witch lady

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segunda-feira, 31 de julho de 2017

Não Tem Como Não Partilhar...











Justiça Divina





"...Nunca pensei em fazer peregrinações solitárias em busca da verdade, da paz ou de um centro espiritual; apenas estudava muito e acreditava na recomendação de um profeta: Viaja em ti mesmo. Era viajando para dentro, e não para fora, que esperava um dia ter direito a alguma sabedoria.


Quando jovem, imaginei que  a justiça Divina sempre aparecia na hora certa e fazia o possível para merecê-la; não por fé, mas por medo. Vi, à medida que os anos passavam, que não era bem assim: Deus, afinal, nos deixa muito por conta própria e minhas crenças eram ingênuas. Vi pessoas decentes se darem mal e canalhas vivendo cada vez melhor. Deixei de entregar tanto à vida e aos céus, passei a pedir ajuda a mim mesma e as coisas começaram a melhorar. Achava que estava me desenvolvendo mas a vida continuava do mesmo tamanho: um tédio, todos os dias previsíveis, e cheia de problemas e obrigações. Uma vida pequena - tinha que admitir - que, provavelmente, não seria uma encruzilhada dramática entre o bem e o mal; poderia ser apenas uma viagem sem sentido até a morte. Depois da morte, talvez, a viagem fosse intensa e cheia de revelações. Mas durante a vida, não. Não podemos nem mesmo escolher se vamos de carruagem ou de canoa, não temos este poder. Só podemos decidir se vamos ou não continuar viajando; e as pessoas e situações que encontramos no caminho também não dependem de nós: são o nosso karma."


-Maria Helena Nóvoa, em "O Espelho da Lua."-




DÊ DAQUILO QUE TE SOBRA, E NÃO DAQUILO QUE TE FALTA – Ou A Cultura da Culpa








Às vezes eu me revolto pelas coisas que eu vejo acontecendo no mundo: tantas guerras e mortes, tantas crianças abandonadas... mas noutras, eu penso que as coisas estão exatamente da forma como deveriam estar. O mundo é um reflexo daqueles que vivem nele, e ele reflete – da mesma forma que um espelho – aquilo que a maioria de nós estamos projetando. 

Os países que são devastados pelas guerras são sempre os mesmos, e tem sido assim desde os primórdios da existência humana. Sinceramente sinto muito pelos que lá nasceram e convivem com esse estado de coisas, principalmente, pelas crianças; porém, ao longo de milhares de anos, nada fizeram para tentar mudar tal situação. Permanecem submissos, vitimados, cultivando dentro de si motivos racistas e “religiosos” para que tais conflitos continuem sendo sustentados. E ao serem recebidos em outros países como refugiados, a maioria deles não aceitam a cultura local, mas fecham-se em grupos radicais e protegem terroristas.

Desde muito cedo, somos submetidos à cultura da culpa, que nos é pregada através das religiões (Fora da caridade não há salvação) que pregam que devemos nos sacrificar pelas outras pessoas e fazermos por elas o que elas mesmas deveriam estar fazendo. Devemos doar mais do que podemos, sacrificando-nos da mesma forma que a viúva sacrificou-se no templo ao doar seu único óbolo. Mas ninguém sabe se, ao final daquele dia, a viúva passou fome, ou foi ajudada por alguém.  A política e seus partidos do povo fazem a mesma coisa: devemos tirar dos ricos e doar aos pobres, cuja única obrigação, é receber. Afinal, eles são vítimas da sociedade. 

Você é culpado pela situação deles. Eu sou culpada. Eles, não. 

A mídia também contribui sobremaneira para a cultura da culpa ao mostrar propagandas de ONGS e instituições de caridade, expondo crianças doentes e macilentas na África e dizer que nós devemos adotar uma delas, fazer doações e nos sentirmos culpados. O que a mídia não mostra muito, é que nos países africanos, a AIDS e a fome proliferam não apenas devido a governos corruptos, mas também porque as pessoas se recusam a usar preservativos por motivos “religiosos.” Porém, estes motivos religiosos não as impedem de colocar no mundo centenas de milhares de crianças que passarão fome, sofrerão e morrerão antes de completarem cinco anos de idade, e nem de manter gorilas fêmeas em cativeiro como escravas sexuais. E todo mundo já sabe que a AIDS é uma doença que surgiu através destas práticas. 

