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terça-feira, 26 de junho de 2018

A Fé, Ganesha e Eu






Há muitas diferentes vivências, definições e entendimentos quanto à fé. Aqui eu vou falar do meu entendimento e da vivência da minha fé, de como eu a interpreto e vivo.

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que respeito todas as religiões, embora não me harmonize pessoalmente com nenhuma delas. Até hoje, não consegui encontrar uma que falasse à minha fé, mas tenho profundo respeito por todas elas, porque eu acho que jamais se deve fazer pouco caso da fé alheia. Por que? Simplesmente porque ela é muito importante para quem a professa; que direito tenho eu de achar-me mais sábia do que os outros, ao ponto de questionar a sua fé? Não preciso ser arrogante ao ponto de tentar ridicularizar a fé alheia, apenas para parecer ‘esperta,’  ‘moderna’ ou ‘independente’. Porém, não acho bom tentar impor a própria fé ou religião aos outros; cada um tem o direito de seguir seu próprio caminho e fazer suas próprias escolhas. 

A minha fé é como se fosse tentáculos que se estendem diante de mim, Para cima e para baixo, e por todos os lados. Eu vivo tentando sentir a energia das coisas, dos lugares e das pessoas. Algumas coisas e alguns lugares chamam a minha atenção, e outros me repelem. A fé é – e deve ser – uma experiência pessoal, e para que ela se expresse, eu vou experimentando o que funciona e o que não funciona para mim. Quem me conhece, sabe da minha ligação forte com São Jorge, porque em um dia de muita necessidade, eu me dirigi a ele e me senti amparada, e a ajuda veio. Depois disso, já recorri a ele várias vezes sendo atendida quase sempre. 

Para explicar melhor essa minha coisa com a fé, vou contar uma historinha pessoal: 

Certa vez, visitei um local aqui em minha cidade chamado “Vale do Amor.’ É um lugar junto às montanhas, cheio de verde, onde existem vários templos que abrangem quase todas as religiões, tudo ao ar livre, junto da natureza e cercado de beleza por todos os lados. De repente, passei diante de uma estátua de Ganesha; eu já tinha visto uma há muito tempo, na internet, e a imagem me intrigou: é um menino com cabeça de elefante. Em volta da imagem, havia muitas frutas. Eu parei, fiquei observando e senti alguma conexão com a imagem, que eu não sei explicar de onde veio. Eu nada sabia sobre a história daquela imagem. Fotografei-a, e publiquei a foto em um site de fotografias do qual participo, o EyeEm. 

No dia seguinte, um indiano tinha deixado um comentário, me perguntando onde eu tinha conseguido aquela foto; expliquei a ele, e ele me respondeu, dizendo que Ganesha é um deus que remove obstáculos e traz prosperidade, e que se eu a cultuasse, ela traria muitas coisas boas para mim. Agradeci o comentário, mas não dei importância. Dias depois, procurando por uma imagem bonita para colocar como fundo na área de trabalho do meu computador, Ganesha reapareceu; baixei a imagem, e deixei-a na minha área de trabalho, mas sem entender direito o porquê de ter feito aquilo. Deixei-a lá por alguns dias, e depois troquei-a por outra. 

O tempo passou; esses encontros e desencontros com Ganesha duraram mais de um ano. Eu assino alguns canais do YouTube, e certa vez recebi de um deles uma notificação por e-mail sobre a história de Ganesha. Acessei, escutei a história, achei muito interessante – gosto muito de lendas. Mas ficou por aí. Porém, ao entrar em uma loja de produtos naturais aqui em minha cidade, na vitrine, lá estava a imagem novamente; uma versão pequena, onde Ganesha veste branco e tem uma pedra vermelha na testa. Achei-a bonita. Trouxe-a para casa. Ainda não sabia bem o que estava procurando. No dia seguinte, resolvi arrumar meu armário de CDs – tenho tantos, que ocupam um armário inteiro! De repente... encontrei um que eu já tinha esquecido que possuía, um CD de música tântrica que contém alguns mantras... Ganesha retratado na capa. Coloquei-o para tocar, e a música se espalhou pela casa. Um sentimento de alegria e gratidão profundas tomou conta de mim.

Bem, a estatueta de Ganesha está lá, na minha sala de aula. Ainda não sei o que ela está fazendo ali, mas eu costumo tocar o CD com seu mantra, e quando passo por ela, sinto que existe algum tipo de vibração emanando dela. Também reparei que o número de pessoas que têm me pedido ajuda quando saio às ruas, e até pessoas que batem à porta da minha casa pedindo alguma coisa, aumentou bastante. E também que algumas coisas que estavam emperradas na minha vida, de repente começaram a caminhar novamente.  Não sei o que significa tudo isso, mas estou seguindo este caminho; isso, para mim, se chama fé. Porque fé não se questiona; a gente sente um impulso, e segue um caminho, confiando nas coincidências que nos trouxeram a ele. 

