witch lady

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segunda-feira, 20 de maio de 2019

Objeto









Quando no meio do lixo,
Uma flor 
É um objeto
Abjeto.

O erro que te define,
Não está no chão,
Mas no teto.

Olhe em volta, 
Dê a volta,
Realinhe
Tua mira
Torta.

Pois se és
Objeto,
Que não sejas
Abjeto,
Plataforma,
Pouso livre
A todo tipo
De inseto.






sexta-feira, 17 de maio de 2019

Mentiras que Amamos










A verdade era quase óbvia; estava na falta de concordância verbal evidente em quase todas as suas falas, nas datas equivocadas, nos diplomas inexistentes para mestrado em Harvard e também na cronologia impossível de suas histórias. Estava no tom de voz exagerada e falsamente sofrido durante a palestra da TED e nos relatos de vida desencontrados, na fala compulsiva de quem fingia demonstrar a não vitimização usando a vitimização para justificar-se (sou negra, mulher, pobre e venci na vida).

Porém, aquela era exatamente a mentira que eles estavam procurando para exaltarem e justificarem suas causas: a mulher pobre, negra, sofrida, excluída, que através de força de vontade e muita luta, dá a volta por cima e vai fazer doutorado em Harvard. 

E a mentirosa foi entrevistada, exaltada, premiada cinquenta vezes, aplaudida por artistas lacradores, e até mesmo teria sua incrível biografia exibida em um filme. 

Só que não.

Uma leve arranhada na superfície (que ninguém teve a coragem de dar, talvez porque a mentira lhes estava sendo útil e colaborava com a causa que defendiam) foi o suficiente para desmascarar a farsante. E a verdade é assim: uma vez que ela vem à tona, nunca mais poderá ser ignorada. 

E a atriz Global lacradora Taís Araújo, em ato de falsa nobreza e humildade, ainda teve tempo de negar interpretar o papel de Joana D’arc por não se achar negra o suficiente para tal. 

Ontem à noite, andando pelas cercanias do Youtube, ainda deparei com uma outra moça (atriz Global também, para variar) que justificou a atitude da professora, alegando que se não fosse assim, uma mulher pobre, negra, etc, etc como ela, jamais teria alcançado a notoriedade que alcançou; ainda se referia aos brancos (em extrema atitude de preconceito e falta de respeito) como “A branquitude.”  Daí eu me pergunto: qual a vantagem de se alcançar notoriedade através de uma mentira tão horrorosa???

É isso, minha gente.

O caso da professora deveria ser analisado por psiquiatras, pois pode se tratar, realmente, de um problema mental sério. Se nenhum problema psicológico for detectado, acho que ela deveria ser afastada do seu cargo e punida pela mentira que propagou, pois não está apta a servir de modelo aos seus alunos. 

Mas toda essa história nos serviu para uma coisa: provar a necessidade de verificar notícias antes de espalhá-las a torto e a direito. Escolher  analisar histórias antes de decidir acreditar nelas. Depois de ver quanta gente ‘inteligente’ e poderosa foi enganada facilmente por uma mentira tão mal contada e de verificação tão simples, dá para entender melhor o poder de uma mentira bem contada. 






terça-feira, 14 de maio de 2019

A Memória das Estátuas






Estão todos alinhados,
(Alguns, de braços dados)
Olhos presos nas colinas
E além delas.

Refazem todo o caminho
Percorrido, ao chegarem
A esse lugar tão ermo.

Não sei do que eles se lembram,
Ou de quem se esqueceram.
Saberão dizer os nomes
Que um dia eles tiveram?

Parecem estátuas eretas,
Caladas e misteriosas,
Como as da Ilha de Páscoa.

Não sabem de onde vieram,
Ou se alguém virá busca-los.

A terra na qual eles vivem
É toda feita de memórias
Alheias às suas vontades.

Sonham em serem esquecidos,
Sonham muito com o tempo
Em que serão varridos
Desta terra adormecida.

Às vezes, me pego pensando
Nas suas vozes distantes,
Nas peles cheias de marcas
Que só quem olhou de perto, 
Realmente conheceu.

