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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Uma Pérola de Rubem Alves








"Quem constrói uma casa faz um poema. Por isso enchemos as casas de plantas, de quadros, de música, de livros."

Não é uma verdadeira pérola? Pois é do livro de crônicas "Ostra Feliz Não Faz Pérola." Para ser lido no silêncio da casa. Pela alma.





Que é Deus? por Rubem Alves





Do livro Ostra Feliz Não Faz Pérola:






Deus - "Deus é o nome que dou a um vazio imenso que mora na minha alma, vazio onde voam os meus desejos na esperança de encontrar, no futuro, as coisas amadas que o tempo me roubou."








"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar."





"A alma não quer ir para frente. Quem quer ir para frente é porque ainda não encontrou. Está ainda à procura. Quem quer repetir é porque já encontrou o que procurava."



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Liberdade





Te quis livre, sempre...
Doeu, quando voaste,
Doeu, mas foi tão bonito!...

Tua próprias asas,
As tuas plumas soltando-se
E caindo aos meus pés...

O horizonte te acolheu,
Os raios de sol
Te fizeram transcendente...

Nas mãos, a gaiola vazia,
Única lembrança concreta
Da alma que a habitou.




Minha Primeira Professora






Um dia, enquanto eu brincava com as outras crianças, ela olhou para mim e pensou: "Já está na hora de alfabetizá-la!"

Minha primeira professora comprava-me cartilhas; pegava na minha mão e me ajudava a percorrer o caminho pontilhado das letras. O lápis ia deslizando macio sobre o papel, e eu assistia à magia das letras sendo desenhadas na folha. Depois, ela dizia: "Agora é você sozinha." E eu ia, devagarinho, às vezes sendo ajudada novamente por ela quando me perdia nas sinuosidades do caminho. Para mim, foi muito difícil desenhar o 'S' maiúsculo: eu sempre fazia a curva para o outro lado, na contramão!

Minha primeira professora trazia livrinhos de história coloridos, e ia me ensinando: "Está vendo? bo-ne-ca. Leia você esta palavra!" E eu ia juntando as sílabas, tentando me lembrar dos sons das letras quando elas apareciam juntas. 

Um dia, ela me ensinou os números. Eles não faziam muito sentido dentro de minha cabeça, e confesso que jamais fizeram. Sempre fui péssima em matemática! Ela colocava sobre a mesa uma porção de grãos coloridos de feijão - aqueles, que a gente geralmente cata no meio dos feijões pretos e joga fora - e ia dizendo: "Olha! Eu enho um feijão, e coloco mais três. Quantos ficam?" E eu, choramingando e pensando no quintal me esperando lá fora, ia pacientemente contando os caroços...

Minha primeira professora ligava a TV no canal 2, a TVE (Televisão Educativa) no programa da Bibi Ferreira. Às vezes, ela assistia junto comigo, e eu ia aprendendo cada vez mais coisas. Certa vez, ela me comprou uma coleção de revistas chamadas Nosso Amiguinho, que tinha uma porção de coisas legais sobre história, ciências e curiosidades gerais. Eu lia, relia e aprendia.

Minha primeira professora sentava-me à mesa da cozinha antes do jantar, e me falava sobre as coisas da vida. Contava-me sobre suas memórias, seus tempos de colégio, sua infância, seus amigos e a época em que tivera cada um de seus filhos. Eu ficava olhando para ela, o vapor das panelas saindo pela janela e indo pousar no alto do coqueiro da vizinha, que balançava suavemente suas folhas ao crepúsculo da tarde ao canto dos sabiás que iam dormir.

Minha professora sentava-se comigo depois das aulas, olhava meus cadernos e me mandava fazer o dever de casa. Nada de televisão antes de ter estudado o questionário para a prova, que ela fazia questão de 'tomar!' E se eu não soubesse responder a todas as perguntas, ela dizia: "Estude mais dez minutos!" E sentindo um calor subindo pelo meu corpo (a impaciência), eu obedecia...

