witch lady

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O Convite




Apresentação do livro 'O Convite', de Oriah Mountain Dreamer


Não me interessa saber como você ganha a vida. Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em satisfazer os anseios do seu coração.
Não me interessa saber sua idade. Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor, pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.
Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua alma. O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza, se as traições da vida o enriqueceram ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor. Quero saber se você consegue conviver com a dor - a minha ou a sua - sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la.
Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria - a minha ou a sua - de dançar com total abandono e deixar o êxtase penetrar até  aponta dos seus dedos, sem nos advertir que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas, que nos lembremos das limitações da condição humana.





Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira. Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo. Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair a sua própria alma, ou ser infiel, e mesmo assim, ser digno de confiança.
Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia a dia, ainda que ela não seja bonita, e fazer dela a fonte de sua vida.
Quero saber se você consegue viver com o fracasso - o seu e o meu - e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago e gritar para o reflexo prateado da lua cheia: "SIM!"
Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem. Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero, exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito para alimentar seus filhos.
Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui. Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo sem recuar.
Não me interessa onde, o que ou com quem estudou. Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo o mais desmorona.
Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se nos momentos vazios, realmente gosta da sua companhia.

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"A sabedoria às vezes nasce nas sombras, e é muito mais visível na escuridão do que na luz."




terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Pensar




Trechos do livro 'As Perguntas da Vida,' de Fernando Savater - (um livro sobre filosofia).


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De todo modo, o cepticismo aponta uma questão muito inquietante: como pode ser que conheçamos algo da realidade, seja pouco ou muito? Nós, os humanos, com nossos toscos meios sensoriais e intelectuais... como podemos alcançar o que a realidade é verdadeiramente? É chocante que um simples mamífero possa ter alguma chave para interpretar o universo! O físico Albert Einstein, talvez o maior cientista do século XX, certa vez comentou: "O mais incompreensível da natureza é que nós possamos compreendê-la, pelo menos em parte." E Einstein não tinha dúvida de que a compreendemos pelo menos em parte. A que se deve esse milagre? Será porque há em nós uma centelha divina, porque temos algo de deuses, mesmo que seja de série 'z'? mas talvez não seja nosso parentesco com os deuses o que nos permite conhecer, e sim o fato de pertencermos àquilo mesmo a que aspiramos conhecer: somos capazes - pelo menos parcialmente - de compreender a realidade porque fazemos parte dela e somos constituídos de acordo com princípios semelhantes. Nossos sentidos e nossa mente são reais e por isso, conseguem, bem ou mal, refletir o resto da realidade. 


Talvez a resposta mais perspicaz até hoje ao problema do conhecimento tenha sido dada por Immanuel Kant em sua Crítica da Razão Pura. Segundo Kant, o que chamamos de 'conhecimento' é uma combinação do que traz a realidade com as formas de nossa sensibilidade e as categorias de nosso entendimento. Não podemos captar as coisas em si mesmas mas apenas tal como as descobrimos por meio de nossos sentidos e da inteligência que ordena os dados fornecidos por eles. Ou seja, não conhecemos a realidade pura mas apenas como é o  real para nós. Nosso conhecimento é verdadeiro mas não vai além de onde permitem nossas faculdades. Daquilo de que não recebemos informação suficiente através dos sentidos - que são encarregados de trazer a  matéria prima de nosso conhecimento - não podemos saber realmente nada, e quando a razão especula no vazio absoluto como Deus, a alma, o Universo, etc., ela se atrapalha em contradições insuperáveis. O pensamento é abstrato, ou seja, ele procede à base de sínteses sucessivas a partir de nossos dados sensoriais: sintetizamos todas as cidades que conhecemos para obter o conceito 'cidade', ou das mil formas imagináveis de sofrimento chegamos a obter a noção de 'dor', absorvendo as características intelectualmente relevantes do universo. Pensar consiste, portanto, em voltar a descer da síntese mais longínqua aos dados concretos particulares até os casos individuais e vice-versa, sem nunca perder o contato com o experimentado nem nos limitar apenas à restritiva dispersão de suas anedotas. 
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Vício






Bem, essa coisa de fazer blogs vicia! 

