"Quando a velhice chegar, aceita-a, ama-a . Ela é abundante em prazeres se souberes amá-la. Os anos que vão gradualmente declinando estão entre os mais doces da vida de um homem, Mesmo quando tenhas alcançado o limite extremo dos aos, estes ainda reservam prazeres."
Sêneca
"A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranquilidade, querer com mais doçura."
Lya Luft
A Maturidade
"A maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos.
A maturidade faz parte de um processo. Em um processo não podemos queimar etapas. Ele é lento, chato e demorado. Uma criança passa por um momento de amadurecimento a partir do momento que começa a brincar. A maturidade acontece, quando tomamos posse do que nós somos, para aí então poder nos dividir com os outros. Isso faz parte do processo de maturidade.
Não nascemos amando, pelo contrário, queremos ter a posse dos outros. Essa é a forma de amar da criança, pois ela não consegue pensar de maneira diferente. Ela não consegue entender que o outro não é ela. Quantas pessoas já adultas pensam assim, trata-se da incapacidade de amar, falta de maturidade.
Todos os encontros de Jesus levam a implantação do Reino de Deus. Mas só pode implantar esse reino quem é adulto, que já entende que só se começa a amar a partir do momento, que eu não quero mudar quem eu amo.
Geralmente quando tememos alguém ruim ao nosso lado, é porque nos reconhecemos naquela pessoa. Jesus não tinha o que temer porque era puramente bom, por isso contagiava os que estavam ao seu lado. Na maturidade de Jesus você encontra a capacidade imensa de amar o outro como ele é. Amar significa: amar o outro como ele é. Por isso quando falamos em amar os outros, podemos perceber o quanto deixamos de ser crianças. Devemos nos questionar a todo o momento quanto a nossa maturidade. A santidade começa na autenticidade.
Por isso Jesus nos pede para ser como as crianças, que são verdadeiras e simples. É nisso que devemos manter da nossa infância e não a forma de possuir as coisas para si.
Você tem condições para perceber a sua maturidade. É só observar se você é obediente mesmo quando não há pessoas ao seu redor. Você não precisa que ninguém te observe, pois você já viu aquilo como um valor. Pessoas imaturas sofrem dobrado. Pessoas imaturas querem modificar os fatos, pessoas maduras deixam que os fatos os modifiquem. A maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. Um imaturo ganha um limão e o chupa fazendo careta. O maduro faz uma limonada com o limão que ganhou. Muitas vezes os nossos relacionamentos de amizade são uns fracassos porque somos imaturos. Amigos não são o que imaginamos, mas o que eles são e com todos os defeitos.
Amizade é processo de maturidade que nos leva ao verdadeiro encontro com as pessoas que estão ao nosso lado. Elas têm todos os defeitos, mas fazem parte da nossa vida e não a trocamos por nada deste mundo. Isso porque temos alma de cristão e aquele que tem alma de cristão não tem medo dos defeitos dos outros, porque sabe que aqueles defeitos não serão espelhos para nós, mas seremos um instrumento de Deus para ele superar esse defeito.Padre só pode ser padre a partir do momento que é apaixonado pelos calvários da humanidade. Se você não consegue lidar com os limites dos outros, é porque você não consegue lidar com os seus limites.
A rejeição é um processo de ver-se. Toda vez que eu quero buscar no outro o que me falta, eu o torno um objeto. Eu posso até admirar no outro o que eu não tenho em mim, mas eu não tenho o direito de fazer do outro uma representação daquilo que me falta. Isso não é amor, isso é coisa de criança. O anonimato é um perigo para nós. É sempre bom que estejamos com pessoas que saibam quem somos nós e que decisões nós tomamos na vida. É sempre bom estarmos em um lugar que nos proteja. Amar alguém é viver o exercício constante, de não querer fazer do outro o que a gente gostaria que ele fosse. A experiência de amar e ser amado é acima de tudo a experiência do respeito.
Como está a nossa capacidade de amar? Uma coisa é amar por necessidade e outra é amar por valor. Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer. Amar por valor é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é um inútil e por isso você o ama tanto. Na hora que forem embora as suas utilidade, você vai saber o quanto é amado. Tudo vai ser perdido, só espero que você não se perca. Enquanto você não se perder de si mesmo você será amado, pois o que você é significa muito mais do que você faz.O convite da vida cristã é esse: que você possa ser mais do que você faz! ”
This is about what I see from my window. The world, the people. But it's important that one thing is absolutely clear: The landscape changes everyday, and sometimes, more than once. Or maybe, my eyes change...