Minha primeira professora me trazia cadernos para colorir, e me ensinava a pintar dentro das linhas. Desta lição eu também nuna mais me esqueci, e até hoje, procuro pintar dentro das linhas da minha vida, embora às vezes as cores escapem para fora delas. Daí, surgem alguns poemas. Ela me comprava tinta guache e aquarela, cadernos de desenho cujas folhas de desenhar eram entremeadas por folhas de seda, e ela me ensinava como colocar os desenhos que eu gostava sob a folha de seda e copiá-los, passando o lápis sobre as linhas que apareciam. E quando eu terminava, ela dizia: "Agora você pinta da cor que quiser!"

E eu aprendi que é assim também na vida; a gente copia as coisas que a gente gosta, mas pintamos da cor que quisermos. Assim, imprimimos nossa personalidade nelas.

Minha primeira professora às vezes perdia a paciência comigo, nos dias em que eu não estava com vontade de estudar, ou quando eu mentia, dizendo que tinha feito o dever de casa, e ia ver Vila Césamo na TV. Ela abria minha maleta da escola, e procurava; se achasse alguma lição sem resposta, desligava a TV, me dava umas palmadas e me sentava à mesa da cozinha para terminar tudo. E eu o fazia, choramingando e sentindo o calor da mão dela latejando nas minhas nádegas. Mas hoje eu sei que ela estava apenas tentando educar-me, e penso que talvez seja isso, exatamente isso que falte às crianças de hoje: disciplina! Aprendi com minha primeira professora a cumprir minhas obrigações.

Minha primeira professora ensinou-me outras coisas também: cozinhar, lavar e passar roupas, varrer, tirar o pó, limpar sempre debaixo dos móveis, lavar bem a louça até que não sinta mais gordura nas pontas dos dedos, respeitar os mais velhos, não falar com estranhos, olhar para os dois lados ao atravessar a rua, fazer troco, contar dinheiro, ver as horas, amarrar os sapatos, pentear os cabelos, tomar banho direito, não dizer palavrões (mas isto eu nunca aprendi muito bem), dizer a verdade, não desejar as coisas dos outros, rezar o pai Nosso e a Ave Maria, amar os livros, alimentar os bichos, guardar meus brinquedos depois de brincar com eles, fazer a minha cama ao levantar-me, não por os pés calçados no sofá, não enfiar o dedo no nariz na frente dos outros, lavar as mãos depois de ir ao banheiro, não entregar meu corpo ao primeiro safado que aparecesse e uma porção de outras coisas que agora não consigo me lembrar, mas que fazem parte de tudo no qual me transformei. E seu eu tivesse seguido ao pé da letra tudo o que me ensinou a minha primeira professora, talvez eu hoje fosse uma pessoa bem melhor.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

CUIDADO!





Cuidado com quem te tolhe,
Te amarra,
Te exige,
Te manda,
Te engole!


Cuidado com quem te afasta
De tudo,
Dos outros,
Te afaga,
Te morde,
Te mata!


Ah, o amor não é assim,
Pesado,
Sofrido,
Chorado,
Menor!

O amor é o que te deixa
Alegre,
Mais forte,
Tranquilo,
Melhor!



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Patativa do Assaré







Patativa do Assaré - frases e poemas
Para quem acha que escrever bonito é saber gramática








"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrer
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho para a fome, pergunto o que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da Peste, sou do Ceará."




"Meus versos é como semente
Que nasce arriba do chão;
Não tenho estudo nem arte,
A minha rima faz parte 
Das obras da criação."




"Saudade dentro do peito
É qual fogo de monturo
Por fora tudo perfeito,
Por dentro fazendo furo.

Há dor que mata a pessoa
Sem dó e sem piedade,
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade.

Saudade é um aperreio
Pra quem na vida gozou,
É um grande saco cheio
Daquilo que já passou.

