witch lady

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quarta-feira, 20 de março de 2013

Ventos





Ventos abastados
Voam, de passagem,
Por sobre os telhados.
Ventos arruaceiros,
Arrastando latas
Por ruas silenciosas
Na noite que se tranca
Sob os olhos fechados...

Vento que desfaz
Muitas esperanças
Sem dó, navalhadas...
Penugens de almas
Que voam pelos ares
Quais flocos desabridos
De espíritos contritos,
Almas esfaceladas.

Ventos que não medem
E nem pedem licença...
Derrubam, sem pensar,
As portas fechadas.




Reflexões Sobre Uma Mesa




Um belo trecho do livro Sob o Sol da Toscana, de Frances Mayes

(...)
Estive refletindo sobre a minha mesa, seus ideais tanto quanto suas dimensões. Se eu fosse criança, ia querer levantar a toalha e engatinhar por baixo da mesa sem fim, no túnel de luz amarelada onde eu pudesse me agachar e prestar atenção à risadaria, aos tinidos e à conversa dos adultos; ouvir repetidamente "Salutte" e "Cin-cin" passeando pelas cadeiras, examinar joelhos, sapatos de caminhar e saias floridas levantadas para pegar a brisa; a mesa firme sob o peso da comida. Uma mesa dessas deveria aceitar as perambulações de um cachorro de grande porte. Na cabeceira, é preciso espaço para um vaso enorme com todas as flores da estação. A largura deveria ser suficiente para que as travessas passeiem de mão em mão pelo centro, parando onde quiser,m, e para que se acumulem ao longo de horas inúmeras garrafas de vinho e jarras de água. É preciso espaço para uma tigela de água gelada na qual  serão mergulhadas as uvas e as peras, um pequeno recipiente com tampa para proteger das moscas o gorgonzola (dolce em oposição ao tipo picante, que é para cozinhar) e o caciotta, um queijo mole da região. Ninguém se importa se os caroços de azeitona são atirados ao longe. O melhor vestuário para uma mesa dessas vai dos linhos claros aos quadriculados azuis e aos axadrezados de verde e rosa, nada de branco puro, que é muito ofuscante. Se a mesa for suficientemente longa, tudo poderá ser servido de uma vez só, e ninguém terá de correr o tempo todo até a cozinha. Nesse caso, a mesa é posta para o prazer básico: refeições prolongadas, à sombra de árvores ao meio-dia. O ar livre confere conforto, descontração e liberdade. Você passa a ser hóspede e si mesmo, que é como o verão deveria ser.
(...)


À sombra das tílias, ficamos protegidos do sol a pino. As cigarras zunem nas árvores, elas são o som essencial, o âmago do verão. Os tomates são tão fortes que nos calamos ao prová-los. (...)




Chamamos os carpinteiros tímidos e calados, Marco e Rudolfo. Eles parecem divertir-se com qualquer trabalho que façam aqui. A ideia de uma mesa pintada com tamanho para dez pessoas parece deixá-los desnorteados. estão acostumados a tingir a medeira de castanho. Nós temos certeza? Eu os vejo trocar um olhar de relance. Mas a pintura terá de ser refeita de dois em dois anos. Nada prático. Nós já fizemos um esboço do que queremos e temos uma amostra da tinta também: amarelo primário.




Eles voltam quatro dias depois com a mesa, emassada e pintada: um prazo de entrega milagroso em qualquer parte do mundo, mas em especial para artesãos ocupados como esses dois. Riem e dizem que a mesa vai brilhar no escuro. Sem dúvida, ela parece vibrar de tanta cor. Os dois a carregam para o local com a vista mais ampla para o vale. Na sombra espessa, o amarelo refulge, atraindo-nos a sair da casa com jarros, tigelas fumegantes, cestos de frutas e queijos frescos envoltos em folhas de parreira.


terça-feira, 19 de março de 2013

Autoajuda, por favor...





Chego na livraria, e vou passando os olhos pelos livros: romances, história, poesias, livros técnicos, didáticos, psicologia, esoterismo, manuais, culinária, guias de viagem, fotografias... a infinidade de assuntos e temas é tal, que fica difícil enumerá-los todos aqui.

