witch lady

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sexta-feira, 1 de junho de 2018

O Furacão - conto completo




Não, não há necessidade de explicações. Principalmente porque ninguém estaria interessado em ouvi-las. Se eu fechasse a porta nesse instante, se eu me desintegrasse, sumisse, ou então se de repente eu decidisse fazer um discurso, escrever cartas, explicar-me – não haveria ninguém que quisesse me ouvir. Porque ninguém está interessado em compreender as razões alheias, mas apenas criticar, apontar, acusar, escarnecer. 

Mas eu sinto que enquanto eles se ausentam, pairando sobre mim como se eu fosse uma carniça apodrecida num deserto, eles me olham. Me assistem. Tomam conclusões ao meu respeito. Acima de tudo, eles me julgam. Fazem questão de permanecerem distantes para que possam demonstrar, nem que seja pelo esforço dirigido, a sua indiferença. (Existe indiferença através do esforço dirigido?) Eles desejam a minha atenção à sua desatenção. Se eu falasse, virar-me iam as costas; se eu gritasse, tapariam os ouvidos – embora eles pudessem me escutar perfeitamente, fingiriam que não. Porque é mister que eles me magoem. Querem ter certeza de que seus esforços sejam recompensados, ou seja, que eu me sinta menos. 

Razões? Cansei-me de procurá-las. Explicações? Cansei-me de dá-las. Os sinos tocaram centenas de vezes, os laços foram tão repuxados, que acabaram esgarçados. E um dia, após um puxão mais forte, romperam-se. E quando eles arrebentaram, abrindo comportas de toneladas de água que formaram um rio de distâncias, só eu ouvi. Eles não ligaram. Talvez achassem que eu acabaria, como sempre, tomando o primeiro barco de volta ao porto. Se estranharam ou não, também não sei. Nunca me disseram. Nunca me perguntaram nada. Se falaram alguma coisa a respeito de mim, nunca fiquei sabendo. 

A vida sempre continua. Não importa o que aconteça, ela sempre segue em frente – com ou sem o nosso consentimento, com ou sem a nossa participação. Ou nós a conduzimos ou seremos pisoteados por ela, e eu decidi que gostaria de conduzi-la, afinal. 

Diga centenas de sins a vida toda; seja cordato, solidário, condescendente, maleável, bondoso, compreensivo. Perdoe tudo. Perdoe sempre, e esqueça sempre. Recomece milhões de vezes. Dê razão a quem não a tem. Seja sempre aquela pessoa adorável e sempre disponível. 

Diga não apenas uma vez. Ou apenas diga que vai pensar – às vezes, é o suficiente para que passem a odiá-lo e desprezá-lo com todas as forças. Você será relegado ao último lugar da fila, e finalmente, você será esquecido. Você será alvo de vinganças e de maledicências. Atreva-se a dizer não, se tiver coragem.
E será nessa hora que você enxergará a verdade, aquela mesma verdade que vinha batendo à sua porta tão insistentemente quanto um vendedor de enciclopédia, mas você fingia que não estava em casa ou que não escutava, porque abrir a porta teria significado a necessidade de rompimentos, mudanças, separações. 

O problema com a verdade, é que no momento em que nos atrevemos a dar uma olhadinha para ela, nem que seja de rabo de olho, nunca mais conseguiremos cobrir tudo com o velho véu cor-de-rosa de sempre. Um pequeno vislumbre e terá sido o suficiente para que ela derrame suas cores fortes no nosso campo de visão, e eu prometo que nada nunca mais será como antes, pois quem enxergou a verdade uma vez, nunca mais conseguirá conviver com a inverdade ou remendar o pano da vida com as linhas doces da mentira. 

Não é nada fácil descobrir como os outros nos veem realmente. Não é fácil descobrir que estamos e sempre estivemos irremediavelmente sozinhos. Mas depois, fica mais fácil quando a gente se acostuma e aceita. Com o tempo, vai ficando cada vez mais fácil. Haverá muitas recaídas, nas quais você há de se perguntar se não seria possível voltar atrás e reencontrar aquele velho e conhecido caminho, por onde você já passou centenas de milhares de vezes, mas descobrirá que não; uma vez que a escolha foi feita, não há como retornar ao velho caminho. O que existe adiante é apenas... uma estrada incógnita. Uma história que você terá que aprender a escrever sozinho, sem as penas alheias, sem os direcionamentos alheios. Você sentirá medo e solidão. Depois, compreenderá que todo caminho é difícil no começo, e que a solidão é tudo o que você sempre teve. Porque ela é tudo o que todo mundo sempre teve, mesmo os que não enxergam isso. 

