*¨¨*Expressão da Minha Alma*¨¨*
¨*Tudo aqui é sobre mim.*¨
segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
Passarinho
terça-feira, 31 de dezembro de 2024
ESTRANHA
Não seguia caminhos traçados,
Não pedia, jamais, perdão
Se não havia o que ser perdoado.
Jamais dizia ‘sim’ se isto lhe causasse dor,
Nunca se curvava a falsas
Declarações de amor.
Porém, o pior de todas as coisas,
É que ela ouvia muito bem
Tudo o que ficava mudo,
Tudo o que não era dito com palavras,
Mas que era disfarçado em sorrisos
Fingidos, itinerantes, ou crivados de mágoa.
"Estranha", todos diziam,
E quanto menos ela se importava,
Mais livre e sozinha ela se tornava.
Vivia a sua vida estranha,
Sem querer tornar-se nada
Do que não nascera para ser.
A todos, não agradava,
Pagava o preço pela sua escolha
De querer viver fora da bolha
Que a todos escravizava.
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Wyna, Daqui a Três Estrelas
Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cujo resumo se encontra abaixo:
A estória narrada neste livro trata acerca de uma sucessão notável e singular de
belíssimas e sublimes experiências oníricas vividas e experimentadas no decorrer de
toda a sua vida por um terráqueo que foi escolhido e preparado por seres muito
evoluídos espiritualmente dos mais altos planos cósmicos, em virtude de suas
qualidades especiais e pelo fato de possuir uma mente cósmica, para o contato com uma
belíssima, encantadora, magnética e fascinante mulher alienígena cujo planeta natal se
encontra no sistema estelar de Antares, a qual se chama Wyna. No decorrer da trama o
terráqueo é preparado e treinado de forma gradual e cada vez mais intensa para o
contato com a Wyna, com o fim último de ambos realizarem uma missão conjunta de
grande importância para a garantia da ocorrência da linha do tempo do futuro positivo e
brilhante da Humanidade terrestre.
E agora, uma curta entrevista para sabermos mais sobre o autor e seu livro.
sábado, 16 de novembro de 2024
AMARGURA
E você descobre
Que está coberta,
Que se afogou
Na maré cheia,
E você entende
Que já é passada
A hora certa,
E que tem vivido
Espremida
Entre as horas alheias.
E você percebe
Que sua existência
Pede permissão.
E você se arrasta,
E você se gasta
Por compreensão.
E você se olha,
Não se reconhece,
Não sabe se sobe,
Não sabe se desce.
E você se esquece
De como chegou
Aonde chegou,
Não sabe aonde vai,
Se deve ficar,
Pois nem se dá conta
Do que lhe restou.
E você assunta,
Você se pergunta
Se valeu a pena,
- Protagonizou
O seu espetáculo,
Ou tem sido apenas
O receptáculo,
O palco cedido
A um outro show?
E você se sente
Sempre deslocado,
Os olhos vidrados,
Os lábios colados,
Coração pesado,
O ar rarefeito
O peito abafado.
E você se isola,
Pois a solidão
É a única cola,
Uma proteção
Um alívio, um jeito
De cuidar daquilo
Que ainda restou.
E você se vê
Em paz, finalmente,
A vida entre os dentes,
Os anos no fim
A vida no fim,
Lembranças em fileiras
Sobre as prateleiras
Empoeiradas
Catalogadas , etiquetadas:
“Aqui jaz o escopo
De uma vida inteira.”
terça-feira, 22 de outubro de 2024
O TUCANO
O TUCANO
Domingo de manhã: chuva ritmada e temperatura amena. A casa silenciosa às seis e trinta da manhã. Nada melhor do que me enroscar no sofá após o café da manhã e assistir a um filme.
Mas de repente, o silêncio da manhã entrecortado pelo canto manso dos passarinhos é quebrado ao meio: ouço sabiás gritando no gramado. Vou lá fora a fim de entender o motivo daquela gritaria, e deparo com a seguinte cena: Sobre o gramado, os pais tentam salvar seu bebê, que está sendo atacado por um tucano.