Chego a uma prateleira que diz: autoajuda. Fica difícil, definir o termo autoajuda, pois todos os livros que abro, parecem ser de autoajuda! Se eu comprar um livro que me ensine alguma coisa - cozinhar, consertar uma máquina, administrar um negócio, cuidar da saúde, aprender história, ciências, geografia, língua estrangeira, enfim, eu não estaria me 'autoajudando?' Até mesmo em um romance eu posso encontrar a tal autoajuda, pois, ao ler um romance, por mais boboca e água com açúcar que seja, eu posso, no mínimo, divertir-me. Mas, se ele for realmente bom, através de sua leitura, poderei, além de simplesmente passar o tempo:

-aprender vocabulário e gramática;
-assimilar novas formas de pensar e refletir sobre coisas importantes;
-ficar sabendo como as coisas eram e como as pessoas viviam na época descrita no romance.
-etc, etc, etc...

Tem gente que ao ouvir o termo 'autoajuda,' sente calafrios percorrendo a espinha. Devem pensar: "Ah, mais um daqueles livros que vendem receitas para a felicidade!" E não é que vendem mesmo? Compra quem precisa. E eu, como leitora de livros de autoajuda (não tenho preconceitos quanto a categorias literárias, e leio desde aquilo que chamam 'Literatura' à aquilo que chamam 'Pura Porcaria, desde que a pura porcaria não finja ser literatura), confesso que aprendi muitas coisas através deste tipo de livro.

Bem, mas para não deixar as coisas suspensas, procurei na Wikipedia - minha página de autoajuda preferida na internet - a definição oficial para autoajuda. o que estiver sublinhado, foram trechos que achei interessante destacar:


O termo autoajuda pode ser referir a qualquer caso onde um indivíduo ou um grupo (como um grupo de apoio) procura se aprimorar econômica, espiritual, intelectual ou emocionalmente. O termo costuma ser aplicado como uma panaceia em educação, negócios e psicologia, propagandeada através do lucrativo ramo editorial de livros sobre o assunto.
Antes que um movimento social em qualquer grupo cultural atinja dimensões consideráveis, tradição, experiência e reconhecimento, ele se submete a fase de auto-ajuda do desenvolvimento como grupo. Quando qualquer grupo social alcança um certo número de adeptos (cerca de 80 membros), o padrão com humanos adultos parece ser o de haver o desenvolvimento de uma "facção" de auto-ajuda que pode, eventualmente, se desagregar (ou separar-se) do grupo original. Grandes grupos que competem freqüentemente, podem tentar repudiar ou minimizar o grupo que se separou, descrevendo-o como grupo de "auto ajuda" já que a sua experiência supostamente não é tão significante nem verdadeira como a do grupo mais antigo.
O conceito de auto-ajuda também encontrou um lugar em gêneros mais expansivos. Para muitas pessoas, a auto-ajuda passou a ser uma maneira de reduzir custos, especialmente em questões legais, com serviços de auto-ajuda disponíveis para auxílio nas causas rotineiras, desde processos domésticos até ações sobre direitos autorais. No mercado, as tendências relacionadas à auto-ajuda resultaram, nos últimos anos, nos sistemas de pagamentos automatizados. Bombas de gasolina de "auto-ajuda" (self-service ou auto-serviço, como é conhecido esse sistema no Brasil) substituíram as bombas que necessitavam de um funcionário nos EUA, durante os últimos anos do século XX.
Os diversos gêneros em que os conceitos de auto-ajuda são aplicados, são trazidos juntamente com a expansão de tecnologias que dão aos indivíduos condições de conduzir atividades tanto triviais quanto as mais profundas em complexidade. A publicação de livros de auto-ajuda surgiu da descentralização da ideologia, do crescimento da indústria editorial usando novas e melhores tecnologias de impressão e no auge do crescimento, com as novas ciências psicológicas sendo difundidas. Igualmente, serviços de auto-ajuda legal cresceram em torno da expansão do acesso às tecnologias de proteção de documentosA Internet, e a sempre-crescente seleção de serviços comerciais e de informação que ela oferece, é um exemplo do movimento em torno da auto-ajuda em grande escala. Essa integração produziu um novo tipo de instrumentos, como livros com um código único impresso em cada cópia para garantir que o leitor possa realizar um teste "on-line" que quantifique onde as suas habilidades se comparam nos conceitos ditados pelo livro.