A gente passa metade da vida se iludindo a respeito de pessoas e coisas, dando importância ao que pensam de nós, aos lugares aos quais nos relegam, tentando agradar, ser útil e ser aceito. Graças a Deus, posso dizer que passarei a outra metade da minha vida livrando-me destes grilhões aos quais chamam "laços", mas que só apertam de um lado - o mais doloroso. Quero ser como uma nuvem: leve, vaporosa, pairando acima, tão frágil, que pode ser desmanchada por um vento brando. Mas o hálito desse vento será o de Deus, e nunca mais o de seres humanos.
Quando eu era criança, eu escutava todo mundo falando que o mundo deveria acabar de vez no ano 2000. Lá pelos idos de mil novecentos e setenta e poucos, o ano 2000 era algum lugar improvável em um futuro distante que talvez nunca chegasse. Lembro-me de um dia em que minha irmã - uma delas - chegou em casa na hora do almoço, dizendo que o mundo acabaria quando o planeta Marte se chocasse com a Terra. Naquele momento, eu, que nem sequer sabia o que era um planeta, imaginei uma bola caindo do céu e se espatifando de encontro ao solo de terra batida do nosso quintal. Não entendi como aquilo poderia fazer o mundo acabar. Nem sabia direito o que significava 'acabar.'O mundo deixaria de existir, e ficaríamos todos suspensos no espaço?
Bem, mas só por curiosidade, perguntei a minha mãe: "Mãe, quantos anos eu vou ter no ano 2000?" Ela fez as contas e respondeu: "35. Por que?" Não respondi, e fiz outra pergunta: "35 é nova ou velha?" Ela, que já passava dos 40, sorriu e me respondeu que 35 era mais-ou-menos. Fiquei calada, perdida em meus pensamentos, imaginando que se, afinal de contas, eu fosse uma velha de 35 anos, não tinha importância nenhuma morrer esmagada por Marte.
Mas o ano 2000 chegou, e o mundo não acabou. E vi que 35 anos não era velha. 50 anos sim, era velha. Por causa de um sonho que tive naquela época, fiquei achando que eu morreria aos 42. Porém, cheguei aos 42 vivinha da Silva, e nem sinal da Dona Morte. Infelizmente, aos 46 anos, perdi uma pessoa em minha família que era muito jovem, e compreendi que a morte era bem democrática quanto àqueles a quem ela escolhia para levar, não tendo preconceito de raça, classe social ou idade.
De vez em quando eu me olhava no espelho e me perguntava: "Por que ele, e não eu?" Bem, uma pergunta idiota para a qual não existe resposta... mas como eu ia dizendo, 50 anos é que deveria significar ser velha, e bem velha.
Hoje completo meus 50 anos de vida, e mais da metade do que tenho para viver já se foi. E completar 50 anos de idade me fez perceber que não é nada diferente de ter 49, 48 ou 47. Olhando uma de minhas fotos de três ou quatro anos atrás, vejo que nem mudei tanto assim, a não ser o corte de cabelo... e que sentir-se velha é uma questão de escolha.
Às vezes eu me sinto como se tivesse 120 anos, e mesmo quando eu era ainda bem jovem, na casa dos vinte, sempre me sentia bem mais velha do que eu realmente era, não sei porque. Mas outras vezes eu penso no quanto continuo gostando das coisas que eu tanto gostava, e que não mudei tanto assim nesse aspecto.
Meus ídolos envelheceram. Ver Brian May e Roger Taylor, membros do Queen, na apresentação do grupo no Rock in Rio deste ano, serviu para lembrar-me de que a velhice também é bastante democrática, e chega para todo mundo.
"Ocaso" fará parte de meu próximo livro, que contém apenas poemas inéditos. Não sei ainda onde vou lançá-lo. Falará sobre a maturidade e sobre o envelhecer.
Don't take it away from me because you don't know what it means to me.
