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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

EU SOU EGOÍSTA.




Alguém chamou-me de egoísta por eu não concordar com o comunismo. Admito: sou egoísta mesmo.

Sou uma pessoa muito egoísta. Eu me recuso a dividir com os outros as coisas que eu consegui através do meu trabalho. Sou uma coxinha irascível, assumida e com assinatura – é assim que me descrevem, e eu assumo. Se eu ajudo outras pessoas? Não saio por aí fazendo propaganda disso, e nunca vou fazer. Mas penso que ajudo muito mais do que quem vive proclamando bondade e abnegação online. E não, eu não gostaria de dividir a minha casa com outra família, nem digo que gostaria.

Sou tão egoísta, que acredito em coisas surreais, como por exemplo, no trabalho, na educação e na força de vontade das pessoas. Eu acho que todo mundo tem condições de trabalhar e obter uma vida melhor através dos próprios méritos. E acredito que uma vida melhor não signifique ser rico, mas ter uma vida melhor do que aquela que nossos pais tiveram. Sou tão absurdamente egoísta, que não aprovo o aborto, mas aprovo o controle de natalidade, enquanto os que aprovam o aborto acham que o controle de natalidade é uma crueldade – afinal, todo mundo tem o direito de ter (e de matar) quantos filhos quiser.

Sou tão pateticamente egoísta, que acho que as pessoas têm que conseguir as coisas que desejam através de esforço próprio e mérito, e não através de sistemas paternalistas que determinam que, pela condição social, preferência sexual ou cor da pele, umas pessoas merecem mais do que as outras.

Sou tão ridiculamente egoísta, que, se alguém vier me dizer que eu sou fraca, não tenho condições de pensar por mim mesma, e que por isso, ela vai pensar por mim, decidir por mim e ser minha salvadora, eu a mando plantar batatas na mesma hora.

Eu não acredito em igualdade. Somos todos diferentes, temos histórias diferentes, gostos diferentes, crenças diferentes, e são essas diferenças que tornam a vida um aprendizado constante; é através delas que somos capazes de desenvolver nosso senso crítico, nossa solidariedade e por que não dizer, o nosso amor. Não acho que o mundo deva ser de uma cor só e chato feito uma bolacha; não acho que todo mundo é obrigado a viver e pensar da mesma forma. Na escola, eu já detestava usar uniforme, e sempre dava um jeitinho de personalizar o meu.

Eu não acho que apenas estudando história e absorvendo os pensamentos alheios, a gente vá se tornar pessoas melhores. Acredito que é preciso também ser capaz de ter senso crítico, conquistado através da observação cuidadosa e lógica daquilo que acontece em volta. Todo mundo sabe que a história mente muitas vezes, e que cria e mata seus heróis conforme a necessidade.

Eu sou egoísta mesmo, pois acredito que é preciso ensinar a pescar ao invés de dar o peixe. Acho que programas sociais devem ter prazo de validade, e que junto com eles (ao invés de apenas doarem coisas como esmolas) deveriam vir cursos profissionalizantes, que possibilitassem as pessoas tornarem-se independentes e sobreviverem por elas mesmas. Isso se chama dignidade humana. É claro que existem as emergências; ninguém aprende nada estando faminto. Mas após matar a fome com programas emergenciais, as pessoas deveriam ter direito à dignidade, e não precisarem mais depender de dinheiro do governo. Para isso, precisam ter uma profissão. Mas parece que nos dias de hoje, trabalhar para outra pessoa é visto como “sustentar a burguesia golpista.”

Eu gostaria mesmo que todo mundo tivesse direito à casa própria – não essas casas minúsculas e mal construídas iguaizinhas, que são distribuídas como se fossem grande coisa com pompa e circunstância, e que se deterioram em apenas alguns anos, além de serem feitas longe dos centros urbanos, nos lugares onde ninguém gostaria de morar, obrigando as pessoas a acordarem às 4 da manhã para ir ao trabalho, chegando em casa após as dez da noite. Eu queria que as pessoas pudessem escolher que tipo de casas elas gostariam de ter, de acordo com suas necessidades.

Eu sou tão egoísta, que não tenho partido político. Não acredito nos políticos. Mas creio que alguma coisa está começando a mudar, e é como uma casa em obras: primeiro, as coisas ficam fora de lugar, sujas, algumas cobertas com plásticos pretos, mas quando a reforma termina e a gente limpa e coloca tudo no lugar outra vez, estará tudo bem melhor. Nunca perfeito, porque não existe nada perfeito no mundo (a começar pelas pessoas), mas melhor.