O primeiro livro de "auto-ajuda" foi intitulado "Auto-Ajuda". Ele foi escrito por Samuel Smiles (1812-1904) e foi publicado 1859. Sua frase de abertura é: "O Céu ajuda aqueles que ajudam a si mesmos", uma variação de "Deus ajuda aqueles que ajudam a si mesmos", uma máxima frequentemente citada no Poor Richard's Almanac de Benjamin Franklin.

Argumentações

Há um crescente número de evidências que terapias psicológicas para ansiedade, depressão e outros problemas mentais comuns podem ser efetivamente combatidos através do uso de livros, programas de computador e outros meios. [carece de fontes]
Pesquisas mostraram que pessoas que tentam frequentemente resolver sozinhas seus problemas, na maioria dos casos usam técnicas similares àquelas usadas por psicoterapeutas.[carece de fontes]
Outro contra-argumento é o de que alguns leitores de livros de auto-ajuda buscam "respostas fáceis", mas isso não significa que as respostas nos livros são de fácil aplicação. Um livro pode sugerir um método de agir (fácil ou não), mas apenas o leitor pode levá-lo adiante, e muitos leitores tem mais vontade de fazê-lo que outros. Os que fazem o esforço geralmente tem mais melhorias em suas vidas.

Críticas

Embora continuem populares, os livros e programas de auto-ajuda tem sofrido críticas por oferecer "respostas fáceis" para problemas pessoais complicados. De acordo com essa visão, o leitor ou participante recebe o equivalente a um placebo enquanto o escritor e o editor recebem os lucros.   (nota minha: mas não é assim que acontece com qualquer tipo de livro?)
O livro God is My Broker ("Deus é meu Agente") afirma, "O único modo de se tornar rico com um livro de auto-ajuda é escrever um". Livros de auto-ajuda também são criticados por conter afirmações pseudo-científicas que podem induzir o comprador a seguir "maus caminhos" e citações de teorias de outros autores que não condizem com o livro.
Outra grande crítica a auto-ajuda é o oferecimento de coisas que podem não ser atingidas pelo leitor como riqueza ou saúde, bastando acreditar em si mesmo, porém quando o leitor não atinge a meta proposta pela auto-ajuda, este torna-se infeliz por ser incapaz de realizar seus desejos.
Por fim, Wendy Kaminer, em seu livro I'm Dysfunctional, You're Dysfunctional ("Eu sou deficiente, você é deficiente"), critica o movimento da auto-ajuda por encorajar as pessoas a focarem o desenvolvimento pessoal, em vez de se unirem a movimentos sociais, para resolverem seus problemas. 

Enfim, autoajuda é um termo muito cheio de controvérsias; mas, como quem já leu e viveu a autoajuda, posso afirmar que funciona, o que não significa que faça milagres.




Almas nas Nuvens






Há almas que dançam nas nuvens que passam,
E o vento as transforma, soprando-as para longe...
Eu não as conheço, mas por elas choro... 


Enquanto elas passam, serenas e leves 
E olhando para baixo, elas riem de mim 
Pois estão felizes, e eu, estou triste... 






Voltaire






"A originalidade não é mais que uma imitação criteriosa."



"Haverá alguém tão esperto que aprenda pela experiência dos outros?"


"É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do que condenar um inocente."


"Sufoca-se o espírito da criança com conhecimentos inúteis."


"Aquilo que chamamos acaso, não é, não pode deixar de ser, senão a causa ignorada de um efeito conhecido."



"Aproximo-me suavemente do momento em que os filósofos e os imbecis tem o mesmo destino."



