witch lady

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quarta-feira, 8 de junho de 2016

ControVERSOS



Imagem: Google






Dizia, olhava,
- Claro que queria!
O olhar queimava,
A boca vermelha,
Cereja molhada
Guardando seu mel
Na língua que ardia.

Movia a cintura,
Dançava, girava,
Cabelos ao vento,
Suor gotejava,
Amargo sorriso,
O riso amargava.

Fingia não ver,
Enxergar não queria!
A noite aguardava
À borda do dia
Um sonho, em promessa
Ao fim da tal festa...
E então, provocava,
Vulcão explodia!

Deitou-se, lasciva,
Na cama mal-feita,
Lânguida, desfeita,
A pele brilhando,
A boca pedindo,
O corpo aguardando
As mãos convidando...

E então, disse: "NÃO!"
Quebrou a magia,
Zombou do desejo
De quem lhe queria,
Despiu-se do fogo
Que lhe encendiava,
E logo, rogava
A quem lhe forçava:

"Me deixa sair,
Me deixa ir embora!"
Mas era um incêndio
O que ela causara,
E a água foi pouca,
Nem mesmo apagou
O fogo da cara,
Quiçá, o da fome
Que não saciara!

E a boca vermelha
Tornou-se borrada,
Os olhos que ardiam
Morreram de dor...
O corpo brilhante
Fechou-se ao amor,
Mais nada sobrou:
-Alquebrada alma
Sem paz e sem calma,
Que desmoronou!

A infância roubada
Nas mesas dos bares,
A crua vileza
Nascida dos ventres
Da indiferença;
A falsa inocência
Que nunca existiu,
Não chegou a ser,
Já nasceu mulher,
Nunca foi criança,
Não teve limites,
Não soube a esperança.

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terça-feira, 7 de junho de 2016

A REALIDADE









A realidade, sem a fantasia,
É como uma lenda sem alegoria,
É um sonho torto numa noite insone
É sangue parado nas veias de um morto.

A realidade, pura e simplesmente,
É solo arenoso, estéril semente,
Viver doloroso, aquarela sem cor
Dor intermitente, vida sem sabor.

A realidade, sem a poesia,
É comida fria, sem tempero algum.
É um barco à deriva numa tempestade,
perfume sem cheiro, adeus sem saudade.

A realidade, sem imaginação,
É um vale sem eco, amor sem paixão,
Beco escuro e triste, estrada sem destino,
Presente sem futuro, bandeira sem hino.






sexta-feira, 3 de junho de 2016

Que Seja Assim







Que seja assim, tão bonito
Quanto a suavidade da folha
Que cai da árvore com o beijo do vento
E antes de pousar no chão definitivo, 
Vive o êxtase, doce momento,
Do seu  primeiro e último voo.

Que haja pássaros cantando lá fora,
E o pedaço de céu visto da janela
Seja azul-rosado, e azul cobalto
Quase assim, nacarado,
Bordado de nuvens esgarçadas e finas
Cortinas rendadas guardando o palco
Para o meu último adeus.

Que seja assim, a alma a voar livre
Pelos sisudos corredores rescendendo a éter,
Por onde caminham, cabisbaixas,
Pessoas amarguradas
Pela sua fé embotada,
Por tudo o que não percebem.

Que eu esteja calma, branda, leve,
Sem nada que me detenha
Ou me faça olhar para trás...
Que seja assim, finalmente,
Um desprender-se de repente
E um seguir livremente
Pelo caminho que se apresente
Por trás dos meus olhos fechados.









Num Dia de Sol & Chuva













quinta-feira, 2 de junho de 2016

SMART ASSES








Let them think they're smart,
Let them say I'm dumb;
It makes no difference to me:
They won't be at my tomb!








COMUNICAR-SE








Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria liguagem, você atinge seu coração.
Nelson Mandela




Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma idéia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento. Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos.
Clarice Lispector





Se não estás prevenido ante os meios de comunicação, te farão amar o opressor e odiar o oprimido.
Malcolm X








A Musica é a mais Harmônica ponte de comunicação entre sua mente e seu coração.
Erick Vinicius






Arte é a única linguagem de comunicação entre mentes loucas e mentes normais.
Lenonn Bruno




Angel Boligan




A comunicação pela metade faz mal.
Papa Francisco




Doçura

Orquídeas que coloquei em uma árvore no jardim


Às vezes a gente perde o rumo da própria alma. São tantas disputas, tantas notícias ruins (e tantas notícias falsas sendo publicadas e compartilhadas na internet), que a gente acaba perdendo o prumo. Nada como uma dose de natureza para fazer as coisas voltarem aos eixos.

Um amigo que sempre aparece por aqui, e traz muitos outros com ele

Abro a porta para conduzir minha aluna até o portão ao final da aula. Estava chovendo, e as gotinhas d'água penduradas no cedro brilhavam, porque também estava sol. Uma claridade linda e alegre. passarinhos e beija-flores voavam de um lado para outro, e pareciam estar brincando.

