witch lady

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segunda-feira, 14 de março de 2016

Casas que Viraram Lama








Um minuto de silêncio às casas que viraram lama. 

Desceram pelas ribanceiras, levando pessoas, sonhos e planos, e deixando pesadelos e saudades.

A chuva, tão tranquila e tão bonita quando estamos em segurança, é o som da ameaça para quem mora nestas casas no alto das colinas. 

Que um dia as montanhas só tenham árvores e plantas, e sejam refúgio dos passarinhos e animais silvestres, e não última solução para os homens que não tem onde morar e constroém lá as suas casas por falta de opção. 

Que um dia sonho deixe de ser sinônimo de utopia, pois todo mundo tem como maior sonho, uma casa segura para viver e estar protegido, uma casa de onde se ouça a chuva, e ao invés de sair correndo em desespero, se possa fechar os olhos e dormir em paz, curtindo o tamborilar das gotas no telhado.





RIVOTHRILL






One drop,
Two drops,
Three drops...

And sadness becomes something else!

One tablet,
Two tablets,
Three tablets...

And terror becomes just a thrill!

That's Rivothrill!






sábado, 12 de março de 2016

Mundo Sem magia







Matamos toda a magia
Que ainda havia no mundo!
Cortamos as asas das fadas,
Banimos todos os anjos,
Enterramos gnomos e faunos...
Já não nos resta mais nada!

A meia-noite é calada,
Não existem mais portais,
Não há mais círculos mágicos
Que possam nos proteger.

O azul aveludado
Do coração das florestas,
Antes, tão misterioso,
Não conta com vagalumes
Ou mágicas criaturas.

As crianças riem das lendas
Que nossos avós nos contavam,
Não há monstros nos armários
Ou fantasmas sob as tendas,
Ninguém mais as observa
Na escuridão do quarto.

Das copas das velhas árvores,
Só as corujas nos olham,
Não há mais céu nem inferno,
Não há demônios a temer
Ou santos que nos atendam.

As princesas não mais beijam
As faces feias dos sapos,
Preferem os príncipes prontos,
Bem vestidos e engomados,
Belos e desencantados.

Não há mistérios no ar,
Os corações são tão rasos!
E a magia do viver
Transformou-se em mero acaso.






quinta-feira, 10 de março de 2016

GAIVOTAS








Ugo Miller


Nasceu em Petrópolis e pertenceu a Academia Brasileira de Poesia, com sede em Petrópolis. 



Gaivotas estonteadas
Voam por entre poeiras
Prateadas da lua
Que vem caindo devagar
Sobre a superfície ondulada do mar
Num zigue-zague de reflexo e luz.

Não é preciso mais nada.
Descomprometida a alma,
Mente vazia,
Sem pensar, nem sentir
Na só contemplação
Que se eleva o espírito,

Assim, nesse leve existir.




quarta-feira, 9 de março de 2016

BONECA




imagem encontrada no Google


Boneca com a qual alguém brincou,
E tantos disputaram,
Já foi esquecida na calçada,
Já ficou na chuva, 
Já passou a noite no frio, lá fora,
Queimou as mãos em outras luvas...

Boneca pequena, que todos amavam,
E todos queriam, e que protegiam,
Cresceu, e aos poucos, perdeu seu reinado
Deixada em um canto,
Perdeu cada encanto,
Tornou-se sucata!

Boneca tão triste, tão abandonada,
Cresceu tão sozinha, tão pobre, tão órfã,
Dos pais que viviam, do amor que morria,
Dos sonhos partidos, jogados na estrada!

Boneca, eu espero que estejas guardada
No alto do armário, Com vista pra casa
Que hás de habitar - e serás amada!

Tua dor, resgatada, teus olhos fechados
Tua alma encantada, Teu rosto molhado
Secando na brisa que vai te salvar,
-Boneca cansada de tanto esperar!



Passos de Março










O chão suntuoso
Reflete os passos macios
De março.
Chuva no telhado,
Gotas brancas e pesadas,
"São as águas de março..."

Vem uma saudade,
Uma branca vontade
De alçar voos, tocar os pássaros!
Os olhos cansados
Derramados sobre as ramagens
Molhadas de brilhos...

As gotas caem nos trilhos,
Perdem-se entre os espaços,
Molham destinos,
Marcam as rodas dos trens
Que passam como raios
E nos levam adiante, até maio.