Mas a culpa é minha. 

Nós crescemos ouvindo os adultos dizerem que devemos nos sacrificar pelos que estão em volta. Fazer aquilo que nós amaríamos fazer, indo contra a vontade dos pais, é ingratidão. Existem muitas pessoas que se tornam profissionais medíocres, infelizes e insatisfeitos, pois seguem a carreira que os pais ou um dos pais lhes impuseram. E a cultura da culpa vai se expandindo dentro de nós, ao ponto em que, ao nos sentirmos felizes ou realizados, a culpa borre imediatamente a paisagem, fazendo com que a realização de nossos sonhos se transforme em sentimentos de amargura, egoísmo e irresponsabilidade: “Morar em uma casa assim quando tantos não têm onde morar? Comer em restaurante quando tantos não têm o que comer? Vestir roupas caras quando tantos estão nus? Ajudar animais de rua quando há tantas crianças que precisam ser adotadas (como se fosse a mesma coisa)? Passar o tempo livre descansando, viajando ou assistindo TV enquanto alguém na família precisa de nossa ajuda ( porque não soube organizar o seu tempo de forma mais inteligente)? Culpa, culpa, culpa... não é à toa que existem tantas pessoas deprimidas. A culpa corrói por dentro. 

Sem falar nos adultos que jamais amadurecem, não crescem, não souberam cultivar sua independência, sua inteligência emocional, e que continuam pendurados feito apêndices em algum membro da família, achando que é obrigação destes que os ajudem, façam as coisas para eles, paguem suas contas, vivam suas vidas. Porque afinal, quem deixaria de ajudar alguém tão fragilizado? Somente quem não tivesse coração! 

E tais pessoas usam da cultura da culpa a fim de conseguir que as outras mais fortes façam tudo por elas. Elas são os filhos que não pediram para nascer, ou os pais que vivem reclamando porque os filhos não ligam todos os dias. Elas são o amigo (a) que liga no meio da noite porque teve uma discussão com o namorado(a), ou o que vive pedindo dinheiro emprestado e nunca paga. Elas também são as tias que têm um ‘probleminha de saúde’ indefinido e que por isso não podem trabalhar, e as crianças ‘traumatizadas’ porque os pais são separados. Elas são os maridos violentos que logo se arrependem e prometem que não vão fazer aquilo nunca mais, e as mulheres que procuram por ajuda quando são espancadas, mas que viram feras quando alguém tenta colocar o agressor na cadeia. Elas são as pessoas frágeis, e são responsabilidade nossa – pelo menos, foi o que nos ensinaram.

Assim, de repente, vemos as pessoas “fortaleza” adoecendo e morrendo aos poucos de males como depressão, doenças cardíacas, dores na coluna, úlceras estomacais, e outras, todas elas causadas pela cultura da culpa. Uma culpa que a pessoa que adoece não tem realmente, mas que a sociedade ensinou-lhe que é dela. Na verdade, elas sofrem de vampirismo. Têm seu sangue, seu tempo, sua saúde e sua energia sugados pelos membros mais “frágeis.”  Elas adoecem porque ninguém pode viver várias vidas ao mesmo tempo. Já é muito difícil resolver os próprios problemas, quanto mais, os problemas de todo mundo. As dores na coluna e os problemas estomacais são o primeiro sinal. 

Não sou contra ajudar a quem precisa, mas aprendi a duras penas que ajudar não significa, jamais, substituir. Eu doo daquilo que eu possuo, nunca do que me falta; doo daquilo que eu tenho e que sei que não vou precisar. Eu faço doações das roupas que não preciso, do tempo livre que eu acho que posso doar, das palavras que eu acho que serão ouvidas. Também doo às crianças da África, mas não me sinto culpada pela situação delas.  Ajudo animais de rua quando eles cruzam o meu caminho, mas acho que recolher animais em minha casa quando não tenho condições de cuidar deles, não resolverá o problema dos animais abandonados; pelo contrário, só incentivará o abandono, pois as pessoas que recolhem animais passam a vida lidando com os que são abandonados nos portões de suas casas quase todos os dias.