Como olhar no espelho e tentar reencontrar velhos rostos traçados pela linha da falsa aparência? Não há como jogar com a verdade. Ela não tem parceiros de jogo, ela só tem súditos. É ela quem comanda tudo, embora seja paciente até que a descubramos. E para que isso aconteça, será preciso que haja muitos tombos e decepções, muitas lágrimas e traições, muito medo sob os véus cor-de-rosa.

A gente espera que as pessoas mudem. A gente espera que o sofrimento seja como uma bigorna na qual todos somos moldados, assumindo novas formas mais condizentes com o que se espera dos relacionamentos e convivências. É difícil descobrir que existam pessoas a quem o sofrimento nada causa; elas não se deixam moldar. Choram, imploram e rezam enquanto estão sofrendo, fazendo promessas de que se conseguirem tal e tal coisa, tornar-se hão pessoas melhores; mas quando a nuvem de poeira finalmente baixa, elas voltam a ser como sempre foram. Porque elas não mudam. E descobrir isso é realmente frustrante. A dor deveria unir; pelo menos, é isso que dizem todos os poetas. Ou quase todos. Mas muitas vezes, a dor separa, e a perda é como a cola que unia as páginas de um livro e que se quebrou, e as páginas passam a voar por aí sem direção ao primeiro vento.

E diante disso tudo, você descobre que seu caminho será solitário. Você perdeu o respeito pelas pessoas que deveria respeitar, porque descobriu que elas nunca respeitaram você. Você percebe que passou anos desperdiçando seu amor com quem nunca o amou. Dedicou seu respeito e sua consideração a quem jamais mostrou reciprocidade. Mas se você puder ser forte, perceberá que foi melhor assim. Porque nada o deixará mais forte do que sentir-se fraco algumas vezes. Nada abrirá mais os seus olhos do que uma coleção enfileirada de desilusões de todos os tipos. Nada fará com que você reconheça melhor a verdade e as dissimulações do que cair em armadilhas de mentiras várias vezes na vida. Nada o deixará mais forte do que chorar lágrimas amargas pelo que perdeu, e perceber que no final das contas, você nunca realmente teve aquilo que pensava que tinha. 

E então, um dia você acorda e percebe que não perdeu nada. Quem perdeu foram eles. 

O que dirão de você o escandalizará, até que chegue ao ponto em que só o fará rir: você será chamado de orgulhoso, distante, frio, incompreensível, difícil, preconceituoso. Servirá como um espelho para que eles recitem seus próprios defeitos enquanto pensam que estão falando de você. 

De longe, você vai observar os mesmos velhos jogos sendo jogados, as mesmas armadilhas e trapaças sendo armadas, as mesmas velhas regras sendo recriadas e burladas, as promessas sendo quebradas, e dará graças por não estar mais no meio daquele furacão. 






SEM










Pão sem sal ou glúten,
Doce sem açúcar,
Café sem cafeína,
Manteiga sem gordura,
Leite sem lactose,

- Vida sem ternura...







quarta-feira, 30 de maio de 2018

Sobre as Filas

Assim estão sendo vistos os que ficam nas filas por combustível ou comida. Isso é justo?


Tenho lido vários posts de pessoas criticando aqueles que estão ficando nas filas em busca de combustível ou comida. Alegam que desse jeito, os caminhoneiros não conseguirão mudar a situação do país. Acho este pensamento bastante ingênuo, visto que o objetivo deles não é mudar a situação do país, e sim a sua própria situação.

Não quero dizer com isso que a greve deles não seja válida. Estão lutando pelos seus objetivos. Mas também creio que lutar por seus objetivos é algo bom, até o momento em que se começa a prejudicar pessoas inocentes por causa disso. Paralisar um país inteiro durante tanto tempo, quando a economia está agonizante, as portas do comércio e das indústrias estão se fechando e muitos estão sem trabalho, é egoísmo. Fizeram suas reivindicações, algumas foram atendidas, outras não. Que descontinuem a paralisação, pelo menos até que as pessoas tenham tempo de respirar!

