witch lady

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sábado, 16 de março de 2013

Lamento!...






Lamento  essa mal-querença
Que trazes dentro do peito.
Por que esse preconceito
Disfarçado de decência?

Passa o tempo, e leva tudo:
A carne, o sangue, as palavras!
De repente, ficas mudo,
De que vale tanta mágoa?

Sob o sol, nós caminhamos
E com o sol nos deitamos
Ao findar de cada dia.

E a noite traz no rosto
Um espelho, onde miramos
Nossas dores e desgostos...



Aquele Poema





Arranca-me lágrimas
Aquele poema de Cecília...
"Cabecinha boa de menino triste..."

Enquanto isso, tu passas ligeiro
Numa folha soprada pelo vento,
Pousas nas patas de um passarinho,
Chegas no ruído da chuva
E no brilho do sol.

Sigo tua imagem, que nunca é bem clara,
Ouço tua voz na brisa das coisas...




Gandhi






"Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho."



"Olho por olho, e o mundo acabará cego."


"Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida."



"O medo tem alguma utilidade, mas a covardia, não."





sexta-feira, 15 de março de 2013

Pedaços





De repente,
Sentimentos caíram da minha boca
Num jorro urgente,
Despedaçando-se no chão.

Achei um traço de poema
Sob a umidade de uma pedra do jardim,
E um outro pedaço, numa pétala
E ainda um outro, num galho de árvore.

Voaram fragmentos
Que pousaram , tranquilos, no alto do muro,
E de lá, sentados, balançavam as pernas
Displicentemente.

Havia letras esfaceladas
No meio dos fios da grama cortada,
E também, palavras presas
Num canto, na lama.

Mas alguns fragmentos se foram
Junto com o vento,
E estes, perderam-se para sempre.



Pouso




Veio um passarinho, e pousou na varanda
E pousando, cantou duas vezes,
Depois, voou...

Gosto de pensar que foi um presente,
Pois eu pensava em ti.

Gosto de pensar que estás em teu quarto,
Gosto de pensar que estás ao alcance
De um telefonema,
Ou que, ao abrir o portão de casa,
Depararei com teu rosto
E te abraçarei,
E estarás sorrindo,
Vestida com teu casaquinho vermelho.

Gosto de pensar, mas eu sei
Que eu hoje só te vejo
Ao olhar-me no espelho.


Feng Shui Para Uma Vida Melhor- Parte II





Lidando com as Emoções


Desde crianças, sentimos um grande número de emoções. Algumas fortes, como a raiva e a tristeza, são causadas por experiências da infância, e as inexplicáveis, como fobias, provavelmente trazemos de outras vidas. A maioria das pessoas aprendeu a sufocar as emoções desde cedo. Nossos pais ou quem primeiro cuidou de nós não se sentiam confortáveis com suas próprias emoções (da forma como foram ensinados por seus pais); assim, nos reprimiam quando expressávamos alguma emoção intensa.



(...) A raiva reprimida se torna ira; a tristeza, depressão; o amor, possessividade; o medo, terror e pânico; e a inveja, ciúme. Todas essas emoções extremadas podem causar uma devastação em nosso corpo, nos relacionamentos e nas sociedades em geral.



(...) A ansiedade, desgosto, mágoa, tristeza e depressão cobram seu preço no pulmões. Tais emoções enfraquecem os pulmões e interferem no sistema respiratório. A cura vem pela virtude chinesa yi, traduzida como coragem ou retidão, no sentido de integridade e dignidade. Os pulmões são associados ao outono e ao elemento metal.




Medo crônico causa doenças nos rins, na glândula supra-renal e na região lombar. Na verdade, o medo (muitas vezes confundido com estresse) pode causar secreções, grandes quantidades de adrenalina e hidrocortisona, o que funciona como um sinal para que as células passem a transformar gordura e proteína acumuladas em glicose. Isso estimula o corpo a reagir com estresse - a síndrome do 'luta ou foge' -, que, quando se torna crônico, provoca uma parada no crescimento, no restabelecimento e na reprodução, inibindo químicas essenciais e funções imunológicas. Segundo a teoria qigong, os rins também controlam o estresse e podem criar dificuldades de aprendizado e prejudicar a memória. Quando os rins são saudáveis, a sensação é de serenidade, como as águas calmas, elemento associado aos rins. 