E eu não acredito que coincidências sejam apenas... coincidências. Elas nascem das raízes da fé. Ou talvez a fé brote das raízes das coincidências. Não sei.





terça-feira, 19 de junho de 2018

Homenagem




Homenagem


Este vídeo foi feito em minha homenagem. Agradeço a todas as pessoas envolvidas, do fundo do meu coração. Fiquei muito emocionada quando Carlos Lopes me enviou o link. 

É exatamente nessas horas que a gente descobre que realmente valeu a pena, que vale a pena! Escrever é uma atividade solitária, muito "a gente com a gente mesmo," e quando a gente cai em si e percebe que aquele trabalho frutificou, que encantou pessoas que moram lá do outro lado do país e que nem sequer nos conhecem pessoalmente, dá uma sensação maravilhosa na gente. Não dá para descrever. 

É como eu deixei escrito na minha página do Facebook:



A palavra é: GRATIDÃO. É muito bacana e surpreendente saber que, lá do outro lado do Brasil, pessoas conhecem meus escritos e gostam deles. Ver meu poema, "Meu Filho", lido pela poetisa Silmara, e a emoção dela no final, é uma coisa que não tem preço. Obrigada a Carlos Lopes, Augusto Sampaio, Simone Pinto, Patrícia Celeste Lopes e Silmara Feitosa. Muito, muito obrigada!




ECOS & LEMBRANÇAS









Bandeirinhas verdes e amarelas sendo penduradas de um lado da calçada até o outro. Nós, crianças, sentados no chão, as recortávamos e colávamos nos barbantes. Os adultos que passavam paravam para ver, e alguns vinham com ofertas: "Olhem, eu tinha em casa essa lata de tinta amarela!"  "Podem ficar com o plástico verde." "Esta bandeira é da última Copa. Podem pendurá-la."

E nós pendurávamos todas as bandeiras, pintávamos os muros de verde e amarelo e fazíamos aquela festa... às vezes, havia o concurso da Rua Mais Bonita, promovido pela estação de rádio local.

Na hora do jogo, eu me lembro que a rua ficava totalmente vazia, mas a cada grito de "Gooool!!!" as pessoas iam às janelas gritando e acenando umas para as outras, comemorando. 

E se o Brasil vencesse... ah, aquela carreata indo em direção ao centro da cidade, todo mundo feliz, buzinando, carregando bandeiras, para nos reunirmos e comemorarmos a vitória. Naquele dia, ninguém mais trabalhava, e no dia seguinte, a avenida estava coalhada de pessoas vestidas de verde e amarelo.

Mas até isso nos tiraram. 

Tiraram-nos tudo: a esperança, a fé em um futuro melhor, o sentimento de patriotismo. Esta está sendo uma Copa do Mundo amarga. Assisti até gora a apenas um jogo, e vi o mesmo desânimo nos jogadores de futebol. Parece que não existem motivos para que eles joguem com raça; afinal, quase nenhum deles vive no Brasil - foram vendidos a times estrangeiros, onde recebem verdadeiras fortunas. Não os culpo; qualquer um no lugar deles faria a mesma coisa. Cada um vai para onde se sente mais valorizado. Porque aqui, nada mais é valorizado: não damos valor aos nossos atletas, nem às nossas crianças ou aos nossos profissionais. 

Sinto uma pena enorme de tudo isso. Sinto pena porque somos um dos países mais lindos do mundo, de melhor clima, aquele, onde "Tudo o que se planta, dá." Pena que ultimamente só a corrupção tem sido plantada. 





quarta-feira, 13 de junho de 2018

Se Você Quiser










Visto do lado de fora
Por um olhar apressado,
Tudo é fácil, tudo é lindo,
E o caminho, aplainado.

-Quer chegar onde cheguei?
Vai ficar decepcionado!
Pois nem é tão longe assim,
É só o melhor de mim,
Meu pedaço conquistado!

Através do olho sonso,
De quem me olha, encostado,
Há a ânsia insatisfeita
De ter, a si, abandonado.

-Quer chegar onde eu estou?
Não será tão fácil assim...
Terá que andar, sozinho,
Por esse mesmo caminho
Por onde, sozinha, eu andei!