Não acho que temos o direito de julgar quem está nas filas nos postos de gasolina; muitos precisam de combustível para ir ao trabalho! Empregos não são fáceis de se conseguir por aqui, e arriscar-se a perder o seu a fim de colaborar com causas de outras pessoas, é no mínimo, burrice. Alguém aí já viu algum caminhoneiro ser solidário à greve dos professores ou dos metalúrgicos? Não, certo? Claro, a causa não era deles.

E como criticar aqueles que passam horas nas filas em busca de comida para alimentar suas famílias? Muitos têm crianças em casa, idosos ou pessoas em convalescença, que precisam comer. E mesmo que este não seja o caso, passar fome pela causa alheia não é uma opção muito inteligente.

Também vi comparações entre o povo do Japão, que após o tsunami, limitou suas compras para que houvesse o suficiente para todos, e o povo brasileiro; nossa cultura não é esta. Aqui, infelizmente, vivemos em uma selva, e é cada um por si. Se eu ceder a minha vez, ao invés de fazerem o mesmo, vão me jogar para fora da fila e pisar na minha cabeça. Não concordo com isso; gostaria que fosse diferente, mas é assim que é.

Acho que não dá para viver sonhando que estamos em Shangri Lá. Nós estamos no Brasil. Nosso contexto é lutar diariamente pela nossa sobrevivência. Ainda temos muito o que aprender a respeito de política, solidariedade, respeito e empatia.

Assistindo a um vídeo da TED recentemente, o palestrante Dylan Thomas diz uma frase muito interessante: empatia não é o mesmo que concordar. Que saibamos ser mais empáticos, mesmo com quem age ou pensa diferentemente daquilo que julgamos certo, mesmo que não concordemos com eles, pois cada um tem seus motivos.

Quem fica na fila por gasolina, teme ficar sem combustível em um momento de necessidade; quem fica na fila da comida e até paga mais caro por ela, tem medo de passar fome, ou de deixar sua família passar fome.

Os caminhoneiros não estão nem um pouco preocupados com isso.





quinta-feira, 24 de maio de 2018

La-La-Land - E Sobre Felicidade

















Finalmente, assisti ao filme La-La-Land. Queria vê-lo há muito tempo, e cheguei a gravá-lo pela Sky, mas sempre aparecia um outro filme que eu também queria ver, e eu acabava deixando-o para depois. É um filme sobre correr atrás dos sonhos, e sobre ser feliz. É um filme sobre o amor.

A gente pensa que uma coisa vai acontecer, e outra bem diferente acaba acontecendo - tanto no filme quanto na vida real da gente. Mas o filme me deixou uma mensagem muito bonita: A de que nem sempre podemos ser felizes da maneira que queremos, mas sempre podemos ser felizes da maneira que podemos.





As Folhas Soltas







As folhas soltas, caindo
Dos galhos do velho cedro
De repente, me fizeram
Lembrar de algumas cenas
De um tempo já caído,
De outras folhas caídas
Que um dia, foram verdes.

E tudo era bem mais simples,
E tudo era verdadeiro
Nos tempos daquelas folhas...
E nós nem sequer sabíamos,
Ou supúnhamos saber
Dos ventos que soprariam
Arrancando as folhas verdes
Dos galhos não ressequidos...

As folhas soltas, que voam,
Aterrissam no gramado
Por onde andaram, um dia,
Os passos do meu passado.

Pegadas há muito idas,
E já desaparecidas,
De repente, tomam forma,
Redesenham-se no chão.

Mas os donos de tais passos
Permanecem sempre ausentes...
Caminham outros espaços.
-Talvez nem sequer se lembrem
Desse chão por onde andaram...






segunda-feira, 21 de maio de 2018

Em Casa







Sinto prazer em estar em casa... gosto de cuidar de tudo, andar pelo jardim, aproveitar o sol. Gosto de ir lá para fora olhar minhas plantinhas e brincar com meus cães. Meus melhores momentos, eu passo dentro da minha casa. 

Domingo fez um dia lindo, do jeito que eu gosto: quase frio, ensolarado (o sol não esquenta demais, e sim aquece na temperatura certa). Havia uma luz bonita sobre as coisas, passando mais rente à copa das árvores da mata em frente, pois a Terra já se inclina em direção ao inverno. Era uma luz diferente, clara, mas que não feria os olhos, e deixava o céu ainda mais azul. Amo esta época do ano!