"Se o homem fosse perfeito, seria Deus."



François Marie Aurouet (21/11/1694 - 30/05/1778) nasceu em Paris, e foi escritor, ensaísta, deísta e filósofo. Foi conhecido por defender a liberdade civil - inclusive, a liberdade religiosa e o livre comércio. Defendeu a reforma social, apesar das severas punições a quem quebrasse as leis de censura. Por dizer o que pensava, foi preso duas vezes, e a fim de escapar a novas prisões, refugiou-se na Inglaterra durante 3 anos. Acabou sendo exilado da França devido às suas ideias liberalistas, e mais tarde, em 1778, já velho e doente, foi chamado de volta à frança. Introduziu várias reformas na França, como a liberdade de imprensa, tolerância religiosa , tributação proporcional e redução dos privilégios da nobreza e do clero. 
Fonte: Wikipedia.

Busto de Voltaire, esculpido por Houdon

segunda-feira, 18 de março de 2013

Abraham Lincoln


Vitória de Samotrácia - figura  que representa a deusa grega Nice




"Quase todos os homens podem suportar as adversidades; mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder."


"Quando pratico o bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião."


"O caráter é como uma árvore e a reputação, como sua sombra. A sombra é o que nós pensamos dela, e a árvore, é a coisa real."


"Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram e nem levam em consideração a condição dos animais."


"Aqueles que negam a liberdade aos outros, não a merecem para si mesmos."


"Se a escravidão não é crime, não há crimes."





Abraham Lincloln...

-Perdeu o emprego em 1862
-Foi derrotado na Legislatura de Illinois, em 1834
-Fracassou nos negócios em 1833
-Morreu a eleita de seu coração em 1835
-Sofreu de esgotamento nervoso em 1836
-Derrotado para orador na Legislatura de Illinois em 1838
-Derrotado na indicação para o Congresso em 1843
-Eleito para o Congresso em 1846, perdeu a re-indicação em 1848
-Rejeitado para importante cargo oficial em 1849
-Derrotado para o Senado em 1854
-Derrotado para a indicação como vice-presidente em 1856
-Novamente derrotado para  Senado em 1858
-Eleito Presidente dos Estados Unidos da America em 1861.






CHUVAS





As chuvas descem os morros,
Arrastam vidas consigo...
Muitos sonhos, muitos medos
Na lama e na escuridão...
Quem não ouviu os lamentos,
Quem não escutou o som
Das vidas que se quebravam,
E dos choros abafados
Pelo  ruído das águas
Que a tudo e a todos levavam?

A chuva da noite inteira
Fez pessoas em pedaços,
Carregou nas enxurradas
Coisas ruins e coisas boas...

E mais uma vez, nós ficamos
Parados à beira do abismo
De lama, que aos pés se estende
Olhando as vidas caídas
E as dores de tanta gente...


*


         Chuvas em Petrópolis deixam pelo menos três mortos 


Pelo menos três pessoas morreram em desabamentos ocorridos em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, por causa do temporal que atinge a cidade desde a tarde de domingo (17). 

O centro histórico e a Zona Sul são as áreas mais atingidas, com ruas alagadas, deslizamento de encostas e desabamento de imóveis. 

De acordo com o prefeito Rubens Bontempo, os sinais sonoros que alertam para fortes chuvas foram acionados e dez escolas municipais foram abertas para a população. Nas últimas horas, choveu 358 milímetros na cidade, de acordo com o Climatempo. O previsto para todo o mês de março era 270 milímetros.

Fonte: Diário do grande ABC

Obs: tive notícias de que já passa de dez mortos.

domingo, 17 de março de 2013

Nada é Tão Simples...





Nada é assim, tão simples
Nesse mundo tão errado
Onde tudo
É multifacetado
E amar, 
Não quer dizer ser amado.

Nada é tão simples,
No centro da vida
Onde as vontades se cruzam,
Entrechocam-se,
Lutam e relutam entre os raios
Dessa gigantesca roda.

Não há respostas simples,
Nem simples são as perguntas.

