witch lady

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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Mandrágora








Teu Nome – raiz de mandrágora
Perpassando o meu caminho,
Me fazendo tropeçar...

Um dragão adormecido
Em isolada caverna
-Mas que sonha despertar.

Teu nome – um mar caudaloso
Com mil barcos naufragados
Desejando flutuar.

Abismo de solidão
Onde aguardo um sol nascente
Que jamais ressurgirá.







ESFERA
















terça-feira, 18 de julho de 2017

RUMI - Em Minha Alma, eu Sei




poema traduzido do inglês:


Em minha alma,
Eu acho que sei...
Devo pensar assim?

Ou devo pensar:
Pelo menos, estou no caminho;

Se eu realmente olhar para trás
Eu vejo todas as minhas pegadas
Bem atrás das marcas
De sua carruagem, Jalal Ud-Din...

É silencioso o caminho
E, às vezes
É também diferente em minha alma...
Quando chego a esta cafeteria
E peço um café
A atendente sorri
Porque ela já me conhece
Há um bom tempo...
Mas então, de repente eu penso:
Ela sabe que eu sou um poeta?
Devo pensar assim?

Ou devo pensar:
Pelo menos, eu digo "obrigada"
Quando o café chega...

Olho para todas as pessoas adoráveis 
E olho para todos os cegos,
Algum  dia, eles verão, Jalal ud-Din...
E, nesse dia,
Esperemos que eles não pisquem
Porque neste piscar
Neste momento
A Eternidade poderia passar!

Eu, eu tento ser, um atendente,
Um atendente da eternidade;

E, quando o atendente traz a minha xícara
Eu digo, das profundezas da minha alma:
"Obrigada"
Mas, eu não deveria dizer:
"Eu sou você?"

Em minha alma, eu sei.






CUIDADO!









Trecho do livro "O Perfume da Folha de Chá", de Dinah Jefferies:, no qual a criada Cingalesa adverte sua patroa a tomar cuidado com uma pessoa:

"...Depois que senhora morrer, moça infeliz. Pessoa infeliz fazer coisas ruins. Pessoa com medo também."

Poema inspirado nesta passagem:





CUIDADO!

Cuidado com as lágrimas amargas
De quem sempre chora,
Pois que um dia, elas se juntam,
Num fundo lago, onde te afogas
Na mais inesperada hora.

A dor constante ou intermitente
De um coração sempre quebrado,
É nó de forca em um barbante
Dependurado atrás da porta
E um belo dia, ele te enforca.

Cuidado com a dor causada
Por algum tombo descuidado,
Pois os desejos malogrados
Saem, um dia, pelos olhos,
Em raios quentes e nocivos
Que hão de te deixar queimado...

O que se esconde sob as asas
De todo anjo decaído,
Por trás do seu melhor sorriso,
Não é amor, é mal nocivo,
Dragão que dorme entre as brasas...







quinta-feira, 13 de julho de 2017

Relógios





Meu sogro tinha mania de relógios, e acho que eu também. Só na minha salinha de aula, tenho dois; tenho também um no corredor do andar inferior, outro no corredor do andar superior, outro na cozinha, um na área de serviço, e outro na sala de estar...e um em cada quarto de dormir. Ao todo, são 9. Se me perguntarem porque, direi que eu gosto de saber que horas são...

Historiadores crêem que o primeiro relógio foi criado na Judéia, por volta de 600 A.C. Era um relógio de sol. Pena que ele não funcionava à noite, e nem quando chovia ou estava nublado! Depois, vieram as ampulhetas, mas creio que não eram muito precisas... e um tanto grandes para se carregar de lá para cá!

Mais tarde, vieram os relógios de pêndulo (aperfeiçoado por Galileu), de bolso (inventado por Pedro Heilen, por volta de 1500 em Nuremberg)  e de pulso (alguns crêem que foi inventado por Santos Dumont, mas na verdade, foi Patek Philippe, no final do século XIX quem o inventou... mas há controversas). 

Não gosto muito de relógios de pulso. Mas adoro os relógios de parede! Adoraria ter um daqueles relógios cuco, dos quais sai um passarinho ao soar das horas. Amo escutar o tique-taque dos meus relógios enquanto ando pela casa à noite, quando tudo está em silêncio. Dá a impressão de que tudo está certo, que as coisas vão bem. O tempo não parou, e o mundo continua girando.

Também sou daquelas que ama dormir escutando um relógio barulhento, enquanto a maioria das pessoas que conheço sentem-se incomodadas por tal ruído. Tenho a impressão, ao dormir ouvindo o barulho do relógio, que estou sendo hipnotizada aos poucos por Morfeu. 

Dá uma paz de espírito...











The Child's Flight







Once upon a time
There was a child
Who wanted to fly.

She climbed on the back of a bird
And it took her high.

She gained the sky,
Touched every cloud with her fingertips
And tasted the sweetness of  their vapors
With the tip of her tongue.

Then she looked down,
At the people who walked on the ground
(Those whom she was no longer among).

She gained the sky,
But lost the world...
She was no longer
A child.







Depois que eu Morrer...








Depois que eu morrer, prefiro que as pessoas se perguntem por que não tenho um monumento, e não por que o tenho. - Marco Pórcio Catão (CATÃO, O VELHO)







“Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tenho só duas datas: a de minha nascença e a de minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus...” 
― Fernando Pessoa




“Se algum dos senhores quiser mandar uma mensagem ao diabo, digam-me imediatamente, pois estou prestes a encontrá-lo.” - Lavinia Fisher, serial killer americana, antes de ser enforcada.