Deixei as janelas bem abertas o dia todo, e no final da tarde, fechei-as para conservar o calor do sol dentro de casa por mais tempo. Passarinhos nas árvores, se alimentando das frutas que colocamos nos comedouros. Colibris tomando sua água doce e pousando nos galhinhos mais finos. Os cães dentro da casinha, dormindo placidamente sobre seus cobertores. 

Hora de comer alguma coisa - café com bolo de fubá. E depois, ver um filme. Assisti ao filme abaixo - é muito, muito bom! Conta a história de uma curandeira em uma aldeia no México, sob o ponto de vista de seu pequeno neto. É uma história sobre crescer, e sobre enfrentar preconceitos. Valeu a pena!

Aliás, o dia todo valeu à pena, em companhia de minha cara-metade, deitados sobre a pedra do jardim, absorvendo alguns raios de sol.



Espero que vocês possam ter um tempinho para assistir ao filme. Tenham uma ótima semana!





quarta-feira, 16 de maio de 2018

ROMANTISMO







Você chegou e me trouxe a lua
Da rua
Nas cordas do violão.
Trouxe também um milhão de estrelas
E derramou-as todas
No meu quarto, pelo chão
Dentro dos meus sapatos,
No tapete da sala,
E elas brotavam,
E elas caiam, rolando dos seus braços,
Das palmas das suas mãos.

Você pôs risos nas minhas dores,
E sonhos nas fronhas
Dos meus travesseiros.
Você encheu minha alma de cores,
E de flores,
Que plantou em meu terreiro.
Fez ondear as minhas águas
Para então deixa-las calmas
E muito mais profundas...

Você soprou um vento, que me move
Sempre para o alto, e para frente,
Acima do meu corpo e minha mente,
Lançando-me um olhar que me comove
Até hoje, uma visagem
Que transforma a sua imagem
Que mesmo sendo a mesma, é diferente.

Você chegou, e  nunca mais eu fui a mesma,
E  eu me transformo em tua gueixa
Que você ama, que você usa, e então  deixa
A sonhar à porta da minha casa,
Com o toque sutil daquela asa,
Com o som daqueles passos
E com a lua, e as estrelas,
 Que aparecem
Quando estou entre os seus braços.




terça-feira, 15 de maio de 2018

Natureza



Não existem entre as aves
Perguntas comparativas:
‘Quem voa durante a noite?
Quem voa durante o dia?

Qual o canto mais bonito:
Sabiá ou cotovia?
E a plumagem preferida?’
-Isto é sabedoria…

As aves não se comparam,
Não disputam, não se alegram
Quando um vento forte sopra
Derrubando os outros ninhos.

Também jamais se comprazem
Ou zombam dos passarinhos
Que estão presos nas gaiolas
Desejando outras viagens.

Todos os dias,as aves
(Faça sol ou faça chuva)
Cantam sempre à mesma hora,
Se entregando ao mesmo céu

À procura do sustento
Que precisam, e isso basta;
E à noite, se recolhem
Mas sem temer o relento.

Nunca houve passarinho
Que reclamasse da vida,
Ou deixasse de cantar
Devido à alguma dor.

Também nunca vi, no mundo,
Passarinho ressentido
Cruel ou competitivo
Invejoso ou sem amor.

A natureza… ela ensina
Sempre o melhor para a gente,
Mas o homem não a escuta,
E por isso, nada aprende...




Tome Uma Atitude!







Todo mundo se sente fraco uma vez ou outra. Algumas vezes, a vida nos dá tantas pernadas, que a vontade é de nos trancarmos em um quarto escuro, longe de tudo, e exercitarmos a auto piedade. Comigo também acontece. Mas o importante, é que este ataque de “pobrezinha de mim” tenha prazo de validade curto, e que se sacuda a poeira, respire fundo e siga adiante o mais rápido possível. Se não for assim, corremos o risco de nos tornamos aquela pessoa chata, que vive de cara triste ou zangada pelos cantos, e que pula no pescoço do primeiro que passa por perto a fim de desfiar seus rosários de tristezas e desgraças.

Ninguém aguenta gente assim. Ninguém quer ficar o tempo todo servindo de muro de lamentações ou saco de pancadas!

