witch lady

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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Coincidência?




COINCIDÊNCIA?...


Da escrivaninha de Simplesmente Romântica, escritora do Recanto das Letras:



ORAÇÃO DA MANHÃ
(Recebi num e-mail e passo para vocês...)
Senhor, no silêncio deste dia que amanhece
venho pedir-te a paz, a sabedoria, a força.
Quero hoje olhar o mundo com os olhos cheios de amor.
Quero ser paciente, compreensivo, manso e prudente.
Quero ver além das aparências teus filhos
como Tu mesmo os vês, e
assim, só ver o bem em cada um.
Fecha os meus ouvidos de toda calúnia.
Guarda a minha lingua de toda a maldade.
Que só de bênçãos se encha o meu espírito.
Que eu seja tão bondoso e alegre que todos aqueles que
achegarem a mim, sintam a Tua presença.
Senhor reveste-me da Tua beleza, para que
no decurso deste dia, eu te revele a todos.
Amém!
( autor desconhecido)

*

Esta oração está escrita à mão pela minha mãe, na primeira página da Bíblia que ela me deu de presente : há muitos anos, ela a emprestou a mim. Quando quis devolvê-la, ela me disse que ficasse com ela. 

Noite passada, sonhei muito com minha mãe. Não consigo lembrar-me de detalhes, a não ser que eu examinava fotografias onde ela aparecia. Hoje de manhã acordei pensando muito nela, e comecei a visitar as escrivaninhas que eu gosto no Recanto das Letras. Após algumas visitas, encontrei esta oração na página de Sempre Romântica.

A imagem acima é a fotografia que acabo de tirar da página da Bíblia de minha mãe.

Coincidência? Há muito tempo deixei de acreditar nelas. Acredito em sintonia, acredito nas mensagens da vida. Acredito, acima de tudo, na sincronicidade - essa coisa misteriosa, inexplicável e maravilhosa, que se apresenta toda vez que paramos para prestar atenção na vida com humildade e paciência.







Braços ou Asas?






Braços ou Asas?


Com os braços, te prendes,
Abraças,
Reténs.


Com as asas, tu voas,
Te entregas ao vento
Desafias abismos.


Braços ou asas?



Mas antes da escolha,
Respondas:
-Tu sabes voar?


domingo, 22 de setembro de 2013

Jardinar



Céu aqui em casa hoje, às 5:40 da manhã



Ontem o dia estava lindo, e meu marido e eu decidimos almoçar em Teresópolis. A subida da serra é um espetáculo deslumbrante, ainda mais em um dia claro de céu azul como ontem. Chegando lá, fomos comprar umas plantinhas para colocar no jardim. Afinal, é primavera.







Hoje acordei cedo, junto com o sol. Fui lá para fora, peguei minhas mudinhas e uma pazinha de pedreiro e fui plantar meus canteiros. Espalhei cravos, violetas, prímulas, margaridas, lírios e uma bela roseira. A manhã passou lenta, e foi muito bom entregar-me a esta tarefa. Terminei cedo - oito e trinta - e depois de regar as plantas, troquei também os vasos de flores que sempre mantenho sobre o muro junto à porta da cozinha e à janela da sala de estar. Tudo pronto, tomei um banho e fui apreciar o resultado...





Se não fosse pelo sol e o calor, acho que eu até gostaria de jardinar. Mas cortar a grama e aparar a cerca de hera (coisas que fiz na sexta-feira) é dureza! Apesar de tudo, o resultado é sempre muito gratificante. 




Passar tempo com as mãos na terra, junto às plantas e flores, ouvindo os passarinhos e sendo docemente 'vigiada' pela minha cadela Latifa, deixa a alma mais leve.




O mês de setembro é muito importante para mim, pois nele, comemoro meu aniversário, o aniversário de meu pai (se estivesse vivo), o de uma sobrinha, uma cunhada e  o de minha irmã, e também meu aniversário de casamento e o aniversário de nossa mudança para esta casa... e a primavera, é claro.



Mais do que motivos para comemorar e encher a casa de flores!


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cartas a Theo - Vincent Van Gogh - Parte II





Trechos de "Cartas a Theo", mensagens que Vincent Van Gogh trocou com seu irmão Theo






"...cometeremos provavelmente também pesadas e más ações, mas é verdade que é preferível ter o espírito ardente, por mais que tenhamos que cometer mais erros, do que ser mesquinho e demasiado prudente."




