witch lady

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terça-feira, 18 de novembro de 2014

PREGUIÇA

Mootley, o pretinho, ao lado de Leona


Eu juro que eu ia arrumar tudo hoje. Acordei pensando no aspirador de pó, e na poeirinha sobre a prateleira da sala. Pensei que a roupa que coloquei ontem à tarde no varal estaria no ponto para ser passada. O quintal poderia ser varrido também.

Mas me deu preguiça.

Sentei-me lá fora no jardim com um livro, e o meu cãozinho Mootley veio pedir colo. Nós até o apelidamos de "Good night", pois ele sempre quer dormir: basta um colinho, e ele ajeita a cabecinha no nosso ombro - ou na nossa barriga, ou no nosso antebraço - e dorme o sono dos justos e inocentes... por isso, eu não arrumei a casa como deveria ter feito.

Por isso, a roupa ainda não foi passada, e nem será passada hoje. Quem sabe, amanhã...

A casa também é feita dos hiatos da preguiça. Eles nos livram da perfeição. Através deles, nós podemos ser seres humanos normais, que às vezes não tem vontade de fazer nada. Casas não deveriam ser extremamente limpas e organizadas, ou ficam parecidas com aquelas casas de revistas, arrumadas para serem fotografadas ou impressionar os outros. Organização excessiva é quase tão patológica quanto desorganização excessiva, eu penso.

Mas quando estou patologicamente organizada, deixo-me ser assim. Fica tudo um brinco, e aquela pisada com a sola do sapato molhado no chão da sala me irrita. Corro para pegar um pano para secar. Um copo deixado sobre a mesa de centro pode virar motivo para uma pequena discussão caseira, e farelos sobre a toalha da mesa podem acabar em suspiros irritados. 

Mas hoje não; hoje é meu dia de sentir preguiça, e por este motivo, a casa vai ficar como está. Hoje, eu só fiz a cama. E fui cama para o Mootley.


Elton John

Elton John to write book about the AIDS crisis



Reginald Kenneth Dwight cresceu em Pinner em uma council house que pertencia aos seus avós maternos. Filho de Sheila Eileen (Harris) e Stanley Dwight, foi educado na Pinner Wood Junior School, Reddiford School e mais tarde na Pinner County Grammar School, onde mais tarde iria adquirir uma bolsa de estudos para a Royal Academy of Music.

Quando Elton John começou a se interessar pela carreira musical, seu pai, antigo tenente da RAF, tentou o convencer a seguir uma carreira mais convencional. Os pais de Elton eram ambos músicos. Seu pai tocava trompete em uma banda amadora chamada Bob Millar Band, que animava festas formais.

A família de Elton John era uma exímia colecionadora de álbuns, o que o fez-se interessar pelo estilo de Elvis Presley e Bill Haley & His Comets durante a década de 1950.

Interesse pela música:
Elton John começou a tocar piano com 3 anos de idade e dentro de 1 ano foi selecionado para o "The Skater's Waltz" de Winifred Atwell. Elton John logo contava com uma rotina agitada de tocar em festas e reuniões de família e começou seus estudos de música aos 7 anos. Elton se tornou um aluno de destaque nas escolas onde estudou música, sendo comparado com Jerry Lee Lewis por seus colegas de classe. Aos 11 anos, Elton John conseguiu uma bolsa de estudos para a Royal Academy of Music, até hoje uma das instituições musicais mais respeitadas do Reino Unido.

A mãe de Elton John, Sheila, embora fosse mais rigorosa com ele, era também mais carinhosa e dedicada do que o pai, Stanley. Stanley Dwight é descrito por Elton como um pai desnaturado e grosseiro, que já o agrediu verbalmente várias vezes. Quando Elton tinha 15 anos de idade seus pais se divorciaram e sua mãe foi viver com um pintor local chamado Fred Farebrother. Fred se tornou um padrasto carinhoso para Elton John e assumiu o lugar de figura paterna que seu pai biológico nunca assumiu.

