witch lady

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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Razão





Razão


Lembro-me bem;
Já passei por aqui,
Há muito, muito tempo...

Deixei beijos sobre as folhas,
Suspiros de encantamento
Ecoando entre estes muros.

Eu nada trouxe comigo,
-Nem levarei nada, eu juro,
Vim apenas de passagem
Sem pretender causar danos
Sem amassar o relvado.

Quero apenas reviver
Tentar saber se 'inda resta
Um pouco do que encontrei
Naquele tempo acabado...



quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Meu Adeus





MEU ADEUS
  poema de Idamar Caixeta Bornelli



Queridos pais, esta é a hora
Aqui deixo a minha despedida...
Agradeço o muito que fizeram
De grande e bom, em minha vida,

E estes pobres versos são lamentos
Dum coração que é partido agora.
Dele, metade a vocês se une,
Outra, comigo ir-se-há embora.

Vinte anos vivi, só de alegria
E, se hoje parto, fico aqui também
E o carinho recebido um dia
É o que levo de supremo bem!




Hoje que vou, cheia de esperança,
Sigo em busca da felicidade
Mas esta, se encontrar, será envolta
Num véu de doce e cruel saudade.

E quando a tristeza atingir minh'alma 
Relembrando meu passado aqui,
Chorarei sim, e então a calma
Virá em breve e me fará sorrir.

Pois a lembrança do que já vivi
Dar-me-há forças para prosseguir!
Hoje sou misto: dor e alegria
Sou hoje angústia e serenidade,
Hoje sou pesar e euforia,
Amanhã, eu serei, serei saudade!




E o lar que construirei lá fora
Será deste lar continuação;
E os frutos que meu amor tiver
Terão suas raízes neste chão.

Adeus, anjos queridos, na jornada,
As suas sombras seguirão comigo.
E se me ferir, um dia, a árdua estrada,
Sentir-me-ei consolada neste abrigo.





Nesta hora em que os deixo, pais queridos,
O amor mais puro no meu peito exala,
Um pesar atroz em meu peito grita;
E sinto assim que minh'alma se cala
Ante a dor cruel que esse adeus suscita!
E mal contendo nesta despedida,
As lágrimas que me embaçam o olhar,
Peço-lhes que orem pela nova vida
Desta filha que nunca os deixará de amar.



terça-feira, 6 de agosto de 2013

O Cão





Um cão raivoso,
Osso bem preso
Entre suas patas...

Nada lhe agrada,
Ou alivia
O seu pesar...
-Nada!

Uiva sozinho
Pelo caminho
Sonha com um mundo
Bem diferente...

Ele reclama 
Do osso duro
Da vida dura
Que há de roê-lo;

Ele reclama,
Do osso duro
E a si engana,
Pois não o larga
Nem o consome.

Morre de fome
O pobre cão
Sem ter ninguém
Que o assista...

Mas na verdade,
O que ele quer,
O que deseja,
É que lhe notem!

Então, rosnando,
Faz um buraco,
Enterra o osso
E deita sobre
A terra fofa.

Quem se aproxima
Daquele cão
Ganha um rosnado
E a exposição
De muitos dentes
Bem afiados!

Mas não; não larga,
Jamais entrega 
O osso duro
Que tanto odeia!


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Dona Benta - Lembranças da Cozinha de Minha Mãe




Acaba de chegar em minha casa a nova edição do livro de culinária "Dona Benta: Comer Bem," que encomendei no Submarino. Comprei o livro não apenas pelas receitas (quem sabe, assim eu aprendo a cozinha melhor, hehehe), mas também porque ele me traz muitas lembranças boas da minha infância.

Minha mãe tinha um igualzinho, que pertenceu a uma parenta, não me lembro se era uma tia ou a avó... é claro, a nova edição está remodelada e foi modernizada, mas o livro é muito, muito antigo. Sei que o da minha mãe ainda existe em algum lugar, agora na casa de minha irmã Ester, eu acho.

Além de receitas, ele tem muitas dicas sobre cozinha. É grossão, mas é uma leitura leve e prazerosa. Bem, talvez ele tenha alguma influência negativa na dieta que pretendo começar exatamente no dia 23 de Abril, que é o dia da minha consulta marcada com a endocrinologista... mas eu simplesmente não resisti! Quem sabe, a nova edição tenha alguma receita diet? Vou olhar mais tarde.