Não o leve para longe de mim porque você não sabe o que ele significa
Love of my life, don't leave me,
Amor da minha vida, não me deixe
You've stolen my love, you now desert me,
Você roubou meu amor, e agora me abandona
Love of my life, can't you see?
Amor da minha vida, você não pode ver?
Bring it back, bring it back,
Traga-o de volta, traga-o de volta
Don't take it away from me because you don't know what it means to me.
Não o leve para longe de mim, porque você não sabe o que ele significa
You will remember
Você se lembrará
When this is blown over
Quando isto estiver acabado
And everything's all by the way
E tudo estiver totalmente a propósito
When I grow older Quando eu envelhecer
I will be there at your side to remind you how I still love you, I still love you. Eu estarei lá ao seu lado para lembrá-la do quanto a amo
Hurry back, hurry back, Volte depressa, volte depressa Please, bring it back home to me because you don't know what it means to me.
Por favor, traga-o de volta para mim pois você não sabe o que isto significa
Love of my life Amor da minha vida
Love of my life... Amor da minha vida...
Brian Harold May, CBE (Londres, Inglaterra, 19 de julho de 1947) é um músico inglês e também astrofísico, mais conhecido por ser o guitarrista, compositor, fundador e ocasionalmente vocalista, da banda britânica de rock Queen. Também construiu uma guitarra conhecida como Red Special. Algumas de suas composições para o grupo são "We Will Rock You", "Tie Your Mother Down", "The Show Must Go On", "I Want It All" e "Who Wants to Live Forever".
Em dezembro de 2005, Brian foi homenageado com um CBE Commander, da Ordem do Império Britânico, por Sua Majestade a Rainha, em reconhecimento dos seus serviços para a música e obras de caridade.Após isso, concluiu seu doutorado em astrofísica no Imperial College em 2007 e e foi chanceler da Liverpool John Moores University entre os anos de 2008 e 2013. É também defensor ativo dos direitos dos animais..
Em 2005, uma enquete da revista Planet Rock elegeu Brian como o sétimo melhor guitarrista de todos os tempos. Também foi considerado o 26º melhor guitarrista de todos os tempos, segundo a revista norte-americana Rolling Stone, enquanto a Guitar World, através de seus leitores o pôs no segundo lugar em 2012.
Com uma carreira musical que abrange quatro décadas, Brian May um dos fundadores do Queen é um compositor e guitarrista de renome mundial, com a produção e créditos em gravações, que venderam mais de 100 milhões de cópias em todo o mundo.
Brian já escreveu 22 sucessos em todo o mundo para os Queen, entre eles os hinos "We Will Rock You", "The Show Must Go On" e "I Want It All", e baladas poderosas, incluindo "Who Wants To Live Forever", "No-One But You (Only The Good Die Young), e "Save Me". Como um artista solo respeitado e de sucesso, Brian possui dois discos solo: Back To The Light (1992), com "Too Much Love Will Kill You" e "Driven By You", ambos vencedores do Prêmio Ivor Novello, e Another World, de 1998.
Suas canções continuam a influenciar novas gerações de artistas e tem inspirado gravações de artistas tão diversos como Elton John, Def Leppard, The Royal Philharmonic Orchestra, Shirley Bassey e Eminem. Brian tem desfrutado de colaborações com vários artistas, incluindo Robbie Williams, Foo Fighters, Cliff Richards, Guns N' Roses, Diana Ross e Luciano Pavarotti. Ele também tocou guitarra na música de abertura Jogos Olímpicos de Inverno de 2002, também "The Fire Within", para o seu amigo e compositor, o falecido Michael Kamen.
Talvez a exibição mais memorável do estilo e musicalidade únicos de Brian, foi o seu desempenho de seu próprio arranjo do hino britânico "God Save the Queen", ao vivo a partir do telhado do Palácio de Buckingham, em Londres, em 2002, para abrir as celebrações do Jubileu de Ouro da Rainha, à frente de um público de mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo.
Um interesse em marcar filme desenvolvido quando o Queen se tornou o primeiro grupo de rock a marcar um grande filme, Flash Gordon , com o hit "Flash!" escrita por Brian, seguido de música definitiva para Highlander . Brian mais tarde contribuiu com uma mini-ópera de 1996 Steve Barão Pinóquio, e compôs uma trilha sonora do filme completo para o filme de arte francês 1999, Furia.
