras pessoas, lugares ou até de si mesmo. O principal: você se transformará em uma pessoa mais tranquila e centrada. É claro, terá ainda seus arroubos de fúria, pois como eu disse anteriormente, a prática espiritual não o transformará em Buda ou em Cristo. Mas tais acontecimentos serão bem mais raros, e você vai se recuperar deles muito mais rapidamente. 

Experimente. 




segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

DOAÇÕES - ou Para Quem Ficarão Suas Coisas, Quando Você se For?








Todos os dias, quando abro minha página no Facebook, eles me perguntam se gostaria de deixar meu tipo sanguíneo para fazer alguma futura doação de sangue. Bem que eu gostaria, e com certeza o faria regularmente, caso não tivesse sido vítima de hepatite antes dos dez anos de idade, o que me impossibilita de doar sangue ou órgãos. 


Mesmo assim, gostaria de ir embora deste mundo sabendo que fiz alguma coisa útil por alguém, e por isso, pretendo fazer um documento doando meu corpo à uma faculdade de medicina para que as pessoas possam aprender alguma coisa através dele.


Não tive filhos e não tenho herdeiros. Nem tenho nada de substancial para deixar, materialmente falando, a não ser metade de uma casa simples. E quanto a isso, eu já tomei minha decisão, e dentro em breve, tomarei também as medidas legais a respeito: a minha metade da casa, após a morte de meu marido, será doada a uma instituição – talvez o GRAAC, com quem simpatizo e a quem em 2012 doei toda a renda que arrecadei com a venda de um livro que lancei, através do pagamento de um boleto. Não foi muito, porém, mas foi tudo, absolutamente tudo o que eu consegui. 


Não sou uma pessoa apegada a bens materiais, embora eu tome muito cuidado com tudo o que tenho e ame as coisas que conquistamos ao longo da vida, pelas quais sou muito grata. Não pretendo ter mais, e nunca pretendi ser milionária, a não ser que o dinheiro me chegasse como uma dádiva. 

Trabalhar duro feito louca a fim de ficar rica nunca foi meu objetivo. Mesmo assim, sempre trabalhei e sempre cobri minhas despesas, pois nunca gostei de ‘ficar nas costas’ das pessoas. Acho que todo mundo deve trabalhar para viver, ao invés de contar com heranças e outras facilidades.


Amo demais a minha casa! Ela é o retrato daquilo que sou e de tudo o que amo, tanto material quanto espiritualmente falando, e realmente gostaria que ela cumprisse uma missão espiritual. Assim será feito. 





quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Desapegando dos Meus Paninhos de Prato







Há meses venho planejando arrumar minhas gavetas de panos de prato. Isso mesmo, no plural: gavetas! Tenho muitos, e recentemente estive um uma loja em Juiz de Fora – lindíssima, por sinal – onde comprei dois conjuntos novos, prometendo – a pedido do meu marido, que estava comigo quando os comprei – que faria uma limpeza geral nas gavetas. Ele disse: “Mais panos de prato? Mas você já tem tantos!” Ele tem razão. Mas eu sou uma mulher estranha, uma espécie em extinção, do tipo que ama paninhos de prato e coisinhas para a casa. Quer me dar um presente, mas não sabe o que comprar? Panos de prato! 

Adiei o quanto pude, até que hoje de manhã, eu disse a mim mesma: “É hoje; ou vai ou racha!” E abri minhas gavetas, retirando-as do lugar e colocando-as no chão da cozinha, em volta de mim. Sentada no chão, comecei a examinar as gavetas. Tinha alguns já bem amarelados, de tanto ficarem guardados, pois não dou conta de usar todos os que tenho; outros – meus favoritos – já velhinhos, meio puídos, são os que “enxugam bem.” Ah, esses eu não posso tirar! 

No meio do processo, meu marido aparece na cozinha para tomar café da manhã: “Finalmente!” E de soslaio, ele me observa, enquanto dobro e coloco de novo na gaveta os panos mais velhinhos. Ele arrisca: “Ana, isso não está velho demais não? Por que não joga fora?” Pensei: como jogar fora os meus melhores panos, os que enxugam? Mas novamente, ele tem razão. Mas só que não. Não dá para jogar fora. Ele parece ler meus pensamentos, e sugere: “Estou precisando de uns paninhos velhos na garagem, para limpar o carro. Você podia deixar alguns lá!” Essa possibilidade me anima: melhor do que jogar fora. Ele escolhe dois. Apenas dois. 

Então me animo, e separo alguns para deixar guardados na área de serviço, como panos de limpeza. Ainda sobram muitos depois disso! Decido coloca-los junto com as roupas que separei para doação. Meu marido ergue as sobrancelhas, e sei exatamente o que ele está pensando: ”Quem vai querer ficar com isso???” Respondo: “Podem ser úteis para alguma coisa! E se não quiserem, que joguem fora.” 

