witch lady

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Coisas que às Vezes Acontecem aos Sábados







Antes da pequena reunião, é preciso arrumar tudo para que fique aconchegante e os convidados se sintam bem-vindos. 

Colocamos as luzes coloridas em volta da lareira. Colho um ramo de Hortênsias no jardim e enfeito a mesa. Disponho os pratos que ganhei de presente de casamento, há vinte e cinco anos, e escolho os melhores copos. Selecionamos as músicas no pendrive. Um incenso para perfumar tudo.

Sobre a mesinha da sala, as pastinhas - de gorgonzola e de azeitonas com queijo, as torradinhas, o queijo, o vinho. Abajures acesos. Encomendamos a pizza. Para sobremesa, um panetone maravilhoso, paglia italiana (trazida pelos convidados) e sorvete.

Pouco antes da chegada dos convidados, acendo as velas que estão na varanda e sobre a lareira. Lá fora, a chuva deixa o interior da casa mais acolhedor. A árvore de natal pisca suas luzes azuis perto da porta de entrada.

A campainha toca. Recebemos nossos convidados e as conversas se estendem entre taças de vinho e comidinhas. Horas agradáveis e despretensiosas. 

Mais tarde, quando eles vão embora, recolhemos e guardamos as comidinhas que sobraram,  lavamos, secamos e guardamos a louça e nos sentamos nas poltronas da sala, de mãos dadas, o aparelho de som bem baixinho, desfrutando da paz que nos rodeia. E as lembranças vão brotando, tecendo conversas e considerações sobre acontecimentos passados, planos futuros, e o presente... comentamos as músicas que estão tocando. Cansados, tranquilos e felizes. Fazemos uma breve recapitulação de tudo o que alcançamos este ano, e também tecemos alguns esboços daquilo que pretendemos para o ano vindouro.

O sono torna-se cada vez mais presente e palpável. Desligamos o som, apagamos as luzes do interior da casa e vamos dormir. A chuva continua caindo lá fora, o barulhinho no telhado logo nos conduz a uma noite de sono tranquila e reconfortante.

A casa finalmente fecha seus olhos.




OUVIDO EM UM FILME






"Aquilo que você não sabe, não te fere.





Te mata."





O VESTIDO - PRESENTE DE NANCY


quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Lá, Onde eu Sou Poeta








Existe uma terra longe,
Lá, onde eu sou poeta,
Onde Bocage é asceta
E Pessoa se esconde
Por trás de seus codinomes.

Shakespeare está perdido,
Entre os sapos de Bandeira,
E Florbela não é triste:
Ri da dor que ainda insite,
Canta e dança a noite inteira!

Lá, onde eu sou poeta,
Augusto não é dos anjos,
Mas amigo de Neruda.
Quer beijar a boca muda
De Cecília, que segura
Pelo braço, seu marido
Mal comido e mal roupido.

Existe uma terra estranha,
Surreal, onde eles andam
Procurando suas memórias,
Esquecidos de suas glórias
Os poetas, já morridos
E os ainda não nascidos.

Lá, onde eu quero estar,
Nossas letras se confundem,
Somos alvos de mil setas,
Somos grandes e pequenos,
Entre amargos e amenos
-Mas somos todos poetas.





A Árvore de Natal









A árvore de Natal é uma tradição maravilhosa, que remonta aos tempos medievais.  Embora hoje em dia a árvore de natal seja montada justamente em celebração ao nascimento de Cristo, muito antes disto elas já serviam como uma comemoração à fertilidade da natureza. Os romanos as enfeitavam como uma homenagem a Saturno, o deus da agricultura. 

Se fizermos uma pequena pesquisa, descobriremos várias histórias interessantes sobre as árvores de natal; porém, segundo o site Wikepedia, "Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os enfeitavam de forma muito semelhante ao que faz nas atuais árvores de Natal. Essa tradição passou aos povos Germânicos. A primeira árvore de Natal foi decorada em Riga, na Letónia, em 1510. No início do século XVIII, o monge beneditino São Bonifácio tentou acabar com essa crença pagã que havia na Turíngia, para onde fora como missionário. Com um machado cortou um pinheiro sagrado que os locais adoravam no alto de um monte. Como teve insucesso na erradicação da crença, decidiu associar o formato triangular do pinheiro à Santíssima Trindade e suas folhas resistentes e perenes à eternidade de Jesus. Nascia aí a Árvore de Natal."