Saudade é canto magoado
No coração de quem sente
É como a voz do passado
Ecoando no presente"








"Eu aprendi mesmo foi com os passarinhos."










Nascimento: 5 de Março de 1909

Biografia: Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, foi um poeta popular, compositor, cantor e improvisador brasileiro.



Redenção - Resenha





Redenção - baseado em fatos reais



Baseado na autobiografia de Sam Childers, "Another Man's War."
Com: Gerard Butler, Michelle Monaghan e grande elenco.
Gênero: Ação / drama / policial
Ano: 2011
Direção: Marc Forster
Nacionalidade: Estados Unidos da América


Redenção é a história de Sam Chindlers, um ex-drogado e bandido que virou pastor e abraçou a causa de salvar crianças abandonadas na guerra civil Africana. Convivendo com as dificuldades enfrentadas pelas crianças, cujos pais são mortos por guerrilheiros, e que passam a ser abusadas sexualmente, torturadas e mortas pelos terroristas caso não concordem em entrar para o seu bando, o pastor Sam Childers decide ajudá-las; abrindo mão de suas próprias economias e arrecadando dinheiro com muito esforço, ele consegue construir um orfanato para ajudar as crianças, colocando em risco a sua própria vida quando decide atuar no combate aos terroristas.

Entretanto, a relação com sua família, que continua vivendo nos Estados Unidos enquanto ele muda-se para a o Sudão, acaba sendo deixada para segundo plano, o que causa-lhe muitos conflitos e dúvidas. 

De repente, a sua causa mostra-se mais difícil do que ele pensaria que poderia ser, pois Childers percebe que ela não é encarada com a mesma urgência pelos membros da sua igreja e banqueiros nos Estados Unidos, que mostram-se reticentes em contribuir com o dinheiro que ele necessita. Este fato o torna amargo e ainda mais violento.

Ele precisará recobrar as origens de seu idealismo e a doçura que o moveu até a África, voltando às origens dos sentimentos que o levaram a abraçar uma causa tão difícil. E ele o consegue, através da ajuda de um menino africano.

Para mim, o filme não é apenas mais uma história que mostra cenas violentas. Ele fala de uma causa que ninguém deseja defender, preferindo negar a existência de tais acontecimentos. Melhor continuar dentro de sua igreja, arrecadando fundos através de jantares dançantes e almoços comunitários, empregando o dinheiro nos arredores do próprio quintal, a arriscar a vida defendendo crianças pobres, negras abandonadas e sem esperanças, esquecidas pelo mundo, que vegetam tristemente no coração da África.

É preciso ter uma coragem e um desprendimento que a maioria de nós jamais terá. Pessoas como este pastor vem ao mundo em missão. Pertencem a uma estirpe superior a da raça humana. E é muito difícil para elas compreenderem que a sua causa não tem a menor importância para a maioria das pessoas que deveriam estar verdadeiramente preocupadas com ela. É preciso livrar o coração da amargura que fica após esta constatação. Um ótimo filme.





Sobre a Inveja




Ontem eu li uma crônica maravilhosa de Rubem Alves sobre a inveja. Ele conta a história de uma mulher que convidou os amigos e parentes para sua open house, após realizar seu grande sonho de construir sua própria casa; achou que deveria partilhar seus momentos de alegria e realização com aqueles a quem amava, tendo a certeza de que eles ficariam alegres por ela. 

Dias depois, ela, muito decepcionada, contou a ele o quanto seus amigos e parentes a decepcionaram; ao invés de falarem sobre as coisas boas que havia na casa, trataram de desvalorizar suas conquistas, fazendo comentários que diminuíam seu gosto; disseram, diante de cada detalhe cuidadosamente elaborado por ela, o quanto eles teriam feito diferente se fosse na casa deles; ou então, diziam que aquilo não funcionaria, pois tinham feito o mesmo em suas casas, e passavam a explicar seus motivos para tais conclusões.