"Se só pudéssemos dizer poucas palavras, mas que tivessem um sentido, seria melhor do que pronunciar muitas que não fossem mais que sons vazios, e que poderiam ser pronunciadas com tanto mais facilidade, quanto menos utilidade tivessem."





"Às vezes é bom ir ao fundo e frequentar os homens, e às vezes somos até obrigados e chamados a isto, mas aquele que prefere permanecer só e tranquilo em sua obra, e não quer ter mais que uns poucos amigos, é quem circula com maior segurança entre os homens e no mundo."






"...Um dia, nós também deveremos passar pelo que se chama morte, e "que o fim da vida humana são lágrimas ou cabelos brancos". O que existe além é um grande mistério que só Deus conhece, e que nos revelou de maneira irrefutável por sua palavra, que há uma ressurreição dos mortos."







"O sentimento e o amor pela natureza encontram cedo ou tarde um eco naqueles que se interessam pela arte. O pintor tem como dever mergulhar completamente na natureza, e utilizar toda a sua inteligência, colocar todo seu sentimento em sua obra, para que ela se torne compreensível para os outros. Mas trabalhar tendo em vista apenas a venda não é precisamente, no meu entender, o verdadeiro caminho, a não ser para zombar dos apreciadores."






"...As grandes coisas não se fazem só por impulso, e são o encadeamento de muitas pequenas coisas reunidas num todo."






"Não creia que os mortos estejam mortos. Enquanto houver viventes, os mortos viverão, os mortos viverão."





"Cada vez mais eu acho que não se deve julgar o bom Deus a partir deste mundo daqui, pois este é um estudo seu que não deu certo."




"...A vida real que vivemos atualmente comparável a um simples trajeto de trem. Andamos depressa, mas não distinguimos nenhum objeto de muito perto, e sobretudo, não conseguimos ver a locomotiva."


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

PAZ






PAZ


Minhas mãos desenham silêncios,
Pingam sorrisos dos meus dedos,
Caem sobre as pétalas.

Horas marcadas, incertas,
E já nem me importa
Qual o destino que descansa
Além das portas...


Tenho  a mim mesma,
Tenho as maçãs e as cerejas,
Raios de sol tingem de ouro
As poças d'água.

E alguém passa, do outro lado,
Pisando silenciosamente...
Alguém suspira, estanca o passo
Por um momento, 
E segue em frente...




Jardins & Jardineiros






Todo mundo que tem um jardim em casa, por menor que seja, sabe das dificuldades de se conseguir um bom jardineiro; ou melhor: das dificuldades de se conseguir qualquer jardineiro, seja bom ou ruim. Acredito que em breve, encontrar pessoas que façam serviços caseiros - jardinagem, pequenos consertos, pintura - ficará muito difícil e muito caro! Quem sabe, serão estas as profissões do futuro?

E olhem que nem sou do tipo 'Madame Chata", que reclama de tudo, que exige que o jardineiro saia exatamente às cinco da tarde (por mim, ele pode sair às duas, desde que o jardim esteja pronto). Pago no mesmo dia, não peço descontos, aqueço a refeição deles (com direito a suco ou refrigerante e sobremesa, se tiver) e ainda sirvo um senhor lanche à tarde. Nem sequer exijo perfeição... só quero alguém que venha aqui no dia marcado e faça o meu jardim.




Vejo a vizinha lidando com seus jardineiros, e de vez em quando, rola um estresse feio! Posso escutá-la daqui de dentro da minha casa, reclamando do serviço e mandando fazer de novo. Mesmo assim, os jardineiros estão com ela há anos! Tentei contratá-los; ficaram contentes e marcaram para a semana seguinte. Acordei cedo para esperá-los, e conforme a hora ia passando, percebi que eles não iam aparecer... faltaram no primeiro dia de serviço! E o que mais me deixou indignada, é que eles acenaram para mim lá da casa da tal vizinha. Indaguei: 

"Não era dia de vocês trabalharem aqui?"

E um deles, na maior cara de pau:

"É, Dona Ana... mas a gente veio para cá hoje. Amanhã a gente vai trabalhar aí."

"Não precisa. Amanhã eu vou sair."

"Então nós vamos na próxima sexta!"

"Não precisam vir amanhã, nem na próxima sexta! Como eu disse, eu quero trabalhar com pessoas que tenham responsabilidade e cumpram com seus compromissos."

E a vizinha, fingindo constrangimento:

"Ah, Ana, eu não sabia que era o seu dia... deixa passar desta vez!"

Respondi que não deixaria de jeito nenhum.

Será que meu jardim está com 'urucubaca?' 





