witch lady

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Botão de Rosa



O botão da rosa não se abriu,
Murchou, fechado em si mesmo
E a morna luz do sol, não viu...

Ah, meu Deus, triste destino
O de morrer botão de rosa,
Tendo nas pétalas fechadas
Perfumes, cores e veludos,
Promessas de olhares encantados
Sem nunca abrir-se para a vida!...




quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sensações




Ainda agorinha fui até a cozinha preparar o café, e vi que o pote de pó estava vazio. Fui lá fora e peguei mais um pacote na despensa, e ao colocar o pó que estava no pacote dentro do pote, esqueci-me de retirar a colher dosadora, que fica sempre lá dentro.

Após um momento de autocensura, sem pensar duas vezes, enfiei a mão no pó de café, a fim de pegar a colher dosadora, e a sensação que tive foi nova e surpreendente.

Você já enfiou a mão dentro de um pote de café, mexendo os dedos bem devagar, acariciando o pó e sentindo o aroma maravilhoso que ele exala? E ao retirar a mão, o cheirinho fica na pele... adorei.



Momento




O dia hoje está calmo,
Nem quente, nem frio.
Ruído de vento e de rio,
Carros que passam,
Vozes que riem.

Entre os cílios, raio morno
De sol, refulge seu brilho...
O dia hoje está calmo,
Nem quente, nem frio...

Latido de cachorrinho
Ao longe, no vizinho,
Pétalas roxas e brancas,
Um pássaro canta.

A alma é um diapasão
Que afina o dia que passa
E compõe uma canção
Que sobe, feito fumaça...

O dia hoje está calmo,
Nem quente, nem frio,
Cumpre seu destino,
Passa de mansinho...



segunda-feira, 5 de maio de 2014

Calma na Alma








Calma na Alma - um lindo Rap de Conecrew Diretoria

'Nossa Senhora das coisas impossíveis que procuramos em vão...
Vem... soleníssima, soleníssima e cheia de uma vontade oculta de soluçar
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena
E todos os gestos não saem do nosso corpo
E só alcançamos onde o nosso braço chega
E só vemos até onde chega o nosso olhar.''

(Refrão)
Eu já sei porque não consigo dormir há dias
Há algo no meu pensamento lento que me paralisa
Não aguento viver preso a dogma e doutrina
Eu quero a calma na alma pra poder viver a vida

(Rany Money)
Minha vida é ignorada, dilacerada, não vale uma prata
Na pátria que ataca e me axarca, a disputa aqui nunca se aparta
Eu viro caça na praça a bad não passa a toa, eles cometem desgraça
Os que são verdadeiros se ligam e me sacam e nunca se envolvem na falha que é a farsa
A sua falta até pode ser grave, mas jamais romperá com meu ciclo
Pois não me prendo somente a laços de sangue para formar os meus vínculos
O que viso não é só meu vicio, também não me julgue pelas roupas que visto
Círculos de alianças na minhas andanças eu valorizo os que fecham comigo
O respeito aos valores antigos é o que firma a família na fita
Eu dou a finta fugindo da mira na guerrilha, a família é a guerrida
Que minha sina sirva e redija para que os outros a dor não sinta
Os versos que a gente recita é para que nunca se abalem com peso da cinta
Porque sempre vão ter vários pra tentar te humilhar
Não abaixe a cabeça, levanta esse olhar
Vamo tá junto mermo se for a 1 milhão de milhas
Pois não seria ninguém sem essa família

(Refrão)
Eu já sei porque não consigo dormir há dias
Há algo no meu pensamento lento que me paralisa
Não aguento viver preso a dogma e doutrina
Eu quero a calma na alma pra poder viver a vida
(Cert)
Apologia da vida bendita vivida de forma alternativa
Na mira da rima, polícia que irrita, milícia que atira, nazista, fascista
Playboy bombado que grita, me tira, e a canela voa na tua narina
Sou cria da pista, o sentido da vida é constituirmos uma família
Não me limito a laços genealógicos, minha parceria e família se encontra na esquina
Sem intriga, dinheiro fascina só os de cabeça perdida na vida
Não sou homicida, mas cai meia-dúzia dos seus antes de tombar um dos meus
Guiado por Deus, iluminado e protegido pela força de Zeus
Pulo do gato, ainda cato os mofados, lisérgico pasto, regado e azulado
Jogue a cabeça para cima e sua mão para baixo, manobras de skate eu encaixo... o fino não acho
Os tiros perdidos dos canas de assalto, ou esquivo na pista ou me rasgo
Com as rimas que enquadram o compasso, Mulher Maravilha é bem vinda de quatro
No quadro que pinto Van Gogh tá armado, se o mar tá storm então joga pra baixo
O meu fardo cansado eu arrasto, o seu dinheiro sujo... não aceito, não gasto
Porco fardado pra mim é otário que eu dava cascudo no colégio primário
Rap na pauta, a calma na alma, rastafari... revolucionário

