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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

HEROÍSMO






Estamos nos aproximando dos tempos em que os heróis começarão a aparecer novamente, com suas promessas de um mundo melhor e resolução de todos os nossos problemas. Melhor estarmos atentos! Verdadeiros heróis não são aqueles que fazem propaganda de si mesmos. Eles estão inseridos no contexto do dia-a-dia, e nem sequer sabem de seu heroísmo. Se alguém lhes dissesse o quanto são corajosos, diriam que estão apenas fazendo o melhor que podem daquilo que a vida lhes concedeu.

Quando se pensa em heroísmo, logo nos vêm à cabeça fama, grandes feitos, realizações gigantescas, fatos históricos. É muito difícil que alguém veja como heróis a dona de casa que cuida com amor de sua família, o professor que atua em sala de aula recebendo um salário longe de digno, os homens que viajam na caçamba de um caminhão de lixo respirando aquele cheiro horroroso, catando o lixo que a maioria produz, sem segurança nenhuma, e sem reconhecimento. Ninguém enxerga como heróis as tantas pessoas que saem cedo de casa toda manhã, geralmente às quatro, e pegam duas ou três conduções para chegar ao trabalho, e no final do dia, fazem o mesmo percurso – já cansados de tanto trabalhar. Para muitos que se julgam heróis, estas pessoas tem um nome: fracassados.

Todo herói necessita de pessoas que acreditem em seu heroísmo. Geralmente, os heróis criam um problema e depois aparecem como os receptáculos das soluções disponíveis, que só eles possuem. E como a maioria das pessoas tem preguiça de pensar por si mesmas, elas se tornam presas fáceis entre os dentes desses predadores, que lhes cobrem de promessas nas quais elas acreditam porque é mais fácil sonhar com alguém que lhes dê casa, comida, saúde e educação do que tentar trabalhar e obter estas coisas através dos próprios esforços. Os heróis causam as condições miseráveis nas quais o povo que crê neles vive, e depois aparecem com palavras bonitas, roupas bonitas, lágrimas falsas e, após se estabelecerem, deixam tudo como está, para que da próxima vez, eles tenham o que prometer aos que os elegem.

Se alguém olhar através do telescópio de um herói, verá que lá adiante estão os objetivos e interesses que ele quer alcançar: mais dinheiro, mais conforto, mais poder; não para os que acreditam neles, mas para si mesmos! E se alguém olhar com atenção para o caminho que este herói deixou para trás, verá rastros de ódio, vingança e complexo de inferioridade.

Os heróis só são heróis porque contam com aqueles que morreriam por eles tentando alcançar uma salvação que não existe. Não veem que ninguém fará com que tenham uma vida melhor, a não ser eles mesmos. A causa do herói é apenas um amontoado de palavras bonitas e impraticáveis, pois tudo o que existe no que eles pregam, é a falácia. A causa é algo que eles construíram para que seus súditos tenham algo em que acreditar, lutando para que seus heróis alcancem seus objetivos mais rapidamente, sem nem sequer perceberem que estão sofrendo a mais torpe forma de manipulação.

Deus nos proteja dos heróis, e que possamos um dia não mais depender deles. Mas acho que isto só acontecerá quando nos dermos conta de que os grandes heróis de nossas vidas, que defenderão as nossas causas, somos nós mesmos, e mais ninguém.




CENAS PETROPOLITANAS









terça-feira, 2 de agosto de 2016

Me














Me,
A mystery unsolved
The trigger of a revolver
Which has never been pulled...

Me,
A part of you
That you just hate
And never want to see...

Me,
A question mark,
A whale, a shark,
Maybe too dark,
Maybe too deep...






Platão







Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida.




A coisa mais indispensável a um homem é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento.






Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.





Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo.





Muitos odeiam a tirania apenas para que possam estabelecer a sua.




Não devemos de forma alguma preocupar-nos com o que diz a maioria, mas apenas com a opinião dos que têm conhecimento do justo e do injusto, e com a própria verdade.




