witch lady

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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Que Haja





Que haja doce
Na ponta de minha colher,
E ventos
Entre as letras de minhas palavras.
Que haja mais amor
E menos mágoas,
Se possível, nenhuma...
Que a vida seja leve,
Pois que é breve.

Que haja horizontes
Debaixo do olhar,
E uma vontade plácida
De viver, de querer, de amar,
Que haja sonhos para se sonhar,
E uma realidade mais amena
E mais tácita,
Que a aceitação de tudo
Que não depender de mim
Seja uma prática.

Que haja rosas
Aos pés da memória,
Que eu aceite toda a dor
E toda a glória,
E que viver... bem, que viver
Seja uma doce rotina
De quem se empenha,
E acha lindo, 
E pouco se amofina.




Hai-Kai-Zen de Thomas Merton







Tarde tranquila.
Colunas azuladas.
Lírios balançam ao vento.
Este dia jamais voltará.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

MORTE







Na morte e ao morrer, dissociamo-nos a tal ponto do ser total que literalmente exterminamos, pela negação, grandes parcelas de nós mesmos. No fim, fugimos do corpo -ele se tornou desconfortável demais- e temos de nos libertar da dor do ser isolado.




A morte passa por nós de uma vibração para outra. Sempre que devaneamos ou sonhamos à noite, estamos criativamente envolvidos ou amamos muito, passamos para uma outra vibração. A anterior fica para trás, morremos para ela. Morremos consciente ou inconscientemente-de qualquer forma aquilo que morre não é mais um foco necessário. (Nota pessoal: seria bom se todos pudéssemos ter este desprendimento).








Aaron John Bethe'el







Adeus



Minha mãe se foi, no primeiro dia do ano.


Escolhi estas fotos porque elas foram feitas durante nosso penúltimo passeio. Neste dia, eu, ela e a Dal, minha irmã, nos encontramos na avenida e fomos almoçar juntas no Liberty Garden; após o almoço, cruzamos a Praça da Liberdade, andamos pela avenida Koeller e caminhando pela Rua Ipiranga, chegamos ao Parque Municipal. Uma longa caminhada, mas o dia estava lindo, e nós não estávamos com pressa.


Minha mãe e minha irmã Dal


Esta foto foi tirada quando chegamos ao Parque Municipal. Depois, voltamos pela Ipiranga e fomos até a Rua 13 de maio, onde tomamos sorvete no MCcDonald's. Foi um dia muito feliz. Vivido intensamente. Ela ainda queria ir andando para o centro da cidade, mas eu e minha irmã já não aguentávamos mais caminhar... tomamos um ônibus para o Centro, e depois que eu fui para casa, elas ainda ficaram na avenida, pois minha mãe queria andar mais!



E é assim que eu quero lembrar-me dela: uma pessoa cheia de saúde, vigor, vontade de viver e que realmente amava a vida, e aproveitava cada momento. Ela me disse, no hospital, que se morresse, estaria tudo bem, pois tivera uma vida longa e fora feliz. Bem, eu vou sentir demais a falta dela... vou lembrar-me dela para sempre. Os nossos últimos dias juntas foram tristes e desesperados. Tudo deu errado desde o começo dessa maldita cirurgia. Mas eu vou - juro que vou - tentar lembrar-me apenas dos dias que foram bons.

Mãe é uma pessoa que não se esquece. Mãe é uma pessoa que só merece ser lembrada através de nosso amor e de nossa gratidão.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Reflexões do Primeiro Dia





O ano novo é uma data simbólica, na qual as pessoas estabelecem novas metas, novos sonhos e novos paradigmas de comportamento. Isto poderia ser feito em qualquer época do ano, mas precisamos de símbolos. Precisamos de marcos que definam as mudanças que desejamos ver estabelecidas em nossas vidas.

Existem, para todos nós, pontos de mudança - 'turning points,' em inglês. Por exemplo: os aniversários que simbolizam mudanças de décadas, o dia de nosso casamento, formatura, nascimento dos filhos, etc..., nos quais pretendemos estabelecer grandes mudanças.

Mas na verdade, há pouquíssimas grandes mudanças em nossas vidas, se pararmos para repensar... e olhar o passado. 

Quais mudanças foram realmente importantes e significativas em sua vida?