A paisagem que vimos assim que chegamos à varanda

Um momento tão bonito e tão doce, que paramos na varanda para contemplá-lo um pouquinho. Depois que minha aluna foi embora, peghuei o celular e bati estas fotos - humildes imagens, mas eu quis retratar um pouco do que eu estava vendo naquele momento.

Uma luz bonita - sol com chuva

O ar estava frio, e parecia haver uma energia vibrando. Alguma coisa muito boa. E acho que não era só eu que a estava sentindo, pois os passarinhos cantavam e voavam sem parar.

A montanha coberta pela névoa

Ah, e aquela luz... todas as coisas estavam envolvidas por ela... apesar do céu encoberto e da chuva, tudo estava brilhando e pulsando. Uma manhã mágica... valeu a pena.









terça-feira, 31 de maio de 2016

DIGITAIS DA ALMA - Resenha







DIGITAIS DA ALMA
AUTORA: LUCY MARA MANSANARIS
119 PÁGINAS
EDITORA SUCESSO – SP
 ANO 2015





“O poeta é como o príncipe das nuvens. As suas asas de gigante não o deixam caminhar.”
Charles Baudelaire



Publicar um livro – especialmente, um livro de poemas – em um país onde as pessoas em geral não gostam de ler (segundo o Ministério da Cultura, o número de livros per capita no país é de 1,7 ao ano), é uma grande vitória. É preciso investimento próprio, muitas vezes, e Lucy Mara teve esta coragem e este empenho.

Nestes tempos truculentos em que vivemos, falar de poesia é como encontrar um caminho para algo mais suave. As energias estão pesadas, e as pessoas, descrentes e sem esperanças. É preciso procurar um pouco de delicadeza e sensibilidade no viver, e acrescentar pitadas de beleza no dia a dia. Através das artes, como a poesia, é possível encontrar um caminho que nos leve diretamente ao nosso centro, ao nosso tão negligenciado – e essencial – silêncio.

Ao ler um poema, abrimos uma janela para dentro da alma do autor. Alguns poemas nos falam bem perto do coração, e nos identificamos com eles. Assim são os poemas do livro de Lucy Mara Mansanaris, Digitais da Alma. Ela nos traz esta delicadeza, usando as digitais de sua alma para tocar o coração do leitor.

Gosto de ler um livro de poemas da seguinte forma: aleatoriamente. Simplesmente abro uma página ao acaso, e deixo que a poesia me fale. Como neste momento; abro o livro e leio:




Do Clarear

“É quando busco alguma paz
que te encontro.

E quando penso que não dá mais
reinventas-te, dentro dessa tua doce rotina
de sempre me querer bem.”

E até mesmo nos momentos de tristeza, a autora consegue transformar tudo na mais delicada tessitura de palavras:

Doente

"Ai... Como me dói a vida!
Doem-me as feridas do viver
dói-me profundamente ser!

Aquele plano de felicidade
mais parece mágoa antiga
Deus, quanta morte há na vida?"


Digitais da Alma é um livro para ler e guardar, e reler várias vezes, sempre que estivermos precisando resgatar momentos de doçura, leveza e introspecção. Como escreveu Clarice Lispector, “A palavra é meu domínio sobre o mundo.” A poesia torna-se mais que necessária nos dias de hoje, em que a maioria das palavras ditas são de rancor.

Lucy Mara mantém um blog – http://digitaisdaalma.blogspot.com.br/








Querer











Entre o querer de Deus e o dos homens, pode haver longas distâncias. Faltam silêncios para encurtá-las.


Ana Bailune






sábado, 28 de maio de 2016

MULHERES MACHISTAS







Eu creio que o estupro seja uma das formas mais vis de violação da alma. Ele vai muito além da violação do corpo. Pode tornar-se um trauma que será carregado durante uma vida toda, transformando-se em sérios problemas psicológicos e pesadelos recorrentes. Eu penso que, se fosse possível obter uma fotografia da alma de alguém que foi estuprado – digo ‘alguém’ referindo-me também ao sexo masculino, pois todo mundo sabe que os homens também sofrem estupros – seria possível visualizar uma espécie de buraco escuro, fumegante nas bordas, bem no meio da alma do estuprado. E se olhássemos dentro da alma do estuprador, talvez descobríssemos que já quase não lhe resta uma alma. Uma pessoa que comete tal abuso não é dona de si, não pertence a si mesma: é dominada pelas forças do mal que se harmonizam com ela. Toda forma de estupro é mais que condenável, e deveria ser exemplarmente punida. 

Ontem, assistido à Globo News, não me surpreendeu o fato de ficar sabendo que a maioria dos estupros acontecem dentro da própria casa da vítima, perpetrado por alguém que ela não apenas conhece, mas em quem aprendeu a confiar. Muitas vezes, quando a vítima relata o calvário pelo qual está passando, a mãe – a própria mãe – manda que se cale, ou por não acreditar que possa ser verdade ou por não querer abrir mão do relacionamento, que proporciona-lhe um pouco mais de segurança financeira ou outro tipo do que ela considere vantagem pessoal. A vítima ainda é ameaçada de ser expulsa de casa, ou então a culpa é jogada sobre ela, enquanto o algoz é inocentado de qualquer responsabilidade. Este é um tipo de machismo feminino.