Os tucanos não eram aves que apareciam por aqui há alguns anos, e não sei qual o motivo para estarem se tornando cada vez mais abundantes. Chegam a bicar minhas vidraças, e há alguns dias, pude filmá-los em um momento, digamos... íntimo. Uma cena rara para ser apreciada por um humano como eu. Eles não são medrosos. Às vezes, eu os pego me observando pela janela do quarto. Enquanto eu regava o jardim em um dia quente, um deles pousou no ipê amarelo, me olhando. Imediatamente entendi o que ele queria, e suavizando o jato da mangueira, passei a jogar-lhe água - e ele sacudia as penas, abria as asas e crocitava feliz. Foi uma cena mágica, e durou alguns minutos, até que satisfeito, ele alçou voo.
Mas voltando à cena do jardim, eu me vi em um impasse: deveria interferir na natureza? Tive que pensar rápido, e saí de casa para salvar o pequeno pássaro. O tucano não voou, permanecendo aos meus pés, me olhando com aquele olhinho redondo, a cabeça virada para me enxergar melhor. Ainda deu alguns passos na minha direção, e pensei que fosse me atacar, mas acho que ele avaliou suas chances e chegou à conclusão de que não tinha muitas chances contra mim. Daí ele pousou no muro e nós começamos um diálogo, onde ele disse:
-Aí, moça, pode soltar o meu café da manhã, por favor? As crianças estão me esperando em casa. Tenho bocas, digo, bicos a sustentar.
Entre as minhas mãos, encostado ao meu coração, a presença macia e quente do sabiá me pedia o contrário. Respondi:
-Sinto muito, colega, mas não vai dar. Você não se envergonha de raptar bebês de ninhos alheios?
Ele não se fez de coitado, e retrucou:
-Madame, os bem-te-vis também fazem isso, as corujas, os jacus, os macaquinhos e esquilos que você acha tão engraçadinhos também. Vai passando esse passarinho aí, por favor. As crianças estão esperando.
-Sem chance. Sinto muito, amigo, mas não vai rolar. Sem ressentimentos, mas você vai ter que caçar em outro lugar, não aqui no meu jardim. Olha, eu gosto de você, te entendo muito, mas prefiro acreditar que você só come ervas e frutas, então vamos fingir que isso não aconteceu. Ok? Olha, vou te dar outra coisa para levar para seus filhotes!
Dizendo aquilo, corri na cozinha - sempre com o bebê aconchegado na palma da mão - e peguei uma banana, descasquei-a e joguei-a no gramado para ele, que me olhou novamente com aquele olho redondo e comprido ao mesmo tempo. Descendo do muro, ele pegou o pedaço de banana no gramado e soltou-o em seguida, indignado. Me olhou mais uma vez e então voou para longe sem se despedir.
E eu fiquei lá, em pé na chuva, sem saber o que fazer com aquele passarinho.
Minha cabeça oscilava entre o sabor do heroísmo e o do arrependimento; afinal, eu tinha interferido na natureza e prejudicado o tucano. Peguei uma caixa de sapatos, que eu forrei com papel alumínio por causa da chuva, e coloquei o bichinho dentro dela, prendendo a caixa no comedouro que mantenho em uma árvore. A mãe não o abandonou, passando a cuidar dele na caixinha. Ele já era grandinho e com penas, embora ainda estivesse aprendendo a voar.
Deixei os cães presos do lado de trás da casa por dois dias. Hoje de manhã antes de começar minhas aulas eu os soltei, achando que o passarinho já tinha ido embora, já que ontem a caixa estava vazia. Havia apenas alguns caroços de frutas e pedrinhas lá dentro. Acho que foram um "presente" da mãe em agradecimento. Porém, ao soltar meus cachorros, a Luiza (minha cachorrinha) encontrou o pássaro e começou a correr atrás dele, que gritava desesperadamente. Gritei, igualmente desesperada, e acabei salvando a vida dele pela segunda vez. A mãe a tudo assistia, apavorada, piando no galho da árvore. O pestinha ainda não voa.
Agora ele está lá no jardim, correndo atrás da mãe para comer suas minhocas, e meus pobres cachorrinhos vão ter que ficar sem acesso ao jardim até que ele aprenda a voar.
