witch lady

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domingo, 11 de novembro de 2012

Quem te Esquece





Quem te esquece
Jamais lembrou-se, 
Realmente
De ti...
Não te merece.
Quem te amofina,
E te deixa,
E se queixa,
E te apunhala
Pelas costas
Sem motivos
Por diversão
Por vingança
Ou por aposta,
Não merece
Nem sequer
Uma resposta,
Uma lágrima tua,
Uma memória,
Ou menção
Desonrosa.
Não merece nem mesmo
O espinho da rosa!
Quem te esquece
Porque você
Não rendeu-se
Aos desejos
E conveniências
De uma falsa
Sapiência,
E denigre
O que de bom
De ti, resta
Nos corações
Que o cercam,
Não merece, sequer
Um olhar,
Um sorriso,
Um olá.
Quem se esquece
De ti, por raiva,
Vingança,
Ódio,
Inveja,
Desejo de domínio
Ou por outro
Qualquer desatino,
E te acusa, 
E te expõe
No teu dia
(que deveria ser)
De glória,
Não merece fazer parte
Da tua história.
E quem o segue
Por maldade
(ou comodidade)
Te esquecendo,
Te esquecendo,
Te esquecendo,
Só merece
O mesmo de ti,
Que tu sigas
Tua vida
Esquecendo-se,
Esquecendo-se,
Esquecendo-se...
Melhor não estar
Onde ninguém
Te quer,
Isso fará de ti
Uma pessoa
Verdadeira.
Não me lamento
Jamais
Por conhecer a verdade,
Não faço questão
De falsidade.

*


E enquanto houver, em mim, uma ínfima dose dese veneno, desse horror,  hei de purgá-lo até ver-me livre, para não morrer.


sábado, 10 de novembro de 2012

Uma Lua a Mais




Que hoje haja
Mais uma lua,
Uma lua a mais
Brilhando no céu
Sem competir
Com a outra lua,
Mas a encantar,
Acrescentar.

Que haja, sim
Uma luz a mais
Para São Jorge  cavalgar,
Mas sem dragões
Que ele precise matar.

Que haja uma lua
A mais, para ser vista
Das janelas, das ruas,
E ser fotografada
Pelos turistas
Nas pistas,
Uma lua a mais 
Para os poetas
E artistas.




sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CINQUENTA TONS DE CINZA - resenha






Cinquenta Tons de Cinza - por E.L James, tradução de Adalgisa Campos da Silva
455 páginas , editora Intrínseca
Ano: 2011

O que torna um livro um best-seller?

 Deveria ser a mensagem que ele contém, a beleza, quem sabe, a verdade - mesmo que nua, dura e crua. Senão a verdade, talvez a fantasia que enleva o espírito, ou a trama que prende e amedronta, enfim, o que torna um livro um best-seller, deveria ser algo mais além da mídia.

Mas vivemos em uma época na qual o escândalo e o consumo rápido são o que encanta. Não importa o que um livro contenha, desde que ele seja anunciado por todos os meios de comunicação, apareça nos programas de TV e nas resenhas de jornais. Que ele esteja exposto nas vitrines das livrarias importantes, e que se faça dele tanta propaganda, que lê-lo torne-se uma obrigação. E diz a amiga: "Ainda não leu?! Em que planeta você vive?"

Tive a infelicidade de receber de presente o livro "Cinquenta Tons de Cinza." A pessoa que, com todo o carinho e boa vontade me presenteou, avisou que tratava-se de um livro talvez um pouco pesado (embora ela mesma não o tivesse lido; comprou-o por tratar-se de um best-seller). Pensei em outros livros um tanto pesados que eu lera e gostara imensamente, como os de Rubem Braga, Dalton Trumbo (Uma Arma Para Johnny), Nelson Rodrigues, enfim, livros que contém violência e erotismo existindo dentro de um contexto lógico e interessante.

Cinquenta Tons de Cinza conta a história da jovem estudante de literatura Anastasia, que conhece o jovem bilionário Christian Grey, atraente e misterioso, e os dois iniciam um relacionamento. Até aí, nada de novo, a não ser pelo fato de que Grey promete casar-se com ela apenas se ela concordar em assinar um bizarro contrato, entregando-se totalmente às suas vontades sádicas. Bem, isto é o resumo do que está resumido na contra-capa. E não é preciso ler mais nada, pois o resto do enredo, pelo que percebi das páginas que li,  é apenas trocas de mensagens entre os dois, cenas de sadomasoquismo onde Anastasia, submissa,  obedece às perversidades de seu algoz dizendo coisas como 'Sim senhor' (total degradação da mulher) enfim,  pornografia barata  de péssima qualidade.

