witch lady

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sábado, 27 de junho de 2020

CAI








Cai

Cai o tempo em gotas da meia-água do telhado.
A chuva lava as telhas, resgatando o passado.
Deitada em minha cama, eu aspiro o perfume
De terra refrescada, e as gotas ganham volume
Tornando-se pesadas, refletem a paisagem
Minúscula, esquecida, trazendo uma mensagem
De como foi a lida, de vozes abafadas
De gente que se foi nas chuvas dessa vida.




terça-feira, 23 de junho de 2020

VOLTANDO AO "NORMAL"







Aos poucos, minha cidade está voltando às atividades - e também o mundo inteiro. Quero recomeçar minhas aulas presenciais pra valer, mas as pessoas têm medo, então fico com os alunos que concordaram em ter aulas através do Skype. 

Ontem, conversando com minha irmã que tem 67 anos, é diabética e paciente cardíaca, ela me disse: "Não aguento mais! Minha quarentena termina no dia 1 de julho. A partir esse dia, eu vou sair e voltar a levar minha vida normal!"

Eu concordei com ela. Desde que tomemos todos os cuidados, é o que pode e deve ser feito. Não podemos ficar trancados em casa o resto da vida, com medo de ficarmos doentes. O Coronavírus, dentro em breve, será apenas mais uma doença circulando entre nós, atingindo alguns e matando outros, assim como o sarampo, varíola, meningite, H1N1, câncer, etc...

E todas essas doenças mencionadas (e muitas que não mencionei) também  têm consequências horríveis e podem ser mortais. Mas nem por isso nós nos escondemos por causa delas. 

Mas algumas coisas vão mudar, e pensando nessas coisas, fiz uma listinha:

- A maneira como nós trabalhamos vai mudar. Antes, o brasileiro via com maus olhos o trabalho em casa, mas agora aprendemos que, além de ser possível, os resultados são tão produtivos quanto em um escritório. Isso vai diminuir a necessidade de deslocamento diário para o trabalho, e consequentemente, engarrafamentos, estresse no trânsito e poluição do ar.

-A maneira como as pessoas estudam também vai mudar. As aulas online, tão combatidas, serão implantadas em escolas e universidades, na medida do possível.

- Consultas médicas poderão ser feitas online, com receituário e tudo. Também tratamentos psicológicos e psiquiátricos mais leves.

- Passaremos a ser mais reservados quanto a abraçar e beijar conhecidos e desconhecidos. Assim como os europeus, aprenderemos a manter uma distância segura das outras pessoas e nos sentiremos desconfortáveis quando alguém tentar invadir nosso espaço físico. 

- Restaurantes a quilo talvez mudem sua maneira de atendimento, decretando o fim do self-service. A comida será servida por um atendente, exatamente como é em alguns países europeus que visitei: a comida fica em uma vitrine, e os clientes pedem o que desejam, sendo servidos pelo atendente. 

- Estaremos mais cuidadosos quanto a higiene pessoal e também passaremos a ter o hábito de higienizar as compras antes de guardá-las nos armários de casa. 

- Talvez aprendamos a utilizar máscaras sempre que estivermos resfriados, a fim de não contaminarmos as outras pessoas. Isso seria ótimo! Acho no mínimo detestável quando uma pessoa nos cumprimenta com abraço e beijo, e depois declara: "Estou com uma gripe horrorosa!" Falta de consciência!

Bem, estas são algumas das mudanças que eu acredito que vão acontecer. E eu espero que elas aconteçam!








quarta-feira, 17 de junho de 2020

Respeitar Direitos





Hoje fala-se muito em democracia, direitos e respeito. Porém, a maioria das pessoas que gosta de sacudir estandartes vermelhos e pretos nas caras alheias, não sabe o significado dessas palavras.

Democracia é respeito pelo desejo da maioria. Significa 'Governo do Povo' ou 'Governo popular.' O que eu vejo, é uma perseguição contumaz a um governo que foi legitimamente eleito por 57 milhões de pessoas. 