E recomeço a separar os panos. “Olha esse! Compramos na viagem para Natal, lembra?” Ele concorda, e me aponta um outro que trouxemos de Recife, todo bordado e amarelado. Mostro a ele um verde com um desenho de um pescador, que tenho desde que nos casamos (meu marido adora pescar, e alguém nos presenteou para brincar com ele). Passamos por um conjunto que tem os dias da semana, um em cada paninho. “Lembra desses? Ela me deu dois pacotes. Deve ter sido difícil para ela pagar por eles...” A pessoa que nos presenteou não tinha boas condições financeiras, e já faleceu. Não tenho todos, a maioria já gastou, mas sobraram a segunda, duas quintas e uma sexta. Separo dois para a área de serviço e guardo os outros na gaveta. 




Ele se despede para ir trabalhar, mas antes olha um todo bordado, feito pela mãe dele. “Esse aqui não foi a minha mãe que bordou?” Concordo, e ponho de volta na gaveta. E tem aquele outro, presente de aniversário da fulana. E outro que compramos naquela viagem à parte histórica de Minas. Um de Fortaleza. Um lindo, com um cordão de papais-noéis em croché na borda, daquela lojinha fofa de Itaipava que infelizmente, já fechou. 

Enfim: tive que fazer um esforço para me desapegar de alguns deles, mas acabei arejando bastante as gavetas. Antes, eu precisava de três gavetas, e agora ocupo apenas duas. Aproveitei a que ficou vazia para guardar alguns utensílios de cozinha. 

Os paninhos de prato são lembranças de lugares por onde viajamos, momentos felizes que vivemos, presentes de pessoas que já não estão mais aqui e de outras que ainda estão e que são tão queridas... tenho alguns presenteados por alunas e ex-alunas, pessoas de quem eu gosto muito. 

As pessoas que vão receber alguns deles, mesmo que amarelados, não fazem ideia do carinho que tenho por eles. Espero que eles sejam usados; espero que alguém enxugue sua louça com eles, ou limpe a sua cozinha, e que seja num dia de festa muito feliz, entre conversas na cozinha e música tocando na sala.




terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

UTOPIAS DESOBEDIENTES





Este texto surgiu de uma discussão online onde as pessoas argumentavam sobre Henry David Thoreau e sua utópica, porém não menos valiosa, obra. Li dois de seus trabalhos: Walden e A Desobediência Civil. Gostei de Walden, pois fala da vida entre as belezas da natureza e as importantes reflexões que momentos de solidão e contemplação podem nos trazer.


Porém, temos que levar em conta dois fatores:


-A propriedade rural na qual Thoreau construiu sua cabana minimalista para provar sua teoria, era emprestada do amigo Ralph Waldo Emerson. Finda a experiência, que durou dois anos, ele retornou para a cidade a pedido do proprietário da casa.


- Algum tempo depois de ir viver lá, ele foi preso por não pagamento de impostos ao Governo americano “opressor e capitalista”, mas teve sua fiança paga pela tia. Caso contrário, teria ficado na prisão durante bastante tempo, pois todos sabemos que sonegação de impostos nos Estados Unidos dá cadeia.


Ou seja: teorias bonitas e utópicas funcionam muito bem quando temos amigos e parentes ricos que as sustentem. Viver na natureza, em total desobediência civil, pode ser uma experiência enriquecedora que irá funcionar muito bem por algum tempo, mas não durante uma vida inteira, e jamais em larga escala. E mais enriquecedora ainda será tal experiência quando aquele que a desfrutou puder escrever livros e garantir sua sobrevivência através deles – Thoreau ganhava a vida como professor de Liceu, segundo consta em sua biografia.


As pessoas parecem pisar em nuvens de éter nos dias de hoje. Talvez devido ao mundo violento em que vivemos, aos problemas econômicos, políticos e sociais que enfrentamos, exista em todos nós um desejo de encontrar soluções rápidas e mágicas para nossos problemas. Daí surgem os gurus, as novas religiões e as novas práticas. Porém, tenho observado que todos os gurus têm vidas curtas – basta ver o que aconteceu recentemente em Abadiânia.


A teoria bonita e vazia de que o pensamento positivo tudo pode, tudo cura e tudo cria, morre no exato momento em que os gurus e líderes religiosos que as pregam precisam de tratamentos médicos em hospitais regulares, usando a medicina alopática. Ou então quando seu lado humano e imperfeito vem à tona – e ele quase sempre vem; quando não vem, é porque eles o souberam esconder muito bem, o que está ficando cada vez mais difícil em tempos de internet, celulares com câmeras e filmadoras que gravam tudo e postam em redes sociais.


Acredito piamente que o pensamento positivo e os tratamentos alternativos sejam essenciais para todo aquele que quer ter uma vida feliz e saudável, mas eles não resolvem problemas econômicos nem salvam ninguém de uma doença grave, embora possam ajudar-nos a enfrenta-la com coragem e até mesmo ajudar na cura.


Sejamos realistas: viver em meio à natureza pode ser bonito e mágico durante alguns dias, quem sabe, alguns meses, mas logo sentiremos falta de tudo o que o progresso pode nos fornecer: água corrente, eletricidade, conexão de internet, ar condicionado, aquecedores, etc... porque nós nascemos para progredir, e não para ficarmos estacionados no tempo.