É... ele aprendeu logo que àquilo que não podemos modificar, devemos nos adaptar...

Mas para mim, não importa tanto de onde ela veio, e sim a intenção de quem a enfeita. Eu gosto de montar a minha árvore de natal logo no início de novembro, pois assim ela fica enfeitando a casa por mais tempo, e geralmente a desmonto após o Dia de Reis, no dia 6 de janeiro. Confesso que desmontar a árvore é uma atividade que considero melancólica... seria bonito, mantê-la enfeitada e acesa o ano todo, para que nos lembrássemos sempre daquela solidariedade que geralmente só surge no mês de dezembro.

Gosto tanto de árvores de natal, que eu montaria uma mesmo que fosse atéia. Acho que elas dão um aconchego especial à casa e à alma.








terça-feira, 1 de dezembro de 2015

SECRETS







Have I told you?
No?
Don't expect it...
-Unless
You can keep it.

Zip your lips
Or better:
Zip your ears!
(You have
No idea...)

Forget it,
Just let it
Smoothly fade
And disappear...





segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ADAPTAÇÃO




Quem não se adapta às mudanças, acaba ficando, literalmente, para trás. Confesso que sou saudosista de algumas coisas; por exemplo, eu adoro os discos de vinil - tanto que comprei um toca-discos na Black Friday, apesar de já ter um bem antigo. Mas o novo tem alguns recursos mais modernos, e se posso desfrutar deles, por que não? E foram justamente as novas conveniências que me atraíram; por exemplo, poderei digitalizar meus discos de vinil, e assim, colocá-los em meu pendrive para ouví-los onde quiser. 

O mesmo eu digo dos livros de papel; também tenho muitos deles. Alguns eu penso em doar, pois já foram lidos e relidos, e outros, foram lidos apenas por distração e nada há neles que me faça querer guardá-los. Há os especiais, que jamais empresto e nem vou doar.

Mas há também as livrarias que oferecem novas plataformas de leitura por preços bem mais baixos, com a vantagem adicional da economia de espaço físico em casa e a conveniência de poder comprar e ler na mesma hora, sem precisar sair de casa debaixo de chuva em um dia como hoje, por exemplo. E exatamente como nos livros de papel, é possível fazer anotações e selecionar passagens nos livros virtuais! 

Livrarias como a amazon.com.br oferecem milhares de títulos, inclusive, os grandes clássicos, e muitas vezes, totalmente DE GRAÇA; o conteúdo é exatamente o mesmo que encontramos em livros de papel; por que não aproveitar, meu Deus? Por que agarra-se ao passado, quando a única diferença entre livros de papel e livros virtuais é a plataforma de leitura? Os livros podem ser baixados e lidos não apenas no Kindle - leitor de livros da Amazon - mas também em computadores, tablets e smatphones. Sinceramente, não entendo a resistência e o preconceito de pessoas que cismam em falar mal dos livros virtuais, como se todos os escritores que fazem este tipo de publicação fossem maus escritores! Não sabem que lá estão não somente os escritores desconhecidos, mas também os famosos, os consagrados! E que publicar em livros de papel não significa que o autor seja talentoso; há muita porcaria irrisória e ridícula disfarçada de grande estilo literário por aí...

É aquela velha mania de não comer e dizer que não gostou... coisa típica de quem não viu e nem quer ver e prefere falar mal sem conhecer. Gente retrógrada, talvez do mesmo tipo que ridicularizou a televisão quando a invenção surgiu, há anos. 

OK, cada um tem direito a fazer suas escolhas; mas por que falar mal daquilo que não conhece? Não seria melhor experimentar antes? E aqueles que condenam a publicação em livros virtuais, mantém sites e blogs na rede, e nem se lembram de que eles também são uma plataforma de publicação virtual! Ou seja, fazem apologia contra o que eles próprios praticam. 

Digo e repito: escrever deve ser o maior objetivo de quem escreve; lucros, se vierem, serão apenas consequência. Não há nada de mal em vender um trabalho, seja ele escrito ou de outro tipo, desde que vender não seja o principal motivo de quem escreve, pinta ou compõe, ou teremos aí a corrupção literária, a prostituição das letras e das artes.  Sublinho e grifo, para que alguém que não teve a paciência de ler e refletir sobre o que escrevi não venha aqui expressar opiniões baseadas em equívocos. 