Eu sou egoísta. Não gosto dessa coisa de ‘tudo pelo coletivo’, porque para mim, isso é a maior balela e o maior atraso de vida. Torna as pessoas acomodadas, acreditando que são fracas, que não podem conseguir nada sozinhas, que precisam sempre da ajuda de alguém, que sem alguém que lhes diga o tempo todo o que fazer, não conseguem tomar as decisões certas. A inteligência embota, os músculos afrouxam, e elas acabam se tornando massa de manobra para os mais espertos.

Acho que  a maior lição de vida que alguém poderia aprender, é acreditar em si mesmo. Acreditar que, esteja onde estiver, isso não é uma condição que precisa ser permanente. Que não é necessário ou certo invejar os que possuem mais, nem desejar sua ruína, pois isso não tornará ninguém melhor. E entender que o mundo nem sempre é justo, a vida nem sempre é justa, mas que é possível resolver os problemas; pelo menos, a maioria deles.

E mais importante: o paraíso não existe. QUALQUER UM QUE LHE PROMETER O PARAÍSO, ESTARÁ MENTINDO.




segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Morrer de Fome







Existem várias formas de se morrer de fome. A forma física é dolorida, cruel, inadmissível. Acho simplesmente bizarro que em pleno século XXI ainda haja pessoas que morrem de fome pelo mundo, porque a distribuição de comida é tão injusta. Todos nós cometemos o crime de jogar comida fora, nem que seja aquela sobrinha de arroz no fundo da panela, o pão que endureceu, a comida que foi feita a mais e ninguém comeu e acabou estragando. Somos campeões em desperdício. 

Mas há uma forma de morrer de fome que é mais lenta, talvez fisicamente menos dolorida, mas que mata uma coisa muito mais importante do que o corpo: mata a alma. É quando alguém delimita nossos caminhos, dizendo por onde podemos ou não seguir, a quem adorar e a quem odiar, quanto dinheiro podemos ter, onde podemos morar, e com quem, a quem pertencerá aquilo que produzimos através do nosso trabalho, quais ideias podemos propagar e quais ideias devemos calar sob risco de morte. 

E ficam as pessoas que morrem desta morte vivendo em um inferno em vida, onde a miséria é disfarçada em forma de comida. Porque não é só a fome que traz a miséria. Existe a miséria espiritual, que consiste em termos mordaças sobre a boca, vendas nos olhos, braços amarrados e sonhos castrados.

Morreu Fidel Castro. É claro que isto não vai resolver todos os problemas do mundo. Não morrerão com ele a memória das centenas de milhares de pessoas que ele exterminou, torturou, exilou e baniu do país. Ainda há seus herdeiros, ainda há a sua filosofia egoísta que teima em clamar ser possível dividir tudo por igual, desde que a maior parte fique com eles. Mas em vista de tudo o que vem acontecendo no Brasil, considero a morte de Fidel exatamente neste momento, simbólica.

Tomara que eu esteja certa.

ALELUIA!!!!




Google, O Paaaai






Ainda me lembro de quando eu fazia pesquisas para a escola: primeiro, ia a uma biblioteca e pesquisava o assunto em vários livros diferentes, selecionando (e copiando à mão) as partes que interessavam para a minha pesquisa; depois, chegava em casa e procurava figuras em revistas a fim de ilustrar meu trabalho (piquei muitas revistas das minhas irmãs e levei algumas broncas por isso); depois, passava o material todo a limpo, torcendo para não errar (alguns professores não admitiam qualquer tipo de rasura, e tinha que começar tudo de novo se cometesse algum errinho). Também tinha que fazer uma capa para o trabalho, com letras de imprensa para o título, colorindo com canetas hidrocor. Eu, que nunca tive habilidade para desenho, sofria muito nessa parte.

Levava pelo menos quatro horas para terminar tudo, sem contar a parte da pesquisa, que significava ter que tomar um ônibus, ir até a biblioteca, ficar lá uma tarde inteira e depois tomar outro ônibus para casa.

Hoje em dia, as crianças tem a opção de procurar no Google, e encontram textos, fotos e vídeos com documentários e depoimentos sobre o assunto que desejam aprender. Às vezes, isso pode ser muito negativo – há muita fofoca e mentira na internet – mas para confirmar informações, basta que se procure em vários sites e cruze as informações que encontrou. Também há várias enciclopédias online, além da Wikipedia, uma enciclopédia interativa.

Mas vejo pessoas partilhando posts que propagam mentiras absurdas, sem nem mesmo checar as fontes. Isso só serve para espalhar ódio. Também há os que propagam suas fontes de informações tendenciosas, a fim de confirmar suas teorias, mesmo que o óbvio prove o quanto elas estão erradas.

