witch lady

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segunda-feira, 20 de julho de 2015

VIAGEM








As mesmas canções
Distorcidas,
A raiva da vida
Manchando a paisagem...

As gotas vulcânicas,
Quentes,
Negras,
Pegajosas,
Gotas rixosas
De lavas, que escorrem
Na terra fendida.

Passou-se uma vida,
E as mesmas paisagens,
As velhas escaras,
As mesmas viagens,
Caminhos marcados,
No chão arranhados,
Pelas mesmas garras.





quinta-feira, 16 de julho de 2015

CÉU NOTURNO




Aquela foi a maior estrela
Que já vi da minha janela!
Parecia uma joia branca
caída dos vestidos
De um deus distraído.

E ela se arrastava
De leve, pelo céu
Buscando aquela saia
Que a abandonara...

-Achou-a, finalmente,
Nos véus da madrugada?




terça-feira, 14 de julho de 2015

Voltando Para Casa






No céu, roxos e dourados
Mesclados entre os azuis,
Explosão de avermelhados...
Os gritos das maritacas,
Bem-te-vis e sabiás
Voltando para casa.

Nas ruas, faróis de carros
Iluminam o crepúsculo,
A confusão das calçadas
As padarias lotadas,
As crianças e os adultos
Voltando para casa.

Cachorrinhos nos portões,
Pelas vidraças, as luzes,
Os jantares e os banhos,
Pés descalços nos tapetes,
O final de uma jornada...

Quem dera que seja assim
A morte, ao menos, espero
Que seja como essa hora
Tão confusa e tão bonita:
Hora de voltar para casa.







segunda-feira, 13 de julho de 2015

TEARS





TEARS

I've finally found out
that most of the tears I cried
Were not mine.
They dropped from other eyes,
so clear, salty and bright
-but they were not mine.
Yet I have on my face
all the tracks
They've left behind.




Dedicated to the best English teacher of all times - Chris Dupont

tradução:

Finalmente eu descobri
Que a maior parte das lágrimas que chorei
Não eram minhas.
Elas caíram de outros olhos,
Tão claras, salgadas e brilhantes,
-Mas elas não eram minhas.
Mesmo assim, tenho em meu rosto
Todas as marcas
Que elas deixaram.



BOB MARLEY - e o que perdemos








"Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado.
Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre..."


Bob Marley








DESPERTAR






Neste inverno esquecido pelas marcas das estações, onde um calor de primavera me serve de cobertor, desperto com uma brisa fresca entrando pela janela. Vou até a varanda. Lá fora, o tom do céu vem avisar que o dia será estranhamente quente outra vez . E quem dá graças pelo dia quente deste demasiadamente curto inverno, se esquece de que ele é devido ao aquecimento global. Há vários dias não chove por aqui. Em grande parte do mundo, as pessoas estão economizando o que podem, mas a falta d'água assola o planeta. Haverá uma solução?

Da minha janela, olho nossa casa-planeta encaminhando-se aos poucos para seus momentos derradeiros. Não sei se teremos tempo de recolher a roupa no varal e fechar as janelas... e mesmo que tenhamos, de quê isto nos servirá? Penso naqueles filmes de ficção científica, onde as pessoas formam hordas que lutam pelo poder da água que ainda resta.

Pessimista, eu? Talvez... mas é impossível negar que algo mudou, e que o planeta parece encaminhar-se rapidamente para algum infeliz desfecho. Lamento profundamente pelas outras espécies, que nada fizeram para que isso acontecesse. Fico penalizada ao ver plantas secando, gramados morrendo, animais sentindo sede, pagando juros de uma conta que eles não fizeram. Alguns cientistas afirmam que nada mais pode ser feito, e que mesmo que combatêssemos arduamente o efeito estufa a partir de hoje, de nada adiantaria. Nossa esperança ficou num passado no qual éramos ambiciosamente surdos.

Sinto que vivo em uma época de despedida. Temo pelas gerações futuras.



sábado, 11 de julho de 2015

(Des)considerações




Todos os dias, ao ligar o rádio, a TV ou o computador, eu fico sabendo de alguma coisa que me choca ou me desgosta, deixando um sabor amargo na minha boca. Atos de desprezo e desconsideração pelo outro, humilhações, casos de bullying e de falta de respeito, preconceito, mentiras, ódio.

As pessoas parecem ter perdido o bom senso completamente. O velho ódio entre classes renasce, e dois times de pessoas são estabelecidos: ricos X pobres. Quem se considera do time dos pobres, enxerga aqueles que ele acha serem ‘ricos’ como sendo seus opressores, dando-lhes adjetivos que variam entre ‘burgueses nojentos’ e ‘coxinhas.’  Enquanto isso, o que se coloca do lado dos ‘ricos’, vê os pobres como malandros, vagabundos e aculturados.

Ao mesmo tempo, vejo que o ódio racial – que muitos acreditavam estar praticamente abolido neste país – ressurge de repente das formas mais vis. A mais recente vítima foi a apresentadora do Jornal Nacional, Maju Guerra. Lamento profundamente que este texto e todos os que foram ou serão escritos sobre este assunto, nada poderão fazer para mudar a cabeça dos preconceituosos. Nada do que se diga é capaz de sensibilizar ou educar pessoas assim, que parecem ter nascido com o ódio e o preconceito nas veias. Elas estão perdidas. Não creio que um dia poderão pensar diferente, e para elas, desejo apenas a punição da lei.