E a chuva insistente
Parece que não vai ter fim.
Pobre de mim,
A gola ainda presa em fevereiro,
Sonhando setembros
Entre lívidos raios!






terça-feira, 8 de março de 2016

Nasci Mulher... e Daí? (HUMOR)







Texto escrito pensando em uma pergunta que o Recantista Sam Moreno me fez por e-mail, após eu responder a um e-mail seu me homenageando pelo Dia da Mulher



Em um 29 de setembro qualquer, há mais de cinquenta anos, eu nasci pelas mãos da parteira Dona Maria Carioca e dei meu primeiro grito neste mundo.  Minha mãe sofreu as dores do meu parto em casa, assim como ela já tinha sofrido antes as dores dos partos dos meus quatro irmãos mais velhos - um menino e três meninas. Foi assim que minha vida por aqui começou. Nasci mulher.

Desde cedo, me ensinaram que eu era menina; cresci e aprendi a gostar de brincar de boneca e de casinha. Na escola, minha mãe me aconselhava a brincar com outras meninas e a ficar bem longe dos meninos, e conforme eu crescia, mais ela enfatizava a importância deste gesto, pois meninos só queriam saber "daquilo."

Mas logo aprendi a definir minhas próprias preferências, e meu maior amigo durante a sexta e a sétima séries do primeiro grau foi um menino, e ele nunca quis saber "daquilo" comigo. Mais tarde, também fiz amizade com dois outros meninos - gays - e descobri que os homens, não importa qual a sua inclinação sexual, são bem mais simples, sinceros e acessíveis do que as mulheres. Não perdem tempo com fofoquinhas, disputas para saber quem tem a melhor roupa, ou o melhor cabelo, ou as botas mais caras. Se encontram no campo de futebol e passam horas divertidas juntos, brincando e rindo (se desentendendo muitas vezes, mas após a partida, as rixas acabam), ficam elameados sem reclamar por causa das roupas, e no vestiário, não discutem qual barriga estava mais flácida, quem tinha mais celulites, estava mais gordo ou tinha mais rugas. 

Anos depois, quando os homens se encontram nos caminhos da vida (posso observar isto porque é assim que acontece com meu marido e seus amigos de escola ou vizinhos), ficam horas conversando, lembrando os bons e velhos tempos, sem olhares oblíquos para o que o outro está vestindo. Parece que se viram pela última vez ainda ontem, e despedem-se com um abraço de urso e muitos tapinhas nas costas, após trocarem telefones.

Já quando duas mulheres se reencontram após muitos anos, o seguinte pode acontecer: elas medem uma à outra de cima em baixo, dão um sorriso forçado, beijinhos nas bochechas e passam a falar sobre onde estão morando, o que estão fazendo, tentando descobrir qual delas tem a vida melhor e é mais feliz. Isto, quando elas se cumprimentam! E depois, quando chegam em casa, comentam sobre o quanto a outra envelheceu / engordou / se deu mal na vida / casou com o homem errado / divorciou-se primeiro, ou  todas as alternativas anteriores (e mais algumas). 

Assim, agradeço profundamente por terem  lembrado de mim, ou pelo menos, lembrado de que eu sou uma mulher, e me enviado mensagens pelo Dia da Mulher. Obrigada! Mas é que eu não vejo nada de especial em ser uma mulher! As mulheres sofrem as dores do parto, precisam se depilar e fazer as unhas, tingir os cabelos quando eles começam a ficar brancos precocemente, manter a forma física durante a maior parte da vida (até que envelhecem e deixam a peteca e a barriga cairem), preocupam-se em se manterem bonitas, jovens e cheirosas sempre, além de serem as principais responsáveis pela educação dos filhos e a manutenção da casa. 

Gente... com toda sinceridade: qual a vantagem disso?!

.
.
.



A propósito:

Eu respondi ao Sam Moreno que, se tivesse nascido homem , eu seria gay. Porque, sendo mulher, eu conheço as mulheres, e não gostaria nada de relacionar-me intimamente ou romanticamente com uma. Ele riu. Mas eu falei sério.





segunda-feira, 7 de março de 2016

The Touch








All of the people
Who had ever touched her life,
Committed either of the two 
Unforgivable crimes:
Either they sinned for actions
Or for omission.

But when she died,
Everyone had a constrained pain
Deep inside
Which they obliviously denied








RESSUREIÇÃO








Quisera poder salvar os deuses da minha infância,
Que hoje descansam
De olhos fechados,
Semblantes cobertos de bruma,
As mãos entrelaçadas sobre o peito.


Quisera poder ouvir novamente seus sorrisos,
Abrir os olhos na escuridão
E saber que eles estão lá,
Velando por mim.

Mas depois que a inocência morre,
Nada mais nos socorre.