O tucano não apareceu por aqui depois daquilo. Mas ele é meu amigo, e sempre acaba voltando e trazendo a família. Espero que ele tenha aceito minha sugestão de fingir que é vegetariano quando estiver por aqui.
quinta-feira, 3 de outubro de 2024
FOFOCA
A fofoca, que muitos consideram apenas como uma conversa informal a respeito da vida alheia (e algumas vezes ela até pode ser considerada com
o tal), também tem o seu lado perverso: Por que alguém passaria tempo de sua própria vida debruçado sobre a vida do outro, procurando por alguma coisa negativa que pudesse aumentar e partilhar? E por que o receptor da fofoca, ao invés de procurar esclarecer os fatos, escolhe acreditar em um fofoqueiro?
A fofoca destrói amizades antes que elas possam crescer e se solidificar. Ela demoniza o caráter de uma pessoa que nem sequer sabe que sua vida está sendo exposta e comentada. E geralmente, a pessoa que destrói a reputação de outra tem como objetivo ficar "bem na foto," "sair por cima" de um conflito ou dar algum tipo de explicação sobre uma decisão que tomou ou um erro que cometeu.
E após um desentendimento causado pela fofoca, embora a vítima possa vir a perdoar quem a atacou, a relação nunca mais será a mesma. Porque a confiança morreu. Aquela pequena flor que estava começando a brotar por sobre o muro foi ceifada bem rente ao caule, e em seguida, pisoteada.
Eu sou uma pessoa bastante sensível - diria até sensitiva - e percebo as energias que estão me rodeando e tentando quebrar meu círculo energético. Eu sei quando algo está errado. Tento negar a mim mesma, mas logo em seguida, alguma coisa que estava escondida vem à tona.
De repente, uma pessoa que sempre nos tratou bem começa a nos olhar de lado e fingir que não nos vê; Quando é inevitável que nos cumprimente, o faz de má vontade, e mesmo diante de um sorriso, conseguimos perceber que ele não é espontâneo. Quase sempre, há um fofoqueiro de plantão, daqueles do pior tipo: o que inventa mentiras e distorce verdades, apenas porque destruindo uma amizade, terá melhor domínio sobre uma situação.
Mas quando isso acontece, eu não me preocupo; o universo tem a mania de esclarecer as coisas, mesmo que isso demore. O tempo pode não ter pressa, mas a justiça divina é sempre implacável. E aquele que está pronto a virar-se contra alguém devido a uma fofoca, acabará vendo que fez uma escolha terrível - mas será tarde demais. Porém, sempre fica a lição.
terça-feira, 17 de setembro de 2024
Não Procuro Nada
Nada
procuro,
Eu não procuro nada,
Mas há
sempre alguma coisa
Que me
acha,
Que se
esborracha, de repente,
Contra a minha vidraça,
E suja o vidro,
Macula a paisagem
E trava a
minha alma.
Não procuro,
Não procuro
nada,
E rezo a
Deus, sempre,
Que nada me
encontre,
Que nada me
ache,
Que nada me
afronte.
Mas eu acho
Que sirvo
de fonte
Às línguas
cansadas,
E sou
corrimão
Onde as mãos
indolentes
Se apoiam
Tentando
subir
Minhas
escadas.
Eu não
procuro,
Não me
interessa,
Só quero o
direito
De permanecer
quieta,
Dormir
abraçada
A esse
dragão tão antigo
Que me
aquece
E aos
poucos, me mata.
sábado, 14 de setembro de 2024
QUE DEUS ME LIVRE DA ETERNIDADE!
A vida é boa,
Mágica, trágica, linda,
E mesmo quando ela destoa
Dos planos, por danos e erros que cometemos,
Ela pode ser bonita, ainda.
Mas eu não quero voltar; não!
Uma só vida me basta,
Não quero me elevar à Divina casta,
Não quero virar estrelinha,
Nem refazer a viagem
Ao chegar ao fim da linha!
Se Deus puder me atender,
Que Ele me livre do peso
Dessa verdade que muitos espalham,
Que Ele tenha piedade e que possa perdoar
A minha quem sabe, pouca
Acuidade.
Que Ele me livre do eterno despertar da vaidade,
De ser novamente um aro nessa roda
Desafortunada
Cujo eixo não tem chão nem parada.
Só peço a Deus um pouco da Sua compaixão.
Não quero sequer o meu nome
Gravado em uma pedra de mármore,
Quero morrer quando for morrer,
Não faço nenhuma questão
De alguma ávida saudade.