Alguns motivos não se explicam,
Enquanto outros, complicam-se.



Merecimento






O que é merecimento? O que, realmente, caracteriza 'aqueles que merecem' e 'aqueles que não merecem?' 

Acho que existe muita especulação entre estas duas coisas. Sempre que alguém passa por momentos ruins, as pessoas que estão em volta gostam de imaginar ou procurar os 'motivos' que levaram tal pessoa aonde está; geralmente, elas mesmas se esquecem que também tiveram momentos difíceis na vida, e consequentemente, não acham necessário incluírem a si mesmas no rol do merecimento/não merecimento; este tipo de classificação só se aplica quando elas mesmas obtém o que desejam, ou seja, quando elas mesmas podem auto-classificar-se no rol dos merecedores (suas falhas são convenientemente varridas para debaixo de algum tapete). 

Acredito que existem coisas que estão bem além do nosso entendimento; não adianta querer explicar tudo o que acontece. Não temos uma chave mestra que abre todas as portas, nem uma resposta que se encaixe a todas as nossas perguntas. Prefiro aceitar o que não posso compreender, mas ao mesmo tempo, examinar a mim mesma. Procuro tentar ser forte, embora me permita desmoronar quando acho necessário.

Acho que aquilo que de bom e ruim nos acontece deve ser encarado filosoficamente, com uma autoanálise limpa, mas sem culpas. Estamos todos tentando ser um pouco melhores. Se falhamos, é porque todos falhamos; ás vezes, mais do que desejamos.

As pessoas tem a mania de cobrirem-se com seus véus brancos, portando auréolas, e juntando-se nos cantos, apontam para aqueles que passam por maus momentos na vida, e com falsas lágrimas piedosas nos olhos (mas o coração enlevado de orgulho e fina crueldade), repetem: "A cada um conforme as suas obras."  Distorcem as palavras de Cristo, distorcem as passagens dos livros considerados santos pelas suas religiões sem a menor cerimônia. Tentam demonstrar força de espírito, quando na verdade, o que sentem é uma cruel alegria por não estarem, elas mesmas, incluídas, naquele momento, no rol dos 'não-merecedores.'

Com licença; isto não se chama hipocrisia?

Cristo foi uma das melhores pessoas que passaram por este mundo. Ele foi verdadeiro, amigo de todos, e em nenhum momento uma ovelha fraca, digna de piedade, como muitos tentam fazê-lo parecer. Ele tentou tirar a humanidade de sua escuridão, tentou colocar um pouco de lógica nas coisas, e como foi tratado? Acho que ninguém nesse mundo, em época alguma, sofreu tanto quanto ele, que sabia que estava sendo injustamente julgado e condenado. Podemos dizer que todo o sofrimento pelo qual ele passou foi fruto de merecimento? "A cada um conforme as suas obras?" 

Nem sempre é assim, e vemos isso todos os dias, se prestarmos um pouquinho de atenção.

A vida nem sempre é justa, e isto é um fato consumado. Mesmo assim, fazer o melhor, dar o melhor de nós mesmos, é a melhor coisa a ser feita, pois assim, passaremos pelas inevitáveis dificuldades pelas quais TODOS SEM EXCEÇÃO PASSAMOS com um pouco mais de dignidade e força.

Fé em Odetinha






Todos dizem que Odetinha (Odete Vidal de Oliveira, nascida em 15 de setembro de 1930, no Rio de Janeiro) faz milagres. Também já ouvimos muitos relatos de santos milagreiros, reconhecidos (ou não) pela igreja, pois quem canoniza realmente um santo, não é a instituição católica, e sim, o povo. Muitas pessoas não acreditam em milagres, e dizem que todas essas histórias que circulam há anos pelo mundo e pela mídia não passam de embustes. 

Mas de onde vem a fé daqueles que acreditam - e daqueles que vivem - milagres?