Vai ter que rasgar a alma,
Ferir os pés, ao andar
Sobre a brasa, sobre o gelo,
Sob o sol e sob a chuva,
Suportando a dor intrusa,
A friagem, o calor,
A dúvida, com desvelo
E com calma, sem medrar
Chorar, quando for preciso
Sem perder o chão e o siso
E sem deixar de sonhar!






SOU DO TIPO QUE NÃO DESISTE









No começo da minha vida, eu era fraca. Fugia de toda sorte de controvérsia, por medo de ser julgada ou de não ser aceita. As pessoas me colocavam aqui, empurravam para lá, puxavam para trás. “Um pouco mais à direita,” “Chega para lá,”  “à esquerda é melhor.”  A minha primeira palavra era sempre ‘sim.’ A última também. A coisa mais fácil? Me dizer o que fazer, o que era certo, o que era errado, o que eu deveria ou não deveria. 

Mas creiam ou não (para a alegria de uns e desgraça de outros) eu cresci. Hoje, eu sou do tipo que não desiste. A opinião alheia ao meu respeito não me afeta. Se eu quero uma coisa, se ela é minha, se ela me foi trazida por Deus, eu não largo mão. Ninguém mais me diz o que fazer, onde ficar, como me portar, do que desistir. 

Quem tentar me dominar ou lutar contra mim, encontrará uma adversária dura na queda. E quando eu caio, me levanto cada vez mais forte, e cada vez mais experiente. Posso estar lá no chão hoje, mas enquanto eu estiver lá, estarei olhando para cima e pensando em uma maneira nova de me firmar novamente, e de proteger aqueles a quem eu amo e que me amam. E a cada vez, que eu caio, mais eu aprendo sobre a natureza daqueles que tentam me derrubar, e decido quem fica e quem sai da minha vida. Não perco tempo com pessoas negativas, que nada acrescentam, que nada têm a me ensinar.

Já passei por poucas e boas. E tudo me ajudou a perder o medo de lutar, de me proteger e de proteger quem eu amo.  E sabem o que eu faço para me proteger de pessoas assim? Não faço nada, além de me fortalecer e de viver de forma a não merecer as coisas ruins que elas me enviam.

Quando eu olho em volta, o que eu vejo, é que estas pessoas não são felizes; tentam alcançar o sucesso da maneira mais fácil, pulando etapas, mas suas pernas curtas não impedem que elas caiam nos abismos que elas mesmas cavam quando fazem isso. Sua visão ingênua sobre a vida não as deixam ver que todas as suas maquinações são tão óbvias, que mesmo que elas possam causar algum dano, serão logo desmascaradas e devolvidas às suas condições de fracassadas. E eu vou ficando mais forte.
Porque sou do tipo que não desiste.






domingo, 10 de junho de 2018

Meu Pensamento









O meu pensamento é tão leve,
Que não dura,
Não mata nem cura,
Nem tem estrutura
Para aguentar o peso do teu.

E a pedra que tenta
Cair sobre  ele,
Passa direto
Pela rachadura,
Rola para o chão
 Através da transparência 
Da sua própria descompostura,

Pois meu pensamento é leve,
É breve, e não pretende
Descobrir se um vento que passa
O compreende,
Ou repreende.

Meu pensamento nasce, exatamente,
De um par de olhos
E de um par de ouvidos,
E de um coração, que mesmo que se engane,
Pulsa forte, e sente.

Não percas teu tempo
Tentando lutar
Ou sobrepujar
O que sequer vislumbras,
O que não podes abranger,

Porque os trilhos do que penso
E os trilhos do que pensas,
Não se encontram,
Não se entendem:

Seguem lado a lado,
E a cada um, seu fado.
Embora na mesma estrada,
Seguirão caminhos opostos
Na próxima encruzilhada.






sexta-feira, 8 de junho de 2018

Perdão







Às vezes, 
O leite talha,
A roupa rasga,
Azeda o mel,
O passo trava,
Cai a pedra do anel.

Até parece
Que a luz apaga,
E a gente traga
Uma fumaça
Que nos sufoca,
Nada nos toca
Sem machucar.

-Melhor não ser,
Ou não estar...
Deixar sair,
Deixar entrar,
Sentir a dor,
Perder o chão,
Trancar o céu,
Cortar o fel
Pela raiz.

Deixar doer,
Olhar o mar,
Olhar o mal,
Provar do sal,
E se acabar,
E mergulhar,
Se recompor...

Deixar sangrar
O vil veneno
Da vil serpente,
Até que saia,
Até que cure,
Cortar a carne,
Sugar o corte,
Tornar-se forte,
Tornar-se frio,
Tornar-se imune.





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