May não é estranho ao mundo teatral, muitas vezes contribuindo para a performance ao vivo de sua esposa, Anita Dobson, mas em 1990, entrou neste mundo ele próprio, escrevendo e interpretando a música para o Riverside Studios de Londres a produção de Macbeth . Ele voltou com força total para o Teatro em 2002, como uma das principais forças criativas por trás do inovador 'Rock Teatral ", We Will Rock You , que se tornou um sucesso fenomenal, ainda um dos mais vendidos de Londres mesmo depois de seis anos de ovações no Teatro Dominion, em Londres, e o show mais antigo a atuar no teatro. Apesar de We Will Rock You ser hoje uma empresa global, Brian permanece envolvido pessoalmente no desenvolvimento de novas produções e atualizar aqueles que joga atualmente.
Sobre a morte de Freddie, os membros remanescentes dos Queen criaram uma instituição de caridade para apoiar os doentes da AIDS, o "Mercury Phoenix Trust". O MPT tem canalizados mais de oito milhões de libras para mais de 1.000 projetos de AIDS em todo o mundo. Um compromisso permanente de conscientização sobre a SIDA levou os Queen para se tornar uma força matriz na campanha 46664 para a Fundação Nelson Mandela. O primeiro de uma série de concertos 46664, realizada na Cidade do Cabo, em novembro de 2003, foi transmitido em todo o mundo via Internet, TV e rádio, tornando-se o mais amplamente distribuído evento de mídia na história, com um público de mais de 2 bilhões em 166 países. Brian continua em seu papel como um embaixador e participante da série de concertos 46,664 internacional destinada a promover a conscientização da Aids em todo o mundo.
As suas realizações foram reconhecidas com numerosos prêmios, inclusive sendo homenageado com uma estrela na Calçada da Fama, em Hollywood, em outubro de 2002, sendo introduzido tanto do Rock EUA e Roll Hall of Fame (março 2001) e da Câmara Songwriters of Fame (Junho 2003), e estar entre os homenageados pela primeira vez no Music UK Hall of Fame (novembro 2004), que foi um evento que era para mudar o curso dos Queen - sendo o primeiro evento em que o cantor Paul Rodgers juntou-se à Brian e Roger Taylor, como vocalista. Após uma turnê mundial bem sucedida entre 2005 e 2006, Paul, Brian e Roger recentemente voltaram ao estúdio para criar novo material para uma estréia ansiosamente aguardada: o álbum de estúdio do Queen+Paul Rodgers.
Em Julho de 2005, o Guinness World Records anunciou que os Queen tinham ultrapassado o grupo britânico The Beatles, ao tornar-se o mais bem sucedido grupo em vendas de álbuns, na história das paradas de sucesso no Reino Unido.
Os créditos de Brian são muito numerosas para listar, mas incluem a concepção de um planetário, actualmente em execução na Alemanha e na Bélgica. Apareceu na gravação de uma faixa para um épico anúncio de TV, em 2003, para a Pepsi, com Brian produzindo performances vocais de Beyoncé, Britney Spears e Pink, re-mistura gravações clássicas do Queen em 5.1 Surround Sound, escrevendo temas para vários programas de TV, produzindo um número 1 hit, "The Stonk", para o dia Comic Relief do Nariz Vermelho, bem como empréstimos suas habilidades de inspiração para os três primeiros volumes de venda de O Melhor Álbum de Air Guitar no Mundo ... nunca!
Brian mantém um grande interesse em astronomia. Ele é um contribuinte regular para o programa "The Sky at Night", de seu amigo de longa data, Sir Patrick Moore, com quem é co-autor, juntamente com o Dr. Chris Lintott, do livro ilustrado de astrofísica chamado 'BANG! A História Completa do Universo. Publicado pela primeira vez em 2006, desde então foi publicado em 20 línguas, além de ter uma segunda edição atualizada. Brian está trabalhando actualmente em um livro sobre TR Williams, fotógrafo estéreo seminal de 1850, cujo trabalho Brian vem pesquisando há 25 anos.
Em dezembro de 2005, Brian foi homenageado com um CBE Commander, da Ordem do Império Britânico, por Sua Majestade a Rainha, em reconhecimento dos seus serviços para a música.