Então, lá vou eu de novo: pego o cortador de grama (embora ele tenha sido avariado pelo último jardineiro que passou por aqui) e vou para o gramado. Mas cortar a hera é serviço braçal demais para mim, além do muro ser alto demais.

Novamente, estou procurando por um jardineiro. Um que fique. Talvez eu tenha que virar uma Dona Ana chata e briguenta, exigente e detalhista para conseguir que alguém fique. Bem, vou tentar...



O que Faz Durar?


No último dia 16 completamos 23 anos de casamento. Fizemos as contas: nos conhecemos há 29 anos! Estive pensando no que faz um casamento durar, e cheguei a algumas conclusões (sobre o meu, pelo menos):

Não existe relacionamento perfeito. Ninguém será totalmente feliz e satisfeito em todos os aspectos o tempo todo; mas é preciso saber medir as vantagens e desvantagens de se estar juntos,  o que é bom, o que pode ser melhorado e o que deve ser aceito. Tentar modificar a maneira do outro ser pode ser desastroso... é preciso que cada um tenha espaço suficiente para ser, existir, manter sua personalidade e seus gostos pessoais. E de nada adianta desfazer-se das coisas que o outro aprecia: eu gosto de escrever, ele gosta de futebol, e pronto. Jamais gostarei de futebol, e ele jamais gostará de escrever, e isto é um fato. Mas um respeita os gostos do outro. E é claro, há várias outras coisas que gostamos de fazer juntos!

Também não é uma boa ideia (aliás, é péssimo) intrometer-se entre o cônjuge e sua família, especialmente, seus pais. Ao nos casarmos com alguém, querendo ou não, estamos também entrando para um a família, da qual faremos parte. Certa vez ouvi alguém dizer que para saber se o(a) cara metade será um bom marido ou não, temos que observar a maneira como ele (a) se relaciona com os pais. E se o relacionamento é bom, por que tentar estragá-lo? Ciúmes? Competição? Com certeza, quem vem de uma família sólida, jamais aceitará esse tipo de coisa.

É preciso não ir dormir com raiva um do outro - embora nem sempre isto seja possível. Mas que seja raro! Mas segurar a raiva ou o ressentimento 'em prol de uma boa convivência' pode criar uma bomba relógio que fatalmente explodirá. Melhor expressar de uma vez como cada um se sente em relação ao que acontece. Dizem que existem dois tipos de casais que não dão certo: os que brigam o tempo todo e os que jamais brigam. Eu concordo.

Ciúmes? Tratar de controlá-lo... é certo que muitas vezes ele até pode ter fundamento, mas é preciso saber agir nestes casos. Uma coisa boa: quando eu sinto ciúmes, procuro melhorar minha imagem: saio, vou ao cabeleireiro, compro uma roupa nova e vou visitá-lo no trabalho. E se necessário, dou um 'chega-pra-lá' educado no objeto do meu ciúme - quando eu percebo que ela está tentando se aproximar demais. Sempre é bom mostrar que o lugar está ocupado, e que tentar sentar-se aonde não foi convidada não será nada fácil. Mas se tem algo que abomino, é o escândalo. Prefiro ser discreta nestas situações... rsrsrsrs...

Enfim: não sei bem o que faz um casamento durar. Existem casamentos que duram, embora os parceiros se odeiem mutuamente, e fiquem o tempo todo competindo entre si ou tentando controlar o outro. São relacionamentos doentios, baseados na dependência e na falta de autoestima (como o casamento dos protagonistas da novela das nove da Globo, os personagens de Suzana Vieira e Antônio Fagundes, Pilar e César). Mas eu preferiria não ter um relacionamento assim, e jamais ficaria com alguém apenas por conveniência. 

Mas sem respeito, amor, cumplicidade e uma boa dose de tolerância, não há casamento que dure.




quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Cheiro de Flor







Ah, esse cheiro de flor murcha, sufocante!
Esse aroma que me segue na vida...
Flores mortas e frouxas
E cera de velas...

Ah, esse aroma que o vento traz
Sempre, cedo ou tarde,
E agora, mais que nunca,
Esse cheiro que me acorda
No meio da noite
Mais negra e mais profunda!

Quisera poder abrir as janelas
E expulsar, para sempre, este aroma!
Mas não há ninguém que dele a vida poupe...
Ninguém!

Não existe uma redoma
Que dele nos proteja...
Seguro entre os dedos os caules dessas flores
Que há muito já murcharam...




