witch lady

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

CIRCO



Os palhaços cansados,
Ultrapassados,
Os cetins desbotados das golas
Procuram risos como esmolas.

Leões enjaulados
Envelhecidos e famintos
Expostos a um público frio
Que os molestam com seus risos.

A bailarina dança
A mesma velha coreografia,
Enquanto o malabarista
Deixa tombarem os pratos.

E no último ato,
A tentativa em desespero
Pelos aplausos...




quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

ADAPTAÇÃO



Primeiro, você só se cala,
Guarda o medo na garganta;
E então você se dobra,
Tentando caber no espaço
Que lhe foi determinado.
Ignora a dor nas costas,
A vontade de correr,
E aquele “não” que te chega,
Você cisma em não dizer
Por medo de não ser aceito,
Por medo de não pertencer!

Depois, você não escuta,
Ou finge não entender
As indiretas agudas
Que te lançam por prazer.
E cala mais fundo a palavra,
Lavra a alma, mas não colhe
O suposto amor plantado,
Pois aquele que semeou
Usou sementes já secas,
Quebrou os dentes do arado.

Então, você já nem chora,
Pois já está acostumado
A comer só as migalhas
Daquilo que for partilhado.
Fecha os olhos e os ouvidos,
Cala a dor e aprende a ser
Dissimulado, fingido,
Acreditando que assim
É fácil sobreviver.

Mas quem sabe, um dia, acorda,
Sacode o pó da mentira,
Se estica, se desentorta,
Suportando a dor nos ossos
Que há muito tempo, são tortos?...

Respira um ar renovado,
Abra os olhos, solta o verbo!
Desfaz os nós do passado
E chega à beira do abismo,
Ensaiando um voo tímido
Sem temer ser machucado,
Pois saiba que a dor da queda
Iminente, é bem menor
Que a de ter “se adaptado!”


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Casa em Dezembro





Casa em Dezembro é casa enfeitada. Pelo menos, deveria ser! Mas de nada vale enfeitar a casa por fora e não espanar as teias de aranha e a poeira do ressentimento e da inveja por dentro. 

Casa em dezembro é casa iluminada. Mas de nada adianta acender as luzes da varanda e da árvore de natal e continuar escuro por dentro.

Casa em dezembro pode ser sinal de casa cheia de gente! Mas de nada adianta encher a casa de pessoas quando estamos vazios de sentimentos verdadeiros, de amor, de respeito, de verdade e de paz. 

Casa em Dezembro é casa de brincadeiras de amigo oculto; mas de que adiantam as brincadeiras, se por trás de cada amigo oculto esconde-se um inimigo, declarado ou não?

Casa em dezembro é casa cheia de fartura. Mas de nada adianta ter a mesa cheia e o coração vazio.

Casa em dezembro é casa com presentes. Mas de nada adianta distribuir presentes e continuar cheio do bolor do passado e do medo do futuro.

A casa em dezembro deve ser, antes de tudo, algo bem mais acima do que apenas tradições que cumprimos e que, muitas vezes, nem paramos para meditar sobre seus significados. De que adianta reunir a família se seus membros falam mal uns dos outros pelas costas, excluem uns aos outros, colocam uns contra os outros? Que não haja hipocrisia sobre a mesa! 

De que adiantam lindas fotografias natalinas nas redes sociais, se por trás de cada sorriso existem o ressentimento, a competição, o ciúme, a inveja velada? Preferível passar o natal sozinho, meditando sobre seu verdadeiro sentido a vivê-lo apenas superficialmente, apenas para manter as aparências e não quebrar as tradições! Não acredito nas tréguas Natalinas; não existem tréguas quando o coração está vazio de sentidos e de amor. 

Se quisermos ter um Feliz Natal, será preciso bem mais que o mês de dezembro. Será preciso um ano inteiro onde possamos agir com solidariedade, amizade, compreensão, verdade, gentileza, fraternidade e, acima de tudo, amor.



Jean Yves Leloup




Alguns pensamentos de Jean Yves Leloup:


Nós escutamos o barulho do carvalho que cai, mas não escutamos o barulho da floresta que cresce. Hoje, fala-se muito das coisas que estão desmoronando, que fazem barulho, mas o importante é aquilo que não se ouve, é preciso prestar atenção às sementes de consciência que estão brotando."



"Nosso ser é composto de toda sorte de memórias e nós conseguimos nos libertar daquilo que conseguimos aceitar."




"O fato de prestarmos atenção aos nossos pensamentos, ao modo como eles nascem e desaparecem, é que vai nos permitir estar atentos àquilo que, em nós, não nasce nem morre. Os pensamentos aparecem e desaparecem, mas a consciência não."




