witch lady

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

LOBOTOMIA







Me ensina,
Me asperge,
Me guia!

Fazei, com cuidado,
A lobotomia
Que poupe o trabalho
De fazer escolhas,
Pensar, decidir,
Varrer, do quintal
As folhas e frutos
Que eu mesma derrubo
Ou deixo cair!

Me mostra o caminho
Durante a viagem,
Me diz quando eu devo
Falar e calar,
E ter a fé cega
Que poupa o olhar
Mais meticuloso,
O olhar de entender,
O olhar de julgar
O que é bom ou mau,
-Me manda um sinal!

Eu fecho meus olhos,
Abaixo a cabeça,
Eu tapo os ouvidos,
Eu faço oferendas
Que custam-me o pão
Que a vida me dá
Pela salvação,
Por pura preguiça
De apenas pensar...




Talvez eu Morra








Talvez eu morra,
E há de ser 
Um ato de fé,
Não de vingança...

E a minha morte
Não vai ser nada,
O mundo vai girar
E o dia vai raiar
Como sempre.

Talvez eu morra, sim,
Mas não há de ser
Por você - e nem por mim;
A minha morte
Não será nem
Um golpe de sorte,
Mas uma prova
Da misericórdia
Da vida.

Talvez eu morra,
Quem sabe, hoje,
E tu descubras
Que a tua vida
Ficou vazia,
e no teu peito
Ficará sempre
O meu vazio, 
A tua azia...





O Espelho das Coisas






Estive pensando (e quando isso acontece, questionamentos estranhos podem surgir): Qual é a maneira mais confiável de nos vermos refletidos? Imediatamente, você pensou: "Em um espelho!" Mas... será mesmo?

Quando eu me olho no espelho, vejo o meu lado de fora. Talvez, se eu insistir um pouco, possa enxergar uma outra pessoa que me olha, lá de dentro das minhas próprias retinas. Ela tenta ser ouvida, ela quer existir e ser real, mas nem sempre, quem se olha no espelho quer ver a pessoa que está do lado de dentro, e sim, a casca que a encobre.

A melhor maneira de enxergar a si mesmo, é fechando os olhos e os ouvidos. Por que? Quando abrimos os olhos e os ouvidos, enxergamos as aparências, as ilusões e os rótulos que a sociedade e até nós mesmos criamos sobre nós. Podemos passar horas preocupados com a impressão que causamos nos outros, e dependemos do aplauso alheio para que nos sintamos alguém... e isto é desastroso! Quem se espelha nos olhos alheios escraviza a si mesmo. 

Certa vez eu li em uma postagem no Facebook algo mais ou menos assim: "As mesmas mãos que o aplaudem podem, um dia, atirar-lhe pedras." É a mais pura verdade. O aplauso alheio pode massagear momentaneamente o ego de quem o recebe, mas depender dele para autodefinir-se é a pior forma de escravidão e ilusão.

Todos sabem os motivos reais que servem como base às próprias atitudes. Muita gente faz coisas tentando parecerem ser isto ou aquilo, mas na verdade, fazem por puro medo de não aparecerem, pois acham que se não se sentirem refletidos no espelho que é o outro, não são ninguém. Os aplausos que recebem ecoam por mais tempo em seus ouvidos porque não existe muita coisa entre eles. Há um enorme espaço vazio, uma falta de si mesmo, que necessita ser preenchida pelas ilusões de sucesso, fama e reconhecimento.

É terrível ter que precisar que outras pessoas nos digam quem somos.




quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O PODER DO VERBO PODER






Nossas almas são campos vastos, e não conhecemos todos os seus caminhos. Por isso, nos perdemos durante a caminhada. Não conhecer a si mesmo faz com que apontemos para o outro, quando ele cai, batendo no peito e dizendo que se fosse o caso, se estivéssemos na mesma situação, faríamos diferente deles. Este é justamente o caso das pessoas comuns que observam os que estão no poder. Falam de seus desmandos e erros, promessas não cumpridas e corrupções, como se fossem, eles mesmos, isentos de culpas. Juram que teriam feito bem melhor, ou que fariam bem melhor, se a chance lhes fosse dada, mas não conhecem o suficiente as suas próprias almas para saber se teriam sido mais fortes do que aqueles que se corromperam.

O poder conjuga o verbo poder: poder acima de todas as coisas, acima de tudo, abrir a mão e pegar, tomar para si o que não lhe pertence, usar como bem entende o dinheiro público, pois afinal de contas, “Se eu não pegar, outros o farão, é dinheiro perdido, é muito dinheiro... serei esperto, e estarei apenas fazendo o que os outros fazem ou fariam.” As pessoas que agem assim estão erradas, sabem que estão erradas, sabem que suas almas estão sendo corrompidas – não pelo poder em si, mas pela sua própria falta de autocontrole e desconhecimento de si mesmo.

Contra a situação, existe sempre a oposição, composta daqueles que apontam a situação e dizem que fariam diferente. Mas será que fariam mesmo? Será que, diante do poder do poder, teriam força espiritual para não agirem da mesma forma, ou até pior? Será que, bem lá no fundo de suas almas, em um cantinho secreto que eles próprios desconhecem, não reside uma pequenina pílula chamada inveja do poder, que nada mais significa do que a vontade de estar no poder para que possa abocanhar seu quinhão? E pelo que eles lutam, realmente? Por um mundo melhor para todos ou para si próprios?