"Meus inimigos,

Que hoje falam mal de mim,

Vão dizer que nunca viram,

Uma pessoa tão boa assim..." - Noel Rosa:



Quando eu morrer, voltarei para o lugar onde eu estava antes de nascer? O completo nada? - Alan Watts




“Meu bom homem, essa não é a hora adequada para fazer inimigos.” - Voltaire, filósofo francês, quando um sacerdote pediu a ele que abandonasse o diabo.




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“Quando eu morrer, vou contar tudo a Deus." -  criança vítima da guerra na Síria

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Por Que os Passarinhos Cantam?








Procurando por novos planos de fundo para meus blogs, deparei com este, que escolhi especialmente para o “Expressão” – meu blog principal, o primeiro que abri. Às vezes, as pessoas que não compreendem por que as outras precisam escrever, fazem perguntas como? 

-“Mas você precisa mesmo escrever sobre tudo o que acontece?”

-“Não se sente exposta?”

-“Você acha que alguém se importa com suas opiniões?”

-“Você se acha mais inteligente ou mais esperta, acha que tem todas as respostas?”

Respondo as perguntas acima uma  a uma:


-Não, não acho que preciso escrever sobre tudo o que acontece, e em se tratando da minha vida particular, não ponho nos meus blogs nem cinco por cento do que me acontece. Porém, sim, eu preciso escrever.

-Não me sinto exposta. A exposição não me incomoda, já que sou em quem decide o que vou expor ou não.

-Não sei se alguém se importa, mas eu me importo com minhas opiniões, pois elas manifestam o que eu penso, sinto e compreendo. Escrever é um ato de autoconhecimento, e não conheço nada melhor que preencha as minhas necessidades. 

- Não, não me acho mais inteligente e nem mais esperta. Não é para isso que estou aqui. Não tenho por hábito comparar-me com as outras pessoas, e nem avaliar-me segundo seus critérios. 

Mas eu escrevo feito esse passarinho que hoje escolhi para colocar no plano de fundo do meu blog: 

“A Bird doesn’t sing because it has an answer. It sings because it has a song.” Ou seja: “Um pássaro não canta porque ele tem uma resposta. Ele canta porque ele tem uma canção.”

Minha letra é minha canção.

Sei muito bem que nem todas as canções soam bonitas a todos os ouvidos, mas não é por isso que devemos deixar de cantar. Enquanto nossas vozes soarem bonitas aos nossos ouvidos; enquanto as nossas canções partirem de dentro das nossas  almas e elevarem, junto com elas, os nossos sentimentos e os nossos pensamentos, cantemos. 

Vamos achar o nosso céu para voar, e o nosso galho para pousar, e abrindo o peito e a voz, soltemos nosso canto espontaneamente e sem nenhum medo. Vamos contar as nossas histórias, partilhar nossos sonhos, medos, dúvidas, respostas. Falemos de tudo o que nos encanta, comove, indigna, emociona, irrita, enfim, vamos falar do que nos faz crescer. E se alguém estiver à janela nesse momento, e prestar atenção, nosso prazer será ainda maior.





terça-feira, 11 de julho de 2017

LAR








Lar.

A casa da gente. O lugar onde estão as ferramentas que usamos para escrever a nossa história. Nosso local de descanso e recuperação. Nenhum lugar no mundo poderá ser chamado assim, ou ser sentido desta forma. 

Estive pesquisando a origem da palavra "LAR": Do latim Lar, Laris (espírito protetor da casa e da família). Achei linda essa palavra! 

Na antiga Roma, Lares eram espíritos que habitavam uma casa, e que poderiam proteger ou prejudicar os seus moradores. Havia o Espírito Vesta, advindo do fogo - muito importante nos antigos lares romanos, onde mantinha-se  o fogo sempre aceso, a fim de agregar as pessoas ao seu redor. As oferendas aos deuses - comida, sangue, vinho, etc..., - eram colocados diante do fogo.

Sobre os Lares, achei este trechinho na Wikipedia, e trago para vocês:

Na comédia Aulularia de Plauto (c. 230-180 a.C.), pode-se perceber o papel dos Lares no ambiente da família:

"Eu sou o Lar da família que mora na casa
donde me vistes sair.
É esta a casa que eu habito já há muitos anos e é ela que eu tenho protegido,
Tanto para o pai, como para o avô, daquele mesmo que hoje a possui." 

Bonito, não?

Existem várias entidades, ou espíritos, considerados espíritos do lar, tanto para o interior quanto para o exterior da casa. Quem desejar saber mais sobre eles, basta ir até o site Acampamento Júpiter: http://aj-rpg.weebly.com/lares.html

Os espíritas acreditam que alguns espíritos permanecem nos lugares após a morte de pessoas, e passam a assombrá-los ou tornam-se espíritos protetores. Na Bahia, acredita-se em 'Famaliás', ou 'espíritos familiares.' Os tais demônios das garrafas, que podem conceder desejos aos seus 'amos.' 

Mas quer você acredite ou não nos Lares como espíritos, tenho certeza de que você concordará comigo nesta afirmação, que embora seja um clichè, é a mais pura verdade: Não existe nenhum lugar como o lar. There's no place like home.









TROVAS - INFÂNCIA









Infância - tempo perdido
Um grão na areia do tempo
Um breve sonho trazido
À tona do pensamento.


Uma boneca deixada
De lado, qual esquecida
A lembrança assinalada
Do quanto passa essa vida.


Um riso ficou no ar
Ecoando, por um tempo
Até morrer, devagar
No amadurecimento.


Ser criança não demora
Fase curta dessa vida...
Deixei brinquedos lá fora
Ao seguir minha avenida.






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