witch lady

Free background from VintageMadeForYou

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A Fé









...E  foi no templo vazio
que ela descobriu:


-A fé era a luz
Que entrava pelos vitrais
Filtrada pelas cores,
E não a escuridão do templo.

-A fé era o silêncio que calava
Nas entrelinhas das perguntas que nunca foram respondidas,
Era o que caminhava muito além das coisas aparentes,
Além da própria vida.

-A fé era o que jazia após o Amém,
Aonde nunca ninguém ia,
Lugar no qual, após a correnteza das palavras,
Ninguém pensava...

-A fé era a flor que brotava
Do vaso raso e côncavo do coração
Quando a dor apunhalava.

-A fé era amar sem saber-se amada,
Acreditar no que ninguém mais acreditava,
Era um olhar para trás e aguardar
Antes de voltar a caminhar,
Toda vez que uma outra porta se fechava.




sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Poema de Olguinha Costa





Um lindo poema da amiga Olguinha Costa. Ela tem uma página no Recanto das Letras.




INDIGENTE



EU PERCEBO 
 A MUITO TEMPO
NUVENS ESPESSAS
 QUE MUDARAM TUDO

MUDARAM MUROS
E ATÉ CÉUS
MUDOU A CIDADE
QUEM SABE ATÉ DEUS"

PERCEBI A QUILÔMETROS
QUE TUDO ESTÁ MODIFICADO
QUE AS FAMÍLIAS MUDARAM
CAMINHOS ERRARAM


TUDO AO LONGE SECOU
HOJE ESTOU DIFERENTE
NEM SEI QUEM SOU
PEITO INDIGENTE
AO LÉU FICOU


ENTÃO CONCLUO 
POR TUDO QUE ACONTECE
MORRI NAQUELA ÉPOCA
E A  MÚMIA DE MIM APARECE
PELOS CANTOS DA TERRA


NÃO , NÃO TEM MAIS JEITO
INFELIZMENTE,
MEU CORAÇÃO SAIU DO PEITO
ME DEIXANDO SEM SEMENTE


NÃO IGNORO AS DORES
NEM TENTATIVAS
MAS, NÃO ESPERE
IMPLODIRAM-ME OGIVAS

E POR MAIS QUE EU QUISESSE
NÃO CONSEGUIRIA JAMAIS ...

TUDO QUE FOMOS
FICOU NO TEMPO LÁ ATRÁS

MELHOR GUARDAR
O QUE POR ACASO SOBROU
ALGUMAS CARTAS AMARELAS
E (FALSAS) JURAS DE AMOR


DEIXA COMO ESTÁ...

NOS SONHOS DA NOITE
ONDE NÃO POSSO COMANDAR
É CONTIGO QUE EU SONHO
E FICA DIFÍCIL ACORDAR


EU PERCEBI
 A MUITO TEMPO

EU PREFERI NEM NOTAR
TUDO TEM SEU PRÓPRIO TEMPO
NÃO TEM COMO FAZER VOLTAR ...







quinta-feira, 11 de setembro de 2014

HAIKAIS






Céu encoberto
Glacé cinza de nuvens
Caindo em gotas.



As andorinhas
Desgovernado voo
Chuva chegando.



Na correnteza
Resvalam pouco a pouco
Minhas tristezas.



Surge arco-íris
Partindo a vida em cores
No pó das gotas.





quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Passagem




Ironia...

Nós olhamos para a vida
Que passa diante dos olhos,
Colorida fantasia,
Mas não a vemos passar...

Apuramos os ouvidos
Destilamos os sentidos
Tentando enxergar o mar,
Mas não prevemos as ondas...

E enfileiramos os dias
Como fazemos com as contas
De um infinito colar,

Sem saber que ele arrebenta,
Sem saber que ele naufraga
Quando menos se esperar...




Imagem: Ana Bailune, editada pelo Google

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Matsuo bashô - Criador do Haikai

Portrait-of-Basho-Watanabe-Kazan-detail-




Matsuo Bashô (1644-1694) foi o criador do haikai.