É muito difícil ser; acordar todos os dias, enfrentar as dificuldades da falta de dinheiro, trabalho excessivo, condução lotada, sonhos abortados, e apesar de tudo, não se tornar amargo ou ingrato. Muitas vezes, achamos que a vida “nos deve algo.” Olhamos para os que estão no poder, e dirigem seus carrões, passam as férias em resorts luxuosos, vestem-se bem, comem do melhor, e pensamos: “Tudo com o nosso dinheiro!” Mas quanto deste pensamento "social" é verdadeiro? Talvez, por trás deste ressentimento político, a verdadeira sentença seja “Eu gostaria de estar no lugar dele para ter poder e desfrutar de todas estas coisas.”

Nasce a oposição, que ao invés de focar-se em seus projetos, tenta apontar erros e minar o poder da situação para, simplesmente, tornar-se a nova situação. E assim, a situação nunca muda.



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

VAMOS DANÇAR! - Let's Dance - video, letra, tradução






"Let's Dance"

Let's dance put on your red shoes and dance the blues
(Vamos dançar, calce seus sapatos vermelhos e dance blues)

Let's dance to the song 
(Vamos dançar à música que)

they're playin' on the radio
(Estão tocando no rádio)

Let's sway 
(Vamos deslizar)
while color lights up your face
(Enquanto cores iluminam seu rosto)
Let's sway 
(Vamos deslizar)
sway through the crowd to an empty space
(Deslizar da multidão a um lugar vazio)

If you say run, I'll run with you
(Se você disser 'corra' correrei com você)
If you say hide, we'll hide
(Se você disser 'esconda-se', enos esconderemos
Because my love for you
(porque meu amor por você)
Would break my heart in two
(Quebraria meu coração em dois)
If you should fall
(Se você caisse)
Into my arms
(Em meus braços)
And tremble like a flower
(E tremesse como uma flor)

Let's dance for fear 
(Vamos dançar por medo)
your grace should fall
(De que sua graça decaia)
Let's dance for fear tonight is all
(Vamos dançar por medo de esta noite ser tudo)
Let's sway you could look into my eyes
(Vamos deslizar, você poderia olhar nos meus olhos)
Let's sway under the moonlight, 
(Vamos deslizar sob o luar)
this serious moonlight
(Este sério luar)

If you say run, I'll run with you
(Se você disse 'corra', correrei com você)
If you say hide, we'll hide
(Se você disser 'esconda-se', nos esconderemos)
Because my love for you
(pois meu amor por você)
Would break my heart in two
(Quebraria meu coração em dois)
If you should fall
(Se você caisse )
Into my arms
(Em meus braços)
And tremble like a flower
(E tremesse como uma flor)

Let's dance put on your red shoes 
(Vamos dançar, ponha seus sapatos vermelhos)
and dance the blues
(E dance os blues)
Let's dance to the song 
(Vamos dançar à música)
they're playin' on the radio
(Que estão tocando no rádio)

Let's sway you could look into my eyes
(Vamos deslizar, você poderia olhar em meus olhos)
Let's sway under the moonlight, 
(Vamos deslizar sob o luar)
this serious moonlight
(Este sério luar)





Música é Magia

Marido acompanhando as letras de Simon & Garfunkel; achei esta imagem poética.



Marido acompanhando as letras de Simon & Garfunkel - imagem poética!




MÚSICA É MAGIA


Tarde chuvosa. Dias de férias. Bom momento para colocar a memória em ordem, e resgatar momentos antigos. Subimos para  a varanda, espalhando os vinis pelo chão. Alguns deles eu já não escutava há mais de dez anos, e conforme a agulha levava o som dos sulcos aos alto-falantes, eu via velhos rostos conhecidos que se foram  há tantos anos - alguns por circunstâncias da vida (ela mesma junta e separa), e outros, por circunstânias da morte (que se pensarmos bem, é uma circunstância da vida). 

E lá estavam todos eles, apenas esperando uma chance de se mostrarem para mim novamente. Nenhum deles envelheceu ou modificou-se. E enquanto eu estendia meu braço e os tocava, eu me tornava como eles: jovem novamente.

A música é algo poderoso! Ela tem a magia de transformar pequenos momentos em eternidade. Ela traz de volta acontecimentos, lugares, pessoas, e também desperta antigos e novos desejos. Sempre adorei música, e há poucos estilos que não aprecio, embora eu acredite que cada momento pede um estilo diferente de música. E ontem, a tarde chuvosa na varanda pedia velhas canções de Simon & Garfunkel, Queen, Beatles, Supertramp. De repente, encontrei a trilha sonora da novela Estúpido Cupido (1977, ambientada nos anos 60), e me senti transportada de volta às festinhas do bairro, quando a minha geração girava as cinturas ao som das músicas da geração de minha mãe. E estavam de volta The Platters, Elvis Presley, Dean Martin. 

As vozes gravadas para sempre no tempo. Muitas delas já não cantam mais por aqui - quem sabe, cantem em algum outro lugar? E eu olhava a agulha percorrendo a superfície negra dos discos de vinil, e me fazia a mesma velha pergunta: como é que pode, a música estar ali?! É magia!

No link: eu, cantando "Something", dos Beatles






The Most Beautiful Voices






There is no doubt about it: 
The most beautiful voices 
Come from the smallest throats! 

(And from their feathers,
The best poems.)











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VERDADES

Alguns falam de doçura, Desconhecem O regurgitar das abelhas, O mel que se transforma dentro delas, Dentro das casas de cera. Falam do luxo ...