Vejo nas redes sociais que há pessoas que fazem isso o tempo todo – digo, em tempo integral. Estão sempre reclamando: da vida, da inflação, dos políticos, das pessoas da família, enfim, nada mais fazem, a não ser reclamar e exercer a auto piedade. A energia destas pessoas é pesada e escura. Se ficamos perto delas durante muito tempo – mesmo que seja virtualmente perto – começamos a nos sentir desanimados, irritados, cansados. 

O que será que você passa sobre si mesmo, ao exercer compulsivamente o coitadismo online ou off-line? Você dá a impressão de ser uma pessoa amarga, fraca, negativa. Você dá a entender que não sabe lutar pelas coisas que deseja, e que vive ressentida, sentindo pena de si mesma e com raiva dos outros. Você se coloca como vítima das circunstâncias, e não como uma pessoa madura e responsável que escolhe o próprio caminho. Ou seja: você passa sobre si mesmo uma péssima imagem. Não que eu ache importante agir de forma a impressionar os outros, mas será que é isso mesmo que você pensa sobre si próprio? Você quer mesmo ser aquela pessoa chata, apagada, negativa e ranzinza? Ou será que você quer ser uma pessoa forte, feliz, alegre e positiva – não para os outros, mas para si mesmo?

Se você tem vontade de melhorar, acho que a primeira coisa a ser feita é parar de reclamar e de sentir pena de si mesmo. Comece a olhar em volta e encontrar motivos para ser grato: seja grato pela sua casa, pelo seu trabalho, por acordar todos os dias e ter comida na mesa, pela sua saúde, pela sua família, pelo seu bichinho de estimação, pela natureza... há tantas coisas pelas quais podemos ser gratos! 

A segunda coisa, é parar de culpar os outros pela sua infelicidade. Não é a sua mãe, ou o colega de trabalho, o marido traidor ou o irmão aproveitador. É você! O problema é você. E mesmo que tais pessoas tenham influência negativa em sua vida, é porque você deixa, e não se afasta delas. E afastar-se não quer dizer virar as costas, deixar de falar e nunca mais ver, mas criar um limite, determinar uma barreira até aonde estas pessoas podem ir antes de ferirem você. É valorizar mais a si mesmo ao invés de tentar ter valor para quem não o valoriza. 

A terceira coisa, é mudar o foco: totalmente. Pensar em coisas boas que você quer que aconteça, ao invés de ficar enumerando tudo de ruim que já aconteceu. O passado é como uma bagagem pesada e cheia de lixo, que você cisma em arrastar pela vida tornando seu caminhar lento, pesado, difícil e proporcionando-lhe uma tremenda dor nas costas. Livre-se dele.





quinta-feira, 10 de maio de 2018

VENDAS ONLINE








Há algum tempo – mais precisamente, em 2014 – comprei um IPad. Usei-o pouquíssimas vezes, pois não gostei. A Apple tira a minha paciência, com todas aquelas constantes exigências de senhas e bloqueios repentinos. Da última vez, a nova senha que eu tinha escolhido por exigência da Apple para que eu pudesse acessar o MEU aparelho (e que eu tinha anotado em uma folha de papel cuidadosamente para que não errasse da próxima vez) foi bloqueada novamente pela Apple. Só que eles bloquearam tanto a minha senha daquela vez, que o tablet nem abria mais os programas; só aparecia uma mensagem dizendo que eu tivera meu acesso negado e deveria contatar o site da Apple ou um representante deles. Tentei várias vezes desbloquear o tablet pela internet, seguindo as instruções deles, e não consegui.

Acabei tendo que levá-lo a uma loja física e pagar cem reais pelo desbloqueio. Aquilo foi o fim da linha para mim, e decidi vender o tablet. Alguém me disse que havia algumas páginas de vendas online no Facebook, e acessei algumas delas. Escrevi o anúncio, que foi basicamente este aí abaixo, e postei na página de vendas:

-Vendo IPad 2 da Apple, praticamente novo e em perfeito estado, sem nenhum arranhão, na cor prata, 16 gigas de memória, tela de 10’’, comprado em 2014. Não aceito cheques, apenas dinheiro.

Logo alguém respondeu: “Põe uma foto!” Pensei: por que eu tenho que postar uma foto, já que todo mundo sabe como um IPad se parece? Mas tudo bem, coloquei a foto no site. E começaram os comentários:

-De que cor ele é?
-Quantos gigas de memória?
-Está funcionando bem?
-A tela é de quanto?
-Qual IPAd é? O 4?