'Fundei' um novo blog de contos e histórias, há alguns dias, chamado 'Sherazade.' Depois, verifiquei na internet e achei vários blogs com o mesmo nome, e portanto, achei que meu blog deveria ter um nome que nenhum outro tivesse. Após pensar e repensar, cheguei à conclusão de que o único nome que nenhum outro blog poderia ter, seria... o meu! rsrsrs... e por isso, mudei o nome do blog para 'Contos de Ana Bailune.' Bem, agora mudei novamente para 'Contos e Histórias de Ana Bailune.' Por causa de um comentário de minha amiga blogueira Lu, que ao ler uma das histórias, disse tratar-se de uma fábula. 

Mas achei que 'Contos, Fábulas, Lendas e Histórias de Ana Bailune' ficaria comprido demais... assim, optei por deixar como "Contos e Histórias de Ana Bailune.'

Lá eu postarei meus contos, lendas, histórias, enfim, coisas que andei escrevendo ao longo dos anos, - e continuarei escrevendo, porque a mente é um poço sem fundo... algumas histórias são mais longas, e acho que dariam um livro. Estarão divididas em capítulos. Mas para quem não aprecia ou não tem paciência para ler histórias longas, também postarei contos 'mais curtinhos' e minicontos. Enfim, tentarei agradar a (quase) todos os gostos.

Por enquanto, atingi o recorde de... quatro seguidores - Obrigada, gente!  (Um deles sou eu mesma, hehehe). Mas gostaria de poder contar com mais leitores, se é que vocês me entendem... rsrsrs... 

Assim, venho através desta postagem convidar os colegas blogueiros a darem uma voltinha no meu novo espaço. Ficaria muito contente se aceitassem meu convite, e desde já eu agradeço.


anabailunecontos.blogspot.com

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Pedra Solta








PEDRA SOLTA


Não me importam
A tua palavra rota,
A tua língua torta!
Se caio,
É sobre os meus joelhos,
E com as minhas mãos,
Eu sacudo o pó
Das ruas mortas,
Refaço meus artelhos!

Mas sempre me ergo,
Sempre!
E nunca, jamais,
Deixo a pedra solta
No caminho alheio!



 

...E Mesmo que Seja Difícil...





...E mesmo que seja difícil,
Pega um feixe de arco-íris
E espalha na vida,
As cores, reflexos,
Na mente dorida!
Respira as manhãs,
E crê nesse dia,
Na noite que vem
Calando a tristeza,
No brilho da lua
Procure a beleza,
Pois qual será
A tua certeza?...

Mesmo que seja difícil,
Crê,
Tenta,
Levanta-te!

Canta,
Sorria,
Encanta-te!

Deixa entrar a vida!





Energia Psíquica - Parte I




Trechos do livro "Energia Psíquica," de Torkom Saraydarian


A Guardiã dos Portões


A energia psíquica constrói ao redor do corpo uma rede protetora,  às vezes chamada 'o escudo.' Essa rede protetora pode ser danificada pelo veneno que goteja de uma pessoa sob a forma de blasfêmia, irritação, calúnia e traição. Esses são chamados 'os quatro fogos destruidores.' Qualquer pessoa, após ter se engajado com esses quatro fogos destruidores, notará uma considerável transformação em seu caráter e saúde. A partir do momento em que a rede protetora for ocupada, o veneno e as forças negras do espaço acorrem para esta pessoa. São pessoas que, às vezes, assemelham-se a objetos tragados pela corrente de uma inundação. Perdem até o poder para sustar o seu comportamento destrutivo.






No Ensinamento, lemos que palavras blasfemas 'queimam o coração como lâminas incandescentes.'
A ausência da energia psíquica gera o fanatismo. O fanatismo tem graus variados, porém todos eles são destrutivos, não apenas para os fanáticos, mas também para os que se relacionam com eles.
Uma das formas de fanatismo é a hipocrisia. A pessoa pensa ser um anjo ou pensa ser uma vítima, e mantendo em sua mente esse pensamento tão cristalizado, agride a torto e a direito com traição, calúnia e malícia, para provar a sua própria santidade ou a frustração dos seus sentimentos. Essa pessoa aniquila todos os recursos do fogo do coração e engaja-se em ações destrutivas.
Todo aquele que estiver ligado ao fanatismo em campos políticos, sociais, religiosos ou outros deve saber que a energia psíquica partiu e que ele corre grande risco de cair em traição.







