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quinta-feira, 30 de abril de 2015

O QUE TEM HOJE NA TV?




Assisto TV todos os dias. Há vários programas que eu gosto, entre filmes, musicais e documentários. Quando eu era criança, havia apenas três canais em nossa casa: a Rede Tupi, a Globo e a TVE. Minha mãe costumava ligar a TVE para que eu assistisse de manhã, antes da escola, e através da apresentadora Bibi Ferreira, aprendi muitas coisas, como combinar sílabas e ler algumas palavras. 

Quando minha irmã se casou, eu gostava de ir até a casa dela para assistir TV quando podia; imaginem só, ela tinha treze canais! Para nós, eram muitos! Hoje em dia podemos ter mais de duzentos canais se quisermos e pudermos pagar por eles. Acho impressionante a velocidade na qual a tecnologia e a televisão cresceram em tão pouco tempo.

Muitas pessoas reclamam da programação atual; concordo que muitos programas não tem qualidade, segundo meu próprio gosto, e por isso mesmo, não os assisto; porém, existem muitas pessoas que os apreciam, ou então eles não estariam no ar.

Existe uma grande polêmica hoje em dia sobre o que é ético ou não na TV, e um certo exagero quanto ao poder que a televisão exerce sobre as pessoas, até mesmo a crença absurda de que, ao assistir casais homossexuais pela TV, as crianças e adolescentes tornar-se-hão homossexuais também! Por outro lado, a exibição forçada, quase compulsiva de casais homossexuais nos canais de TV não ajuda em nada a vencer preconceitos, pois levanta polêmicas entre grupos, dividindo a opinião das pessoas. Se eu fosse homossexual, acho que a última coisa com a qual eu me preocuparia, seria se alguém me aceita ou não, desde que me respeitassem. De nada adianta querer empurrar à força pela garganta dos outros os nossos conceitos, porque o que sempre acontece no final, é que cada um acreditará apenas naquilo que eles mesmos querem.

O dever de educar as crianças e mostrar-lhes a diferença entre certo e errado é dos pais, e não deveria jamais ser atribuído à televisão. Quando as crianças crescem em lares equilibrados, onde existe diálogo e liberdade para fazerem as perguntas que quiserem e obterem respostas adequadas, a televisão não terá nenhum poder. Proibi-las de assistir aos programas não as educará; pelo contrário, apenas as deixará mais curiosas, e elas poderão assistir em casa de amigos, bares, restaurantes, vitrines, internet ou em qualquer outro lugar onde haja um aparelho de TV disponível.

A Rede Globo de TV está completando cinquenta anos de existência, e tenho visto nas redes sociais uma campanha difamatória e desnecessária contra esta emissora, como se ela fosse responsável por tudo de errado que acontece no país e nos lares dos cidadãos brasileiros, quando ela não tem este poder. Não aprecio toda a programação que eles exibem, mas também não acho que devam exibir apenas aquilo que eu acho bom, pois sendo uma empresa, eles precisam de clientes / espectadores. Se existe alguma culpa pela má qualidade de alguns programas, ela está nos espectadores, e não nas emissoras de TV, pois se as pessoas reclamam e continuam assistindo e dando-lhes audiência, nada mudará. 

O Facebook, por exemplo, está salpicado de textos de pessoas reclamando do mau exemplo das novelas. O incrível, é que elas sabem os nomes de todos os personagens e também tudo o que está acontecendo na novela. Se eu perco algum capítulo, é possível ficar sabendo do que aconteceu apenas lendo estes posts. Sim, eu assisto às novelas! E não me idiotizei e nem fiquei mais inteligente por isso. Não passei a trair o marido, não "virei" homossexual, não roubei e não matei. E assisto novelas desde que tinha quatro anos de idade. Por que eu assisto? Porque acho legal. Porque gosto.



NEVE





Teu coração
Nevava sobre as palavras,
Tecias estradas de cetim branco
Sobre as lavas.

Teus olhos choravam riachos
Cristalinos e frescos,
Que espargiam sentidos
Sobre as margens abandonadas.

Ninguém ouvia teu lamento,
A não ser a lua branca,
A não ser  
A madrugada fria...

Na outra margem 
Alguém olhava,
Mas não via,
Não respondia,
Ficava parado 
Sem ver o barco 
Que aos poucos, afundava...

A tua angústia congelava,
A saudade era como uma trava,
De travoso gosto
Entre os lábios...
-Nada trazia,
Só levava.

Teu rosto de cera
Derretia,
Teu peito de fogo
Congelava.