Nossos espíritos querem fluir, mas ao mesmo tempo, para que isso aconteça, precisamos ter condições de bancarmos os nossos corpos. Ninguém será feliz dormindo em um buraco no meio de uma floresta.


A Bed Peace de John Lennon e sua histórica canção “Imagine” são lindas utopias que nos fazem lembrar de coisas essenciais ao espírito; mas não nos esqueçamos de que ele passou seus últimos dias em um país capitalista, desfrutando dos confortos de um apartamento luxuoso com vista para o Central Park.


Tudo é muito bom quando temos a cabeça nas nuvens e os dois pés bem plantados no chão.





sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Recomeço









E tudo começou de novo,
O fim do mundo, 
Os ponteiros do relógio que marcam
Dois minutos apenas
Para a meia-noite.

Tragédias, assaltos, doenças,
Partilhas funestas e tristes,
-Quero sair deste corredor,
Onde tudo o que existe é a dor!

Preciso de um pouco de ar,
Preciso de letras amenas,
Preciso, quem sabe, de alguns poemas...

Abro as janelas do lado leste,
E deixo que entre a luz do sol,
Nascendo, em raios que se espalham em leque
Cobrindo de arco-íris o chão da sala!

Quero saber de pássaros, de árvores, de verde,
Pelo amor de Deus, que me mandem
Boas notícias
-Mas que sejam verdadeiras!

Porque o mundo, meu amigo, o mundo,
Ainda vale a pena, em algum lugar,
Ainda existe alguma coisa que preste,
E esse lugar, é quando eu fecho as janelas ao sul
E abro as janelas ao leste.

Não, eu não quero tudo de novo!
Eu quero tudo novo!





Quedas nas Visitas





Registrei uma queda brusca nas visitas aos meus demais blogs. Nem é uma queda, mas um despencamento total. Um evento repentino, que, acredito, deve ser devido ao fim do Google+, onde eu tinha mais de dois mil seguidores. Sem poder  partilhar as postagens por lá, acredito que após o encerramento final, que se dará em abril, o mesmo acontecerá com outros blogs por aqui...

Acredito mesmo que poderá significar o fim da era dos blogs. 

Alguém mais aí notou queda nas visitas?







segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

De manhã, no Meu Cantinho


Esta foto foi obtida na sexta-feira de manhã bem cedinho. É do meu pedacinho de jardim, que é pequeno, mas é o lugar do mundo onde eu me sinto mais à vontade. Quem chega logo percebe que ele não é um daqueles jardins milimetricamente arrumados, as plantas separadas em canteiros. Tudo cresce meio que sem direção, aonde bem entender, e a gente carpe o mato e corta a grama. 




É um jardim meio-bagunçado, onde os cães correm e arrancam pedaços de gramado. Existem alguns buracos aqui e ali, mas deixar os cães presos para não estragar as plantas é algo totalmente fora de cogitação.

Algumas das plantas que eu tenho foram presenteadas ou pegas na rua, sobras de outros jardins. Algumas pessoas adotam crianças, outras adotam cães. Eu adoto flores e plantas que os outros jogam fora. Das plantas que nós compramos, poucas sobrevivem, pois não sou muito habilidosa para plantá-las. 




Parece que as mudas de plantas que compramos em lojas são super adubadas para que cresçam rápido, e depois que as plantamos, elas simplesmente desanimam, sentindo falta da dose cavalar de adubo com a qual eram alimentadas.

Também não gostam muito de xixi de cachorro.




Meu cantinho me cabe muito bem. Não é perfeito, pois eu não gosto da perfeição pela artificialidade que ela me passa. Não me sinto confortável em ambientes onde tudo é milimétrico, as paredes são todas de uma cor só, as plantas são alinhadas em fileiras e os cães não podem brincar.




Eu gosto do verde que cresce livremente. Adoro árvores, muita sombra e cantinhos escondidos onde se pode sentar e ler um bom livro. 

Este é o meu cantinho especial.








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O Vento







O vento passou pelos sinos,
Sacudindo-os em nervosos tilintares.
Trouxe cheiros de flores, de florestas e de mares,
Levou pensamentos cinzentos.

Assoviou entre as folhas das árvores,
Derrubando algumas que estavam distraídas,
E que não se agarraram suficientemente 
À vida.

O vento, quando passa, modifica tudo:
As plantas, as nuvens, as borboletas, 
Que giram no ar como em pobres roletas
Que a vida assopra e dissipa pelo mundo.

Pelo corredor da minha casa, flores de outros quintais
Jazem à sua sorte e esperam por uma morte
Que há poucos minutos, sequer lhes ocorria.

Assim somos nós, quando o vento nos beija:
Cerejas derrubadas dos ramos,
Panos secando nos varais da vida,
Borboletas girando sem direção,
Folhas arrancadas de árvores sofridas...





Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...