Democracia é aceitar que em uma eleição, apenas um candidato à Presidência pode vencer, e que após vencer, ele terá quatro anos de Governo pela frente a fim de mostrar seu trabalho, e quem perdeu, deve aguardar até as próximas eleições a fim de se candidatar novamente e ser (ou não) eleito pela maioria do povo.

Hoje em dia, fala-se muito de nazismo, fascismo e genocídio. Mas quem fala a respeito desses conceitos, nem se dá conta do verdadeiro significado deles. Pensa que genocida, fascista e nazista é a mesma coisa que "aquela pessoa que pensa diferente de mim."  Acusar alguém dessas coisas é a pior coisa que pode ser dita a respeito de alguém. É preferível ser um assassino comum a ser um genocida, nazista ou fascista. 

Hoje em dia, fala-se muito de respeito. Mas as pessoas que gostam de usar esta palavra contra os outros, se esquecem, elas mesmas, de usá-la na própria vida. Normalmente, esbravejam palavrões e ofensas graves a fim de se referirem aos "outros", aos que discordam delas, mas fingem-se escandalizadas quando escutam palavrões em uma reunião que deveria ter sido mantida secreta. 

Vivemos em um país cujas liberdades estão ameaçadas por um pequeno grupo de pessoas que acham que não precisam respeitar as leis e as instituições. Um bando de abutres enlouquecidos, encolerizados, cheios de ressentimentos e de ódio porque sabem que estão perdendo terreno e temem perder suas regalias. 

Mas o povo já não é mais o mesmo, e não vai aceitar tudo pacatamente. 

Quero ter assegurado o meu direito de ver governar o candidato no qual eu votei - e que venceu as eleições legitimamente. Posso não apoiar tudo o que ele diz, mas ninguém apoia ninguém cem por cento em tudo - nem mesmo dentro da família ou dos relacionamentos íntimos.

Espero que o Presidente da República Jair Messias Bolsonaro consiga encontrar uma maneira de governar. Não é possível o que está acontecendo! Não pode haver democracia em um país onde um  ministro quer mandar mais que o próprio Presidente da República.

Se você acusa alguém de ter votado em um fascista, nazista ou genocida, você está afirmando, com todas as letras, que pensa a mesma coisa desta pessoa. Se você pensa isso de mim, não fale comigo, não venha à minha casa, e não me cumprimente ao passar por mim. Poupe a si mesmo o constrangimento de me olhar nos olhos.





terça-feira, 16 de junho de 2020

UM MERGULHO PROFUNDO - PARA QUEM AINDA GOSTA DE LER







Esta é a capa do meu novo livro, disponível na amazon.com.br em dois formatos: e-book ou livro físico.

Trata-se de um livro no qual eu proponho reflexões, através de uma coletânea de poemas e crônicas, sobre o momento que estamos atravessando.

Sei que sou suspeita para falar, mas para mim, é o meu melhor livro - e também o mais longo: 254 páginas na versão paperback e 213 na versão e-book Kindle.

As crônicas e poemas encontram-se misturadas (não separei o livro em duas partes), pois achei que assim elas ficavam mais naturalmente dispostas dentro do livro, oferecendo um fator surpresa ao leitor: você lê uma ou duas crônicas, e de repente, depara com alguns poemas.

O livro pode ser aberto e lido ao acaso, pois os textos são completos em si. Verdadeiramente, um livro que eu amei fazer!

Quem desejar encomendar a versão paperback e estiver cadastrado no Amazon Prime, o envio é gratuito, sem frete. Ou você pode baixar e começar a ler imediatamente no seu leitor digital, celular, tablet ou computador.

A escolha da capa também foi feita com muito carinho. A mais bonita de todas!

Também disponibilizei em paperback a maioria dos meus livros que estão na Amazon. Quem quiser dar uma olhada, basta abrir o site da amazon - amazon.com.br - e digitar o meu nome na busca -  Ana Bailune - e encontrará todos eles lá, juntinhos.