Matsuo Bashô nasceu em 1644, na pequena cidade de Ueno, na província de Iga e faleceu em Osaka, em 1694. O seu nome de nascimento era Matsuo Kinsaku, mas, muitos anos depois, quando já era um conhecido poeta, mestre na sua arte, adotou o pseudônimo de Bashô, agradecido aos seus discípulos que tinham plantado uma bananeira de jardim (bashô) junto da sua modesta habitação. A vida de Bashô foi uma permanente caminhada em busca do conhecimento e do contacto com a Natureza, procurando atingir a perfeição na expressão poética, tendo conferido grande beleza e dignidade literária ao gênero poético designado haiku ou haikai. Este gênero poético continua na linha da poesia tradicional japonesa. É um dos mais notáveis géneros poéticos da literatura universal e, possivelmente, aquele que apresenta a forma de expressão mais breve e concisa. Cada poema é constituído por dezassete sílabas métricas distribuídas por versos ou segmentos de 5-7-5 sílabas. Teve origem numa forma poética mais antiga, o tanka, que é constituído por trinta e uma sílabas distribuídas por cinco versos de 5-7-5-7-7 sílabas métricas.



Algumas de suas criações, traduzidas:


Nesta noite
ninguém pode deitar-se:
lua cheia.


E tu, aranha
como cantarias
neste vento de outono?


Relvas de verão
sob as quais os guerreiros
sonham.





Extingue-se o dia
mas não o canto
da cotovia


Quimonos secando
ao sol. E a pequena manga
da criança morta.


De tantos instantes
para mim lembrança
as flores de cerejeira.





Ruídos nas ramas.
Trêmulo, meu coração detem-se
e chora na noite...


Mesmo um velho cavalo
é belo de manhã
sobre a neve


Do orvalho
nunca esqueça
o branco gosto solitário





A cigarra... ouvi:
nada revela em seu canto
que ela vai morrer


Já é primavera:
Uma colina sem nome
Sob a névoa da manhã.



Outono já frio; 
eu penso no meu vizinho -
como viverá? 



É um Beija-flor em pleno voo!




Dia de Jardineiro





Dia de jardineiro. As plantas e a terra sendo mexidas. A grama cortada. Aromas maravilhosos cruzam o ar. Os passarinhos não vem aos comedouros, desconfiados do movimento.

"Por favor, Edson, vê se planta estas mudas de azaleias no canteiro junto ao muro. É melhor, não acha?"





E algumas plantas mudam de lugar. Coloco violetas nos vasos onde antes estavam plantadas as azaleias, mas elas estão sem flores, e vejo que preciso comprar mais flores - sempre tenho vasos de flores espalhados na varanda da casa e no muro junto à cozinha: margaridinhas coloridas, violetas, calanchuês, ciclâmens. Gosto das cores. Gosto da sensação que a gente tem quando chega em casa e, ao  descer as escadinhas do jardim, depara com a varanda florida.





E o Edson capina, afofa a terra, replanta as azaleias, corta a grama, varre tudo. O que seria de mim sem ele... Num instantinho, ele pega o pé de manjericão, que adora se espalhar pelo canteiro de temperinhos, e coloca-o em seu lugar. Digo: "Cuidado com as hortelãs, não vá arrancá-las! Andam tão fraquinhas!"




Olho os vasos de orquídeas, tão maltratados e lembro-me que tenho que adubá-los para que a próxima floração seja bonita. Por enquanto, jogo-lhes um pouco d'água. Pego os talos de espinafre que sobraram do almoço e após passá-los no liquidificador, jogo o sumo sobre a terra das  roseiras. Costumo colocar de tudo nas plantas: cascas de batata e outros legumes, sobras de comida... tudo batido no liquidificador.




