witch lady

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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Aqui em casa Tem...




Aqui em casa tem...

- Colcha de croché feita pela avó de alguém há muitos e muitos anos.

-Marcas de patinhas de cachorro no piso da cozinha e da área de serviço.

-Jogos de copos de cristal que foram presente de casamento e que só são usados em ocasiões especiais.

-Uma coleção de xícaras coloridas sobre o armário da cozinha.

-Uma coleção de vinis e outra de CDs, muita música de todos os estilos para todos os gostos.

-Muitos e muitos livros, lidos e relidos, cheios de coisas sublinhadas e comentários à lápis. Estes são os que eu jamais doarei.

-Fotos de papel, lembranças de viagens e acontecimentos felizes.

-Buracos e plantas arrancadas no jardim - afinal, quem tem cachorro sabe que terá que passar por isso...

-Sininhos de vento espalhados pela casa toda, do lado de dentro e do lado de fora, nas árvores, portais e varandas.

-Muitos sprays aromáticos diferentes.

-Muitas velas decorativas, daquelas que a gente não tem coragem de acender.

-Cortinas ralinhas e transparentes em todas as janelas.

-Uma rede na varanda.

-Uma geladeira cheia de ímãs de gente que viajou e lembrou-se de mim - especialmente, alunos e ex-alunos. Eles são de todas as partes do mundo, como por exemplo: Bélgica, França, Russia, Estados Unidos (vários estados), Inglaterra, Itália, Argentina, Chile, Grécia, Portugal, Espanha...



-Bibelôs cafonas que eu adoro.

-Vasos de orquídeas sobre o aparador da lareira e flores sobre o peitoril da janela e a mesa da varanda.

-Poeira em alguns cantinhos e nas prateleiras mais altas, daquela que nem sempre dá tempo de tirar.

-Edredon velhinho e macio sobre a cama.

-Uma bagunça organizada no armário de roupas e sapatos.

E aqui em casa sempre tem roupa para passar, não importa o quanto eu tente colocar tudo em dia... mas acho que são essas coisas que fazem com que uma casa seja um lar.



segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PARTILHANDO PALAVRAS




Acredito que o que é bonito e verdadeiro, deve ser partilhado, para que alcance o maior número de pessoas possível. Vivemos em tempos nos quais coisas horríveis são sempre partilhadas - maledicências, fofocas, invencionices, guerras, corrupção. Mas olhem só que lindo isso - Rubem Alves comentando sobre a parábola do filho pródigo:

"Jesus pinta um rosto de Deus que a sabedoria humana não pode entender. Ele não faz contabilidade. Não soma nem virtudes nem pecados. Assim é o amor. Não tem "porquês". Sem razões. Ama porque ama. Não faz contabilidade do mal nem do  bem. Com um Deus assim o universo fica mais manso. E os medos se vão. Nome certo para a parábola:

"Um pai que não sabe somar." Ou: "Um pai que não tem memória."

Se pudéssemos compreender Deus e a vida desta forma, saberíamos que ela, à sua maneira, é sempre justa, pois não faz contabilidade. Não haveria sequer a necessidade de fazer-se afirmações como "Aqui se faz, aqui se paga", ou "Recebemos de volta aquilo que mandamos," pois  se fosse verdade, os justos não sofreriam. Daí alguém pode afirmar: "Ah, mas os sofrimentos dos justos vem de outras encarnações." E do que eles valem, se aquele que está sofrendo não se lembra deles? E o próprio Jesus, exemplo da verdade, da justiça e da bondade, não sofreu horrores pendurado a uma cruz construída com a ajuda  daqueles em quem Ele mais confiava? Qual a culpa que Ele trouxera de outras encarnações?