Só há uma maneira de melhorar esta situação, e ela começa dentro de cada lar: educar e  aconselhar as crianças, dando a elas valores e bons exemplos. Acho que o que antes era apenas uma necessidade, hoje torna-se urgente. Quando penso que estas pessoas que espalham o ódio, o preconceito e a violência tem ou terão filhos que crescem ou crescerão sob seus tetos e aprenderão a pensar como elas e a fazer as mesmas coisas, eu me pergunto o que será de nós.

O ser humano é a criatura mais ambígua do planeta, pois ao mesmo tempo que cria coisas maravilhosas, como a internet e os computadores, acaba dando a elas os piores usos. Chamam de liberdade de expressão o direito de difamar, caluniar, ofender, e diminuir os outros. Usam esta mesma liberdade de expressão que tanto pregam a fim de tentar, veladamente, constranger e calar aqueles que pensam diferentemente deles – os “ignorantes.”

Acredito que só há uma única coisa que gera toda a violência, ódio, preconceito, disputas, pretensão e abuso: ela é um das coisas mais arraigadas na alma humana, que deveria ser trazida à tona, examinada, compreendida e trabalhada, a fim de ser diminuída à níveis toleráveis que  tornem seus possuidores pelo menos passíveis de conviver de forma saudável com os outros; este sentimento, esta coisa pegajosa, é  a burrice.

Não a burrice de quem tem pouco estudo, pois a intelectualidade pouco significa quando se fala em inteligência, mas o pior tipo de burrice, a que é a filha do orgulho exacerbado e da autoestima exagerada, e que leva seu possuidor a achar-se sempre mais que todos, melhor que todos, acima de todos. O preconceito de classe, racial, sexual ou religioso só pode ser explicado quando olhamos para estas pessoas mais de perto e percebemos o quanto elas são burras.




HAIKAI









Um passarinho
Do galho olha pro mundo
Chorando por Deus.







terça-feira, 7 de julho de 2015

JULHO








Metade do ano já se foi;
Com ele, o entulho
Que estava guardado
No canto do armário...
-Bem-vindo, Julho!




segunda-feira, 6 de julho de 2015

FOI O SOL








Entrou pelas minhas gretas,
Acendeu as labaredas
Do pensamento.
-Ascendeu-me.

Iluminou as gavetas,
Matando as traças,
Fez brilhar minhas vidraças.

Foi o sol,
E quando ele se pôs,
Prometeu voltar
-Mas não disse quando.






domingo, 5 de julho de 2015

Não é Poesia...





Não - isto não é poesia.
Não sei o que é; nasceu de mim
Junto com o dia,
Mas não é poesia.

Às vezes me chega,
Sufoca a voz,
Impede o caminho,
Turva a visão...

Deita as garras 
Em meu coração
Até que eu a ouça,
Até que eu responda,
E faça de mim
Um canal
Para que ela chegue,
Me torne uma mãe
Para que ela nasça...

Mas não importa o que eu diga,
Ou o que eu faça,
Não é poesia.

Chega de noite,
Assombra meu sono,
Bordando as palavras
Nos meus lençóis...
Às vezes,
Ata-me em seus nós,
E quase me mata
Com suas mandingas...

Mas seja o que for,
Ou o que eu diga,
Se visto ou não visto
Os seus trajes de mendiga,
Não é poesia,
É uma outra coisa...

(Depois de usar-me,
Ela limpa a boca
Com as costas da mão...)




quinta-feira, 2 de julho de 2015

Lindos Pensamentos Sobre as Casas








Achei na internet lindos pensamentos sobre as casas, e gostaria de partilhar aqui alguns deles:


"Na minha casa um nabo é mais saboroso... do que o tordo, o faisão ou o porco da mesa alheia."
Ariosto


"Um homem percorre o mundo inteiro em busca daquilo que precisa e volta a casa para encontrá-lo."
George Moore



"Todas as casas onde há livros e quadros e discos são bonitas. E são feias todas as casas, por mais luxuosas, onde faltem essas coisas."
Eugênio Andrade



“Desculpa, mas não entendo. Eu quero tudo e mais ainda. Amor tem que encher o coração, a casa, a alma. Pouco ou metades nunca me completaram.” 
―Clarice Lispector


“Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Afinal se coisas boas se vão é para que coisas melhores possam vir. Esqueça o passado, desapego é o segredo!” 
―Fernando Pessoa



“A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.” 
―Leon Tolstoi




A INOCÊNCIA É UM BÔNUS







A Inocência não vê cores
Com a qual pintam-lhe as feições,
Ela não tem nãos ou senões, 
A tudo abraça, a tudo acolhe.


A inocência guarda um molhe
De chaves, só para abrir portas,
Não vê o riso torto e os dentes
Que almejam o doce de sua aorta.


A inocência é um bônus,
Não sente o bafo da ambição,
Ou o fedor do preconceito
Que tenta achincalhar seu tônus.


Ah, eu perdi minha inocência
Há um tempo longo e impreciso...
Ainda resta-me  a decência
De escolher o chão que eu piso.




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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...