Bem, mas vamos às lembranças: minha mãe abria o livro sobre a mesa da cozinha e começava a inventar receitas nas tardes chuvosas, principalmente no período "entre-safras de supermercado," quando os mantimentos estavam acabando e meu pai ainda não tinha feito as compras do mês. Ela juntava os ingredientes que ainda tínhamos em casa - trigo, ovos, açúcar, leite, manteiga - e abria o livro. Eu, sentada à mesa da cozinha, ficava observando-a trabalhar, e aproveitava para comer o que restava da massa de bolo crua... surgiam bolos, ou doces-de-leite, pastéis, molhos, bolinhos-de-chuva... de tudo um pouco.

Minha mãe aprendeu uma receita de doce-de-leite quebra-queixo que ficou tão boa, que ela fez um embrulhinho para eu mandar para a professora na escola. O problema, é que ela gostou tanto, que toda semana, ficava pedindo para eu levar mais.



Lembro-me da chuva lá fora e das vidraças embaçadas. E do cheiro que dominava a nossa casinha enquanto as coisas cozinhavam!...

Quem sabe, eu não venha a descobrir um novo talento? Estou mesmo precisando de novos estímulos e de novidades em minha vida. Acho que vou começar a testar o livro amanhã, que é domingo, e eu terei tempo de sobra. Se a receita der certo, eu mando um pedacinho para vocês.



Segunda Feira Morna





Amanheceu cinzento e nublado hoje. Geralmente, adoro dias nublados, mas não sei o que há com este, especificamente: uma névoa cinzenta paira sobre as coisas, como se fosse poluição - embora não haja esse tipo de coisa aqui onde moro. A paisagem está baça, e as cores perderam o viço.

Será que é porque é segunda feira?

Ontem tivemos um dia esplendoroso. O céu azul-brilhante e puro, o sol quase quente, mas não o suficiente para queimar, os passarinhos cantando. Agora, nem passarinhos. Ouvi um bem-te-vi distante hoje de manhã, e só. Bem, também há alguns beija-flores teimosos.

Vontade de fechar as cortinas e ligar a TV, e dormir, dormir, dormir... mas não dá; daqui a pouco, tenho que trabalhar mais. Como em toda segunda feira, começo bem cedo até a hora do almoço, e depois, após as três da tarde, até às nove da noite.

Geralmente, tenho sonhos estranhos nas noites de domingo, e acordo cansada... pode ser isto também.

Até a inspiração para escrever foi ali e ainda não voltou.

Pode ser também porque a gente vê tanta coisa, tanta coisa... coisas que nos deixam tristes, às vezes, mesmo sabendo que não temos nada com isso; as pessoas são como desejam ser, e não se pode fazer nada. É sempre assim: as gaivotas nadam, enquanto os abutres observam, esperando que uma delas morra.

Bem, mas sobreviverei a esta segunda feira morna, e com certeza, amanhã será um ótimo dia. Ou quem sabe, hoje mesmo?


domingo, 4 de agosto de 2013

O Sonho





O Sonho


Pés dentro da água,
Cabeça nas nuvens,
Coração no vento.

Tudo assim, etéreo,
Envolto em mistério,
Segredo, sussurro.

Silêncio! -Ela dorme,
Igual a quem morre,
No vão do absurdo...

A cripta aguarda,
A alma se esquece
Querendo ficar.

Silêncio, silêncio,
Se ela acordar,
Ah, se ela acordar!...

PALCO

Gilberto Gil - Museu de Cera de Petrópolis





O Circo da Vida

Um dia, acontece - deixamos a casa
Cheios de esperança, partimos de vez.
Na tez, toda a ânsia de um sonho guardado
Fica tatuado, a buscar solidez.

As velas acesas de tanta esperança
Vão se apagando, conforme a distância
Entre o que sonhamos e o que nos é dado
Aumenta de vez, o sonho matando.

E então descobrimos: nem tudo é possível...
As máscaras caem no palco da vida
E nós nos perdemos no circo risível

Onde o picadeiro é o fim da picada,
Sob cada máscara, existe uma escara
-Respeitável público- o riso é sofrível!


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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...