A vida que tenho será a minha única dádiva
A mim mesma, ao que eu fui, sou
E que não desejo
voltar a ser.
segunda-feira, 9 de setembro de 2024
PALAVRAS CORTADAS
Nos dias de hoje, ao assistir vídeos no YouTube ou Instagram, vemos muitas pessoas cortando palavras para não serem pegas pelo monitoramento de redes. Não se podem mais dizer palavras como morte, suicídio, eleições, pandemia, nazismo, vacinas e muitas outras, que apesar de serem desagradáveis, são importantes.
A cada dia, mais palavras são incluídas nessa lista, e acredito que dentro em breve tentarão cortar alguma letra do alfabeto também. Juntamente com essa nova moda de proibir palavras, também tornou-se prática desmonetizar canais, excluir contas e redes sociais, banir pessoas do país , proibir provedores de internet e até mesmo cortar os salários de senadores – coisa que nos meus quase 59 anos de idade eu nunca vi, nem mesmos nos tempos da ditadura.
Mas parece que ninguém (ou muito poucos) percebem aonde essas coisas estão nos levando aos poucos. É como uma doença mortal que chega devagar, instala-se silenciosamente e, mesmo diante dos primeiros sintomas, nós a ignoramos. Quando finalmente alguém decide realmente fazer alguma coisa, é tarde demais. Ela já tomou todo o corpo, e a cura é impossível.
Dizem que existe um propósito para tudo isso, e que cada pessoa – mesmo as que detestamos - é importante no curso da vida; se assim for, quem sabe o propósito não seja abrir os olhos dos que sofrem de cegueira voluntária? Talvez somente através do sofrimento aprendamos a importância de acordar em um país livre, e somente perdendo a nossa liberdade aprenderemos a valorizar o direito de podermos falar sobre qualquer assunto, mostrar uma opinião e tornarmos nossos pensamentos públicos, mesmo que seja apenas como uma forma de desabafo, sem nos preocuparmos em sermos presos, exilados ou termos as nossas contas em redes sociais canceladas.
Na história das religiões o diabo é importante. Quem sabe, na história do Brasil ele também seja?
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
UM ÚNICO HOMEM
Um único homem controla uma nação com mais de 215 milhões de habitantes. Ele sozinho decide quem fica, quem vai, o que pode ser dito, o que deve ser calado, quem recebe seus salários e quem é bloqueado, quem vai preso por manifestar-se e quem sai da cadeia mesmo sendo criminoso.
Um único homem conduz uma nação inteira a voltar à Idade Média, sem sequer pensar nos milhões de pessoas que necessitam dos recursos que ele bloqueou para trabalhar, anunciar, se informar e expressar seus pensamentos. Um único homem, com um ego que não cabe dentro dele mesmo e que se expande e se arrasta sobre tudo e todos, deixando sua marca gosmenta e fétida sobre a liberdade de expressão de um povo, proclama a si mesmo o dono do país e seu senhor absoluto. E este mesmo homem ainda ameaça colocar a segurança do país em risco e privar crianças e adolescentes de se conectarem com recursos de aprendizagem essenciais.
Ele é culpado? Sim.
Porém, ainda mais culpados são aqueles que têm o poder de retirá-lo e não o fazem. Aqueles cujos rabos estão presos entre as patas de um ditador egocêntrico. Aqueles que se acovardam e se esquecem do porquê estão ocupando os cargos que ocupam.
E ainda mais culpados são os que aplaudem freneticamente esse estado de coisas - marionetes de hienas que não têm a menor ideia sobre o que está acontecendo bem diante de seus olhos.
Enquanto as outras nações evoluem, nós involuímos.
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quinta-feira, 5 de setembro de 2024
POESIA
A poesia
Brinca de se esconder
Entre as frases de um poema.
Raramente, um poema
Quer dizer exatamente
O que está escrito.
Se eu escrevo “amor”,
Quero dizer “rito.”
Se eu escrevo “chuva,”
Quero dizer “sofrer.”
Se eu escrevo “Montanha,”
Nem sei o que quero dizer.
Um poema é escrito
Para quem o escreveu.
Mas pode ser que um leitor
O ressignifique,
Encontrando alguma vida
Ao ler sobre o que morreu.
Parceiros
Passarinho
É tão bonito o passarinho Que pousa, cantando No galho da árvore! Derrama cores e cantos Sem economia, Sem promessas ou cobranças, E sem s...
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