Então, alguém me chamou inbox:

-Quero muito comprar. Quanto é?

Eu disse o preço, e ele concordou:

-Você guarda ele para mim até amanhã? Vou conseguir o dinheiro e a gente se encontra pessoalmente.

Concordei. Mas no dia seguinte, nada... Daí uma moça me chamou inbox. Fez todas as perguntas possíveis sobre o tablet – que já estavam respondidas no anúncio que eu escrevi e nos comentários, como respostas que dei às pessoas não tinham lido o anúncio direito. Respondi tudo de novo, e ela disse que “ia ver” e depois me chamava. Dois dias depois, ela ressurgiu das trevas:

-Você parcela?
-Não, é à vista, em dinheiro.
-Você aceita cartão?
-Não, sou pessoa física, e não pessoa jurídica.
-Mas existem pessoas físicas que aceitam cartão!
-É, mas eu não aceito. 
-Hum... vou pensar e depois te falo.

Nisso, o menino que disse que queria comprar me chamou de novo:

-Ana, desculpe, mas gastei o dinheiro... você guarda ele para mim por mais um mês?

Eu disse que não seria possível. Ele me pediu desculpas de novo.

Dois dias depois, a tal moça me chamou de novo. Começou a me bombardear com mais uma porção de perguntas que eu já havia respondido. Pediu desconto, perguntou sobre cheque pré-datado, enfim, me encheu a paciência. E sumiu.

Uma semana depois, ela voltou. Eu disse a ela que tinha vendido o tablet, pois eu não aguentava mais ficar respondendo às perguntas dela. E eis o que ela me respondeu:

-Como assim, vendeu??? Mas nós estávamos negociando! Mas não tem problema não, infelizmente, eu estou acostumada a lidar com gente da sua laia.

E eu:

-?????????

E ela desapareceu.

E não vendi o desgraçado do tablete. Continua por aqui. Outro dia, meses após deixa-lo aposentado em uma prateleira, coloquei-o para carregar, e ao abrir, pipocou a mensagem na tela: “Digite a sua senha.” Fui lá no caderninho e copiei a mesma senha que tinha cadastrado da última vez, e ele respondeu: “Senha inválida. Acesse nosso site.”


😭😭😭😭

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Meus Blogs Desativados






Há algum tempo desativei a maioria dos meus blogs, pois estava dando muito trabalho mantê-los, e também visitar os seguidores de cada blog. Eu passava tempo demais online, e tempo de menos offline. Achei melhor inverter, e então, apaguei alguns blogs :

1-  A casa & a Alma, meu favorito, que falava sobre a relação das pessoas com suas casas e a influência da casa sobre o bem estar das pessoas. Também tinha algumas receitas e dicas para cuidar melhor da casa e da alma da gente.

2- Passagem, onde eu publicava textos de outros autores - vivos ou não, famosos ou não - que eu admiro. Era um blog bonito, e tinha muitas reflexões. 

3-  From My Window, um blog onde eu publicava apenas poemas em inglês.

4- Nada a Dizer, que continha apenas imagens que eu mesma capturava com a câmera do meu celular. 


Mas nenhum destes blogs está morto! Incorporei todos eles a este, e separei-os por etiquetas para que seu conteúdo possa ser facilmente acessado pelos leitores, de acordo com sua preferência de leitura. Estas etiquetas são:

-A Alma
-A Casa 
-Contos
-Crônicas
-Poesias 
-From My Window - Poems in English
- Nada a Dizer (fotos)
-Reflexões
-Ironias
-Mensagens 
-Sobre Livros e Filmes
-Textos de autores que admiro.

Todos os blogs estão aqui, neste mesmo blog. Ainda continuo postando neles, só que sob as etiquetas, concentrando neste blog - Expressão - todas as postagens, ao invés de dividi-las em vários blogs. Para achar as postagens, basta olhar ali, à sua direita; há duas maneiras: acessando os arquivos e vendo as postagens separadas por datas ou então acessando os marcadores. 

Ou seja: tudo mudou, mas ao mesmo tempo, nada mudou. Desta forma, ficou muito mais simples e conveniente para mim fazer as postagens, sem a preocupação de manter tantos blogs atualizados.

Convido a todos que estiverem dispostos a dar uma olhada!






Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...