Convido a todos que quiserem dar uma olhada, e agradeço a quem  comprar!





domingo, 7 de junho de 2020

AVISO AOS NAVEGANTES









AVISO AOS NAVEGANTES
 
Texto escrito a convite de Marília Paixão, em comemoração ao aniversário do BVIW
 
Ok, Existem algumas coisas sobre mim que você não sabe. Se quiser ser meu vizinho, vai precisar entende-las para não pensar que eu sou louca (ou então para ter certeza):

A primeira delas: eu falo com os meus cachorros. E não é nada como “Vem cá, Totó” ou algo assim. Eu converso mesmo. Pode ser que você me ouça discutindo com meu cachorro a respeito de algum assunto mais ou menos importante – a política mundial, a receita do bolo, o filme que assisti. 

A segunda coisa, é que às vezes, meus cachorros me respondem. Se você escutar uma voz que não é a minha, e nem a do meu marido, saiba que é a voz de um dos meus cães. Eles têm seus jargões caninos que só eu entendo. Pode parecer estranho no começo, mas com o tempo, você vai se acostumar.

A terceira coisa, é que eu falo com as minhas plantas e tenho mania de andar pelo jardim tendo longas conversas botânicas. Talvez você me veja ajoelhada no gramado, as mãos em volta de algum arbusto, parecendo murmurar algo – é que a planta em questão anda deprimida, e estou tentando reanima-la. Ou talvez você me veja recostada a um tronco de árvore de olhos fechados, os lábios se movendo. Não nos perturbe: estamos trocando conhecimentos. 

A quarta coisa, é que eu gosto de cantar. Às vezes, eu desafino, mas não estou nem aí. Especialmente quando eu estou cozinhando – portas e janelas da casa escancaradas, como sempre estão, mesmo quando está frio – eu coloco uma das minhas playlists no aplicativo e canto junto. Incomoda você? Não se preocupe: jamais faço isso após as dez da noite. 

A quinta coisa – e esta cada vez mais rara , é: eu cuido da minha própria vida, e costumo ser muito direta. Se eu convidar você para um café, o objetivo será somente este: tomar café e bater papo. Não é para falar mal de  outro vizinho ou perguntar sobre coisas íntimas da sua vida, ou contar sobre coisas íntimas da minha vida. Porque a sexta coisa que você precisa saber sobre mim, se quiser ser meu vizinho e se dar bem comigo, e esta:

Detesto fofoca. 



sexta-feira, 5 de junho de 2020

DESILUSÃO


 
Raspamos, ávidos, o fundo do tacho
Daquilo que resta do mundo.
É um recomeço ou um final de festa?
Recuo; já nem sei mais o que acho.
Tudo aquilo que aprendi, aprendi mal?
Nada sei, nada tenho a partilhar
Daquilo que me ensinaram,
Daquilo que descobri no meu inferno
E do que bebi do meu graal?
Apontam dedos pontiagudos
Para o meu nariz curioso e inquieto,
Apontam sem dúvidas, ríspidos e retos,
Dizem-se da sabedoria oriundos.
Vejo desmancharem-se as vestes dos gurus,
Vejo, sob as máscaras, os olhos fundos
E as olheiras.
Os dentes que sorriem não se coadunam
Com o sangue nos olhos.
As bênçãos que proferem são rasteiras,
Rançosos os óleos.
A paz é uma prostituta de rua,
Oferecendo seus serviços a quem quiser comprar,
O troco, é a guerra – moeda crua
Que muitos estão a aceitar.
-Me diga: aonde vamos, nesses tempos loucos?
Porque se somos muitos, apenas poucos
Ainda entendem, ainda sentem
A força e a necessidade de amar!




quarta-feira, 3 de junho de 2020

FAKE NEWS




Hoje em dia,
As pedras atiradas
São mais pontiagudas:
Não querem só ferir,
E sim matar.
As cores das tintas
São fortes, absurdas,
As traves nos olhos
Mais evidentes,
Os sentimentos
Dormentes.
As línguas espalham sangue quente
Sobre corações de pedra pomes
Famintos e absorventes.