E a neve caía
Em flocos de palavras...



terça-feira, 28 de abril de 2015

SOBRE ESCREVER - dicas de Stephen King





Pensamentos de Stephen King sobre a arte da escrita. Do livro "Sobre a Escrita: A Arte em Memórias."

"A vida não é um suporte à arte; É exatamente o contrário."



"Todas as artes dependem de certo grau de telepatia, mas acredito que  a escrita ofereça a destilação mais pura."


"Escrever é seduzir. Falar bem é parte da sedução. Se não fosse, por que tantos casais começariam a noite jantando e a terminariam na cama?"


"Mesmo que um escritor caia nas graças de um ou dois críticos influentes, ele sempre carrega a reputação inicial consigo, como uma respeitável mulher casada que teve uma adolescência rebelde. Algumas pessoas nunca esquecem, simples assim, e boa parte da crítica literária serve apenas para reforçar um sistema de castas tão antigo quanto o esnobismo intelectual que o alimenta."


"Cada livro que se pega para ler tem uma ou várias lições, e geralmente os livros ruins tem mais a ensinar do que os bons."


"Se você quer ser escritor, tem duas coisas a fazer, acima de todas as outras: ler muito e escrever muito. Que eu saiba, não há como fugir dessas duas coisas, não há atalho."


"Ser emocionalmente atingido pela combinação de grande história com grande escrita - ser humilhado, na verdade - faz parte da formação necessária a todo escritor. Nem sonhe em humilhar alguém com a força de sua escrita até que você tenha sofrido isso na pele."


"Nós lemos para experimentar a mediocridade e a podridão indiscutíveis;
essa experiência nos ajuda a reconhecer esse tipo de coisa quando ela começa a se infiltrar em nosso próprio trabalho e a nos livrar dela. Também lemos para nos compararmos aos bons e aos grandes, para ter uma noção de tudo o que pode ser feito. E também lemos para ter contato com diferentes estilos."



"Se você quer ser um escritor bem-sucedido, a rudeza deve ser a penúltima de suas preocupações. A última deve ser a sociedade e o que ela espera de você. De qualquer forma, se você pretende escrever com a maior sinceridade possível, seus dias como membro da sociedade estão contados."


"Quando você escreve, você quer se afastar do mundo, não quer? Claro que quer. Quando você escreve, está criando seus próprios mundos."


"Agora vem a grande pergunta: sobre o que você vai escrever? E aí vem a grande resposta: sobre o que você quiser. Qualquer coisa... desde que você conte a verdade."


"O trabalho de ficção é encontrar a verdade dentro da rede de mentiras da história, e não se comprometer com a desonestidade intelectual em busca de grana. Além disso, irmãos e irmãs, não funciona."


"Vocabulário não é o mesmo que sentimento."


"...Quero que você entenda que minha crença básica sobre a criação de histórias é que elas praticamente se fazem sozinhas."


"Histórias não são camisetas promocionais ou joguinhos de videogame. Histórias são relíquias, parte de um mundo pré-existente ainda não descoberto. O trabalho do escritor é usar as ferramentas que tem na caixa para desenterrar o máximo de histórias que conseguir, tão intactas quanto possível."


"O enredo é tosco, mecânico, anti-criativo. O enredo é, penso eu, o último recurso do bom escritor e a primeira escolha do idiota. A história do enredo está propensa a ser artificial e dura."  


"Eu me apoio mais na intuição, e consigo isso porque meus livros se baseiam em situações mais do que em histórias."


"E por que se preocupar com o final? Para que ser tão controlador? mais cedo ou mais tarde, todas as histórias chegam a algum lugar."


"A descrição pobre deixa o leitor confuso e míope. A descrição exagerada o enterra em detalhes e imagens. O truque é encontrar um bom meio-termo. A descrição começa na imaginação do escritor, mas deve terminar na do leitor."



segunda-feira, 27 de abril de 2015

MINDFULNESS - O LIVRO DE COLORIR



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Mindfulness - O Livro de Colorir - Terapia antiestresse para pessoas ocupadas
Emma - Farrarons
Editora Best Seller - 2015


Você se lembra dos seus cadernos de desenho da infância? Ou consegue sentir o cheiro do álcool do mimeógrafo, que tinham aquelas folhas distribuídas pela professora no final da aula, com desenhos para colorir? Lembra-se das suas caixas de lápis de cor, canetinhas hidrocor e das suas aquarelas? Sente falta do prazer que tinha ao pintar e desenhar?