No ano de 2006 lançou, em co-autoria, um livro sobre como o universo foi desenvolvendo-se após o Big Bang.
Em 2007, após uma pausa de 30 anos buscando sua carreira musical, Brian voltou ao Imperial College, de Londres, para se inscrever para completar a sua tese de doutorado em Astrofísica, e em um ano, submeteu com sucesso a nova versão da sua tese sobre poeira interplanetária. Embora já titular orgulhoso de diplomas honorários das Universidades de Hertfordshire, Exeter e John Moore, de Liverpool, Brian, em 2007, finalmente conseguiu a obtenção de um diploma de doutorado pleno e DIC - Diploma of Imperial College. Brian posteriormente aceitou um cargo de Pesquisador Visitante do Imperial College e irá ali continuar o seu trabalho em Astronomia.
Brian gosta de interagir com seus amigos e fãs, que pode contatá-lo e desfrutar de atualizações em seu trabalho e pensamentos através de seu próprio canal na internet (Soapbox Brian), em seu site (www.BrianMay.com).
O festival de rock Rock in Rio me trouxe algumas reflexões. No palco, bandas e cantores dos anos 70, 80 e 90, que hoje em dia, até os adolescentes que não eram nascidos ou os jovens que eram crianças na época em que tais artistas fizeram sucesso, sabem cantar algumas canções e conhecem um pouco da história de muitos deles. As pessoas ouvem as músicas e logo se lembram de momentos de suas vidas que, de alguma forma, estão associados a elas, como se fossem trilhas sonoras do viver.
Hoje em dia, 46 anos após a separação dos Beatles, nunca encontrei alguém que não conhecesse pelo menos uma ou duas de suas canções. Todo mundo sabe quem foram John Lennon, Paul McCartney, Ringo Star e George Harrinson. Todos se lembram do Queen e de Freddie Mercury, dos Rolling Stones e dos Pet Shop Boys.
Ao ligarmos o rádio, vemos que muitas das canções de ontem ainda tocam e são apreciadas pela geração atual. Há várias canções antigas regravadas em novas versões.
No Brasil, temos os Paralamas do Sucesso, Os Titãs, Chico Buarque, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Gal Costa, Alcione, Martinho da Vila, e tantos outros que começaram suas carreiras entre os anos 70 e 80, e que são populares até os dias atuais. Mas e hoje?
O que teremos para lembrar desta geração?
Antes, as músicas ficavam gravadas em segurança nos vinis e CDs, que eram como um registro histórico do cenário musical. Só fazia sucesso e conquistava seu lugar ao sol quem fosse realmente bom e competente. Não havia todo esse trabalho de marketing por trás do artista, que transforma mulheres comuns em divas pop ou rapazinhos bonitos em galãs sensuais. Ganhava-se na voz, pois não havia sintetizadores para filtrar e corrigir a voz, transformando cantores medíocres em alguma coisa aceitável que, junto com a propaganda e o investimento na aparência, faz com que tais pessoas tornem-se famosos por cinco minutos. Artistas de consumo rápido, tanto pelas gravadoras quanto pelos fãs, sem talento real.
Ouve-se música virtualmente. Se gostamos, armazenamos em algum pendrive ou aparelho móvel, para mais tarde, apagarmos e substituirmos por outras. Antes, as músicas ficavam até mais de um ano nas paradas de sucesso, e hoje, apenas poucos meses, sendo logo substituídas e esquecidas. Tínhamos discos com coletâneas de sucessos antigos, as músicas das quais todos queríamos nos lembrar e ouvir outra vez. Este tipo de disco não existe mais hoje em dia, pois o que há para ser colocado nestas coletâneas?
Os CDs estão desaparecendo totalmente do mercado. Eu gostava de escutar música enquanto apreciava o trabalho da capa, onde assinava meu nome, ou acompanhava as músicas com as letras. Mas hoje, ninguém mais se senta para realmente ouvir música. Nos coletivos, calçadas, restaurantes e até cinemas e teatros, o que vemos, é um bando de gente com fones de ouvido escutando lixo totalmente comercial e rapidamente consumível, como se fossem usuários de drogas. Ouvem música enquanto caminham, dirigem, comem, andam de ônibus, assistem aula, vão ao banheiro. Ouvem de forma superficial as músicas que daqui a um ou dois meses serão deletadas e substituídas por outras do mesmo gênero. Não há mais o prazer em sentar-se confortavelmente em casa e escutar com atenção.