Como disse Ariano Suassuna, (foi Ariano Suassuna, não Ana Bailune quem disse):



"Não me preocupo muito em ter ou não uma posição como artista. Literatura para mim não é mercado. É a minha festa, é onde eu me realizo. Digo sempre: arte é missão, vocação e festa. Não me venham com essa história de mercado."


E ainda:


"O autor que se julga um grande escritor, além de antipático é burro, imbecil. Um escritor só pode ser julgado depois da sua morte. Muito tempo depois."



É triste que na internet ainda abundem os tipos antipáticos e imbecis.






ARIANO SUASSUNA





"Não me preocupo muito em ter ou não uma posição como artista. Literatura para mim não é mercado. É a minha festa, é onde eu me realizo. Digo sempre: arte é missão, vocação e festa. Não me venham com essa história de mercado."







"Tenho duas armas para lutar contra o desespero, a tristeza e até a morte:
o riso a cavalo e o galope do sonho. É com isso que enfrento essa dura e fascinante tarefa de viver."





"Jesus às vezes se disfarça de mendigo pra testar a bondade dos homens."
(Em: O Auto da Compadecida)






"Não existe arte nova ou velha, só boa ou ruim."






"O autor que se julga um grande escritor, além de antipático é burro, imbecil. Um escritor só pode ser julgado depois da sua morte. Muito tempo depois."







"Eu não tenho imaginação, eu copio. Tenho simpatia por mentiroso e doido. Como sou do ramo, identifico mentiroso logo."






quarta-feira, 25 de novembro de 2015

FRÁGIL










Seu amor era tão frágil,
Não resistia a um sorriso
Ou a um belo gingado...
Do inferno ao paraíso
Vivia ela, ao seu lado.

Morria de amores num dia,
E no outro, só matava.
Mas logo, ela arrefecia,
E o perdão concedia;
Liquefazia-se o fel
No brilho de um novo anel.

Nos braços dele, esquecia,
Mas à noite, o raio branco
Do luar o despertava,
E assim, ele partia
E sozinha ela acordava...

Seu amor era tão frágil,
Parecia um vento frio
Que soprava, descuidado,
Sobre as águas de um rio,
Mal deixando-o encrespado.


Era só o que ela tinha,
Ou o que pensava ter...
E sumia, a cada dia,
Tentando permanecer.
Bebia o doce veneno
Daquele amor obsceno
Que só fazia matar,
Que só fazia morrer!






terça-feira, 24 de novembro de 2015

Pingos de Chuva - Renovação







Chegou, finalmente, a estação das chuvas. Os pingos cristalinos caem sobre os fios de grama, deixando-os mais verdes, fazendo com que cresçam mais rapidamente. Logo, o gramado seco e desbotado transforma-se em um tapete verde-claro macio e felpudo.

As hortelãs, que ameaçavam morrer e desaparecer, já mostram novos brotinhos, e as plantas que não floresciam, enchem-se de botões ainda tímidos, mas que se aprontam para abrirem. Os passarinhos voltaram, enxameando o comedor. As habituais rações de bananas não são suficientes, e enquanto recolho as cascas vazias, penso que precisarei aumentar a quantidade. O mesmo posso dizer das garrafinhas dos beija-flores, que se antes permaneciam cheias até o final do dia, agora esvaziam-se antes do cair da tarde. 





As minas secas secas voltam a renovar-se, e sobre a pedra da montanha, escorrem pequenos veios d'água, como antes. Eu fico olhando para tudo isso e chego até a me emocionar com tanta beleza e fertilidade.

São os ciclos da vida renovando-se. 





E nós precisamos nos lembrar deles quando estivermos passando por aqueles períodos de seca, que acontecem nas vidas de todo mundo: logo, a chuva voltará a cair. Nossa casa nos dá mais uma chance, apesar de tudo o que temos feito com ela.

A lama de Mariana chegou ao mar. A matança continua. A Terra de Minas cobre-se de tristeza. Mas um dia, tudo voltará a renascer. Pena que desta vez, foram longe demais, e vai demorar muito.




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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...