Segundo o astrônomo russo Dyomin Damir Zakharovich, existe um asteróide com mais de um quilômetro de diâmetro vindo em nossa direção ainda hoje. O choque há de causar um tsunami gigantesco que acabará com nossos dias neste planeta. O astrônomo alega que a NASA está ciente deste fato, mas que se recusa a admiti-lo.
Fico me perguntando o porquê de tantas anunciações sobre o fim do mundo. Quando eu era criança, diziam que o fim do mundo seria no ano 2000, e há algum tempo, em 2012. Muitos ganharam dinheiro vendendo pedaços de terra supostamente seguros, bunkers inquebrantáveis e muitos livros sobre como sobreviver ao fim do mundo - o de 2012. Mas nada aconteceu.
Lembro-me que, naquela época, tive um sonho estranho: ao levar um de meus alunos ao portão, o dia começou a escurecer rapidamente, e chegando lá, ao abrir o portão para deixar meu aluno sair, deparei com um outro aluno esperando para entrar. Eu não o conhecia, mas mesmo assim, senti que não era perigoso. Ele era muito negro, confesso que nunca vi uma pessoa tão completamente negra em toda a minha vida. Tentando comentar sobre a escuridão, eu disse: "Nossa! Parece que temos um eclipse!" E ele, muito sério, me respondeu: "Não é eclipse, é o fim do mundo." Acordei muito assustada.
Fato é que, após aquele sonho - e outros que não convém mencionar aqui - minha mãe adoeceu e morreu, e na mesma época, em outro hospital, tínhamos meu cunhado também na UTI devido a uma cirurgia de coração, e ele ficou por lá, entrando e saindo da UTI durante seis meses. Meu marido também ficou muito doente na época, e uma de minhas irmãs quebrou o pé. Foi um período muito difícil para todos nós. Quase como o fim do mundo. No meu site no Recanto das Letras, sofri vários ataques vindos de duas pessoas que me ameaçaram de todas as formas - uma delas, faleceu logo depois -, também na época em que estava vivenciando tudo aquilo na minha família.
Mas o mundo não acabou, e nós sobrevivemos.
Acho que no fundo, as teorias de fim de mundo existem porque as pessoas estão desencantadas. Elas gostariam que alguma coisa grande acontecesse e mudasse o rumo das coisas, mesmo que isso significasse a extinção de outros milhões de pessoas e também de quase todas as espécies animais. Se existisse uma pequena chance de que elas sobrevivessem, e que tudo recomeçasse de uma maneira diferente, para elas, valeria a pena.
Mas elas não enxergam que para que isso aconteça, o mundo não precisa acabar; basta que olhemos em volta, sem os óculos cor-de-rosa, e vejamos o quê e quem está na nossa vida, se vale a pena deixá-los ficar, e também examinar comportamentos pessoais que estejam nos prendendo ou nos mortificando a alma, e fazermos tudo o que pudermos para nos libertar deles.
O ano de 2012 marcou-me como um dos piores de minha vida. Mas também foi o ano em que eu realmente senti que alguma coisa muito grande, uma mudança radical, aconteceu na minha vida, no meu modo de ser, nos meus relacionamentos - alguns terminaram, outros mudaram e ainda outros começaram - e na minha maneira de pensar. Aquele ano foi o meu fim de mundo pessoal, e acho que foi isso que o meu suposto aluno do sonho queria me dizer. Acho que ele era uma espécie de mensageiro, e estava me alertando para o fato de que grandes mudanças e perdas aconteceriam, mas que depois do fim daquele mundo velho e mofado, coisas boas viriam. E vieram.
Coloquei pingos que estavam suspensos em vários 'is;' enxerguei a necessidade de modificar o teor de relacionamentos com pessoas que eu pensava serem amigas, mas que não me apreciavam realmente, e que através da sua inveja, me desejavam o mal. Passei a valorizar pessoas que eu antes mal enxergava - e que eram as que realmente valiam a pena, que me apreciavam e apreciavam as coisas que eu fazia.
Por isso, se o mundo acabar realmente hoje, eu vou poder ir em paz. Não tenho nada a reclamar, nada que ficou por fazer ou por dizer. Não tenho nenhum ódio, nenhum desejo oculto por coisas que gostaria de ter feito e não fiz. Estou pronta.