(Refrão)
Eu já sei porque não consigo dormir há dias
Há algo no meu pensamento lento que me paralisa
Não aguento viver preso a dogma e doutrina
Eu quero a calma na alma pra poder viver a vida

(Maomé)
Vida sofrida, alma furtada banida e detida
Em contra-partida, sinto a cardio batida
Mantendo a pureza retida
Vê na retina, quebra a rotina, idéia cretina...
Tem inicio e não tem fim...
Santo Pai, o que será que a vida reservou pra mim?
Ser um músico importante ou um vendedor de amendoim?
Eu vou ter um relógio caro ou um camelô vagabundim?
Deu risada do magrinho, desmerece alguém que sonha
Eu sou rebelde, desbocado... revoltado e sem vergonha
Eu vivi rebelião, guerra de religião, eu vi Cristo perdoar Adolf Hittler no caixão
Vi ódio e destruição, optei pela união, vi o Diabo corromper a fé de um irmão cristão
Assisti Roma ir ao chão, assisti Pelé jogar
Vi Saddan sendo enforcado, eu vi a bomba nuclear
O homem vive se matando, pela Terra eu vou rezar
Deus esteja do meu lado quando o mundo se acabar
Eu vou rezar...

(Ari)
Eu vou rezar pra minha alma, eu vou rezar
Eu vou rezar pra minha pele, eu vou rezar
Eu vou rezar pela humanidade, eu vou rezar
Eu vou rezar para o meu Senhor, eu vou rezar





Casa de Santos Dumont - A Encantada





escadinha para um observatório




vista do quarto




vista do girau

Alberto Santos Dumont


Tudo muito simples


Chuveiro











BORDADO




Dá um ponto, e arrebenta
De repente, toda a linha...
Pega a tesoura e desmancha
E depois, o recostura...

Pede a Deus que ajude um pouco,
Pois os dedos já cansados
Se perderam nos caminhos
De um bordado desmanchado.

Uma flor daquele lado,
Um sol se pondo no pano,
O existir arremedado
De um destino de cigano...

As agulhas se cansaram,
E os dedais, já não protegem
Os seus dedos espetados:
Há sangue sobre o bordado.

Um rococó, um laçado,
Ponto-cruz que ele carrega,
O caminho alinhavado,
-Não se solta, não se entrega!

Cai no chão o pano: fado!
E a vida se encarrega
De riscar outro bordado
Com pespontos bem marcados...




domingo, 4 de maio de 2014

Reflexões sobre A Importância de Viver - Lin Yutang








nascimento: 10/10/1895 , China- morte: 26/03/1963, Taiwan


Lin Yutang - Uma reflexões sobre trechos de seu livro A Importância de Viver"-
publicado em Julho de 1937


"Quando um homem cria uma civilização própria, mete-se numa corrente de desenvolvimento que, pelo aspecto biológico, seria capaz de aterrorizar ao próprio Criador. No tocante a adaptação à natureza, todas as criaturas são maravilhosamente perfeitas, porque a natureza mata as que não de adaptam perfeitamente. Mas agora já não se nos exige que nos adaptemos à natureza; cumpre que nos adaptemos a nós mesmos, a isto que se chama civilização. Todos os instintos eram bons, eram sãos na natureza, mas na sociedade, chamamos selvagens aos instintos. Todo rato rouba- e ele não é menos moral ou mais imoral pelo fato de roubar -, todo cão ladra, todo gato se escapa de noite e estraçalha tudo aquilo em que põe as garras, todo leão mata, todo cavalo foge ao ver o perigo, toda tartaruga dorme durante as melhores horas do dia, e todo inseto, réptil, ave e besta reproduz a sua espécie em público. Bem, mas em linguagem civilizada, todo rato é ladrão, todo cachorro faz demasiado barulho, todo gato é um esposo infiel, quando não é um vândalo selvagem, todo leão ou tigre é um assassino, todo cavalo, um covarde, toda tartaruga é uma preguiçosa e, finalmente, todo inseto, ave, réptil, ave ou besta é obsceno quando cumpre as suas naturais funções vitais. Que transformação na massa dos valores! E esta é a razão pela qual nos quedamos a assuntar, espantados, por que nos teria feito Deus tão imperfeitos."



Segundo este trecho, que li e reli várias vezes, Lin Yutang discursa sobre o qaunto nos distanciamos de nossa própria natureza. Aquilo que era natural e nos ajudava a sobreviver, hoje é considerado pecaminoso, imoral ou pelo menos, desaconselhável. Acredito que chegamos a um ponto sem retorno; já criamos nossas regras para conviver em sociedade, e devemos seguí-las se quisermos evitar sérios conflitos com as outras pessoas, que também a elas, em sua maioria, adaptaram-se. Hoje, é inaceitável que nos reproduzamos em público ou que ajamos como os ratos, que roubam, e como os felinos, que destroem tudo no qual deitam suas garras - embora muitos ainda hajam desta maneira.