Ao longo de quase cinco décadas, desde 1969, Elton fez mais de 3.500 concertos ao redor do mundo.

Fonte: Wikipedia






Uma canção:  THE ONE -  - A única


I saw you dancin' out the ocean
Vi você dançando no oceano
Running fast along the sand
Correndo rápido pela areia
A spirit born of earth and water
Um espírito nascido da Terra e da água
Fire flying from your hands
Fogo voando de suas mãos

In the instant that you love someone
No instante em que você ama alguém
In the second that the hammer hits
No segundo em que o martelo bate
Reality runs up your spine
A realidade corre pela sua espinha
And the pieces finally fit
E os pedaços finalmente se encaixam

And all I ever needed was the one
E tudo o que sempre precisei foi da única
Like freedom fields where wild horses run
Como campos de liberdade por onde correm cavalos selvagens
When stars collide like you and I
Quando estrelas colidem como você e eu
No shadows block the sun
Nenhuma sombra bloqueia o sol
You're all I've ever needed
Você é tudo o que sempre precisei
Babe, you're the one
Meu bem, você é a única

There are caravans we follow
Há caravanas que seguimos
Drunken nights in dark hotels
Noites bêbadas em hotéis escuros
When chances breathe between the silence
Quando o acaso respira entre o silêncio
Where sex and love no longer gel
Onde o sexo e o amor não mais se fundem

For each man in his time is Cain
pois cada homem, a seu tempo, é Caim
Until he walks along the beach
Até que ele ande por uma praia
And sees his future in the water
E veja seu futuro na água
A long lost heart within his reach
um coração, há tempos perdido, ao seu alcance

And all I ever needed was the one
E tudo o que sempre precisei foi da única
Like freedom fields where wild horses run
Como campos de liberdade por onde correm cavalos selvagens
When stars collide like you and I
Quando estrelas colidem como você e eu
No shadows block the sun
nenhuma sombra bloqueia o sol
You're all I've ever needed
Você é tudo o que sempre precisei
Ooh, babe, you're the one
Oh, meu bem, você é a única



segunda-feira, 17 de novembro de 2014

PASSAGEM SECRETA




Minhas passagens são secretas,
 - Ou seja, quase secretas...

Às vezes, passa algum anjo
(Ou um demônio perdido)
Mas não ficam muito tempo.

Os anjos me deixam flores
Suavemente perfumadas,
E os demônios, nada deixam...
-Quem sabe, deixem lições
Que não ficam nos perfumes?

O meu caminho é secreto,
Feito de folhas caídas,
Musgo já ressecado,
Sobras de águas da chuvas,
Parreiras quase sem uvas...

Alguns passam e se debruçam
Sobre o meu muro arruinado,
Deixam os seus pensamentos
Em forma de comentários...

Outros passam e nem olham,
(Ou fingem que não me veem,
Acho que estes são vários...)
Enquanto tecem suas redes
Na intenção de me prenderem.

Eu fico silenciosa;
O tempo, meu professor,
Já me ensinou quase tudo:
A desviar dos abismos,
E a calar, se preciso,
Armazenar para estudo.

O meu caminho é secreto,
Apenas uma passagem
Que marca, sem pretensões,
Uma linha sobre o mundo.



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

O DOM DO ESQUECIMENTO




O tempo às vezes traz
O dom do esquecimento,
Um vento benfazejo
Que apaga os maus momentos...

E ao cair dos panos,
No avançar dos anos,
Quem sabe, não lembrar
Não passe de um presente?

As águas das enchentes
Carregam muitas coisas
Que estão presas às margens
Pra bem longe da gente...

Entrar bem devagar
Na densa mata escura,
Sem dores ou memórias,
A mente e a pele nuas,

Deixar pelo caminho
Relógios e palavras,
Levar consigo apenas
A bênção da loucura...




Quem Não Queria Uma Casa Assim?





Hoje posto aqui o mesmo texto que postei em um de meus outros blogs, o Passagem. É um poema de Manoel de Barros. Uma homenagem.