Nas pupilas dilatas
Que eles tinham quando riam,
Se assustavam ou sofriam...

Eu me lembro da alegria,
Também lembro da tristeza,
E do quanto eu não queria
Entre nós, essa distância
Que pouco a pouco se abria.

Mas eu penso no alívio
Que seus últimos suspiros
Concederam à minha dor.

Me lembro de toda pena
Que senti, por tanta vida
Que um dia, foi amor.





segunda-feira, 13 de maio de 2019

Algumas Coisas







Algumas coisas são.
O sol nasce, invariavelmente, todos os dias – mesmo que chova.
Movem-se em redemoinho as folhas soltas,
O vento brincando com a morte,
Erguendo as sementes pelo ar
Para depois
Soltar.

Eu olho tudo com olhos de primeira vez,
E ao mesmo tempo,
Com olhos de nunca mais.
Até quando, eu não sei,
Só sei que agora eu sou
E então,
Não.

Bate o passarinho com o bico na vidraça,
Tentando me chamar a atenção.
“Eis aqui o mundo,” ele diz,
“Venha cá para fora e alimente-me!”
Eu o obedeço,
Contente.

Alguns pensam nos amores proibidos,
Guardando gritos na garganta
Feitos de sonhos não vividos.
Mas ah, se fossem reais!
Talvez pássaros indo bater no vidro,
Para caírem depois, amolecidos,
Fio de sangue a escorrer dos ouvidos
- A sua essência
De mortais.

Nesse meu tempo em contagem regressiva,
Não quero muito da vida.
Quero ir lá para fora e vislumbrar o passarinho
Que canta escondido no galho mais alto,
Quero andar descalça pelo asfalto,
Mas de pés nus sobre o gramado.
Quero ter o conforto de não ter que fazer muitas escolhas,
Quero ver o vento
E o redemoinho de folhas,
Um pouco de música,
Minha casa,
Meu amor,
Meus cães,

-Nada mais.










quarta-feira, 8 de maio de 2019

A Esperança







A esperança
Era uma menina distraída
Que ela trazia em um balanço
Que pendia da ponta do dedo.

Se a noite escurecesse demais,
Ela a observava,
Agoniada,
Numa tentativa
De espantar o medo.

Abria a janela,
Olhava as vielas vazias
Das respostas que queria.

Um gato de rua miava,
Acordando o luar,
Encomendando o dia.

Ah, solidão enviesada,
Tristeza aprumada
Que ela mesma escolhia!

Enquanto a esperança balançava
Na ponta do dedo,
Disfarçando o medo,
Ela mal sorria...









terça-feira, 30 de abril de 2019

Sua casa, Sua Vida!


foto: uma pousada em São José do Vale do Rio Preto


Qual é a casa mais linda do mundo? O que é preciso fazer para se ter um cantinho onde as pessoas gostem de estar, e que agrade a você e à sua família?

Para mim, o lar é essencial; a casa pode ser própria ou alugada - afinal, se você está pagando, ela é sua - grande ou pequena, simples ou sofisticada, pode ser um apartamento, um bunker, um container, uma casa de madeira, de tijolos ou de papelão prensado... qualquer lugar que nos caiba e nos proteja. E é claro, que nós amamos.

No  Espiritualidade na Lata de hoje, eu falo da importância das casas na espiritualidade. 


Eis aqui o vídeo:




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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Avaliação









Algumas coisas se foram,
Partiram com as águas que escorrem dos olhos.

Não choro mais.
As águas que levam, as águas que lavam,
As águas que trazem.

Algumas coisas se foram, 
Partiram-se as bordas com alguma surpresa,
Mas sem qualquer decoro.
Eu passo por elas, e deixo passar.

Mas olho nos olhos que não mais conheço,
E penso no que esses olhos pensam...
Eu vejo as pupilas que são como estranhos
Lâmina da vida que passou cortando...

Será que algum dia estivemos juntos?
Será que algum dia nós nos enxergamos
Ou sequer olhamos para o mesmo cume?
Ou, quem sabe, fomos o que nós pensamos?

-Para onde vais?
-Prazer, estranho!







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