Quisera poder escutar suas vozes miúdas
 Em meus ouvidos
Fazendo-me crer que tudo vai ficar bem,
Não importa o que aconteça,
E que após a escuridão,
A manhã mais clara estará a minha espera...

Mas aprendi a ver além das paisagens e olhares.

Quisera poder novamente encontrá-los nos vitrais coloridos
Das igrejas e catedrais, 
No silêncio quente da chama de uma vela,
Passeando entre as palavras das preces sussurradas.

Quisera que houvesse um caminho,
Um jeito de ressuscitar meus deuses moribundos
Que tem fé em mim, e que me esperam.






domingo, 6 de março de 2016

PRÊMIO DARDOS







Fui presenteada com esse selinho "Prêmio Dardos" e sinto-me muito agradecida. Quem me indicou foi Maria Luiza, do blog Casa da Alquimia. O link: http://marialuizasaes.blogspot.com/

Desculpe, Maria Luiza, por estar usando aqui a sua ilustração!

O Prêmio Dardos é um selo virtual criado no ano de 2008 pelo escritor Alberto Zambade do blog Leyendas de “El Pequeño Dardo” El sentido de las Palabras.

Ele selecionou e indicou o selo a quinze blogs que ele considerou merecedores do prêmio, os quais também indicaram outros quinze e assim sucessivamente. 

Este prêmio é concedido a blogueiros para reconhecer "o esforço, criatividade e dedicação 
para manter um blog" e "valores pessoais, culturais, éticos e literários". 
Este prêmio também é conhecido 
como Best Blog Darts Thinkin.





Regras do Prêmio Dardos:
- Indicar blogs que preencham os requisitos acima para receber o prêmio; 
- Exibir a imagem do selo; 
- Mencionar o blog de que recebeu a indicação e colocar o link dele; (vou burlar esta regrinha... quem desejar conhecê-los, basta pesquisar no Google os títulos dos blogs. Indico todos eles, são blogs excelentes!)
- Avisar aos blogs escolhidos. 

Blogs escolhidos por mim, já recebedores do prêmio Dardos e que devem indicar outros blogs:

1- Luiz Alberto Machado - Tataritaritatá
2- Vera Lúcia - Recanto do Sol
3- Bandys - Esconderijo da Bandys.
4- Mario Feijó - Permita-se
5- Cláudio Poeta - Vida Alta
6- Carlos Costa - Jornalismo Carlos Costa
7- Carlos A. Lopes - Gândavos
8- Ricardo Rohen - UFOS Online
9- Toninho - Mineirinho
10- Felisberto Júnior - Be Happy
11- Adilson Shiva - Rimas Truncadas
12-Chica - Coisinhas da Chica, Céus e Palavras, Fuxicando com a Chica, e tantos outros.
13-Rangel Alves da Costa - Ser Tão / Sertão
14- Paulo Bratz - Enfim, é o que Tem Pra Hoje
15- Ivone - Levitar em Brancas Nuvens

Os escolhidos, desejando participar, devem também indicar quinze blogs para receber o prêmio. Podem copiar o selo e colar no blog se desejarem.






quinta-feira, 3 de março de 2016

Absinto







Te deram uma estrela ao nascer,
E era absinto... 
Teus olhos infantis e inocentes,
Sonhavam com o amor simplificado,
Mas que mostrou-se inconsistente.

Numa tarde fria, entre lágrimas,
Tu me disseste: “Eu só queria ser feliz!”
Mas eu não pude dar-te alegria,
Não, não era eu tua fada madrinha!

As flores coloridas e formosas
Com as quais enfeitaram teus caminhos,
Eram todas elas, venenosas
E cheias de espinhos!

A felicidade que tanto desejavas,
Veio em curtos lampejos,
Fracos relâmpagos, entre raios e trovoadas,
E noites negras de puro medo!

E foram noites longas e arrastadas,
Sem sinais de qualquer amanhecer.
Os deuses para os quais rezavas
Eram todos obscenos, e não te salvaram.

-Será possível que alguém já nasça
Com esse signo, esse cálice de dor
Derramado na alma, destinada
A só penar, a só sofrer?

Finalmente, o teu amanhecer,
O ato final dessa peça sem ensaio,
A chuva benfazeja, após o raio;
Sobre tua vida, o selo da sorte,

Parece-me que o anjo cujas asas tocaste
E cujos olhos jamais viste
(Mas que também eram tristes)
Estendeu-te a mão, e te sorriu.

A tua estrela, o absinto,
Há de brilhar, e transformar-se em outra coisa,
Em giz de luz, para que escrevas em tua lousa
Entre flores e perfumes de jasmim,
A tua última palavra – aliviada: “FIM.”



Para Rosane





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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...