Existem momentos em que todos precisamos de ajuda. Mas esses momentos não podem ser recorrentes, e muito menos, eternos. Não estique mais o seu braço para que bebam do seu sangue até que se fartem. Não faça mais isso para ninguém. Que cada pessoa aprenda a deixar de se vitimizar e seja responsável por seus próprios atos. Pode ser que depois de tomar esta decisão, você passe a ter bastante tempo livre; afinal, muitos se afastarão de você. Mas apenas os que realmente interessam ficarão.






sexta-feira, 28 de julho de 2017

Wonderland



Wonderland


The wonderful land that Alice found
In a hole, under a tree trunk
Was not as wonderful as she had imagined.

Even there,
There were people enslaved to watches,
Foolishly stuck in a sea of muddy vanity
And arrogant queens who killed their subjects.

But when she opened her eyes and returned
To the plain world she had left behind,
She created a fantasy land
That made real people envy her.
(You know, kids like to tell tall stories...)









quarta-feira, 26 de julho de 2017

um Poema de Amor







AMO-TE

Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minh'alma alcança quando, transportada,
sente, alongando os olhos deste mundo, 
os fins do ser, a graça entresonhada.

Amo-te a cada dia, hora e segundo
A luz do sol, na noite sossegada
e é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com a dor, das velhas penas
com sorrisos, com lágrimas de prece,
e a fé de minha infância, ingênua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas, 
por toda vida, e assim DEUS o quiser
Ainda mais te amarei depois da morte.


Elizabeth Barrett Browning





Não Tenho Mais Nada Contigo









Estou escrevendo estas linhas 
Só para deixar bem claro:
Não tenho mais nada contigo.

Teu rosto não faz mais figura,
Loucura sequer suspeitar
Que ainda estás comigo.

Teu nome não me diz mais nada,
O eco nem sequer ressoa
Por entre essas minhas paredes...

Não chegas a ser nem a sede
Que em busca de um odre vazio,
Sucumbiu, morreu de frio...

Não confundas meu olhar
Que passa por ti, sem notar
​​​​​​​A tua presença; me esqueça!

Não tenho mais nada contigo,
Não queiras mais nada comigo,
Vê se desta vez, me entendes.





terça-feira, 25 de julho de 2017

FELIZ DIA DO ESCRITOR





O mundo é um lugar terrível. Passando os olhos pelos jornais e pela internet, fico sabendo de coisas terríveis das quais os humanos são capazes. Infringem sofrimento a animais inocentes, sem motivo algum; estupram e matam crianças. Roubam tanto dinheiro do país, que as pessoas morrem feito moscas nas filas de hospitais, e ficam sem os seus salários. E ainda tem gente que defende essa corja.

O lado mau das pessoas está aflorando mais do que nunca. Somos uma civilização envernizada por cima e podre por baixo. O Mal está solto no mundo, e sobrevoa nossos espaços procurando por uma oportunidade de manifestar-se. E como ele as encontra facilmente, fica e faz morada.

O escritor existe para apontar a caneta na cara dessas pessoas. Ele existe para mostrar ao mundo o que acontece sob os panos, o que está escondido além dos sorrisos e das palavras bonitas, elevando as vozes daqueles que não podem protestar, contando suas histórias.

Porém, o escritor também existe por um outro motivo: para mostrar que nesse mundo fétido e pútrido no qual estamos inseridos, ainda existe beleza. E ainda existe um túnel, e ao final deste túnel, uma luz. Um simples poema pode abrir as janelas de uma alma que se esqueceu de ter esperanças, nem que seja por alguns minutos apenas. E podem crer, alguns minutos de paz, de beleza e de tranquilidade no meio do caos, contam muito.

Vamos tentar melhorar a atmosfera deste planeta. Ao invés de incitar o ódio de uma classe contra a outra, de uma religião contra a outra, de uma raça contra a outra, por que não olhar para quem está ao nosso lado com mais ternura? Ao invés de destilar ódio, inveja, ressentimento e amargura sobre o planeta, por que não respiramos profundamente e tentamos exalar apenas o que há de melhor em cada um de nós?

A todos os escritores e a todos os leitores deste planeta, desejo um mundo melhor. E esse mundo começa na porta das nossas casas.

Ana Bailune




Parceiros

VERDADES

Alguns falam de doçura, Desconhecem O regurgitar das abelhas, O mel que se transforma dentro delas, Dentro das casas de cera. Falam do luxo ...