Se você gosta de pornografia, não precisa gastar $35,00 para comprar este livro; por menos que a metade, você poderá adquirir alguma coisa semelhante (sem as tentativas bizarras de aspirar tornar-se literatura, ou seja, 'cutting the crap') em qualquer sebo ou banca de jornal. E sem sentir-se enganado.






Baile do Cafona











Minha sobrinha Carolina chega aqui em casa ontem, acompanhada de minha mãe e minha irmã. Parecia um tanto constrangida, como alguém que quer dizer alguma coisa e está se segurando. De repente, ela manda: "Mãe, será que eu falo?" E minha irmã: "Fala, pergunta, ué!"

E ela, olhando para mim e torcendo as mãozinhas: "Tia, não se ofenda... mas será que você não teria um vestido antigo, alguma coisa que você não usa há muito tempo?" Minha irmã: "Carol, não é festa do antigo, é festa do cafona!"

Àquela altura, eu estava mais confusa do que antes. Carol continua: "Então, tia, você não teria uma roupa para me emprestar para eu ir ao Baile do Cafona?"

Tensão.

Ninguém está pronto para um momento como este. Você tenta, se esmera para ter uma boa aparência. Usa roupas de marca, vai ao cabeleireiro, faz as unhas, cuida da pele. E de repente, uma sobrinha te pede emprestado um vestido para ir ao baile do cafona.

Examinei, mentalmente, o meu armário, antes de responder. Não costumo guardar coisas que não uso, mas de repente, eu visualizei, lá no fundo, o vestido vermelho de babados sobrepostos. Comprei-o para ir a um casamento, e ele só me deu azar. Durante a festa, havia um barman fazendo 'performances.' Uma delas, consistia em encher a boca de querosene e cuspir fogo. E ele o fez justamente na hora que eu ia passando pelo bar, e como o teto era baixo, ele cuspiu todo o querosene em cima do meu vestido vermelho de babados sobrepostos.

Ninguém está pronto para um momento como aquele, também. Querosene, além de feder, deixa uma mancha gordurosa. Passei o resto da festa fedendo a querosene, e com uma enorme mancha de gordura na frente do vestido. Algumas gotas respingaram no meu cabelo, que ficou um lixo. Pingava querosene do meu chanel com ponta. Em casa, seguindo conselhos, deixei-o de molho em água com detergente de cozinha e a mancha, após uns três dias, acabou saindo. O cheiro demorou um pouco mais.

Na segunda vez que usei o vestido - uma noite de natal - também derramei alguma coisa nele que não me lembro o que foi, e na terceira, quando cheguei em casa, vi que um dos babados estava soltando, descosturado. Enfim, aposentei o vestido fatídico e esqueci-me dele.

Minha sobrinha ficou muito satisfeita com o presente. Experimentou-o e ficou desfilando pelo meu quarto, dando gargalhadas. Bem, eu não achei graça nenhuma... Caramba! Como eu tive coragem de usar aquilo? E para completar, ela ainda tirou o babado da pala, 'para ficar menos cafona,' e pregou umas lantejoulas em volta da gola.

Mas para tudo na vida existe um propósito, e com certeza, o destino daquele vestido horroroso e enfeitiçado -pois eu voluntariamente o peguei no cabide daquela loja, um dia, trazendo-o para minha vida- era ser modelo de baile do cafona. Bem feito para ele!

Espero que a Carolina se divirta, receba muitos elogios pelo seu vestido voo doo e fique longe , bem longe, de garçons que fazem performances.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

TALVEZ...








Estive pensando naqueles que, segundo dizemos, 'morrem cedo.' Aqueles que vão antes, ainda na flor da juventude, e que nos deixam para sempre com um buraco por dentro, pensando no porquê das coisas. Lamentamos sua ida, mas nem sequer pensamos na responsabilidade que eles carregam consigo.