Enquanto cuidamos das plantas, o Mootley passa correndo, um tufo de grama pelo de urso na boca... saio correndo atrás dele: "Mootley, devolva isso aqui!" É claro, não consigo pegá-lo! E o gramado de pelo de urso que fica em volta do cedro vai ficando cada vez mais ralo... mas ao olhar para cima, vejo que o cedro parece que cresceu. A copa está se espalhando mais. Ótimo para sombrear o calor do verão!



O meu ipê amarelo este ano deu poucas flores, está mais magrinho... talvez seja a falta de chuvas. E o dia vai passando, o sol vai se encaminhando devagarinho para trás da Pedra do Retiro. Edson recolhe suas coisas após o café e vai embora. "Até a próxima!" 

Os passarinhos voltam a encher os comedouros. 




segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Terra Prometida

Terra Prometida


Eu te prometo um pedaço de terra
Para chamares de teu,
Tomado à força bruta de uma guerra.

Eu te prometo a paz hipócrita que esperas
Exposta nas raízes sangrentas
Das arrancadas oliveiras.






Eu te prometo a terra derradeira,
Esta, na qual descansarás,
E que pesará, a cada dia do futuro,
Sobre os ombros das tuas crianças.

Eu te prometo a mais justa das vinganças,
Aquela, que não tem tréguas,
E não descansa nem nos dias santos,
Nos quais balbucias graças
E quebrantos.

Eu te prometo uma justiça mais que justa,
Que crescerá bem forte, a cada dia,
No pus que brota de cada pústula
Libada pelas lagrimas inimigas,
Justiça adubada pelos dejetos das injúrias.

E os teus filhos hão de correr por estes campos nus de vida,
Repletos de ossos e ruínas,
Os olivais da Palestina,
Onde nada há de crescer,
A não ser...

A árvore que produz o fruto amargo
E venenoso,
De norte a sul
Ao sol insosso,
Abençoada pelo Deus que te auxilia,
Ao qual adoras,
O Belzebu.




sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Saint Exupéry - Um poema, frases e pensamentos






Um Poema, frases e pensamentos de Antoine de Saint-Exupéry




O Pequeno Príncipe 


Menino pequeno, perdido no mundo 
sozinho e cercado de imagem e ilusão, 
vagando, vagando sem número e data, 
descobre a verdade no meio do chão. 

Descobre na terra, de olhos pr'o ceu, 
pequeno menino perdido e sozinho, 
reinados de estrelas, de sóis e de flores, 
poemas ficados na cruz de um caminho. 

Menino pequeno, sozinho encontrou 
prazer escondido de olhar e sonhar 
viver e cantar, beijar e reinar, 
deitar e chorar, num berço de ar 

Menino tão só, perdido e pequeno 
que veio do ceu, que acaba no mar, 
com um sopro retira, do chão, essa gente 
e ensina que é fácil ter asa e voar 

Menino sozinho, no mundo perdido 
Menino perdido, pequeno e querido.



"Os homens compram tudo pronto nas lojas... Mas como não há lojas de amigos, os homens não têm amigos."



"A ordem não cria a vida."





"A grandeza da oração reside principalmente no fato de não ter resposta, do que resulta que essa troca não inclui qualquer espécie de comércio."






"Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão."



François (mais novo) e o irmão Jean na companhia de Exupéry em agosto de 1940, em Agay, na França. Quatro anos depois, o avião que o escritor pilotava caiu ...



"É o espírito que conduz o mundo e não a inteligência."






"Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam."





"Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."



"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia
ser achado numa só rosa."









A Rosa do "Pequeno Príncipe" é inspirada em sua esposa. Sua infidelidade e dúvidas acerca do casamento são simbolizadas através do canteiro de rosas que o Pequeno Príncipe encontra na Terra. -fonte: culturacolectiva.com







quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Prêmio Liebster Award

Prêmio







Meu blog "A casa & a Alma" foi indicado a este prêmio pela amiga Lucy Mara Mansanaris. Muito obrigada, Lu! O Liebster Awards é um selo de partilha e amizade entre blogs com menos de duzentos seguidores. Para aceitar os prêmios, as regras são:



1-Colocar o prêmio em seu blog
2- Responder às questões
3- Remeter o selinho para 4 blogs com menos de 200 seguidores com as mesmas questões
4-Não repassar para o blogger que lhe nomeou
5- Informar ao blogger que o nomeou para que o mesmo possa acompanhar a suas indicações.