Mas acho que existem alguns instintos básicos que perdemos, e que seria muito interessante se pudéssemos resgatar; antigamente, as pessoas que trabalhavam nos campos tinham um incrível sincronismo com os rítmos da natureza. Plantavam e colhiam nas épocas certas, sabiam quando era melhor cortar os cabelos (segundo as fases da lua), entendiam os humores das marés sem que necessitassem de instrumentos muito poderosos. Elas viajavam guiando-se pelas estrelas, e raramente se ouvia falar de alguém que se perdera. Infelizmente, hoje nos tornamos dependentes da tecnologia para estes e outros fins. E quanto mais deixamos de usar os nossos instintos, mais os perdemos.

Tornamo-nos seres racionais e frios, e tratamos de apagar ou socar para o fundo qualquer tentativa de escutarmos os nossos instintos, pois isto significaria ser chamado de louco, irresponsável ou inconsequente. Aquela voz fininha que falava aos nossos ancestrais, hoje não passa de um murmúrio quase inaudível. Saímos por aí agindo 'racionalmente', e por isso damos racionais cabeçadas.

E cada vez mais, nos achamos no direito de criar regras aos outros. Quem se adapta a elas é considerado 'esperto', racional, inteligente, sociável; quem não concorda com elas, é anti-social, execrável, estúpido e digno de isolamento. E vamos matando nossos instintos, e assim, nossas almas vão se tornando pálidos espectros que vagam acima do mundo e acima de nós mesmos, desconectadas de nós, vítimas de depressão, sentimentos de inadequação, medo, preconceitos, urgência em agradar e ser aceito por aqueles que 'ditam as regras.'

Lin Yutang falava contra o nazismo em uma época na qual o Nazismo dominava grande parte da Europa; ele confrontava valores há muito estabelecidos, apontava novos caminhos e trilhas de pensamento, em uma época na qual judeus eram queimados em fornos da mesma maneira que hoje assamos frangos em microondas. Usando de seu inabalável senso de humor e coragem - e até mesmo, uma ponta de ironia - desnudava o verdadeiro caráter dos líderes de sua época, em trechos como:


"Perdoamos os grandes do mundo porque morreram. Por estarem mortos, sentimos que ficamos igualados a eles. Todo cortejo fúnebre carrega um estandarte em que estão escritas as palavras: "Igualdade Humana. (...) Vem daí, pois, o senso da comédia humana e o próprio material da poesia e da filosofia. Quem percebe a morte adquire o senso da comédia humana e logo se torna poeta."

E ainda:


"A diferença entre os canibais e o homem civilizado é, parece-me, que os canibais matam seus inimigos e os comem, ao passo que os civilizados matam seus inimigos e os enterram, plantam uma cruz sobre seus cadáveres e mandam rezar missas por suas almas." Lembrei-me muito de Ayrton Senna e toda perseguição que sofreu, quando li este trecho. Revi a cena do documentário sobre sua vida, onde um Prost compungido carrega uma das alças de seu caixão.

E em seu discurso sobre o senso de humor:


"(...) os capazes, os hábeis e os ambiciosos e orgulhosos são ao mesmo tempo os mais covardes e confusos, pois carecem da coragem, profundeza e sutileza dos humoristas. Estão sempre dedicados a trivialidades, ao passo que os humoristas, com seu maior descortino de espírito, podem pensar em coisas maiores. Conforme andam as coisas,, um diplomata que não fala cochichando, nem parece muito assustado e composto e cauteloso, não é um diplomata... Mas nem é preciso reunir uma conferência de humoristas internacionais para salvar o mundo. Em todos nós há uma suficiente qauntidade deste desejável ingrediente que se chama senso de humor. 


(...) Afinal, só o que maneja levemente suas ideias é senhor de suas ideias, e só o que é senhor de suas ideias não se vê escravizado por elas. A seriedade, enfim, é apenas um sinal de esforço, e o esforço é um sinal de imperfeita maestria. Um escritor sério sente-se pesado e a contragosto no reino das ideias, como um novo-rico na sociedade. É sério porque não chegou a sentir-se a gosto na companhia de suas ideias.


(...) Quando vemos um escritor a lutar com suas ideias, podemos estar certos de que as suas ideias é que estão lutando com ele."

Assim, seguindo as ideias de Lin Yutang, por que não levarmos a vida de maneira mais leve e despreocupada? Por que continuarmos fazendo questão de parecer o que não somos? Ninguém é perfeito, ninguém tem a chave da porta do Céu (ou do inferno), e ninguém tem o poder de destinar os outros a este céu (ou inferno) que concebemos.


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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...