"Podemos cair sobre o machado do nosso próprio desejo. Onde começa o lenhador? Onde termina a árvore?"


Escritor, PhD em Psicologia Transpessoal, filósofo, sacerdote hesícasta – aquele que dedica sua existência ao mergulho no universo interior e à prece -, poeta e notável intérprete das palavras de Cristo, entre outros tantos títulos, Jean-Yves Leloup nasceu na cidade de Angé, na França, em 24 de janeiro de 1950. Seus pais eram Pierete Leloup Bienvenue e Jean Claude Leloup. Integrante da Igreja Ortodoxa, ele é defensor ardoroso da união entre ciência e espiritualidade, tema mais desenvolvido em sua obra.
Perito em conferências, um dos mais solicitados no continente europeu, divulga por todos os recantos do Planeta suas idéias claramente holísticas. Ele é inclusive presidente da Universidade Holística Internacional de Paris, bem como orientador do Colégio Internacional dos Terapeutas. Leloup é considerado um dos filósofos mais consagrados dos nossos dias. Ele visita freqüentemente o Brasil, geralmente durante eventos produzidos pela Universidade da Paz – Unipaz.

Na sua obra e nas suas palestras ele aborda de forma profunda os textos sagrados, e incentiva seu público a uma ampla meditação sobre as realidades espirituais no cotidiano da vida moderna. Estimula também uma formação transdisciplinar, uma integração entre as várias dimensões do conhecimento. Ele publicou mais de cinqüenta livros; traduziu e comentou os Evangelhos de Tomé, Maria de Magdala, Felipe e João. - fonte: INFOESCOLA


O Gato



Caminha o gato sobre o muro,
A cauda erguida pra o céu
Lá onde brilha a lua cheia.

Um uivo o assusta de repente,
E ele estica o corpo, a pele,
Salta bem alto sobre a estrela.

E lá de cima, ele percebe
Os outros gatos que caminham
Por sobre o muro, sobre a sebe.

As patas sangram nos espinhos,
E eles disputam as cabeças
Dos peixes já apodrecidos.

O gato pula sobre a nuvem,
E fecha os olhos, tão tranquilo,
Esquece a fome dos sentidos.

Não tem mais medos ou desejos,
Os uivos tão assustadores
Lá não lhe alcançam; ele está leve.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

A VIDA DO LADO DE DENTRO






A Vida do lado de dentro 

 Poema escrito por um jovem prisioneiro anônimo.

 

Ele diz  seu número
Ao  entrar  pela porta
Em suas largas roupas de cor laranja e cinza;
Não sente mais estranheza.

Ele não quer estar aqui,
Ele fecha os olhos e se lembra.

Luzes borradas passam pela van da prisão.
De pé no pequeno espaço branco,
Ele olha para a escuridão negra lá fora.
Na janela, ele pode ver sua própria face.

Ele não quer estar aqui,
Ele fecha os olhos e se lembra

Ele está no banco dos réus, indiferente,
Enquanto o juiz o sentencia a três anos
Fora de seu campo de visão, sua mãe
De pé, seus olhos transbordando
De lágrimas dolorosas.

Ele não quer estar aqui,
Ele fecha os olhos e se lembra

“Você vai se mudar?” Ele pergunta,
Imaginando como ele poderá escolher
Enquanto eles anunciam o divórcio.
Qual deles, ou ambos, ele vai perder?

Ele não quer estar aqui,
Ele fecha os olhos e se lembra...

Nenhuma preocupação no mundo,
Ele encontra amigos para ir pescar
Dirige-se ao mar em um barco
Apenas as ondas, o silêncio e o desejo...

Ele gosta daqui.


Este poema, cujo autor desconhecido é um prisioneiro, fala de como ele fez para encontrar um momento bom de sua vida que lhe servisse como válvula de escape. Aos poucos, ele vai mergulhando cada vez mais profundamente, em retrocesso, nos fatos que o levaram até aquele momento e aquele lugar – a prisão – e ele faz o caminho de volta, finalmente encontrando o último momento feliz antes de estar ali.
Este texto foi retirado da revista Speak Up de dezembro, e traduzido por mim. Tentei deixá-lo o mais próximo possível do original, sem modifica-lo demais, fazendo apenas algumas adaptações para que pudesse ser melhor compreendido - inclusive, a pontuação.
Este texto faz parte de um projeto chamado Writers in Prison Network, onde o escritor Hugh Stoddart ensina prisioneiros da Prisão de Brixton, em Londres, a liberar seu lado criativo... e escrever!
Abaixo, o texto original:


