terça-feira, 21 de julho de 2015
Novamente Florbela...
Frases e pensamentos de Florbela Espanca, escritora portuguesa morta aos 36 anos de idade.
“Eu não sou como muita gente: entusiasmada até à loucura no princípio das afeições e depois, passado um mês, completamente desinteressada delas. Eu sou ao contrário: o tempo passa e a afeição vai crescendo, morrendo apenas quando a ingratidão e a maldade a fizerem morrer.”
“Sou talvez a visão que alguém sonhou Alguém que veio ao mundo pra me ver E que nunca na vida me encontrou.”
“Afinal, quem é que tem a pretensão de não ser louca?... Loucos somos todos, e livre-me Deus dos verdadeiros ajuizados, que esses são piores que o diabo!”
“A ociosidade é a mãe da maledicência, da calúnia e da intriga, coisas a que eu já não sei se hei-de chamar vícios se virtudes, tão habituada estou a vê-los morar em lábios tidos como santos por este mundo que é com certeza o melhor dos mundos possíveis e imagináveis.”
“O meu talento!... De que me tem servido? Não trouxe nunca às minhas mãos vazias a mais pequenina esmola do destino.”
Ambiciosa
Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar…
Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar…
– Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar!
Minha alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus!
O amor dum homem? – Terra tão pisada!
Gota de chuva ao vento baloiçada…
Um homem? – Quando eu sonho o amor dum deus!…
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Sobre os Incensos
Incensos são usados por muitas religiões em rituais de purificação: espíritas, católicos, umbandistas e budistas, entre outros. Jesus Cristo, ao nascer, foi presenteado por um dos Reis Magos com incensos. Mas qual a origem dos incensos? Os antigos, ao verem que a fumaça de suas fogueiras subia aos céus, tiveram a ideia de queimar madeiras e ervas perfumadas em seus rituais, crendo que desta forma, suas orações chegariam aos céus mais facilmente; pronto: estava inventado o incenso!
Os incensos eram usados em rituais religiosos e de purificação por muitos povos antigos, como egípcios, chineses e árabes. Alguns duvidam de suas propriedades, mas muitas pessoas acreditam que ao queimar um incenso em suas casas, percorrendo os cômodos enquanto fazem orações e mentalizam coisas positivas, conseguem afastar energias negativas, inveja e até maus espíritos!
Já eu creio que a mentalização é uma arma forte contra estas coisas, e que os incensos podem ajudar na concentração, além de deixarem um aroma delicioso pela casa. O importante é ter fé, pois sem ela, nada se realiza, e usar incensos de boa qualidade, cujos perfumes nos agradem. Depois, abrir as janelas e deixar que o vento entre e termine a limpeza. Quem não acredita nestas coisas, pode fazer uso dos incensos apenas devido ao seu perfume... mas acredito que sempre fica um pouquinho de fé em quem faz uso deles, mesmo que não admitam...
Mas, com ou sem fé, é preciso ter cuidado, pois inalar incensos pode causar reações alérgicas! Melhor manter o ar circulando, e evitar ficar muito tempo em cômodos fechados ao queimá-los.
De acordo com o site de magia benzen.uol.com.br, são os seguintes os usos dos incensos:
Os usos rituais, segundo os Ciganos
Madeira: abre caminhos
Rosa: limpeza, boas vibrações
Almíscar: para o amor e romance
Acácia: sucesso nos negócios
Amanda: limpeza do ambiente
Jasmim: para assunto de amor
Lótus: paz
Alecrim: limpeza do ar
Benjoim: proteção e sucesso
Ópio: energização de objeto ou ambiente
Patchuli: grandes paixões
Sândalo: viagem astral
Dama-da-noite: encontros amorosos
Mirra: limpeza de rituais
Flor-de-laranja: calmante
Maçã verde: boa saúde, alegria, amor
Mil-flores: contra inveja
Campestre: estimula intuição e atividade mental
Espiritual: elevação espiritual
Absinto- estimula a imaginação, criatividade e sensualidade
Acácia- rituais mágicos para atrair dinheiro e prosperidade
Alecrim- proteção
Alfazema- relaxar e acalmar a mente, tranqüilidade nos relacionamentos
Almíscar- afrodisíaco
Aloe Vera- purifica ambientes, estimula sensibilidade e meditação
Âmbar- afrodisíaco
Angélica- conexão com as esferas angelicais
Aniz Estrelado- positividade no material e emocional
Arruda- limpeza, purifica os ambientes
Baunilha- relaxa e tonifica