Aproveito para convidá-los a assistirem ao meu novo vídeo, que fala exatamen te sobre esse momento conturbado que vivemos na saúde, na política e nos relacionamentos. Eis o link:













quarta-feira, 27 de maio de 2020

SEGREDO








És qual um pequeno inseto
Que bate na vidraça
E eu quase nem percebo.

És uma vil palavra
Que surge, e que eu renego
Por orgulho ou por medo,
Mas ao cair, se arrasta
Por sobre minhas pernas
Me rasga e reproduz
Esse poema de arrego.

És uma lembrança triste
Da qual eu sempre me esqueço
Quando alguém está olhando,
Mas assim que eu fico só
Mergulho fundo no teu pó
Para ver se ainda existe
Meu rosto, em teu degrêdo.



quarta-feira, 20 de maio de 2020

MINHA CASA







Minha casa ficava bem aqui,
Entre o cipreste e o ipê amarelo,
Ao norte do Cruzeiro do Sul,
No caminho sob o céu azul.

Ali, naquele jardim,
Balancei na rede os meus sonhos,
Reguei flores da vida que eu plantei num canto,
Ri alguns risos, enxuguei algum pranto.

Naquela sala, agora vazia,
Sobre a estante, descansam os mesmos livros
Por onde meus olhos rolaram, atentos,
Aprendendo a criar doces momentos.

Vês essa escada de madeira?
Ela conduz ao meu dormitório
Onde eu colecionava minhas lembranças
Em noturnas andanças e sonhos aleatórios.

Não perca, da varanda, a linda vista
Que se estende por sobre os telhados das casas!
Montanhas e árvores - algumas não mais existem
Ali me sentei para ser alegre, e para ser triste.

Esta era a casa onde eu morava,
Que eu tanto cuidei, que eu tanto amava,
E hoje, por ela vaga, cansado,
Meu fantasma solitário, o meu miasma.





sábado, 9 de maio de 2020

A CASA DA QUARENTENA



A casa da quarentena é a mesma para cada um de nós. Só que agora as pessoas têm tempo de realmente reparar nelas. 

Eu sempre fico muito tempo em casa, pois além de morar, também trabalho aqui. Costumo sair apenas nos finais de semana ou em alguns outros dias, quando necessário. Aprendi a conhecer a minha casa e a me sentir à vontade dentro dela. Cerquei-me de tudo o que eu amo: livros, discos, lembranças de viagens - objetos que, se não têm qualquer valor comercial, significam muito para mim.

Mas fico pensando nas pessoas que estão literalmente surtando dentro de suas casas. Não conseguem se sentir à vontade dentre as quatro paredes que construíram para si mesmas e suas famílias. Pessoas que estavam acostumadas a deixar para lá muitas coisas: problemas de relacionamento, reformas necessárias, uma decoração fria e impessoal. De repente, elas se vêem obrigadas a permanecer nesses espaços e lidar com tudo o que as rodeia. 



Eu creio que a angústia delas tem menos a ver com o confinamento do que com o tempo em que passaram confinadas de si mesmas. 

As pessoas precisam construir paisagens.

Não falo de vistas deslumbrantes, jardins elaborados ou casas ricamente decoradas. Eu falo daquelas paisagens que a gente não consegue obter de nenhum decorador, mas que estão dentro da gente, e que poderiam nos dar alguma coisa mais bonita aqui fora.



É preciso que estejamos cercados de coisas e pessoas que realmente amamos. Nunca o amor esteve tão em evidência! 

Esse desamor repentino pela casa não começou agora: ele apenas tem sido negado há muito tempo. O desconforto, o sentir-se preso, é a resposta do desespero que foi, quem sabe por anos, socado lá para dentro, para os lugares que não ousamos acessar dentro da gente.



E eu vejo as pessoas sonhando com o final da quarentena, falando em mudanças. Só não consigo ver essas mudanças realmente acontecendo, porque todo mundo sabe que elas só ocorrem quando vêm de dentro para fora. Quando a gente decide varrer a calçada da  casa da alma. 