Para mim, este comportamento musical é uma das facetas que reflete a realidade de que as pessoas estão vivendo apenas para o agora, e existe uma obsessão até mesmo em diversos grupos religiosos que pregam que o agora é tudo o que temos. É preciso ser feliz agora, imediatamente, consumir a felicidade antes que ela se esgote e mude de nome. Mas o ontem existe, e alguma preocupação com o futuro é sinal de bom senso.
As pessoas estão se esquecendo de criar memórias.
Em um passeio, clicam tudo o que veem e postam nas redes sociais, mas na verdade, o que será que eles realmente viram? O que foi desfrutado, e que ficará na memória das coisas vividas que descansarão além das fotografias e filminhos? E até mesmo estas fotos e filminhos serão armazenados em um computador, celular ou pendrives, ou em nuvens virtuais, juntos com centenas de milhares de outras fotos e filminhos, e talvez nunca mais acessados.
As pessoas evitam pensar. Querem estar conectadas, sem terem que refletir sobre a vida, sobre suas escolhas, o que fizeram ontem, o que farão amanhã. Socam lá para dentro as suas esperanças, medos, dúvidas e tristezas – pois é preciso ser feliz, estar sorridente, ter certeza e jamais demonstrar fraqueza. As pessoas estão curtindo defuntos nas redes sociais. Se alguém posta a fotografia de um ente querido que morreu, logo haverá centenas de ‘curtidas.’ Depois, sentem um grande vazio, e ficam deprimidas. Daí, tomam remédios para ficarem ‘bem’ novamente.
Hoje, as pessoas passam a maior parte de suas vidas estudando e fazendo cursos de especialização para conseguirem uma vaga no mercado de trabalho. Por volta dos trinta anos, quando muitas finalmente terminam seus estudos e conseguem um emprego, passam os outros vinte e cinco ou trinta anos tentando não serem demitidas.
Existe alguma coisa muito errada com o nosso estilo de vida. Será que ninguém percebe?
Para alguém ser feliz em um lugar, é preciso contar com bons vizinhos. Ninguém gosta de morar perto a vizinhos barulhentos, implicantes e fofoqueiros, que jogam lixo na rua ou se comportam de maneira que perturbe os outros vizinhos. Bem, felizmente, eu tive essa sorte, pois em todos os locais onde morei até hoje, pude contar com a graça de ter mais bons do que maus vizinhos.
Mas não basta ter bons vizinhos: é preciso ser um.
E para mim, o bom vizinho não é necessariamente aquele que bate à nossa porta o tempo todo, ou frequenta a nossa casa regularmente (pois este pode até chegar a ser inconveniente), mas aquele que sabe ser discreto, respeitar as horas de descanso e silêncio, está sempre pronto a ajudar e a colaborar quando possível sem ser invasivo ou intrometido. Um bom vizinho é cordial. Um bom vizinho é prestativo quando solicitado, e se importa com o bem-estar de quem mora perto dele.
Antigamente, havia mais interação entre os vizinhos. Lembro-me de que minha mãe e nossos vizinhos às vezes se visitavam, e as portas estavam sempre abertas para um café ou uma conversa na cozinha, perto do fogão. As coisas mudaram, infelizmente, e nos dias de hoje, muitas pessoas moram nos lugares durante anos e anos sem sequer ficarem conhecendo quem mora perto delas. Talvez, quem sabe, por medo. Todos nos sentimos inseguros.
Alguns vizinhos tornam-se amigos, e acho maravilhoso quando isso acontece. Mas quer se trate apenas da pessoa que mora próximo a nossa casa, ou de alguém que tornou-se um amigo, é muito fácil ser um bom vizinho; basta observar algumas regras de convívio que são milenares, e elas começam com uma palavra simples cujo significado todos conhecem: respeito.
É preciso colocar-se no lugar do outro. É preciso não agir com os outros de forma a ser inconveniente, intrusivo, grosseiro ou desleal. Para ser um bom vizinho, muitas vezes nem é preciso interagir o tempo todo: basta que haja RESPEITO.