Finalmente, um inverno para chamar de meu! Eu já estava com saudades dos invernos petropolitanos. Ficava pensando que o aquecimento global estava realmente acabando com tudo... só que não!
Hora de desengavetar cachecóis, mantas, meias e blusas de lã. Hora de engraxar as botas e os sapatos acolchoados por dentro.
Hora também de pensar naqueles que não têm nada disso. Já fez uma geral no seu armário a fim de escolher algumas peças para doação? Se ainda não, já passou da hora.
Mas além do frio, há outras coisas que me agradam no inverno; as roupas macias e quentinhas, estar enrolada nelas, me faz sentir bem. Sem contar que eu faço as coisas na casa sem me sentir cansada, e sem o inconveniente do suor!
O inverno também é o tempo da escuridão - que se faz notar mais nos países europeus do que por aqui, onde os dias também são mais curtos nessa época, só que não tanto quanto lá. A escuridão nos leva a desacelerar mais cedo. Hoje, às cinco da tarde, já estava escuro por aqui. Hora de fechar as janelas e trancar a casa. E enquanto eu seguro uma enorme xícara de chá quente entre as mãos, para aquecê-las, eu olho o dia terminando e começo a me lembrar de uma porção de coisas...
E a planejar outras. Porque o frio nos leva à reflexão. Não tem aquela intensidade frenética - ou aquele frenesi intenso - do verão. Hora de nos enroscarmos em alguma cama ou poltrona. Uma época em que o tique-taque dos relógios da casa parecem soar mais alto.
Quando entrei na blogsfera pela primeira vez, em 2012, fiquei surpreendida pela resposta positiva que recebi; em poucas semanas, tinha alcançado, em leituras, muito mais do que no espaço que ocupava anteriormente há mais de três anos. As interações eram ricas; os seguidores foram aparecendo quase que magicamente, e postar era tão fácil, que logo comecei a abrir outros blogs.
Ultimamente, - há mais ou menos um ano - não tenho tido tanto tempo para ler e comentar outros blogs. Mesmo assim, eu faço isso sempre que posso. Mas fiquei triste, um certo sentimento de nostalgia, quando reparei que muitos dos blogs que sigo e que costumavam ler e comentar minhas postagens, estão inativos. Fico me perguntando: para onde foi tanta gente? Por que deixaram de postar?
Hoje pela manhã, ao reler minhas antigas postagens do meu blog Histórias, deparei com comentários de pessoas com quem eu costumava interagir e que hoje simplesmente sumiram dos meus blogs e de seus próprios blogs. Será que ler e escrever deixou de valer a pena?
Já fui severamente criticada pela extensão dos textos em meu blog de contos. Mas como contar uma história complexa sendo econômica com as palavras? O que vale mais, o que é mais importante: contar a história como acho que ela deve ser ou fazer com que seja rápida, fugaz e superficial, a fim de conseguir mais leituras e comentários - geralmente, de pessoas que nem sequer leram direito?
Alguns me dizem que os tempos mudaram; os tais "textões" não têm mais espaço na internet. Ninguém tem mais paciência ou tempo para absorver tanta informação. Percebo que isso pode ser verdade, já que os blogs que postam apenas mensagens curtas geralmente têm muitos comentários.
Resta-me continuar escrevendo apenas pelo prazer da coisa em si. É o que farei, enquanto eu sentir que devo escrever. A escrita jamais me trouxe recompensas financeiras, notoriedade ou qualquer coisa assim. Apenas prazer. Momentos de distração, e principalmente, de reflexão. É quando eu ponho a minha casa interior em ordem. Por isso, não admito que me venham ensinar como fazer isso.
Lamento pelos que não sobreviveram a essa nova demanda por escritores de textos fugazes e superficiais. Sou o que sou, e é assim que sempre serei. E se há em mim um pouco de nostalgia, ou de desilusão, a respeito do que está acontecendo nos blogs, ainda há - perfeitamente imaculado - o prazer de escrever.
Um comentário feito pelo amigo Aluísio Cavalcante ao meu texto anterior, o poema "Um Vaso na Janela" , deixou este questionamento:
ALUISIO CAVALCANTE JRsábado, 1 de julho de 2017 09:04:00 BRT
"Sabe Ana,
uma das muitas perguntas
que tenho me feito é:
para onde vai o amor
de quem deixa de sentir amor?..."
Lembrei-me de um filme que assisti, "Colcha de Retalhos", no qual a jovem Finn, personagem de Wynona Rider, cita um autor cujo nome me foge à memória no momento; ela diz: "Quando dois amantes se separam e permanecem amigos, ou eles nunca se amaram ou ainda se amam."