Gosto de ler Rubem Alves porque ele sempre desperta o que há de melhor em mim, e me faz compreender o que há de pior sem culpas ou medos. Ele me mostra que o que tenho de melhor, é exatamente aquilo que está sob as camadas e camadas de tintas com as quais me pintaram, e que é a minha cor original. Entendo que Deus é bem diferente dessa criatura de mil faces que aparecem de maneiras diferentes para cada religião. Diz Rubem Alves, em um trecho de sua crônica Sem Contabilidade:": 

"...Não farás para ti imagem", tendo sido proibido até com pena de morte, que o seu próprio nome fosse pronunciado. Mas os homens desobedeceram. Desandaram a pintar o Grande Mistério como quem pinta casa. E a cada nova demão de tinta, mais o mistério se parecia com as caras daqueles que  o pintavam. Até que o mistério desapareceu, sumiu, foi esquecido, enterrado sob as montanhas de palavras que os homens empilharam sobre o seu vazio. Cada um pintou Deus do seu jeito."

E ficamos por aí, sempre pintando imagens com tintas falsas, construindo esculturas com imagens falsas e concebendo o Inconcebível. Colocamos palavras na boca de Deus como se Ele mesmo as tivesse dito. E apontamos para o outro que sofre, orgulhosamente afirmando que "O que vai, volta", como se tivéssemos sido eleitos juízes de Deus. Vejo, em algumas pessoas, um brilho de mórbido prazer no olhar (disfarçado de piedade), quando contabilizam as quedas alheias.

Se algum dia eu tivesse uma religião, seria aquela que admitiria não ter todas as respostas e quase nenhuma certeza. Uma que não tivesse dogmas ou receitas infalíveis, e que diante do inexplicável, baixaria a cabeça e diria: "Não sei responder." Eu teria uma religião que não determinasse o que eu posso vestir, que tipo de música eu posso ouvir, ou que comida eu posso consumir; uma que não separasse as pessoas entre "bons" e "maus", "merecedores" e "não-merecedores", "santos" e "pecadores."

Acho que eu jamais terei uma religião.

Minha religião são pessoas que tem algo a dizer, como Rubem Alves. É uma tarde de chuva após um dia calorento, uma linda manhã toda dourada de sol, flores e insetos no jardim, a voz do vento quando traz o perfume da vida. A minha religião são os livros, as palavras, os poemas, as músicas, as cores, as pequenas felicidades, os pequenos prazeres, a comida na mesa todos os dias, a água que sai da torneira limpa e fresca sempre que eu preciso, o silêncio, o silêncio, o silêncio.



quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Chá




-Eu penso em pássaros,
Em voos, em asas,
Em sonhos, em nuvens,
E casas no céu.

-Eu penso em esquilos,
Em amoras, mirtilos,
No açúcar das xícaras,
Nos doces croissants.

-Eu penso em sapos,
Em grilos, espinhos,
Desfaço os ninhos,
Esmago os doces,
Afio as foices...

-Eu penso em peixes,
Em mares e mágoas,
Nas águas salgadas
Afogo meus medos.

-Eu penso em dores,
Em lágrimas, cortes,
No sul sem norte,
Eu penso na morte...

Tomemos o chá
Da nossa união,
Confraternizemos
Nossas diferenças,
Afrouxemos o peso
Dessas prensas
Tão ajustadas,
Que esmigalham
Nossa existência.

Para que possamos
Conviver,
Co-existir
E não matar,
E não morrer.


Vassoura Mágica

Esqueça os grãozinhos da foto; ela não os pega!


Passeando pelo site da pontofrio.com, achei a vassoura mágica Magic Sweeper - uma versão "motorizada" da antiga vassoura feiticeira, lembram-se? minha irmã tinha uma, e era excelente.

Como tenho cães em casa, e alunos que apagam seus exercícios - e as sobras da borracha vão sempre parar no tapete da sala de aula - decidi comprar uma para mim.

Ela é fácil de montar, simples mesmo, e movida à bateria. Cabe em qualquer cantinho, facilitando o armazenamento. É também aconselhável que a primeira carga de bateria leve pelo menos oito horas antes de usar pela primeira vez.

Bem, ela é leve, desliza facilmente sobre o piso e a rotatividade permite que ela consiga entrar em alguns cantos difíceis, mas não em todos. É bem mais leve e silenciosa que um aspirador de pó comum, e ideal para fazer pequenas limpezas - o pelo de cachorro no chão, os restos de borracha na sala de aula, a poeirinha no tapete. Mas a vassoura mágica nada tem de mágica, e deixa algumas coisas a desejar:

-A bateria dura pouco, precisando ser recarregada a cada cinquenta minutos de uso. Portanto, ela não serve para grandes limpezas, embora seja boa para limpezas de emergência.