E quem não queria uma casa assim, como a que ele descreve?



Senhor, ajudai-nos a construir a nossa casa
Com janelas de aurora e árvores no quintal -
Árvores que na primavera fiquem cobertas de flores
E ao crepúsculo fiquem cinzentas 
como a roupa dos pescadores.

O que desejo é apenas uma casa. 
Em verdade, Não é necessário que seja azul, 
nem que tenha cortinas de rendas.
Em verdade, nem é necessário que tenha cortinas.
Quero apenas uma casa em uma rua sem nome.

Sem nome, porém honrada, Senhor. 
Só não dispenso a árvore,
Porque é a mais bela coisa que 
nos destes e a menos amarga.
Quero de minha janela sentir 
os ventos pelos caminhos, e ver o sol 

Dourando os cabelos negros 
e os olhos de minha amada.

Também a minha amada não dispenso, meu Senhor.
Em verdade ele é a parte mais importante deste poema.
Em verdade vos digo, e bastante constrangido, 
Que sem ela a casa também eu não queria, 
e voltava pra pensão.

Ao menos, na pensão, eu tenho meus amigos 
E a dona é sempre uma senhora 
do interior que tem uma filha alegre.
Eu adoro menina alegre, 
e daí podeis muito bem deduzir 

Que para elas eu corro nas minhas horas de aflição.

Nas minhas solidões de amor e 
nas minhas solidões do pecado
Sempre fujo para elas, quando não fujo delas, de noite,
E vou procurar prostitutas. Oh, Senhor vós bem sabeis
Como amarga a vida de um 
homem o carinho das prostitutas!

Vós sabeis como tudo amarga 
naquelas vestes amassadas
Por tantas mãos truculentas ou tímidas ou cabeludas
Vós bem sabeis tudo isso, e portanto permiti
Que eu continue sonhando com a minha casinha azul.

Permiti que eu sonhe com 
a minha amada também, porque: 
- De que me vale ter casa sem ter 
mulher amada dentro? 
Permiti que eu sonhe com uma que ame 
andar sobre os montes descalça
E quando me vier beijar faça-o 
como se vê nos cinemas...

O ideal seria uma que amasse fazer comparações
de nuvens com vestidos, e peixes com avião; 
Que gostasse de passarinho pequeno, 
gostasse de escorregar no corrimão da escada 
E na sombra das tardes viesse pousar 
Como a brisa nas varandas abertas...

O ideal seria uma menina boba: 
que gostasse de ver folha cair de tarde...
Que só pensasse coisas leves que nem existem na terra,
E ficasse assustada quando ao cair da noite
Um homem lhe dissesse palavras misteriosas ...
O ideal seria uma criança sem dono, 
que aparecesse como nuvem,
Que não tivesse destino nem nome - 
senão que um sorriso triste 
E que nesse sorriso estivessem encerrados
Toda a timidez e todo o espanto 
das crianças que não têm rumo...


Manoel de Barros





Manoel de Barros






Senhor, ajudai-nos a construir a nossa casa
Com janelas de aurora e árvores no quintal -
Árvores que na primavera fiquem cobertas de flores
E ao crepúsculo fiquem cinzentas 
como a roupa dos pescadores.

O que desejo é apenas uma casa. 
Em verdade, Não é necessário que seja azul, 
nem que tenha cortinas de rendas.
Em verdade, nem é necessário que tenha cortinas.
Quero apenas uma casa em uma rua sem nome.

Sem nome, porém honrada, Senhor. 
Só não dispenso a árvore,
Porque é a mais bela coisa que 
nos destes e a menos amarga.
Quero de minha janela sentir 
os ventos pelos caminhos, e ver o sol 

Dourando os cabelos negros 
e os olhos de minha amada.

Também a minha amada não dispenso, meu Senhor.
Em verdade ele é a parte mais importante deste poema.
Em verdade vos digo, e bastante constrangido, 
Que sem ela a casa também eu não queria, 
e voltava pra pensão.