Acho que assim também é com os relacionamentos que terminam mal, onde nem mesmo a amizade sobrevive.
Sempre achei estranha a maneira como duas pessoas que um dia foram tão apaixonadas ao ponto de desejarem passar suas vidas juntos, pessoas que construíram casas, tiveram filhos ou simplesmente passaram a participar da vida uma da outra, de repente descobrem que não se amam mais... esse "Não se amam mais" nunca fez sentido para mim. Como alguém pode não amar mais? Deve haver um engano. Talvez estejam apenas furiosas ou confusas. Talvez tenha faltado diálogo, cumplicidade, um pouco de paciência.
Ou talvez nunca tenha havido amor.
E elas passam uma pela outra na rua sem se cumprimentarem ou cumprimentando-se friamente; e dizem coisas terríveis sobre o ex, dedicando um tempo enorme de suas vidas a difamá-los, agredí-los ou a travar cansativas batalhas judiciais pela guarda dos filhos quando na verdade, o que importa não é o melhor para as crianças, mas a vingança. A melhor e mais eficaz maneira de ferir, de vencer a briga, de humilhar mais, é o que importa.
Quando seria bem mais fácil seguir em frente e respeitar que um dia houve alguma coisa - mesmo que nunca tenha sido amor.
Eu acho que quando é amor, ele não vai para lugar nenhum após uma separação. Mesmo que o amor, por si só, não seja suficiente para manter um casal unido - e não é - se ele for verdadeiro, ele ficará guardado no coração, em algum compartimento secreto e pouco acessível, escondido, mas sendo respeitado. E aquele relacionamento ficará na memória como um tempo de tristezas e lágrimas, mas também de alegrias e aprendizado.
Hoje tenho algo a dizer sobre estas imagens. Foram obtidas nos caminhos que levam à Bauernfest - a Festa do Colono Alemão aqui em Petrópolis.
Deparamos com esta figura corajosa. Ele realmente não tem uma perna, e mesmo assim, estava ali, lutando pelo seu ganha pão com um sorriso no rosto. Simpático e comunicativo.
Pensei nos muitos que se deixam abater por pequenas tragédias pessoais...
Bem, quando pedi para fotografá-lo, ele foi muito solícito, e fez duas poses:
Já escrevi, certa vez, sobre ter cães em casa. Desde que eu me lembro, tive cães - a não ser em um período que morei em um apartamento, assim que casei, e que durou sete anos. Lembro-me do quanto eu me sentia frustrada por não poder ter cães ou um pedacinho de terra para plantar... mesmo assim, gostava do lugar onde morava.
Acredito que interagir com animais só pode nos trazer vantagens. Já foi cientificamente comprovado que eles ajudam na cura de várias doenças, pois sua presença sempre alegre e festiva auxilia pacientes em tratamento e portadores de deficiências físicas. A TAA (Terapia Assistida por Animais), segundo Laís Milani, psicóloga e membro da diretoria da área de Terapia Assistida por Animais do Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (Inataa), consiste em tratamentos na área da saúde, onde um animal é co-terapeuta e auxilia o paciente a atingir os objetivos propostos para o tratamento.
Leona: carinha de boazinha, mas como toma conta do quintal!
Mas isto não é tudo: cães e gatos são grandes companheiros: inteligentes e sensíveis, eles podem captar as nossas energias e saber se estamos tristes, alegres, nervosos, amedrontados ou tranquilos. Não podemos nos esquecer que, como nós, os animais também sentem todas as emoções que sentimos. Precisamos fazer o nosso melhor para que eles se sintam seguros, amados, felizes e calmos. Os animais de estimação alegram a casa!
Porém, quanto aos pássaros, prefiro-os soltos voando no céu, pousando nas árvores e sendo felizes como devem ser: livres! Sem asas cortadas, sem gaiolas e sem correntinhas nos pés.
Nunca tive passarinhos em gaiolas. Mas sempre tive a presença deles na minha vida.
Às vezes, ao deparar com postagens na internet sobre pessoas que abandonam ou maltratam seus animais, eu me pergunto como isso pode acontecer. Como não criar laços afetivos com uma criatura que participa, todos os dias, das nossas vidas? Acredito que pessoas que agem desta forma, podem vir a maltratar também outros seres humanos. Ninguém é obrigado a gostar de animais ou a conviver com eles, mas uma vez que escolhemos ter um bichinho, nos tornamos responsáveis pelo seu bem estar e segurança. Pelo resto da vida!
E se você não gosta, pelo menos, não os maltrate! Entenda que eles são seres sensíveis, também sentem dor, medo, tristeza, estresse e todas as emoções que os humanos sentem.