Fases da Vida


Uma borboleta não nasce borboleta. Antes, ela precisa ser lagarta, arrastar-se pelo solo e conhecer o caminho das nervuras das folhas. Ela precisa sonhar com as asas, antes de obtê-las, e fazer por merecê-las. Uma lagarta necessita conhecer seus predadores naturais, e como evitá-los. 

E mesmo depois desta fase de arrastar-se rente ao chão , às folhas, e aos galhos, evitando os bicos dos passarinhos e os ferrões das formigas, a fim de tornar-se borboleta uma lagarta tem que submeter-se voluntariamente à morte. Ela precisa morrer. Recolher-se em um casulo, envolta em teias, e aguardar pacientemente até que a borboleta esteja pronta. E qual será o sonho da lagarta em seu casulo? Quais caminhos ela percorre durante seu sono metamórfico? 

Finalmente, chega a hora de romper o casulo e vir à luz. Mesmo assim, a borboleta ainda não está pronta para o voo: precisa secar e desamassar suas asas, e lembrar-se quem são seus predadores,  vasculhando em sua memória de lagarta os caminhos do solo e das folhas para que saiba onde pousar quando necessário. 

E quando ela abre suas asas, entregando-se à beleza de sua nova vida e à sua missão de percorrer as flores, ela sabe que será breve a sua nova existência; mesmo assim, terá valido a pena todo o período em que viveu como lagarta e fechou-se em seu casulo!

O mais importante, é que a borboleta jamais se esqueça de onde veio, e lembre-se sempre de que ela é apenas uma lagarta que se transformou... que ela jamais despreze as lagartas que encontrar em seu caminho!

E que as lagartas saibam que, dentro delas, moram as asas de uma borboleta.

Triste é aquele que pensa que já nasce borboleta, e pensa que voa entre as outras lagartas com asas imaginárias e por caminhos que não lhe pertencem, para os quais, não se preparou! Cedo, o vento sopra forte e derruba seu voo de arrogância. E como esta lagarta passou toda a existência pensando ser uma borboleta e negando sua verdadeira forma, quando a queda chegar, ela nem ao menos saberá escolher um pedaço de solo sem espinhos ou pedregulhos... as dores serão muitas! O tempo de metamorfose será muito mais longo e sofrido.

Portanto, quando eu vejo uma lagarta, lembro-me sempre que dentro dela, mora uma borboleta; e quando vejo uma borboleta, sei que dentro dela, mora uma lagarta.



José Saramago








Pensamentos de José Saramago






"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome; essa coisa é o que somos."







"Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala."





"Se tens um coração de ferro, bom proveito. 
O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."






"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais."






"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."





"A única maneira de liquidar o dragão é cortar-lhe a cabeça, aparar-lhe as unhas não serve de nada."





Poema à boca fechada 


Não direi: 
Que o silêncio me sufoca e amordaça. 
Calado estou, calado ficarei, 
Pois que a língua que falo é de outra raça. 

Palavras consumidas se acumulam, 
Se represam, cisterna de águas mortas, 
Ácidas mágoas em limos transformadas, 
Vaza de fundo em que há raízes tortas. 

Não direi: 
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem, 
Palavras que não digam quanto sei 
Neste retiro em que me não conhecem. 

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas, 
Nem só animais boiam, mortos, medos, 
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam 
No negro poço de onde sobem dedos. 

Só direi, 
Crispadamente recolhido e mudo, 
Que quem se cala quando me calei 
Não poderá morrer sem dizer tudo.





"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não."





"O costume de cair endurece o corpo, ter chegado ao chão, só por si, já é um alívio."





José Saramago




José de Sousa Saramago foi um escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português. Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. 
Nascimento: 16 de novembro de 1922, Azinhaga, Portugal
Falecimento: 18 de junho de 2010, Tias, Espanha

Prêmios: Nobel de Literatura, Prêmio Camões






segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Café




O café escorreu lentamente,
Desceu queimando
Pela garganta,
Fazendo sangrar a manhã
Em tons marrons.

O futuro se escondeu na borra forte,
E o sabor coloriu a alma anêmica.
O perfume despertou a ilusão
De que talvez fosse mentira.

O dia seguiu, quase hipnótico,
O azul imenso e monocromático do céu
Agredia as vistas,
Sem o menor respeito pela minha dor.

E as aves cantavam, atrevidas,
Nas árvores próximas à janela...
Mais um gole de café
Que não trouxe de volta o que eu queria...

Não despertei daquele pesadelo,
E a tarde descansou, finalmente,
Sobre tuas mãos cruzadas...


Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...