Quais metas você estabeleceu para si no dia de ano novo que realmente cumpriu? E quais as que não cumpriu, e por que?

A minha meta para 2013 será viver um dia de cada vez. Sonhar sonhos alcançáveis e que realmente sejam meus. Viver a minha vida de forma simples. Não querer interferir demasiadamente no ciclo da vida, pois quando ela decide, não há nada que possamos fazer, a não ser que acreditemos em milagres (eu às vezes acredito, mas sei que não são comuns, ou não seriam milagres).

Mas também vejo e entendo como milagres, as pequenas coisas da vida. A beleza de uma flor, animal ou de uma paisagem, é um milagre. Acordar é um milagre, e até morrer é um milagre. Mas o maior de todos os milagres, é o da aceitação. Este, ainda devo aprender melhor. Bem, talvez seja esta a minha grande meta para 2013: aprender a aceitar os fatos que não posso modificar.

No ano de 2012, principalmente no final, aprendi que nem sempre a vida precisa de nossa interferência, e quando insistimos, ela ri de nós. Ela é uma mãe que nos enxerga como crianças mimadas e voluntariosas, mas como mãe dedicada e rigorosa, ela fará o que for preciso para que aprendamos a nos comportar melhor. 

O ano de 2012 não foi em vão. Aprendi algumas coisas, afinal.


Guia espiritual para o Novo Milênio

Máximas do livro "Guia Espiritual Para o Novo Milênio," de Aaron John Beth'el



Decretar

Todos os nossos pensamentos, falas, emoções e sentimentos tem o potencial de se transformar em decretos.


Mito

Se olharmos para nossa vida historicamente como um mito, em vez de um fato, conseguiremos distanciar suficientemente a percepção para enxergar o fio crescente de nossa jornada - nosso verdadeiro chamado por um caminho especial.



Negatividade

A quantidade de negatividade em nossa vida muitas vezes indica a quantidade de luta do ego mental e a resistência ao fluxo, à mudança e transcendência.
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Concluir que alguma coisa é negativa devido ao nosso próprio  condicionamento passado, ou porque os outros assim concluíram, pode, em certas ocasiões, restringir o leque de ações possíveis para se estar fora da nossa área de redenção.




Opinião

Quando duas opiniões indignadas competem igualmente pela verdade, aquela que se rende primeiro à outra é a mais amada pela verdade. A verdade não pode ser detida pela opinião cega que deixa de fora o amor pelos outros.


Dar-receber

Somente os seres altruístas, abertos e receptivos conseguem receber com um amor sincero.
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Quando o que damos não é aceito ou valorizado por quem recebe, e nós retiramos o amor e o apoio, fica comprovado que o ato de dar era condicional. Esperávamos algo em troca da doação, não estávamos com o coração completamente cheio de amor.
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Não é melhor dar mais quando o suficiente é o bastante.

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Se achamos difícil receber, estaremos querendo permanecer no controle de nosso próprio ego.




segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Madrugada




Madrugada


A noite foi escura,
Longa e fria,
E os fantasmas arrastavam
As saias brancas e úmidas
Pelas gotas de neblina...
Branca, branca paisagem,
Translúcida de incerteza
Da bruma que a tudo cobria!...

Os sonhos que eu sonhara
Acordaram melancólicos,
Com saudades de outro mundo...
Ainda, nos meus ouvidos,
Alguns ecos que sumiam,
E nas linhas de minha mão
As marcas de um destino
Que eu nunca saberei
Se foi totalmente cumprido...

Comprida noite,
Onde o sonho vacilou
Entre a insônia e a magia!
Em uma árvore, pousada,
Uma coruja aguardava
O começo de outro dia,
E o nascer de uma outra noite
Quando, outra vez, cantaria!


A madrugada arrastava-se,
Tão fria, tão fria!...




*


A Cabala da Inveja - trechos



Fofoca - a Rede Informal de Ódio

A 'fofoca', ou a transmissão mal-intencionada de informações, é uma das redes mais importantes de preservação e transporte de rancor. Sua disseminação é tão corriqueira e rotineira que novamente faz-se necessário desmontar sua estrutura e visualizá-la à luz dos diferentes mundos.
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O caluniador está na categoria de nada. Sua mentira é a saída e o recurso que reabilitarão aquele que é caluniado. Isto, porque à medida que for desmascarada a sua mentira, a reputação do caluniado é restaurada imediatamente.