Ao final da visita, ela estava triste e decepcionada. Então, ele explica-lhe que seus 'amigos' e parentes não ficarão felizes pelas suas conquistas; eles terão inveja! 

É triste, mas é real... quando terminar sua construção ou reforma, não espere que seu open house lhe traga somente alegrias... mas seja feliz assim mesmo, curtindo cada cantinho da casa que você construiu ou reformou, confiando sempre no seu bom gosto. Lembre-se de que ela tem que ser bonita e confortável para você, e não para os outros!

E ao ser convidada para uma open house, lembre-se de não ser estraga-prazeres. Elogie o que achar bom, faça uma cara agradável, sorria, parabenize seu amigo ou parente pela conquista e tente, sinceramente, ficar feliz por ele, pois ficar feliz pelas conquistas alheias, é sinal de generosidade, avanço espiritual e amizade verdadeira!



sábado, 12 de outubro de 2013

O Manual Para a Vida - Epicteto - Parte II






Trechos de "O Manual Para a Vida", de Epicteto





"Se alguém lhe chama a atenção disso e fala mal de você, não se defenda contra o que ele lhe acusa, mas responda: 'Ele não conhece as minhas outras faltas, ou então ele não teria mencionado apenas estas.' "






"Você só irá descobrir o que é apropriado esperar do seu vizinho, cidadão ou governante, se você criar o hábito de considerar as relações implícitas ao gênio e a personalidade de cada um deles."





"Se qualquer um entregasse o seu corpo ao primeiro que encontrar, você ficaria indignado, mas ainda assim você confia a sua mente ao primeiro transeunte casual e permite com que ela fique perturbada e confusa, se ele vier a lhe agredir verbalmente; você não se envergonha disso?"





"Assim como um alvo não é fixado para que nunca venha a ser atingido, da mesma maneira não existe nada intrinsecamente maligno no mundo."





"A religião dos homens é mantida pelo seu interesse."






"A lembrança de que um dia vamos morrer é a melhor maneira que já encontrei para evitar a ideia de que temos algo a perder. Você já está nu, não há nenhuma razão para temer seguir o seu coração."





"Nunca te intitules Filósofo nem fales demasiado sobre os Princípios com os iletrados; faz, antes, o que deles decorre. Assim, num banquete, não discutas como devem as pessoas comer, mas come como é devido. Lembra que Sócrates evitava inteiramente a ostentação. As pessoas vinham a ele encaminhadas a filósofos, e ele próprio as encaminhava, tão bem suportava ser desdenhado. Da mesma maneira, se alguma conversa relativa a princípios ocorrer entre os iletrados, procura guardar silêncio. Pois corres o risco de vomitar o que digeriste mal. E quando alguém te disser que não sabes nada e tu não te apoquentares com isso, podes estar certo que estás finalmente no bom caminho."





MONTANHAS









Montanhas



As montanhas se estendem
Ansiando um infinito
Que não compreendem,
Pois tem sopés presos ao chão
E os pássaros que voam sobre os cumes
Causam uma certa loucura.

Anões, tentamos galgar-lhes as alturas,
Tolos e aflitos,
Tão tolos quanto as montanhas
Que jamais verão o infinito!


Minimalistas







Leve

Só o peso de uma palavra
E aquele momento teria ruído!
Um pequeno julgamento,
Um erguer de sobrancelha,
Um suspiro mais aflito,
E toda a magia teria sumido!

Prendi o fôlego, estanquei
Quando o colibri beijou o vidro!











Formiga

Aplico o veneno no tronco,
E as formigas tombam,
Qual gotas negras e pesadas
Caindo de um céu hediondo!









Passarinho


Passarinho fez seu ninho
Num galho, à minha janela.
Acordo voyeur,
Vislumbro a dança dos bicos
De pequenos pássaros ainda despidos.



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