Acho que a partir do momento em que a resposta a esta pergunta torna-se vital, perde-se o milagre; perde-se a fé. Ter fé é acreditar, e pronto. Não importa como aquilo que se pede vai acontecer, de que maneira a nossa graça será alcançada, e se pedimos com fé, pode realmente acontecer. Mas então por que não acontece sempre? Esta é uma outra pergunta cuja resposta diminui a fé, e jamais poderemos respondê-la. Mas que milagres acontecem, acontecem, e não acredito que sejam todos eles apenas coincidências ou sorte.

Mas quem foi Odetinha? Segundo a Wikipedia,





Biografia

Nascida no bairro suburbano de Madureira, Odete era filha dos portugueses Augusto Ferreira Cardoso e de Alice Vidal[2]. Mas o pai não chegaria a conhecer a filha, pois morreria de tuberculose meses antes de a filha vir ao mundo. Após o nascimento de Odete, sua mãe se casou novamente, agora com o próspero empresário do ramo de carnes Francisco Oliveira. Também português e extremamente devoto, ele se tornou pai adotivo da menina.
Odete era aluna do Colégio Sion, onde convivia com as freiras. Graças à fortuna de seu pai adotivo, a família de Odete vivia em um ambiente de extremo luxo. Mas boa parte dos recursos de Francisco Oliveira era aplicada em obras de caridade. Odete tinha tudo para se tornar apenas mais uma menina rica da alta sociedade carioca, mas herdou do pai adotivo a fé católica e logo passou a demonstrar atributos extraordinários de fé. Fazia questão de comer na mesma mesa das cozinheiras e do motorista, algo impensável no Rio de Janeiro da década de 30. Chamava as filhas dos serviçais para dormir em sua cama, e eventualmente se vestia como elas. Também costumava pedir ao motorista que estacionasse o carro da família longe da escola e percorria o resto do caminho a pé

A lenda da Menina Santa
Odetinha morreu vítima de paratifo, doença infecciosa de origem bacteriana. Foram 49 dias de sofrimento, assistido de perto pela sociedade carioca e pelos pobres que ajudava. A menina dizia: "Eu vos ofereço, ó meu Jesus, todos os meus sofrimentos pelas missões e pelas crianças pobres". No dia de sua morte ela declarou: "Meu Jesus, meu amor, minha vida, meu tudo". Sepultada em um luxuoso jazigo perpétuo no cemitério S. João Batista a criança adquiriu fama de milagreira em meados da década de 1970, quando começaram a surgir placas de agradecimento por graças alcançadas.

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Beatificação

Em 18 de janeiro 2013, iniciou-se o processo de beatificação de Odetinha pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Seu túmulo foi aberto e seus restos mortais foram exumados e transferidos para uma urna na Basílica da Imaculada Conceição, onde a menina fez a sua primeira-comunhão.Muitos devotos foram ate lá para verem a beatificação.

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Eu acredito em milagres. Acho que existe realmente um lugar entre o 'Lá' e o 'Aqui,' onde a realidade torna-se menos densa e mais flexível. Se São Jorge, São Francisco de Assis ou Odetinha são os protagonizadores desses milagres, eu não sei dizer; mas acho que cada um deve agarrar-se àquilo no qual acredita nos momentos ruins, e ir em frente. Não há mal nenhum em tentar. E às vezes, pode mesmo acontecer aquilo que esperávamos, e caso aconteça, fiquemos em silêncio e não destruamos os caminhos tortuosos da fé através das nossas perguntas cínicas.


A CATEDRAL - Alphonsus de Guimarães


Catedral de Helsínquia - Finlândia



Entre brumas, ao longe, surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de sol.

E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a bênção de Jesus.

E o sino clama em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a luz a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"

O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.

E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsu! Pobre Alphonsus!"





Alphonsus Henrique da Costa Guimarães nasceu em 1870, em Minas Gerais. Aos 18, assiste à morte de Constança, sua noiva. O amor por Constança estará presente em toda a sua vida e obra poética. Aos 27, formado em Direito, casa-se. Anos depois, é nomeado juiz em Mariana, MG, de onde não mais sairia. Morre em 1921.


"Tem cheiro a luz, a manhã nasce." - Alphonsus de Guimarães




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Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...