Life Inside

He gives his number
As he walks through the door
In his orange and grey baggy clothes
It doesn’t feel strange anymore.
He doesn’t want to be here
He shuts his eyes and thinks back
Lights blur past the prison van
Upright in the tight white space
He looks out into the back
In the window he can see his face.
He doesn’t want to be here
He shuts his eyes and thinks back
He stands in the dock, numb,
As the judge sentences him to three years
Screened from view, his mother
Stands, her eyes flooding with painful tears.
He doesn’t want to be here
He shuts his eyes and thinks back
‘And you moving out?’ He asks
Wondering how he can choose
As they announce their divorce
Which one, or both, will he lose?
He doesn’t want to be here
He shuts his eyes and thinks back
Not a care in the world
He meets up with his mates to go fishing
Heads out to sea in the boat
Just the waves, the silence and the wishing
He likes it here.







quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Dos Armários





Meus armários precisam de uma arrumação e limpeza urgentes! Tanta coisa acumulada... e olha que eu vivo doando tudo! Compro algo novo, doo algo usado. Mesmo assim, há coisas demais. Acho que o tempo que passa nos mostra o que é realmente necessário e o que é dispensável. 

Dia desses, como eu sempre faço há anos, subi em uma das prateleiras do armário a fim de alcançar algo que estava mais alto. Ela quebrou. Para que o armário todo não desmoronasse, peguei a prateleira quebrada e coloquei-a no lugar da pilastra de madeira que se partiu, escorando as outras. Senti o peso das coisas inúteis quando aquela prateleira se quebrou. Tanta roupa, sapato, lenço, edredom, cobertor, lençol, bijuteria, bolsa... para quê?

Ano que vem completo cinquenta anos. Já passei da metade da vida. Tenho mais de meio caminho andado. Hora de rever, revisar, separar e escolher as coisas e situações que desejo manter ou encerrar, e meu armário bagunçado reflete esta necessidade.


Bob Marley




"Os ventos que às vezes tiram
algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que
aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi
dado.Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai
para sempre..."






segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Pensamentos de Lord Byron e um Poema






Sol dos Insones


Sol dos insones! Ó astro de melancolia!
Arde teu raio em pranto, longe a tremular,
E expões a treva que não podes dissipar:
Que semelhante és à lembrança da alegria!

Assim raia o passado, a luz de tanto dia,
Que brilha sem com raios fracos aquecer;
Noturna, uma tristeza vela para ver,
Distinta mas distante-clara-mas que fria!




"Aqueles que se recusam a serem chamados à razão, são intolerantes; aqueles que não conseguem, são idiotas; e aqueles que não se atraem, são escravos".


"Ainda que tivesse que ficar só, não trocaria a minha liberdade de pensar por um trono."


"Ainda que tivesse que ficar só, não trocaria a minha liberdade de pensar por um trono."


"O ódio é de longe o mais longo dos prazeres: amamos depressa mas detestamos com vagar."


"A morte, assim chamada, é algo que faz os homens lamentarem: e ainda assim um terço da vida é passado no sono."


"Toda a história humana prova que desde o dia em que Eva comeu a maçã, a felicidade do faminto homem pecador depende em grande parte do almoço. "

Lord Byron

Poeta inglês (1788-1824). Sua obra e sua personalidade romântica têm grande repercussão na Europa do início do século XIX. 

George Gordon Noel Byron nasce em Londres e, em 1798, herda o título nobiliárquico de um tio-avô, tornando-se o sexto Lord Byron. Em 1807 publica Horas de Ócio, livro de poemas mal recebido pela crítica. 

Com apenas 21 anos ingressa na Câmara dos Lordes e viaja pela Europa e pelo Oriente, regressando em 1811. No ano seguinte publica o poema A Peregrinação de Childe Harold, sobre as aventuras de um herói e a natureza da península Ibérica, sucesso em vários países europeus. 

Muda-se para a Suíça em 1816, após o divórcio de Lady Byron, causado pela suspeita de incesto do poeta com a meia-irmã da esposa. Escreve o terceiro canto de A Peregrinação de Childe Harold, O Prisioneiro de Chillon (1816) e Manfred (1817). 

Transfere-se para Veneza , onde escreve em 1818 Beppo, uma História Veneziana, sátira à sociedade local. Um ano depois começa o inacabado Don Juan. Torna-se membro do comitê londrino para a independência da Grécia, país para onde viaja em 1823 para lutar ao lado dos gregos contra os turcos. Morre quatro meses depois, em Missolonghi.

Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...