A BONECA E O TEMPO


Achei esta imagem no Google. Esta é exatamente a boneca que eu sonhava, com a mesma roupinha e as mesmas botas brancas.




Eu Era menina ainda. Esperava pelo natal e pela boneca que pedira. Começava a sonhar com ela em meados de setembro, pouco antes do meu aniversário, pois já tinha sido avisada de que a grande boneca que eu sempre sonhara, mais uma vez não chegaria. Quem sabe, no natal? E sonhando, eu a imaginava (e ela era como uma criatura viva). Escrevia-lhe cartas, criava uma personalidade e um nome para aquela boneca que nunca entrou na minha vida. E o tempo demorava a passar.
Embora o Natal parecesse não chegar nunca, esperar e sonhar era o mais gostoso. Instintivamente, eu sabia que não ganharia a boneca, pois ela era cara demais e meus pais não tinham condições de comprá-la para mim, mas nada me impedia de sonhar, e ela já era real, existia em minha mente e nas cartinhas que eu escrevia para ela.

Às vezes, íamos à loja na qual ela estava, exposta ao público, enorme – era quase do meu tamanho – os olhos azuis de vidro fitando um mundo que eu ansiava desvendar. E eu tocava a sua mão de borracha macia, admirava seu vestido e seus cabelos encaracolados.

A moça da loja me disse que ela andava, e que para isso, bastava que colocássemos pilhas e fôssemos puxando-a para frente. Quando minha mãe dizia que tinha que ir embora, eu ia de mãos dadas com ela, olhando para trás até que a boneca desaparecesse entre as muitas pessoas que circulavam pela loja.

O Natal chegava, e a tão sonhada boneca, não; mesmo assim, após o momento de decepção, eu acabava me alegrando com a boneca bem menor que eu recebia. E continuava sonhando com ela, escrevendo-lhe cartas, tornando-a cada vez mais real na minha vida.

Certo dia, ao passar pela calçada da Rua Paulo Barbosa (eu já estava casada naquela época), olho para cima e vejo, na vitrine de uma loja que consertava brinquedos, a boneca que eu sempre sonhara. Continuava com seus olhos azuis fitando o vazio, braços estendidos à frente do corpo, esperando que eu fosse busca-la. Eu estava com minha mãe naquele dia, e ela me disse: “Veja! Agora você tem condições de comprá-la!” Pensei um pouco, e concluí que certas coisas tem seu tempo, e que a boneca, que antes era uma criatura viva e com personalidade definida, agora não passava de uma simples boneca, sem vida e sem magia.

O tempo passou rapidamente depois daquilo – é engraçado, mas nos dias de hoje, em que tudo é muito e os fatos e informações acontecem tão rapidamente que a gente nem tem tempo de assimilar, o tempo parece que se dissolve e é levado pelo vento, junto com pedaços da gente. Lá se foi a minha infância. Lá se foi a minha juventude. Estou entrando na última fase da vida.

A boneca ficou para trás, como um velho amigo de infância por quem passamos na rua e com quem um dia tivemos muito em comum, mas que a vida e suas urgências afastou de nós para sempre.




PS: Meu número de seguidores vai diminuir drasticamente, pois estarei deixando de seguir vários blogs que eu acompanho há muitos anos, desde que entrei nesta plataforma em 2012, e que apesar de serem meus seguidores, jamais entraram em minhas páginas para deixar um comentário sequer. Blogs que decidi seguir porque achei-os bacanas, e também porque eles começaram a me seguir primeiro, e eu acompanhei. Sei que não tenho tido tanto tempo para ler e comentar todos que eu gostaria, mas apesar da falta de tempo e da conexão de internet quase sempre lenta, de vez em quando, eu estou lá. Mas quando alguém que a gente lê e comenta jamais nos lê ou comenta, é porque ou não gosta da gente, ou então não gosta do que escrevemos. 






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