Após o caso da adolescente que sofreu estupro coletivo, muita indignação em forma de protestos tomou conta das ruas e das redes sociais, o que acho mais que necessário, pois coisas assim não deveriam acontecer jamais. Mas o fato, é que elas acontecem, e provavelmente, continuarão acontecendo. Ainda falta muito para que o nosso mundo, a nossa sociedade, possa ser considerado um lugar seguro e civilizado. 

Entre comentários e textos que me chamaram a atenção ontem, ao assistir o jornal da Globo News, havia alguns que ressaltavam o fato de que uma mulher pode usar o que bem entender aonde ela estiver. Eu não concordo com isso, mesmo que eu pense que deveria ser assim, pois a realidade em que vivemos não é esta. Uma adolescente vestindo uma saia curta e uma blusa justa e decotada, saltos altos e maquiagem pesada, vai a um baile funk em uma favela, e dança a noite toda rebolando até o chão com um total estranho. Bebe, usa drogas, comporta-se de maneira vulgar e acha que nada de ruim poderá acontecer a ela, pois ela não merece ser estuprada. 

Só que não. 

Algumas das pessoas que estão ali podem não pensar da mesma forma, e se eu tivesse uma filha, diria isto a ela. Jamais, em pleno uso da razão, eu deixaria que minha filha adolescente acreditasse que ela poderia vestir-se de qualquer forma e frequentar qualquer lugar; jamais eu diria a ela que, se seduzisse um homem e, após estar nua na cama dele, poderia dizer “não” sem correr riscos de ser estuprada, e que caso isto acontecesse, ela era uma vítima sem culpa nenhuma. Eu a aconselharia a jamais fazer tal coisa. Eu tentaria protege-la de uma sociedade machista, que não funciona da forma que eu gostaria, e sim da forma como ela é.

Daí, surge um outro tipo de machismo feminista: quem cria e educa os machistas e estupradores? Quem diz coisas como “Prenda suas cabritas, pois meu bode está solto?” Quem faz a menina lavar a louça do jantar enquanto o menino assiste futebol na sala com o pai? Quem se coloca contra as noras, defendendo o filhinho querido destas, como se elas fossem criaturas perigosas, vulgares e aproveitadoras, que só querem seduzir e dominar seus pimpolhos masculinos? Quem, ao encontrar uma amiga que não vê há algum tempo, murmura maldosamente: “Nossa, como ela envelheceu!” 

E ainda, quem desrespeita o relacionamento alheio, jogando-se de forma compulsiva e vulgar em cima de um homem que está acompanhado por outra mulher durante uma festa, ou insinua-se de todas as formas para um homem comprometido sem o menor respeito pela outra mulher que está com ele? Quem, senão outra mulher? 

É louvável que as mulheres lutem para conquistar seu espaço na sociedade, mas também é importante que antes elas matem o comportamento machista que existe dentro delas mesmas. As mulheres não respeitam umas às outras. As mulheres, muitas vezes, competem contra as outras mulheres, tentando humilhá-las e rebaixá-las. Raramente eu vejo esse tipo de comportamento entre os homens. 

De nada adianta fingir que o mundo é como a gente quer; ele é como é, e toda mudança real acontece devagar, e pode levar gerações para se estabelecer. Mas a maior das verdades, é que nenhuma mudança duradoura acontece de fora para dentro, e sim de dentro para fora. De nada adianta gritar e protestar se continuamos a nos comportar da mesma maneira. 

E as perguntas que geralmente são feitas às pessoas que são estupradas, e que sempre são condenadas sem a menor reflexão, deveriam ser levadas mais em consideração, tanto pelas vítimas quanto por seus responsáveis: 

-O que você estava vestindo?
-O que uma adolescente estava fazendo tarde da noite em uma rua escura?
-Quem são seus amigos?
-Você estava bêbada ou drogada?
-Onde está seu filho (a) até esta hora da noite? E com quem? Fazendo o quê? 

Estas perguntas não tem por intenção condenar a vítima, mas leva-la à reflexão, para que tais coisas não voltem a acontecer. O nosso comportamento pode sim, muitas vezes, influenciar naquilo que nos acontece. A nossa postura diante da vida e das outras pessoas pode nos colocar em dificuldades ou nos tirar delas, e deixar uma menina acreditar que ela pode frequentar os lugares que quiser, andar mal acompanhada e vestir o que bem entender, é mentir para ela e colocá-la em uma situação de alto risco. Nem todos os homens são cavalheiros, mas uma mulher não precisa se vestir e se comportar de maneira vulgar para provar que é liberada.






quarta-feira, 25 de maio de 2016

JARDIM DE INVERNO









Do livro "Jardim de Inverno" de Hannah Kristin:




"Nós, mulheres, fazemos escolhas pelos outros, não por nós mesmas."






"...Nunca se fazia uma pergunta até ter uma ideia muito boa de qual seria a resposta."








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Alguns falam de doçura, Desconhecem O regurgitar das abelhas, O mel que se transforma dentro delas, Dentro das casas de cera. Falam do luxo ...