(...) A raiva, tanto a expressada quanto a reprimida de maneira inapropriada, prejudica o fígado e leva à tensão muscular e a várias indisposições, como dores de cabeça, problemas de visão, hemorroidas e menstruação irregular. 

(...) Impaciência, precipitação, arrogância, excitabilidade, excessos ou crueldade estimulam demasiadamente o oração e o prejudicam, provocando doenças cardíacas e insônia, histeria e psicose. 

(...) Os aborrecimentos, pensamentos obsessivos e preocupações prejudicam o baço e seus órgãos associados, ou seja, o pâncreas e o estômago, causando perturbações gástricas elevando a pressão sanguínea, baixando a imunidade e aumentando a Tendência a ter resfriados.

(...) O alvo maior de ambas as práticas, tanto a oriental quanto a ocidental, é sentir as emoções sem deixar que elas o dominem. Aquilo que conseguimos expressar apropriadamente não fica reprimido para reaparecer mais tarde de uma forma distorcida ou para nos deixar doentes.



quinta-feira, 14 de março de 2013

Passarinho Triste





Sua minúscula gaiola ornamentada ficava em um suporte móvel de ferro, no canto mais escuro da sala de jantar, onde a luz da pequena janela mal chegava. Era apenas uma criaturinha de aparência frágil,  um canarinho à toa, mas quando abria o peito para cantar... ah, até mesmo os vizinhos chegavam ao muro para admirar a beleza de seu canto! Como podia sair assim, um som tão maravilhoso e perfeito daquele peito tão magrinho? 

Quando chegou àquela casa, causou alguma comoção; as pessoas paravam para brincar com ele, estalando os dedos em volta da gaiola e assoviando. Ele se empertigava todo de espanto, esvoaçando e batendo contra os arames da gaiola. Com o tempo, acostumou-se à presença das pessoas, e tornou-se mais calmo. Também com o tempo, a sua presença foi se tornando cada vez menos notada, principalmente nas épocas de muda de pensas, quando ele não cantava.

Antes, sua gaiola era colocada lá fora de manhã bem cedo pela empregada da casa, e ele podia abrir as asinhas ao sol e pular de um poleiro ao outro, piando baixinho; mas um dia, alguém viu o gato do vizinho olhando a gaiola atentamente. A partir daquele dia, ele nunca mais foi levado para fora,  nem viu a luz do sol. Sua existência limitou-se àquele canto obscuro da sala de jantar, onde as pessoas passavam por ele já sem perceber que ele estava ali.

À noite, quando seus donos chegavam em casa, acendendo a luz,  ele ainda cantava alto, como a dizer: "Vejam, eu estou aqui! Eu existo!" mas como o canto atrapalhasse o som da TV ou das conversas, alguém apagava a luz, e ele ficava quieto.

Às vezes, esqueciam-se de cuidar dele - nos finais de semana e nos dias de folga da empregada. Então, sua água ficava tão suja de fezes, e seu alpiste, tão cheio de cascas, que ele mal podia comer ou beber. Suas unhas eram tão longas, que enrolavam-se em volta do poleiro.

Assim, a vida daquela pobre criatura ia passando. Anos e anos de solidão e sofrimento. Havia festas, reuniões de família, conversas à mesa. Mas ninguém notava que ele estava ali, e ele nem sequer cantava mais. Só ensaiava um canto quando, de manhã, a empregada abria a porta da cozinha e uma luz de sol infiltrava-se até a metade da sala de estar, e ele se lembrava que era um pássaro e que estava vivo.

