O relógio que está na parede de minha sala de aula
"Quem disse que eu me mudei?
Não importa que a tenham demolido:
A gente continua morando na velha casa em que nasceu."
Mario Quintana
Em minha salinha de aula, existe um relógio de parede no qual está escrito: "Home is where your story begins", ou seja, "O lar é onde sua história começa." Apaixonei-me pelo relógio na mesma hora em que o vi. Há um ninho de pássaros, representando o lar, e acima destes dizeres, o velho cliché (velho, mas verdadeiro): "Home, Sweet Home."
Algumas pessoas não dão importância à casa. Uma conhecida minha me disse certa vez que "casa é coisa de caramujo ou tartaruga." Bem, então acho que preciso descobrir a qual destes grupos eu pertenço! Enquanto alguns veem na casa apenas um lugar para dormir, outros fazem dela um lar, um refúgio onde recuperam as forças, exercitam sua criatividade e andam descalços. Principalmente, um lugar onde guardam as lembranças.
Minha casa é um lar, e sinto-me muito bem dentro dela. Tão bem, que não me sinto nem um pouco presa ou desconfortável por trabalhar em casa e raramente poder sair. E embora a minha história não tenha começado nesta casa, ela continua aqui. Ela me conhece bem. Suas paredes sabem dos meus humores, já me viram rir e chorar muitas vezes, e também guardam as passagens de pessoas que foram importantes em minha vida e que já se foram. Às vezes, quando penso neles, eu me lembro: "Sentaram-se aqui," ou então "Passaram por este corredor" e também "Olharam por esta janela."
Quando eu me sento lá fora e olho para a minha casa lá do jardim, eu sinto vontade de entrar nela. Acho muito bom quando alguém gosta da casa onde mora e sente-se bem dentro dela. Não sou apegada a bens materiais, e sei que um dia, cedo ou tarde, terei que ir embora daqui, pois ela é grande e tem escadas demais para que um casal de idosos viva bem nela. E quando isso acontecer, eu sei que eu vou chorar, mas vou fechar a porta e levar comigo o lar que ela foi para mim.
Desejarei que seus novos moradores tenham por ela o mesmo carinho que eu tenho, e que preservem todas as árvores do jardim - algumas, plantadas por nós. Guardarei comigo as lembranças dos dias felizes que vivi aqui, e eles servirão como incentivo para reconstruir o meu lar em outro lugar que, com certeza, já está aguardando a minha chegada, lá no futuro...
Liza Minnelli foi uma atriz precoce, participando no primeiro filme em 1949 (In the Good Old Summertime), aos quatorze meses de idade. Com dezesseis anos, Liza foi para Nova Iorque por sua conta, para iniciar a carreira artística. Em 1964, a mãe convidou-a para participarem juntas num espectáculo em Londres, que teve excelente repercussão. Foi nessa ocasião que Liza conheceu o primeiro marido, o cantor e compositor australiano Peter Allen, amigo de Judy Garland.
Liza ganhou um prêmio Tony aos 19 anos de idade e, em 1969, aos 23 anos, foi indicada ao primeiro Oscar, pelo papel de Pookie Adams em The Sterile Cuckoo.
Os anos 1970 foram anos de muito trabalho para Liza. Actuou nos palcos, nas telas e na música.
Em 1972, Minnelli protagonizou um dos maiores sucessos da carreira, como Sally Bowles, no filme Cabaret, adaptação do musical homônimo. O longa-metragem é também um dos maiores sucessos de bilheteria de Hollywood e projetou Liza como um dos maiores ícones do cinema mundial. O talento como cantora foi reconhecido com a interpretação antológica da canção-tema homónima. Minnelli venceu o Óscar de Melhor Atriz pelo desempenho e o Globo de Ouro de melhor atriz em comédia ou musical. Foi simultaneamente capa das revistas Time e Newsweek. Além de Cabaret, uma das interpretações mais conhecidas é New York, New York, do musical de mesmo nome.
Com o amigo Halston, era frequentadora assídua do Studio 54, o mais famoso clube noturno do mundo. Em 1974, participou como narradora do filme Isto é o espetáculo, com Fred Astaire e Gene Kelly. Casou-se em 1974 com o produtor e diretor de televisão Jack Haley, Jr., e em 1979 com o escultor Mark Gero, mas os dois casamentos acabaram em divórcio.
Nos últimos anos, a carreira tem estado voltada mais para os palcos e para a música. Gravou com Frank Sinatra o CD Duets e Sammy Davis Jr.; juntou-se a eles para uma série de concertos e espetáculos na televisão, que tiveram óptima repercussão.
Em 1997, Liza sofreu uma cirurgia às cordas vocais, época em que começou a assistir a todos os filmes do pai adoptivo. Isso levou-a a estrear um espetáculo na Broadway intitulado Minnelli on Minnelli.
Casou-se em 2002 com David Gest, promoter e produtor de televisão, e o divórcio ocorreu em 2007. (Ela se separou de Gest em 2003.)[2] [3]
Em 2006 gravou a canção Mama em parceria com a banda My Chemical Romance.
Após a performance como Dudley Moore, no longa-metragem Arthur, Minnelli fez poucas aparições no cinema. - WIKIPEDIA