Ao menos, na pensão, eu tenho meus amigos 
E a dona é sempre uma senhora 
do interior que tem uma filha alegre.
Eu adoro menina alegre, 
e daí podeis muito bem deduzir 

Que para elas eu corro nas minhas horas de aflição.

Nas minhas solidões de amor e 
nas minhas solidões do pecado
Sempre fujo para elas, quando não fujo delas, de noite,
E vou procurar prostitutas. Oh, Senhor vós bem sabeis
Como amarga a vida de um 
homem o carinho das prostitutas!

Vós sabeis como tudo amarga 
naquelas vestes amassadas
Por tantas mãos truculentas ou tímidas ou cabeludas
Vós bem sabeis tudo isso, e portanto permiti
Que eu continue sonhando com a minha casinha azul.

Permiti que eu sonhe com 
a minha amada também, porque: 
- De que me vale ter casa sem ter 
mulher amada dentro? 
Permiti que eu sonhe com uma que ame 
andar sobre os montes descalça
E quando me vier beijar faça-o 
como se vê nos cinemas...

O ideal seria uma que amasse fazer comparações
de nuvens com vestidos, e peixes com avião; 
Que gostasse de passarinho pequeno, 
gostasse de escorregar no corrimão da escada 
E na sombra das tardes viesse pousar 
Como a brisa nas varandas abertas...

O ideal seria uma menina boba: 
que gostasse de ver folha cair de tarde...
Que só pensasse coisas leves que nem existem na terra,
E ficasse assustada quando ao cair da noite
Um homem lhe dissesse palavras misteriosas ...
O ideal seria uma criança sem dono, 
que aparecesse como nuvem,
Que não tivesse destino nem nome - 
senão que um sorriso triste 
E que nesse sorriso estivessem encerrados
Toda a timidez e todo o espanto 
das crianças que não têm rumo...


Manoel de Barros




HORTÊNSIAS TEM VÁRIAS CORES














terça-feira, 11 de novembro de 2014

Aqui em casa Tem...




Aqui em casa tem...

- Colcha de croché feita pela avó de alguém há muitos e muitos anos.

-Marcas de patinhas de cachorro no piso da cozinha e da área de serviço.

-Jogos de copos de cristal que foram presente de casamento e que só são usados em ocasiões especiais.

-Uma coleção de xícaras coloridas sobre o armário da cozinha.

-Uma coleção de vinis e outra de CDs, muita música de todos os estilos para todos os gostos.

-Muitos e muitos livros, lidos e relidos, cheios de coisas sublinhadas e comentários à lápis. Estes são os que eu jamais doarei.

-Fotos de papel, lembranças de viagens e acontecimentos felizes.

-Buracos e plantas arrancadas no jardim - afinal, quem tem cachorro sabe que terá que passar por isso...

-Sininhos de vento espalhados pela casa toda, do lado de dentro e do lado de fora, nas árvores, portais e varandas.

-Muitos sprays aromáticos diferentes.

-Muitas velas decorativas, daquelas que a gente não tem coragem de acender.

-Cortinas ralinhas e transparentes em todas as janelas.

-Uma rede na varanda.

-Uma geladeira cheia de ímãs de gente que viajou e lembrou-se de mim - especialmente, alunos e ex-alunos. Eles são de todas as partes do mundo, como por exemplo: Bélgica, França, Russia, Estados Unidos (vários estados), Inglaterra, Itália, Argentina, Chile, Grécia, Portugal, Espanha...



-Bibelôs cafonas que eu adoro.

-Vasos de orquídeas sobre o aparador da lareira e flores sobre o peitoril da janela e a mesa da varanda.

-Poeira em alguns cantinhos e nas prateleiras mais altas, daquela que nem sempre dá tempo de tirar.

-Edredon velhinho e macio sobre a cama.

-Uma bagunça organizada no armário de roupas e sapatos.