Mas seus piores momentos, eram quando a família viajava, e a empregada não precisava ir... ficava sozinho por dias à fio, sem ter quem lhe trocasse a água e o alpiste, sem uma nesga sequer de luz que lhe chegasse, sem um som sequer na casa vazia, a não ser o do relógio da sala, marcando as horas. Antes da viagem, eles enchiam-lhe duas ou três vasilhas de alpiste e água, esperando que durassem o tempo que ficariam fora, colocando-as no chão da gaiola, mal deixando-lhe espaço para mover-se. Ao fazer suas necessidades, era obrigado a fazê-lo sobre a água e a comida.

Esta era a vida daquela criatura miúda e insignificante: não passava de um acessório que não servia mais para ninguém, com o qual ninguém se importava. 

Um dia, uma menina chegou à casa de visita. Ela começou a andar pelos cômodos, curiosa como toda criança, e deparou com a gaiola no canto escuro da sala de jantar. Caminhou em volta dela, olhando o passarinho, que a olhou de volta com tanta tristeza, que os olhos da menina encheram-se de lágrimas. Ela olhou para os lados, e de repente, num impulso, abriu a porta da gaiola. Pensou que o passarinho sairia voando porta afora, mas ele apenas continuou onde estava, sem mover uma pena sequer. 

De repente, a menina ficou com medo de que descobrissem a sua arte, e tentou fechar a porta da gaiola, mas esta emperrou-se. Não se movia. Ela saiu de fininho, ainda olhando para os lados, e foi embora, esquecendo-se de seu triste amigo. Como a empregada da casa estivesse de férias, ninguém nem sequer viu que a gaiola estava aberta, e assim ela ficou.

Até que, retornando das férias três dias depois, a empregada percebeu a portinhola aberta, e ao fechá-la, deparou com o passarinho caído, morto, no fundo da gaiola.


Sarcófagos





Os altos chapéus 
Escondem os chifres...
"À benção, senhores,
Beijo as santas mãos!"
Sob o ouro brilhante, 
Toda a podridão
De anos e anos 
De perseguições.

As mãos levantadas,
Os dedos cruzados...
A bênção forjada
De ritos fingidos
E ultrapassados.

A face do Cristo
Pisada e cuspida,
As suas palavras
Sem pena, torcidas,
Usura , ambição,
Pseudo perdão
O doce na boca,
As pedras na mão.

Dedos sobre lábios,
Pedindo silêncio
Sobre tudo aquilo
Debaixo dos panos...
Uma história torpe
Bem alicerçada
Sobre montes de ossos
Ao longo dos anos.


BUSCA







BUSCA


Eu busco sentidos
Para o que está vivo
Entre o que está morto.

Só acho uma curva
Em forma de ponto
De interrogação...

O sim e o não
Descansam, rendidos,
Num imenso talvez.

E o dia amanhece
Refazendo os nós
Que a noite desfez.



quarta-feira, 13 de março de 2013

Sempre Aqui





Estive sempre aqui,
Descansando entre as asas das borboletas,
Enquanto te perdias de ti mesmo.
Fiquei aqui, sem qualquer expectativa
Ou tristeza.

Coração envolto num véu frio e úmido,
Olhar pregado nas montanhas ao longe...
O rosto parado, erguido adiante
Esperando a tua volta.

Estive sempre aqui neste jardim suspenso
Entre a eternidade e o tempo,
Totalmente imóvel, em pose de estátua
Para não despertar nenhuma mágoa.








Êxtase





"Êxtase", de Cecília Meireles - do livro Viagem



Deixa-te estar embalado no mar noturno
onde se apaga e acende a salvação.

Deixa-te estar na exalação do sonho sem forma:
em redor do horizonte, vigiam meus braços abertos,
e por cima do céu estão pregados meus olhos, guardando-te.

Deixa-te balançar entre a vida e a morte, sem nenhuma saudade.
Deslizam os planetas, na abundância do tempo que cai.
Nós somos um tênue polo dos mundos...

Deixa-te estar neste embalo de água gerando círculos.

Nem é preciso dormir, para a imaginação desmanchar-se em figuras ambíguas.

Nem é preciso fazer nada, para se estar na alma de tudo.

Nem é preciso querer mais, que vem de nós um beijo eterno
e afoga a boca da vontade e seus pedidos...


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