Mesmo assim, a internet e o Google são excelentes fontes de informação! Por que não aproveitar tais recursos, se eles são mais práticos e muito mais rápidos!

Os livros nos quais estudávamos história não eram totalmente confiáveis – visto a História do Brasil que aprendemos, e que contém informações equivocadas. Hoje mesmo, os livros liberados pelo MEC vem cheios de erros. Da mesma forma, nem tudo o que está online é confiável. Porém, acho um tremendo sinal de atraso considerar que tudo o que está no Google seja mentiroso. Através deste site de busca, podemos encontrar diferentes opiniões sobre o mesmo assunto, e lendo com atenção, tirar as nossas próprias conclusões.

Hoje em dia existem muitos livros de papel tendenciosos, escritos a fim de mostrar o que é interessante para esta ou aquela filosofia, e esconder o que não é. Como existem cientistas pagos capazes de provar qualquer teoria – até mesmo a de que maconha faz bem à saúde – existem escritores capazes de provar qualquer teoria que desejem, exercendo seu poder de persuasão e usando palavras bonitas. 
Mas na prática, as coisas podem ser bem diferentes.

Creio que a melhor forma de lidar com essa enxurrada de informações que nos assola diariamente, é usar o nosso discernimento; ler, sem preconceitos, sobre vários assuntos, cruzar informações e tirar conclusões.

Observar cuidadosamente o que se passa em volta, por exemplo, as reações de quem defende isto ou aquilo, pois quando é preciso matar, xingar, ridicularizar ou ameaçar outras pessoas para que uma ideia predomine, é impossível que advenha de tais práticas alguma coisa positiva.

Quem chama o outro de burro ou de ignorante, na verdade está afirmando seu preconceito e sua própria ignorância, pois só admite uma única verdade: a sua. Pessoas assim são pretenciosas e fanáticas. Melhor fugir delas.




quinta-feira, 24 de novembro de 2016

A Morte Não Mata




A Morte Não Mata


A morte não afasta; até aproxima
Agora  e para sempre, pelo pensamento
O que já está fora e o que ficou dentro,
E que pelo físico se afastaria.

A morte não mata o amor, nem o ódio,
Não se deixa de amar, ou se passa a amar...
Um foi, um ficou, mas se o laço ainda existe,
Não há recomeço, nem mesmo algum pódio.

A morte é apenas janela fechada,
Mas ainda há a casa, e o seu morador
Que guarda a saudade, ou todo o rancor
Daquele que passa por sua fachada.

A morte não mata; o morto não morre,
Pois a sua ausência ainda traz dor
(Quem sabe, alegria, se não houve amor)
Quem fica carrega consigo as lembranças.

Mas e quem se foi – lembrar-se há, ainda,
De quem adorou ou odiou nessa vida?
Eu creio que ‘sim’ é a certa resposta,
Não há mais a chave, mas ficou a porta.






"O amor não mata a morte, a morte não mata o amor. No fundo, entendem-se muito bem. Cada um deles explica o outro."

Jules Michelet







ESPERANÇA





"AS DIFERENTES FORMAS DE DESESPERO SÃO ETAPAS DISTINTAS DE UM MESMO CAMINHO."


A esperança é um estado de espírito que devemos cultivar nesses tempos de dificuldades e confusão.
O pensador espanhol Miguel de Unamuno disse que sempre há um motivo para se ter esperança, "mesmo estando nas mais obscuras aflições, pois das nuvens negras cai a água limpa e fecunda."





Sobre este assunto, o dramaturgo belga Maurice Maeterlinck fez uma interessante reflexão: "A desesperança de baseia no que sabemos, que é nada, e a esperança se baseia no que não sabemos, que é tudo."




Quando nos desesperamos, sentimo-nos vazios, sem ideias nem planos para seguir adiante. A esperança, por outro lado, logo arranja soluções para a situação em que nos encontramos.
Mesmo que seja só por isso, vale a pena ancender uma luz na escuridão.



Do livro Kafka Para Sobrecarregados, por Alan Percy

Sentidos








Eu acho que o amor
É uma briga de sentidos:
Cheiros, sabores, cores, sons
Ecoando em vários tons
Na ansiedade de um par de ouvidos.

Uns pensam que amor é só sentimento,
Volátil, feliz ou sofrível,
Um sentir que ninguém explica
Porque não cabe em ‘sim’ ou ‘não.’
Mas eu acho que amor é carne, alma e sangue,
Um pouco abaixo da loucura
Que se situa na paixão.