E aqui em casa sempre tem roupa para passar, não importa o quanto eu tente colocar tudo em dia... mas acho que são essas coisas que fazem com que uma casa seja um lar.



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PARTILHANDO PALAVRAS




Acredito que o que é bonito e verdadeiro, deve ser partilhado, para que alcance o maior número de pessoas possível. Vivemos em tempos nos quais coisas horríveis são sempre partilhadas - maledicências, fofocas, invencionices, guerras, corrupção. Mas olhem só que lindo isso - Rubem Alves comentando sobre a parábola do filho pródigo:

"Jesus pinta um rosto de Deus que a sabedoria humana não pode entender. Ele não faz contabilidade. Não soma nem virtudes nem pecados. Assim é o amor. Não tem "porquês". Sem razões. Ama porque ama. Não faz contabilidade do mal nem do  bem. Com um Deus assim o universo fica mais manso. E os medos se vão. Nome certo para a parábola:

"Um pai que não sabe somar." Ou: "Um pai que não tem memória."

Se pudéssemos compreender Deus e a vida desta forma, saberíamos que ela, à sua maneira, é sempre justa, pois não faz contabilidade. Não haveria sequer a necessidade de fazer-se afirmações como "Aqui se faz, aqui se paga", ou "Recebemos de volta aquilo que mandamos," pois  se fosse verdade, os justos não sofreriam. Daí alguém pode afirmar: "Ah, mas os sofrimentos dos justos vem de outras encarnações." E do que eles valem, se aquele que está sofrendo não se lembra deles? E o próprio Jesus, exemplo da verdade, da justiça e da bondade, não sofreu horrores pendurado a uma cruz construída com a ajuda  daqueles em quem Ele mais confiava? Qual a culpa que Ele trouxera de outras encarnações?

Gosto de ler Rubem Alves porque ele sempre desperta o que há de melhor em mim, e me faz compreender o que há de pior sem culpas ou medos. Ele me mostra que o que tenho de melhor, é exatamente aquilo que está sob as camadas e camadas de tintas com as quais me pintaram, e que é a minha cor original. Entendo que Deus é bem diferente dessa criatura de mil faces que aparecem de maneiras diferentes para cada religião. Diz Rubem Alves, em um trecho de sua crônica Sem Contabilidade:": 

"...Não farás para ti imagem", tendo sido proibido até com pena de morte, que o seu próprio nome fosse pronunciado. Mas os homens desobedeceram. Desandaram a pintar o Grande Mistério como quem pinta casa. E a cada nova demão de tinta, mais o mistério se parecia com as caras daqueles que  o pintavam. Até que o mistério desapareceu, sumiu, foi esquecido, enterrado sob as montanhas de palavras que os homens empilharam sobre o seu vazio. Cada um pintou Deus do seu jeito."

E ficamos por aí, sempre pintando imagens com tintas falsas, construindo esculturas com imagens falsas e concebendo o Inconcebível. Colocamos palavras na boca de Deus como se Ele mesmo as tivesse dito. E apontamos para o outro que sofre, orgulhosamente afirmando que "O que vai, volta", como se tivéssemos sido eleitos juízes de Deus. Vejo, em algumas pessoas, um brilho de mórbido prazer no olhar (disfarçado de piedade), quando contabilizam as quedas alheias.

Se algum dia eu tivesse uma religião, seria aquela que admitiria não ter todas as respostas e quase nenhuma certeza. Uma que não tivesse dogmas ou receitas infalíveis, e que diante do inexplicável, baixaria a cabeça e diria: "Não sei responder." Eu teria uma religião que não determinasse o que eu posso vestir, que tipo de música eu posso ouvir, ou que comida eu posso consumir; uma que não separasse as pessoas entre "bons" e "maus", "merecedores" e "não-merecedores", "santos" e "pecadores."

Acho que eu jamais terei uma religião.