Certezas, não as temos; mas temos as nossas suposições, baseadas em religiões ou concepções pessoais, advindas de diferentes fontes. Eu mesma tenho minhas próprias... é o que eu gostaria de expressar aqui, embora nenhuma delas possa ser especialmente esclarecedora. Estes são apenas pensamentos, conceitos que se formam após minhas reflexões, e que não pretendem nada.

TALVEZ...

Talvez, aqueles que vão primeiro carreguem nos ombros grandes responsabilidades; nós ficamos aqui, lamentando a perda de um ente querido, enquanto os que se vão, perdem, de repente, todos os entes queridos de uma só vez, e precisam adaptar-se à estas perdas.

Talvez, eles tenham ido primeiro porque tivessem importantes lições a ensinar aos que ficam; lições de fé, perseverança e amor. Talvez eles tivessem como missão ensinar-nos a imprevisibilidade da vida, e a necessidade de aceitarmos as coisas que são.

Talvez eles precisem, ao chegarem seja lá aonde for, preparar o nosso chegar. Talvez eles estejam lá, para nos receber, quando tivermos que ir também.

Talvez eles tenham descoberto que a morte é algo totalmente diferente daquilo que lhes ensinaram. Que ela não é tão terrível. Nem tão feia e nem tão cruel.

Talvez eles estejam bem perto, bem ao nosso lado, às vezes, e talvez nos vejam e entrem em desespero ao perceber que não os percebemos...  a morte pode não ser a cessação de todas as dores, mas a descoberta de novas.


Talvez a morte seja apenas uma transformação, como dizem as religiões. A mais difícil pela qual tenhamos que passar. De qualquer forma, nunca ninguém jamais voltou para contar como é.

Estas são especulações baseadas em coisas que a gente ouve por aí. Mas é melhor ter alguma base, alguma coisa na qual se apoiar nestas horas, mesmo que todas elas provem estar erradas mais tarde. É melhor do que não ter nada. Pelo menos, tenho a minha intuição, e do outro lado, há apenas um abismo sem fundo. Eu acredito na sobrevivência da alma.

Fico com a minha intuição.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Coerência







Há muito deixei de buscar
Neste mundo, coerência.
É uma difícil ciência,
A arte de se dizer
E de ser o que se diz.

Guarda-chuvas contra flores,
E andanças em jardins
Coalhados de pedras duras
E de escuras sepulturas...

A água fresca cuspida
Veneno, aos goles, tomado...
As amizades traídas
Inimigos exaltados.

Há muito deixei de buscar
Neste mundo coerência...
Pois aquilo que se pensa
Nem sempre é o que é.

Um sentimento escrachado,
Por línguas de fogo e de fel,
Ouvidos atentos procuram
O som que os tire do céu...
Assassinos desalmados
De almas e de poesias
Mil poetas degolados
Sobre a lage branca e fria.

Há muito deixei de buscar
Neste mundo, coerência...

Cliché





Clichè
*****


Talvez morrer seja a coroa da moeda,
A profecia que o religioso prega,
Fechar os olhos e abri-los n'outro mundo,
Talvez  morrer só seja um sono mais profundo...

Talvez morrer seja esquecer o que viveu,
E acordar em um geena pessoal,
Compreender que tanto faz o Bem ou o Mal,
Que é inútil repensar o que viveu.

Talvez morrer seja o clichè que Deus prepara
E que quem chega do outro lado, se depara
Com a mesma vida que viveu  nesta existência,
Talvez morrer nos traga um pouco de decência...

Talvez morrer não seja nada, e nada exista,
Um precipício todo branco, cuja vista
Nos deixe cegos, nos tragando totalmente
E ao cairmos, nada mais se sinta ou pense...

Talvez morrer seja a maior das recompensas,
Após a vida de tristeza e de carência
Que empurramos, todo dia, nesse mundo,
Talvez morrer seja o retorno ao  Oriundo...

Talvez morrer seja igualzinho à própria vida:
Uma piada que algum bebum contou,
Da qual ninguém jamais sorriu ou entendeu...
Talvez morrer seja o avesso do seu eu!

*

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EU SÓ TENHO UMA FLOR

  Eu Só Tenho Uma Flor   Neste exato momento, Eu só tenho uma flor. Nada existe no mundo que seja meu. Nada é urgente. Não há ra...