Depois, o fogo abranda, e ficam
Entre os gritos, silêncios e meiguices,
As brasas quentes e vermelhas
As mesmas que nos aquecerão
(Meias de lã não bastarão)
Nas noites frias da velhice.





terça-feira, 22 de novembro de 2016

Farelos nos Cotovelos




Quando a gente se casa com alguém – dizem – é que passamos a conhece-lo realmente. Viver juntos na mesma casa deixam expostas todas as manias, fraquezas, medos, dúvidas, qualidades e defeitos. Acho que isso é verdade, embora tenha conhecido casais que viveram juntos uma vida inteira sem sequer atinarem para a verdadeira personalidade do cônjuge. Passaram uns pelos outros sem realmente se olharem.

Já ouvi falar de casais que se separaram por detalhes bobos, como a pasta de dentes espremida pelo meio do tubo, a tampa do vaso sanitário ‘batizada’ ou levantada, as marcas de pés enlameados no assoalho recém-encerado, os roncos noturnos, os cabelos caídos na pia, a cara sem maquiagem ou cheia de creme pela manhã. Mas eu penso que estes motivos são apenas desculpas para o motivo real das separações: faltou amor. Faltou paciência, tolerância, e acima de tudo, diálogo. Talvez, a compreensão de que ninguém é perfeito.

Viver juntos significa dividir espaços,  respeitar os espaços e os gostos do outro e os momentos nos quais ele precisa estar só.

Porém, para certas coisas, nem todo o diálogo do mundo terá sido suficiente. Por exemplo: meu marido tinha a mania de cortar pão sobre a toalha de mesa, o que me deixava sempre irritada. Eu detestava sentar-me à mesa para o café da manhã (levanto-me muito mais cedo que ele, pois começo a trabalhar às sete, e tomo café da manhã sozinha) e sentir os farelos sob o antebraço, ou vê-los grudados nas mangas das minhas roupas. Depois de pedir, implorar, discutir e brigar, desisti; não havia jeito de fazer com que ele se lembrasse de colocar um prato sob o pão antes de cortá-lo. 

Certa vez, enquanto ele começava a cortar o pão, eu mais que depressa pus o prato sob ele, e meu marido – muito sem graça – passou a limpar com a mão os farelos que tinham caído sobre a toalha antes ... jogando-os, com a cara mais inocente do mundo, no chão da cozinha! Percebi que ele tinha tentado encontrar uma solução rápida e desajeitada para seu problema, e ao invés de ficar brava, comecei a rir. Ele pegou a vassoura e passou a varrê-los.

A partir daquele dia, ele não apenas começou a lembrar-se de colocar o prato sob o pão antes de cortá-lo mais frequentemente (às vezes, ele ainda se esquece), mas também passei a não dar mais tanta importância quando os farelos ficam grudados na minha roupa; ao invés disso, lembro-me daquele dia e começo a rir. Confesso que, quando ergo os braços da mesa e não encontro nenhum farelinho sequer, sinto falta, e penso naquele dia com carinho.

Há tantas coisas boas que ele faz para mim e para nós, e farelos de pão não serão mais motivos suficientes para que comecemos uma discussão. Mas só a maturidade traz este entendimento, e a maioria dos casais separam-se antes disso. 





Poema de Natal - Vinicius de Moraes





Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.




Momento de Paz




O Paraíso
É quando estás em paz,
Envolto em branco
Bem no meio do arco-íris,
Descansando na  serenidade,
Sem querer prender a liberdade.

Estar em paz, é não querer mais nada,
A não ser agradecer pelo que tem,
Pelo que já é, e até
Pelo que jamais poderá ser.

É sentar-se lá fora, sobre a grama,
E fechar os olhos para melhor ver,
Abrir os sentidos,
Sentir no vento os cantos dos pássaros
Vindo, vindo, vindo, vindo...

Se houver chuva caindo,
Multipartir-se com as gotas
E cair junto com elas,
Achando que o dia é lindo,
Lindo, lindo, lindo, lindo...




sábado, 19 de novembro de 2016

VIDA







Sons de cristais que brindam,
Sons de cristais que quebram:
Assim tem sido minha vida
Nos caminhos que me levam.

Sonhos e pesadelos,
Vontade de despertar
Ou de dormir para sempre
E nunca mais acordar.

Cheiro de flor e mato,
Cheiro de asfalto quente:
Eu sigo, aceitando os fatos
No meio de tanta gente.

Ora triste, ora contente,
Assim como todo mundo
Que vai procurando um rumo
Entre o raso e o profundo.



CÉUS DE ANA BAILUNE - EM HOMENAGEM À CHICA













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