A energia psíquica sempre traz equilíbrio à consciência de um homem. Com a ajuda da energia psíquica, ele vê todos os aspectos de uma questão. Ele também se vê como é. Posteriormente, ele vê seus modos de vida passado e presente e, com uma atitude ponderada, tenta, primeiro que tudo, colocar a sua casa em ordem em vez de espalhar seu fanatismo sobre os demais.
Um fanático acha-se nas mãos dos fogos negros que logo consumirão todo o seu reservatório de combustível e o deixarão em uma condição lastimável.

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Os dons da energia psíquica são infindáveis e a pessoa pode receber esses dons aumentando o reservatório da sua energia psíquica.
A energia psíquica cresce à medida que uma pessoa começa a visualizar o caminho que leva ao Infinito e impõe a si mesma o desafio de lutar rumo à infinda trilha da perfeição.
Desespero, depressão, inércia, preguiça lentamente se dissiparão da vida de uma pessoa que compreender o futuro e ouvir o chamado do futuro.
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Pode-se ajudar a expansão de energia psíquica procurando não se limitar à matéria, tempo e espaço, sempre aspirando pelo infinito, pelo futuro.
Assim que alguém dá liberdade à sua energia psíquica, esta cresce e transforma-se em uma fonte de dons. Ele se torna uma torre de jóias, conforme mencionado no Lotus Sutra. ( o último ensinamento de Buda).



domingo, 10 de fevereiro de 2013

Ajuda




Para sermos ajudados, é preciso que valorizemos a ajuda que recebemos. Ninguém consegue motivar outra pessoa por tempo indeterminado, se toda motivação e carinho recebidos por esta pessoa são jogados no bueiro, e se por escolha própria, ela decide permanecer inatingível.

 Ninguém pode, simplesmente, jogar-se nos braços de alguém e achar que encontrou a salvação de si mesmo. A ajuda de que necessitamos precisa estar também dentro de nós mesmos. Não existe alguém que irá, contra a nossa vontade, tirar-nos do fundo do poço onde nos jogamos se nem sequer estendemos a mão!

Sem fé, nada acontece; nem mesmo se o mundo inteiro decidir se mobilizar a fim de ajudar alguém, se esta pessoa não tiver fé na ajuda que recebe, e não colocar-se em posição receptiva, de nada adiantará. E quem tenta ajudar, sente-se em uma posição na qual suas energias estão sendo sugadas e desperdiçadas.

E todo esforço repetitivo que não obtém resultados, um dia cansa a musculatura.

Teu Pai







Teu pai é um estranho,
Pequeno Arlequim,
Deixou-te em mim
E foi-se embora
Na alva manhã
De quarta feira.

Não nos conhecemos,
Só nos vimos
Naquela vez,
E o rosto dele
Sob uma máscara
 Que encobria
Outra máscara,
Se desfez.

Teu pai é a noite,
Uma folia,
Fomos um encontro
De cigarro  e isqueiro,
No qual a breve chama
Consumiu o fumo
E apagou-se, 
Sem deixar cheiros.

Teu pai é um nome
Que eu não conheço,
Portanto, esqueça-o,
Pobre Arlequim,
O que te importa,
O que te resta,
É essa face
Que nasceu de mim.

*

Os Gatos- Charles Baudelaire





Os amantes febris, os sábios solitários
Amam de modo igual, na idade da razão,
Este orgulho da casa, os fortes gatos da mansão,
Pois, bem como eles, são frios e sedentários.

Amigos da volúpia e amigos da ciência,
Buscam a calma e o horror das trevas mais cruéis;
O Érebo tê-los-ia por seus fatais corcéis
Se pudessem mudar orgulho em obediência.

Adotam ao sonhar as nobres atitudes
De enorme esfinge a olhar além das solitudes,
A adormecer num sonho e que jamais termina;

Os seus fecundos rins tem mágicas cintilas,
E partículas de ouro, como areia fina,
Estrelam vagamente as místicas pupilas.

*

Charles Baudelaire, em As Flores do Mal




sábado, 9 de fevereiro de 2013

O Espelho da Lua




"Talvez a pior forma de fazer justiça: dar igual aos diferentes."