Tomando Como Pessoal

A boca (de alguém magoado) só atinge a gravidade do ouvido quando se cala. Nestas ocasiões, sim, a boca assume em poder de destrutividade em uma posição semelhante à do ouvido. Veremos que uma boca que se cala e guarda para si rancor, é, para efeitos da inveja e do ódio, como um ouvido.

Para a tradição judaica, aquele que fala é como um arqueiro. Joga suas flechas e uma vez que estas já estejam no ar, não pode mais arrepender-se. Criou, dá-se conta posteriormente, emissários ou extensões de si mesmo com procurações poderosíssimas de agir em seu nome. Todas as atitudes e consequências geradas por estes agentes serão de nossa responsabilidade. Quem percebe isto conhece a arte de falar pouco.

No entanto, aquele que 'toma como pessoal' anda pela floresta, e onde quer que veja uma flecha cravada numa árvore, desenha ao seu redor um alvo. Sua percepção de realidade o faz acreditar que aquela agressão era obviamente intencional e premeditada. Seu alvo com uma flecha cravada bem na mosca é a prova derradeira de sua ilusão.



Bancando Sua Ingenuidade

Que a ingenuidade é perigosa à sobrevivência, é óbvio-como qualquer ousadia é. Ser ingênuo neste mundo é ousado, e quem escolhe esta forma de resistência, de luta pela melhoria de seu e de nosso mundo é extremamente corajoso. Para tal missão, terá de enfrentar a malícia, que busca a toda prova desafiar a ingenuidade e, em última análise, deverá suportar ser tolo aos olhos dos humanos, para não ser malévolo os olhos de D'us.
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enfartados de de alma, fazemos pouco do ingênuo, cujas conquistas de vida parecem-nos irrisórias. No entanto, são os ingênuos que nos assistem, enquanto, fossilizados numa cama de hospital, recapitulamos um passado de "perspicácia e sagacidade." São eles os justos que preservam o mundo.

Homenageie seus atos de verdadeira ingenuidade. Saiba distingui-los da tolice e valorize o ato de ser você mesmo, antes de abarcar o pacote da "experiência humana". Saiba arriscar e perder em nome da ingenuidade. A falta de ingenuidade é um dos grandes fatores de risco que propiciam o ódio e a rixa.




Do Livro A cabala da Inveja, por Nilton Bonder

domingo, 30 de dezembro de 2012

Estranha Asa




Estranha asa de borboleta,
Desprendeu-se do corpo,
Caiu no vazio
De um longo sono...

Estranha asa, leve e nacarada,
Sob pálpebras fechadas
Sem destino, sem sonho...

Estranha asa, que não voa
Por aqui,
Voa além, algures,
Nos céus que não vi,

Estranha asa
Esqueceu-se do pouso,
E paira, dormente,
Num imenso léu
Insosso...

Estranha asa, 
Caída num canto,
A espera de um vento
Que a erga de novo

E que a leve,
Num infinito despertar
Por dentro
De um infinito sono...

*

Invenção




Invento cores,
Cheiros, sabores
Invento caminhos
Cheios de flores,
Invento os sons
Da trilha sonora
Que cantam-me a vida,
Invento as horas.

Demoras, atrasos,
Flutuam nos rasos lagos.
Esperas, anseios
Tentando encontrar os meios.

Mas a mente pensa,
A mente divaga,
A mente desliga
A mente se lava!...

Assim, eu invento
As cores e tons,
Os temas e sons
Que espalho no ar.
Assim, eu aguardo
Acontecimentos
Que ficam suspensos
Acima, no ar.


Kafka







Alguns pensamentos de Franz Kafka, na coletânea elaborada por Allan Percy em "Kafka para Sobrecarregados."


"Comece pelo que é correto, não pelo que é aceitável."


"O Mal é aquilo que nos distrai."


"Tem muito medo de morrer porque ainda não viveu."


"O verdadeiro inimigo lhe transmite uma coragem sem limites!"


"A desgraça  de Dom Quixote não era suas fantasias, mas o ceticismo de Sancho Pança."




Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...