Minha religião são pessoas que tem algo a dizer, como Rubem Alves. É uma tarde de chuva após um dia calorento, uma linda manhã toda dourada de sol, flores e insetos no jardim, a voz do vento quando traz o perfume da vida. A minha religião são os livros, as palavras, os poemas, as músicas, as cores, as pequenas felicidades, os pequenos prazeres, a comida na mesa todos os dias, a água que sai da torneira limpa e fresca sempre que eu preciso, o silêncio, o silêncio, o silêncio.



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Chá




-Eu penso em pássaros,
Em voos, em asas,
Em sonhos, em nuvens,
E casas no céu.

-Eu penso em esquilos,
Em amoras, mirtilos,
No açúcar das xícaras,
Nos doces croissants.

-Eu penso em sapos,
Em grilos, espinhos,
Desfaço os ninhos,
Esmago os doces,
Afio as foices...

-Eu penso em peixes,
Em mares e mágoas,
Nas águas salgadas
Afogo meus medos.

-Eu penso em dores,
Em lágrimas, cortes,
No sul sem norte,
Eu penso na morte...

Tomemos o chá
Da nossa união,
Confraternizemos
Nossas diferenças,
Afrouxemos o peso
Dessas prensas
Tão ajustadas,
Que esmigalham
Nossa existência.

Para que possamos
Conviver,
Co-existir
E não matar,
E não morrer.


Vassoura Mágica

Esqueça os grãozinhos da foto; ela não os pega!


Passeando pelo site da pontofrio.com, achei a vassoura mágica Magic Sweeper - uma versão "motorizada" da antiga vassoura feiticeira, lembram-se? minha irmã tinha uma, e era excelente.

Como tenho cães em casa, e alunos que apagam seus exercícios - e as sobras da borracha vão sempre parar no tapete da sala de aula - decidi comprar uma para mim.

Ela é fácil de montar, simples mesmo, e movida à bateria. Cabe em qualquer cantinho, facilitando o armazenamento. É também aconselhável que a primeira carga de bateria leve pelo menos oito horas antes de usar pela primeira vez.

Bem, ela é leve, desliza facilmente sobre o piso e a rotatividade permite que ela consiga entrar em alguns cantos difíceis, mas não em todos. É bem mais leve e silenciosa que um aspirador de pó comum, e ideal para fazer pequenas limpezas - o pelo de cachorro no chão, os restos de borracha na sala de aula, a poeirinha no tapete. Mas a vassoura mágica nada tem de mágica, e deixa algumas coisas a desejar:

-A bateria dura pouco, precisando ser recarregada a cada cinquenta minutos de uso. Portanto, ela não serve para grandes limpezas, embora seja boa para limpezas de emergência.

-Se a deixarmos ficar 'cheia' demais, ela devolve ao chão o lixo que recolheu; melhor limpá-la sempre, esvaziando o recipiente onde fica o lixo coletado.

-Ela não entra debaixo do sofá, embora a propaganda prometa isso.

-Não serve para limpar tapetes com pelos altos... e se seu tapete tem franjas, jamais deixe que a vassoura encoste nelas, ou ela as puxará e arrancará! O mesmo cuidado deve ser tomado em relação a fios elétricos: passe longe deles!

-Ela não "pega" sujeiras maiores, como por exemplo, sucrilhos ou pedacinhos de papel embolado. Serve apenas para poeira e coisas bem miúdas, como pelos ou farelinhos de pão.


Vantagens:

-Ela é boa para aquelas limpezas pequenas e rápidas, como antes da visita chegar e depois que o cachorro sai da sala. Também é boa para recolher os farelos de pão após o lanche.

-Funciona à bateria, e não tem fios que atrapalham, como os aspiradores de pó.

-É leve e fácil de guardar.

-O ruído é baixinho, não incomoda tanto quanto o do aspirador de pó.

Conclusão:

A vassoura mágica é boa, mas nada tem de mágica, e se eu soubesse antes, teria comprado a boa e velha feiticeira comum, que funciona sem a necessidade de recarregar bateria e com muito mais eficiência, além de custar bem menos!

A minha nota para ela é 6,5.

Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...