-Se a deixarmos ficar 'cheia' demais, ela devolve ao chão o lixo que recolheu; melhor limpá-la sempre, esvaziando o recipiente onde fica o lixo coletado.

-Ela não entra debaixo do sofá, embora a propaganda prometa isso.

-Não serve para limpar tapetes com pelos altos... e se seu tapete tem franjas, jamais deixe que a vassoura encoste nelas, ou ela as puxará e arrancará! O mesmo cuidado deve ser tomado em relação a fios elétricos: passe longe deles!

-Ela não "pega" sujeiras maiores, como por exemplo, sucrilhos ou pedacinhos de papel embolado. Serve apenas para poeira e coisas bem miúdas, como pelos ou farelinhos de pão.


Vantagens:

-Ela é boa para aquelas limpezas pequenas e rápidas, como antes da visita chegar e depois que o cachorro sai da sala. Também é boa para recolher os farelos de pão após o lanche.

-Funciona à bateria, e não tem fios que atrapalham, como os aspiradores de pó.

-É leve e fácil de guardar.

-O ruído é baixinho, não incomoda tanto quanto o do aspirador de pó.

Conclusão:

A vassoura mágica é boa, mas nada tem de mágica, e se eu soubesse antes, teria comprado a boa e velha feiticeira comum, que funciona sem a necessidade de recarregar bateria e com muito mais eficiência, além de custar bem menos!

A minha nota para ela é 6,5.

Pedaço de Tira - Aluizio Rezende





Pedaço de Tira é um lindo poema de Aluizio Rezende. Aluizio tem uma escrivaninha no Recanto das Letras.

Quando com a relva molhada
A juriti se encanta
O que nos sobra é sorrir;
Se em toda noite estrelada
É o mesmo nó na garganta,
O que nos sobra é chorar.

Se a cortina aberta
Alegra a claridade,
O que nos sobra é sorrir;
Se é numa rua deserta
Que mora aquela saudade,
O que nos sobra é chorar.

Se a chuva cai e o telhado
Diz que são beijos de amor,
O que nos sobra é sorrir;
Mas se os olhos inchados
São o refúgio da dor,
O que nos sobra é chorar.

Se o João-de-barro se alegra
Com a casa que ele constrói,
O que nos sobra é sorrir;
Mas se a madeira se prega 
E o cupim vem e corrói,
O que nos sobra é chorar.

Se existem tantas verdades
E somente uma mentira,
O que nos sobra é sorrir;
Mas quantas realidades 
Há num pedaço de tira?
Quem descobrir vai chorar...





Imagens de Fé











Trancos



Trancos
E trancas,
Barracos
Barrancos
Eu estanco
Tu mancas,
Eu sangro
Tu cantas,
Eu morro
Te encantas,
Eu rio
Tu choras...

E agora?

Os santos
E santas,
Apago,
Imantas,
Torcendo-me
As tranças
Matando
Esperanças
Eu calo,
Tu danças
Eu falo,
Te arranhas...

Ah, tramas!

Encantos
São tantos!...
Desfaço
Quebrantos
Quebrando...
Não ando
Na corda
Tão bamba
Que estendes,
Não cerro
Meus dentes...

-Nem sentes!


terça-feira, 4 de novembro de 2014

PAISAGEM





 O circo passou,
Deixou muita lama,
Confetes na calçada,
E ecos de risos,
Lágrimas borradas...

Mais nada.

Te escondes na paisagem,
Sublimas mensagens
Que caem dos trapézios
E liquefazem-se
Na solitária estrada...

Quem dera, pudesses
Reter os aplausos!...
Quem dera...
Mas as feras do circo
Soltaram-se todas,
As cores da lona
Escorrem e borram
O solo...

-Respeitável público,
CORRAM!

Palavras pisadas
Sob as sapatilhas
Das bailarinas...
A platéia presa
Entre as desbotadas
Serpentinas...


LEON TOLSTOI

Leo Tolstoy






PALAVRAS DE LEON TOLSTOI



"Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil."