Minhas respostas:

1. O que você acha do nível dos blogs na internet?
Sigo poucos e tenho poucos seguidores, por absoluta falta de tempo, mas gosto muito dos que estou seguindo no momento. Se não gosto, não sigo. Li recentemente um texto que dizia que o conteúdo dos blogs hoje em dia não passa de palavras vazias e sem sentido, o que muito me contrariou, pois não podemos generalizar. Em todos os setores - blogs, revistas, jornais, livros - isto acontece, o que não significa que todos sejam ruins.

2. Como você definiria o seu blog?
Tenho cinco blogs - este, que fala apenas sobre casas e seus moradores; o "Liberdade de Expressão", meu primeiro blog, criado em 2012, onde publico de tudo, desde poemas a artigos, crônicas, desabafos, etc...; escrevo o "Histórias", onde coloco meus contos e pequenos romances, "Nada a Dizer", onde posto apenas imagens sem palavras e finalmente, meu preferido, o "Passagem", no qual publico textos e demais trabalhos de outros autores. Ainda escrevo no Recanto das Letras, onde mantenho duas escrivaninhas: " Ana Bailune" , na qual publico também de tudo um pouco, e "Cavaleira Solitária", que contém textos de humor. Definir cada blog ou site seria difícil, pois teria que alongar-me muito nesta postagem; então deixo apenas uma frase: escrever é o meu hobby.

3. Está difícil "blogar" hoje em dia?
Bem, não é fácil porque os blogs às vezes são bem mais pesados - principalmente aqueles nos quais são colocados muitos widgets, sons e imagens - e demoram mais para abrir do que meus espaços no Recanto das Letras, e talvez por isso a maioria dos blogs sejam pouco comentados. Mas tenho bastante leituras, apesar de não ser este meu único objetivo.

4. Que tipo de conteúdo você não gosta de ver num blogue?
Não gosto de pornografia. Acho grosseiro demais.

Assuntos diversos:
 5. O que no Brasil necessita de melhoras?
O povo. Acho que é uma ilusão pensar que teremos melhores e mais honestos governantes se não melhorarmos a nós mesmos, a nossa própria maneira de agir e a nossa desonestidade latente que mora no velho e péssimo "Jeitinho brasileiro" de levar vantagem em tudo. Como sempre digo, um mundo mais limpo começa quando cada um varre a sua própria calçada.

6. Já tem seu candidato à presidência?
Sim, apostarei em Aécio Neves.

7. Quais assuntos você não abordaria numa conversa com amigos?
Não falo de minha vida sexual, acho horrível quem faz isso.

8. Filme preferido?
Tantos... "Sob o Sol da Toscana", por exemplo.

9. Onde gostaria de morar?
Já moro: junto às montanhas, próximo a uma floresta, atrás de um orquidário.

10. Como você se vê?
Sou uma pessoa cheia de defeitos, que não tem a menor pretensão de parecer perfeita, boazinha ou doce. Se estou aqui para melhorar, seguirei este caminho sem a menor pretensão de tornar-me perfeita, pois a perfeição é inatingível, e detesto hipocrisia. Odeio quem se aproxima da gente apenas quando precisa, quando há algum interesse.

11. Como gostaria que as pessoas lhe vissem?
Como elas quiserem. 

Blogs indicados ao selo:

-Blog da Janda
-My Sweet House, de Lu Cavichioli
-Rosachoqueeoutrascores, de Aparecisa Ramos
-Bluemaedel, de Helena Frenzel.





LUZ DA MANHÃ NAS XÍCARAS


Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...