Você pode reviver tudo - ou quase tudo - através desta interessante publicação. Enquanto pintamos os desenhos, deixamos que a mente se torne leve e vague sem destino. Podemos pintar enquanto estamos aguardando o atendimento médico, ou ao falarmos ao telefone; podemos pintar nos intervalos das aulas ou do trabalho, ou antes de dormir. Podemos deixar para terminar mais tarde, se não tivermos mais tempo de continuar pintando. Podemos escolher outro desenho aleatoriamente, a qualquer momento, e começar uma nova pintura. O único objetivo deste livro, é não ter objetivos. Ele nos tira do ritmo alucinante da vida diária, e nos convida a desacelerar...


Há muitos outros livros seguindo o mesmo estilo, como os de Joanna Basford. De qualquer forma, não importa qual deles você escolha. Pegue aquele cujos desenhos o atraiam mais. Escolhi um pequeno, de nível mais fácil, para começar. Há alguns sobre mandalas, outros maravilhosos com intrincados desenhos de castelos e jardins.

Parece que as pessoas finalmente descobriram o quanto é importante dedicar algum tempo a, simplesmente, não fazer nada muito importante, e ao mesmo tempo, exercitar o lado lúdico, que anda tão negligenciado. Acho que todo mundo precisa brincar mais! A criatividade e a paz de espírito agradecem. Sendo assim, pegue suas canetinhas, lápis de cor, aquarelas e tintas, escolha um desenho e divirta-se!

Bem, e quem sabe, as editoras tenham conseguido uma maneira de continuar lucrando através dos livros impressos; afinal, ninguém conseguiria produzir um livro destes em formato e-book! 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Plantar




Entrego ao jardineiro as plantas que compramos ontem. Juntos, discutimos os melhores locais para plantá-las. Ontem, ao caminhar pelo mercado enquanto as escolhia, deparei com algumas que pareciam estar ali já há algum tempo, ressecadas, a terra tão estorricada que parecia grãos de pedra. Sinto pena das plantas que são colocadas no mercado e jamais recebem um pouco de água. Acabam morrendo de sede, ninguém as compra. São seres vivos; custava alguém jogar nelas um pouquinho de água?

Peguei os vasos com as plantas que escolhi e coloquei no carrinho. Penso que estas tiveram mais sorte, pois neste exato momento, estão lá fora, sendo plantadas na terra fresca. Espero que elas possam viver e que as flores possam desabrochar sem medos.

Fiquei pensando - quem escreve sempre pensa demais sobre as coisas, e às vezes, acaba fazendo associações meio absurdas entre elas -:  Às vezes, a gente fica lidando com a vida da mesma maneira que os funcionários do mercado lidam com as plantas: colocamos as coisas lá na prateleira, e as esquecemos. Murcham os sonhos, murcham os planos daquelas viagens que há anos gostaríamos de fazer, murcham as intenções de melhorar, mudar, aprender algo novo. As plantas secam e morrem, e quando finalmente nos lembramos delas, vamos até os vasos nas prateleiras e só encontramos folhas ressecadas. Esquecemos de aguar as coisas mais importantes de nossas vidas, e fica tarde demais para voltar atrás. Sejamos mais cuidadosos com nossas sementes e mudas. Sejamos mais dedicados àquilo que queremos plantar.


SENTIDO OCULTO






Há muitas coisas escondidas sob as vigas,
Sob os sorrisos, sob as lápides e as vidas,
Há sempre algo que ninguém nunca notou,
Nunca sentiu, ouviu, ou viu, ou riu, chorou.

Há mais que apenas os sentidos que nos tocam,
Ou que tocamos, e dizemos, e amamos,
Há mais debaixo do por cima que mostramos
E que tentamos esconder - ah, triste sina!

Há mil paisagens sob os riscos das pupilas
Que cegos, nunca vislumbramos, nunca vemos...
Há sob o tato dos meus dedos, superfícies
Muito a dizer por entre as coisas que eu não disse...

E sob a vida, sob a morte, sob tudo,
Há um sentido mais profundo que o oculto
O qual nós nunca tocaremos nessa vida...
-Quem sabe noutra, se ela for mais dolorida?




DURA







Às vezes
Preciso ser dura
A fim de guardar
Minha ternura.

Às vezes
(E frequentemente)
A cicuta se torna
A única cura.

Às vezes
O favo é amargo,
O mel é bravo,
A alma, escura.

Às vezes
O fel da palavra
Serve de trava
À pior loucura.





Parceiros

VERDADES

Alguns falam de doçura, Desconhecem O regurgitar das abelhas, O mel que se transforma dentro delas, Dentro das casas de cera. Falam do luxo ...