"A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família."





"O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. E quem não tem medo da morte possui tudo."





"O amor começa quando uma pessoa se sente só e termina quando uma pessoa deseja estar só."




"Quando as pessoas falam de forma muito elaborada e sofisticada, ou querem contar uma mentira, ou querem admirar a si mesmas. Ninguém deve acreditar em tais pessoas. A fala boa é sempre clara, inteligente e compreendida por todos."





"Há quem passe por um bosque e só veja lenha para a fogueira."




"Livres-pensadores são aqueles que estão dispostos a usar suas mentes sem prejuízo e sem receio de entender as coisas que se chocam com seus próprios costumes, privilégios ou crenças. Este estado de espírito não é comum, mas é essencial para pensar direito."






"Para se realizar uma atividade qualquer, é preciso considerá-la útil e importante. Por isso, qualquer que seja a situação de um ser humano, ele formará da vida social um conceito que lhe permita encarar a sua atividade como importante e útil.

Imagina-se sem razão que os ladrões, os assassinos, os espiões e as prostitutas julgam desfavoravelmente a sua profissão e se envergonham dela. Nada disso. 

As pessoas que são colocadas pelo destino ou pelos seus próprios erros em determina situação, por muito repreensível que seja, constroem uma concepção geral da vida onde a sua situação particular aparece eminentemente útil e respeitável. 

Com o fim de sustentar os seus pontos de vista, apoiam-se instintivamente num determinado meio que admite a concepção geral de vida por que optaram e o papel que desempenham, em particular, nesse tipo de vida. 

Causa-nos surpresa vermos ladrões orgulharem-se da sua destreza, prostitutas de sua corrupção, assassinos da sua crueldade. Mas só nos surpreendemos na medida em que, sendo o meio em que essa gente vive muito limitado, permanecemos à margem dele. E, no entanto, não se produz o mesmo fenômeno entre os ricos que se orgulham das suas vitórias, ou melhor, dos seus crimes, e entre os poderosos que se orgulham do seu poder, ou seja, da sua tirania?

Se não chegarmos a reparar que essas personagens, procurando justificar as respectivas situações, têm da vida, do bem e do mal, uma concepção corrompida, é apenas porque o círculo daqueles que a adotaram cada vez mais se amplia, a ponto de nós próprios estarmos incluídos."

Leon Tolstoi, in Ressurreição




domingo, 2 de novembro de 2014

Kasa & Koisas, do Leandro




“O trabalho é tornar o amor visível, se não puderdes trabalhar com amor, mas apenas com desgosto, é melhor que deixeis o vosso trabalho, que senteis à porta do templo e que recebais esmolas daqueles que trabalham com alegria.
Pois se assardes pão com indiferença, assareis um pão amargo, que só matará a metade da fome de um homem.
E se vos ressentirdes ao amassar as uvas, vosso ressentimento destilará veneno no vinho.
E se cantardes como anjo, e não amardes o vosso cantar, abafareis os ouvidos do homem às vozes do dia e às vozes da noite.” – Khalil Gibran, em seu livro “O Profeta”, quando alguém  pede ao profeta que ele fale sobre o trabalho.




Nestes tempos loucos em que a pressa tornou-se amiga da indiferença, é muito bom entrar em uma loja e ser recebido com atenção, carinho e boa vontade, por alguém que ama o seu trabalho, e faz desse amor uma ponte até o cliente. 
Quando estamos fazendo compras, queremos relaxar e encontrar um momento prazeroso, e não ser atendidos às pressas por alguém carrancudo que parece estar prestando-nos um favor. E é por isso que eu decidi colocar este post aqui, hoje. Ao fazermos compras no Shopping Vilarejo, em Itaipava na última sexta-feira, eu e meu marido ficamos absolutamente encantados com o Leandro, da Kasa & Coisas. Lá a gente encontra, além de brinquedos, artigos para presente e novidades para a casa, um atendimento de quem gosta do que faz, tem prazer em explicar direitinho o funcionamento das coisas e adora um bom papo!
A gente sai da Kasa & Koisas sorrindo. Sorrir é muito importante nos dias de hoje. E ainda levamos coisas lindas para casa.





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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...