Benjoim- purifica, atrai energia positiva
Camomila- acalma e relaxa
Canela- tem ação antidepressiva, aumenta a alegria de viver, prosperidade
Capim Limão- atua em pessoas tristes e desanimadas
Cedro do Oriente- atrai prosperidade
Chocolate- restaura a energia
Cravo- estimula energia, prosperidade
Dama da Noite- afrodisíaca
Erva Cidreira- relaxamento
Erva Doce- tranqüilidade e sensibilidade
Eucalipto- concentração e raciocínio
Flor de Laranjeira- acalma, relaxa
Flor do Campo- traz a harmonia da natureza
Floral- tranqüiliza e relaxa
Hortelã- antidepressiva
Jasmim- relaxante
Lavanda- relaxa a mente, tranqüilidade nos relacionamentos
Lírio- eleva pensamentos para busca da espiritualidade
Lótus- meditação, conhecimento espiritual
Lua- amor, paz, amplia intuição
Maçã Verde- saúde física
Madressilva- segurança emocional, elimina traumas do passado
Manjericão- proteção espiritual
Mel do Oriente- promove união e adoça as relações
Mirra- prece e oração
Morango- vitalidade e energia
Musk- afrodisíaco
Musgo de Carvalho- regenerador de energias, utilizado em magias
Noz Moscada- atrai dinheiro, aumenta segurança emocional
Opium- sensualidade, êxtase
Patchouli- paz de espírito, meditação e intuição
Sândalo- meditação e práticas espirituais
Violeta- combate a timidez, insegurança, fortalece a personalidade
Rosa Amarela- sucesso, prazer, riqueza
Rosa Branca- pureza e paz, harmonia
Rosa Buquê- harmonia e bem estar
DISTRAÍDA
Eu ando distraída, amiga,
Do que me aborrecia,
Das cartas amarelecidas,
Das telas mal-pintadas,
Das letras escorridas...
Eu vou como quem veio, amiga,
De uma longa festa,
Ainda embriagada,
O coração selado,
Cansada e sonolenta...
Perdão se eu não te vi, amiga,
Eu ando distraída...
Carrego meus sapatos,
Meus pés pisando nus
O chão quadriculado
Das minhas avenidas...
VIAGEM
As mesmas canções
Distorcidas,
A raiva da vida
Manchando a paisagem...
As gotas vulcânicas,
Quentes,
Negras,
Pegajosas,
Gotas rixosas
De lavas, que escorrem
Na terra fendida.
Passou-se uma vida,
E as mesmas paisagens,
As velhas escaras,
As mesmas viagens,
Caminhos marcados,
No chão arranhados,
Pelas mesmas garras.
quinta-feira, 16 de julho de 2015
CÉU NOTURNO
Aquela foi a maior estrela
Que já vi da minha janela!
Parecia uma joia branca
caída dos vestidos
De um deus distraído.
E ela se arrastava
De leve, pelo céu
Buscando aquela saia
Que a abandonara...
-Achou-a, finalmente,
Nos véus da madrugada?
terça-feira, 14 de julho de 2015
Voltando Para Casa
No céu, roxos e dourados
Mesclados entre os azuis,
Explosão de avermelhados...
Os gritos das maritacas,
Bem-te-vis e sabiás
Voltando para casa.
Nas ruas, faróis de carros
Iluminam o crepúsculo,
A confusão das calçadas
As padarias lotadas,
As crianças e os adultos
Voltando para casa.
Cachorrinhos nos portões,
Pelas vidraças, as luzes,
Os jantares e os banhos,
Pés descalços nos tapetes,
O final de uma jornada...
Quem dera que seja assim
A morte, ao menos, espero
Que seja como essa hora
Tão confusa e tão bonita:
Hora de voltar para casa.
segunda-feira, 13 de julho de 2015
TEARS
TEARS
I've finally found out
that most of the tears I cried
Were not mine.
They dropped from other eyes,
so clear, salty and bright
-but they were not mine.
Yet I have on my face
all the tracks
They've left behind.
Dedicated to the best English teacher of all times - Chris Dupont
tradução:
Finalmente eu descobri
Que a maior parte das lágrimas que chorei
Não eram minhas.
Elas caíram de outros olhos,
Tão claras, salgadas e brilhantes,
-Mas elas não eram minhas.
Mesmo assim, tenho em meu rosto
Todas as marcas
Que elas deixaram.
BOB MARLEY - e o que perdemos
"Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado.
Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre..."
Bob Marley
DESPERTAR
Neste inverno esquecido pelas marcas das estações, onde um calor de primavera me serve de cobertor, desperto com uma brisa fresca entrando pela janela. Vou até a varanda. Lá fora, o tom do céu vem avisar que o dia será estranhamente quente outra vez . E quem dá graças pelo dia quente deste demasiadamente curto inverno, se esquece de que ele é devido ao aquecimento global. Há vários dias não chove por aqui. Em grande parte do mundo, as pessoas estão economizando o que podem, mas a falta d'água assola o planeta. Haverá uma solução?