Eu realmente espero que tudo mude. Porém, a única coisa que conseguimos provar para nós mesmos, é que o planeta realmente não necessita de nós, e que vive muito melhor sem a nossa presença.




Vemos notícias de animais selvagens caminhando livremente pelas ruas, mares sendo recuperados,  rios poluídos tornando-se cristalinos, a camada de ozônio recuperando-se de enormes buracos. O mundo não precisa de nós: nós é que precisamos dele e deveríamos nos conscientizar disso! 

Mas as nossas casas precisam de nós. Sem nós, elas não vivem, e sem elas, nós não viveremos felizes. 






PS: Eu costumava ter um blog chamado A Casa & a Alma. Fechei-o, juntamente com outros blogs, por falta de tempo para postar e trabalhar interações. Hoje eu me arrependo, pois ele era um espaço que eu adorava, mas ele continua aqui, sob as etiquetas A CASA e A ALMA. Todas as postagens daquele blog continuam aqui, no Expressão. 

Mudei o nome de meu blog HISTÓRIAS por Ana BAilune para CAMINHOS DA IMAGINAÇÃO. Achei mais bacana. Lá publico meus contos, muitos deles em capítulos. Estão todos lá. 

Também escrevo um blog sobre Tarô, o O CAMINHO DO APRENDIZ, e um outro blog sobre dicas de inglês , o YOUR TICKET TO ENGLISH. Todos eles podem ser acessados através de links no Google ou então através dos links abaixo:


CAMINHOS DA IMAGINAÇÃO



O CAMINHO DO APRENDIZ



YOUR TICKET TO ENGLISH

















sexta-feira, 8 de maio de 2020

AMARGURA












AMARGURA

O tema hoje é a amargura; escolhi dois poemas com esse tema, já publicados aqui, e deixo também um link para um vídeo que postei em meu canal, o Espiritualidade na Lata, onde converso sobre esse sentimento tão humano e tão negativo...

Vamos aos poemas:



Amargura - publicado em 2012

Sentada no rochedo, o olhar, perdido,
A barra do vestido esvoaçava ao vento
Ao chorar, ela deitava suas salgadas águas
Nas águas já salgadas do imenso mar.

No fundo, ela sabia: ele não iria voltar!
Na fraca luz do dia, ela quis o luar...

Mas só a maresia cobriu-a, por fim,
E assim enferrujou-se sua fantasia.









AMARGURA - Publicado em 2013


A amargura
Amarga a brandura,
Estraga a vida,
Macula a brancura
Da alma mais pura,

É triste,
A amargura!...

Talha no leite,
Véu de loucura
Diante de tudo
Que acha e procura,
Só vê a maldade
Em tudo o que enxerga,
E a iniquidade
Em tudo que toca...

A amargura:
Prenúncio de vento
Que afasta as  pessoas,
Incita o tormento,
Se torna alicerce
De inveja e usura,
A vida escurece,
E cresce a penúria
Torna tudo triste,
Torna a vida dura!

Deus me livre e guarde
Dos dedos nodosos
Dos olhos jocosos
Da boca gosmenta
Do peito fechado
Do vil egoísmo
Da voz taciturna
E acusadora
Que tem a amargura...








Amargura - Também publicado em 2013


Guardei minhas mágoas dentro de um lenço
E sobre estas páginas, o sacudi.
As duras palavras, moí no silêncio.
Já dei por perdido o que há muito perdi.

Não levo comigo senão uma dor,
Que já nem me lembro se eu mesma escolhi.
A dor, já dormente, perdeu o amargor
Caída no tempo, penso que morri.

Mas há uma criança querendo viver,
Que dentro do peito, reclama e se agita...
Se a deixo dormir, a vida a desperta.

E esta criança quer ser, ressurgir,
Pois teima em sorrir, mostrar que está viva,
No fundo, eu entendo que ela está certa.







Parceiros

VERDADES

Alguns falam de doçura, Desconhecem O regurgitar das abelhas, O mel que se transforma dentro delas, Dentro das casas de cera. Falam do luxo ...