"A floresta é um lugar sagrado para os índios mas eles sabem que o sagrado está dentro de nós, e não fora. Para os Cristãos, a Igreja é um lugar sagrado e a hóstia um alimento sagrado- mas uma pessoa pode frequentar a Igreja, comungar com regularidade e não chegar nunca a um acordo consigo mesma.
Portanto, não importa se você aprende na floresta ou na Igreja. Se bebe chá sagrado ou toma hóstia sagrada. Se reverencia um pajé ou um rabino. E importa, menos ainda, praticar com perfeição um ritual.
As coisas que realmente importam não são coisas."



"Na floresta  a verdade é a natureza; às vezes é boa, às vezes é cruel, mas nunca nos engana.  O outro lado da verdade é a hipocrisia. Quem sabe que é um ser da natureza aceita  que pode ser bom e mau-mas não é hipócrita. E quem não é hipócrita olha para a verdade como ela deve ser vista: nua."




"As lições mais simples sã as mais difíceis de entender."




"Destino é escolha dom coração. O que viemos fazer neste mundo chama por nós desde crianças. Nosso destino é aquilo que sempre quisemos ser."




"Deus está em toda parte. Por isso é tão difícil saber onde Ele está."




"O que é nosso, a vida e o tempo não levam, ninguém  precisa se agarrar a nada. Se  a gente perde o que não é nosso um dia encontra: tão simples. Se perde para sempre é porque não era nosso. O que é nosso espera até o fim da vida e o fim do tempo."




"Toda força precisa do seu oposto para funcionar de maneira harmoniosa, qualquer energia pura é destrutiva; observe a Natureza. Aliás, quando não souber ao certo como proceder, observe a Natureza:  é o conselho de todos os colégios de magia."




"Toda grande história termina rápido. Com obstáculos intransponíveis, lágrimas no espectador e uma lembrança eterna no coração dos protagonistas. Toda grande história de amor é vivida na memória, mas não na realidade...................no entanto, todos nós conhecemos uniões que são compensadoras: o homem boêmio e gastador que se junta à mulher sensata e econômica , e a vida começa a dar certo. A mulher tímida que casa com o homem competitivo e vivem juntos por muitos, e vai por aí afora. Os 'casamentos' que resistem ao tempo são a unidade de almas opostas, não de almas gêmeas."




Do livro "O Espelho da Lua - Experiências de espiritualidade e xamanismo na Floresta Amazônica" de Maria Helena Nóvoa



sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Versos ao Longo do Caminho - por Lu Narbot






Viagem

Há a tristeza
Se condensando
em mim
pela gota de chuva
pelo asfalto molhado.
Porque sou sozinha
neste momento apenas,
há a tristeza.
Diluo a tristeza
no pranto silencioso
e a volta
é a alegria
se condensando
em mim
pela gota de chuva
pelo asfalto molhado.





Urgências IV

É preciso
que eu seja
a minha própria voz
cantando as lutas.
É preciso
que eu seja
o meu próprio olhar
chorando as mágoas.
É preciso 
que eu seja
eu mesma
e o sofrimento da injustiça me pertença.





Confissão II

Quantas vezes
plasmei a tristeza
falsamente viva
em meu olhar egoísta.

Quantas vezes
esqueci da tristeza
verdadeiramente viva
em outros seres sozinhos.

Quantas vezes
só existi em mim
e esqueci de envergonhar-me.




Até as Pedras me Falam

Nos caminhos que palmilho
até as pedras me falam;
contam-me histórias tristes
de outros que aqui passaram
-e choraram;
falam também de crianças
que sobre elas brincaram
-estas riram;
uma moça passou chorando
outra nem sequer sorriu;
um homem andava apressado,
um velho arrastava os pés.
Foram tantas histórias
várias, de gente
-diferente
que pisou o mesmo chão.

Nos caminhos que palmilho
até as pedras falam.





Poemas do livro "Versos ao Longo do Caminho," de Lu narbot

Lu Narbot nasceu em São Paulo a 11 de dezembro de 1944. É formada em medicina pela Unicamp. Escreve versos como amadora, desde a adolescência. Tem uma página no Recanto das Letras.

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