Da minha janela, olho nossa casa-planeta encaminhando-se aos poucos para seus momentos derradeiros. Não sei se teremos tempo de recolher a roupa no varal e fechar as janelas... e mesmo que tenhamos, de quê isto nos servirá? Penso naqueles filmes de ficção científica, onde as pessoas formam hordas que lutam pelo poder da água que ainda resta.
Pessimista, eu? Talvez... mas é impossível negar que algo mudou, e que o planeta parece encaminhar-se rapidamente para algum infeliz desfecho. Lamento profundamente pelas outras espécies, que nada fizeram para que isso acontecesse. Fico penalizada ao ver plantas secando, gramados morrendo, animais sentindo sede, pagando juros de uma conta que eles não fizeram. Alguns cientistas afirmam que nada mais pode ser feito, e que mesmo que combatêssemos arduamente o efeito estufa a partir de hoje, de nada adiantaria. Nossa esperança ficou num passado no qual éramos ambiciosamente surdos.
Sinto que vivo em uma época de despedida. Temo pelas gerações futuras.
sábado, 11 de julho de 2015
(Des)considerações
Todos os dias, ao ligar o rádio, a TV ou o computador, eu fico sabendo de alguma coisa que me choca ou me desgosta, deixando um sabor amargo na minha boca. Atos de desprezo e desconsideração pelo outro, humilhações, casos de bullying e de falta de respeito, preconceito, mentiras, ódio.
As pessoas parecem ter perdido o bom senso completamente. O velho ódio entre classes renasce, e dois times de pessoas são estabelecidos: ricos X pobres. Quem se considera do time dos pobres, enxerga aqueles que ele acha serem ‘ricos’ como sendo seus opressores, dando-lhes adjetivos que variam entre ‘burgueses nojentos’ e ‘coxinhas.’ Enquanto isso, o que se coloca do lado dos ‘ricos’, vê os pobres como malandros, vagabundos e aculturados.
Ao mesmo tempo, vejo que o ódio racial – que muitos acreditavam estar praticamente abolido neste país – ressurge de repente das formas mais vis. A mais recente vítima foi a apresentadora do Jornal Nacional, Maju Guerra. Lamento profundamente que este texto e todos os que foram ou serão escritos sobre este assunto, nada poderão fazer para mudar a cabeça dos preconceituosos. Nada do que se diga é capaz de sensibilizar ou educar pessoas assim, que parecem ter nascido com o ódio e o preconceito nas veias. Elas estão perdidas. Não creio que um dia poderão pensar diferente, e para elas, desejo apenas a punição da lei.
Só há uma maneira de melhorar esta situação, e ela começa dentro de cada lar: educar e aconselhar as crianças, dando a elas valores e bons exemplos. Acho que o que antes era apenas uma necessidade, hoje torna-se urgente. Quando penso que estas pessoas que espalham o ódio, o preconceito e a violência tem ou terão filhos que crescem ou crescerão sob seus tetos e aprenderão a pensar como elas e a fazer as mesmas coisas, eu me pergunto o que será de nós.
O ser humano é a criatura mais ambígua do planeta, pois ao mesmo tempo que cria coisas maravilhosas, como a internet e os computadores, acaba dando a elas os piores usos. Chamam de liberdade de expressão o direito de difamar, caluniar, ofender, e diminuir os outros. Usam esta mesma liberdade de expressão que tanto pregam a fim de tentar, veladamente, constranger e calar aqueles que pensam diferentemente deles – os “ignorantes.”
Acredito que só há uma única coisa que gera toda a violência, ódio, preconceito, disputas, pretensão e abuso: ela é um das coisas mais arraigadas na alma humana, que deveria ser trazida à tona, examinada, compreendida e trabalhada, a fim de ser diminuída à níveis toleráveis que tornem seus possuidores pelo menos passíveis de conviver de forma saudável com os outros; este sentimento, esta coisa pegajosa, é a burrice.
Não a burrice de quem tem pouco estudo, pois a intelectualidade pouco significa quando se fala em inteligência, mas o pior tipo de burrice, a que é a filha do orgulho exacerbado e da autoestima exagerada, e que leva seu possuidor a achar-se sempre mais que todos, melhor que todos, acima de todos. O preconceito de classe, racial, sexual ou religioso só pode ser explicado quando olhamos para estas pessoas mais de perto e percebemos o quanto elas são burras.
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