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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

TRAMA








Os meus poemas
Não usam gravatas,
Polainas ou ternos,



Surgem da lama,
Eternos dilemas
Da alma insana
Que versos derrama
E até mesmo,
Às vezes,
Ama.



Os meus poemas
São de outro universo,
Avesso da trama
De um rico tecido:
Não brilham, não vencem,
Mas traçam os desenhos
E as estampas.



E de repente,
O fio arrebenta,
Cansa-se a roca
E a alma sangra.

*

A Inspiração Espiritual na Criação Artística




Trechos de "A Inspiração Espiritual na Criação Artística,"  livro de Cristina da Costa Pereira




Conceito de Inspiração no Processo da Criação Artística

Elton Medeiros - A inspiração vem, para o artista, através de uma influência mágica, muito especial, digamos uma influência espiritual. Nem todos os artistas creem nisto. Certa vez, num debate com músicos, compositores e letristas, se colocou esta questão e muitos deles descreem da realidade espiritual, o que não é o meu caso, que sou consciente desse processo.




Maurício Bentes - A inspiração é uma centelha, algo que surge. Todo mundo tem, mas a maioria não percebe. O artista, pela prática de seu trabalho, percebe quando a inspiração lhe chega.
A inspiração leva a uma harmonia com o cosmo. Ela não vem determinante, mas indicativa, sugerindo. O artista, então, exerce esse Deus que está dentro dele.
Comigo já aconteceu de eu estar fazendo uma escultura a partir de uma ideia, uma imagem que me vem à cabeça, e vou tentando chegar a ela, e vou jogando materiais fora, e nada de a escultura se realizar. Quando olho, a escultura está no chão e não na bancada do ateliê.
Nesse momento, é que questiono a academia. O aprendizado da técnica a priori pode atrapalhar a carreira de um artista. Na minha visão do processo de criação, quanto mais não-consciente, mais próximo você está da sua verdade artística. Esse processo de criação vem de um autoconhecimento, do conhecimento da 'sua' linguagem. Depois, é que o artista deve buscar a técnica. É um processo analítico. Você não aprende arte com professores, mas com mestres.
Aprendi isto com verdadeiros mestres e este processo analítico, de ajudar o discípulo a descobrir sua linguagem, a trabalhar sua linguagem, é o que faço no Museu do Ingá. Quando dou aula, sou muito inspirado, e às vezes, nem sei porque estou dizendo aquilo tudo, mas os alunos sabem por que estão ali ouvindo.




Fábio Augusto Cambório - A inspiração me vem mais forte no ato de escrever, que é o que me equilibra interiormente. Vem para mim com muito trabalho, não vem pronta. Vem-me uma ideia, confusa em princípio, e através do trabalho de escrever, reescrever e reescrever, é que as coisas vão se clareando. É algo doloroso, sofrido, energético. Mas quando o filho nasce, é uma alegria.




Itajara Dias - A inspiração é algo tão inerente a meu ser, que flui como uma cachoeira, basta haver uma forma de manifestação material: instrumento, voz.
Às vezes, até conversando a composição sai pronta, inteira. É como se minha alma saísse pelas mãos, nas conversas do dia a dia.
A minha arte não é criada a partir de exercícios. No meu caso, a inspiração não precisa de uma preparação. Mas, também, se eu estiver concentrado, ela chega.
Desde criança, estive sempre muito sintonizado com a faixa vibratória da música.






Perguntais por que moro na verde montanha,
Intimamente, sorrio, mas não posso responder.
As flores de pessegueiro são levadas pela água do rio...
Há outro céu e outra terra, para além do mundo dos homens. - Li Po ("Diálogo da Montanha" - in Poemas Chineses)



segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Ribalta




Não sei o que rola
Nas ribaltas
Desse grande teatro...
Meu lugar é o palco,
O picadeiro,
Pois sou palhaço!

Apupos, aplausos,
Risadas e 'Ohs..'
Aprumo meus passos,
Levanto minha voz
E pinto no rosto
Uma lágrima de tinta.

Mas não sei
O que rola nas ribaltas,
Não quero saber
Das notas dissonantes
Nessa pauta!
Mantenho apenas
No canto do rosto
Lágrimas retintas...

(E no canto da boca
Um riso escondido
Pelo que se move
Nos corredores cinzas
Desse imenso circo!)


*

Oração- Encontrada entre as páginas da Bíblia de minha mãe





Senhor,
No silêncio desta prece
Venho pedir-te a paz, a sabedoria, a força.
Quero sempre olhar o mundo
Com os olhos cheios de amor,
Quero ser paciente, compreensivo, prudente.
Quero ver além das aparências:
Teus filhos, como Tu mesmo os vês.
E assim, Senhor,
Ver somente o bem em cada um deles.

Fecha meus ouvidos a todas as calúnias,
Guarda minha língua de todas as maldades,
Para que só de bênçãos se encha a minha alma.
Que eu seja tão bom, tão alegre,
Que todos aqueles que se aproximarem de mim
Sintam a Tua presença.

Reveste-me de Tua beleza, Senhor,
E que no decurso deste dia,
Eu Te revele a todos.

(Autor desconhecido)




Obs: virando e revirando as páginas dos livros de minha mãe e suas caixinhas, ando descobrindo aspectos de sua personalidade que eu não conhecia, e compreendendo-a muito mais.



domingo, 17 de fevereiro de 2013

Meus Desertos




Meus Desertos

Dias longos,
Grandes espaços marcados de passos
Áridos, quentes, abertos,
Noites frescas e ventosas,
Areias e rosas,
Sangue e esqueletos.
São assim, os desertos
Por onde me perco.

Há poucos oásis,
E no céu,
A lua tem cinco fases
(A última, sempre mais negra)
A saudade é uma nesga
De escuridão sob o sol.

Há cactus, espinhos e cobras
-Mas há as rosas,
Lembranças finas, vaporosas,
Que em tranças se estendem
Pelas dunas sinuosas.

São assim, os meus desertos,
Povoados de fantasmas,
Anjos decaídos
Demônios que me tentam,
E se encolhem, sofridos a um canto
Quando eu não os escuto...
E por pura piedade,
Eu às vezes olho para trás
E os ouço, por segundos.

São assim os meus desertos,
Luas, oásis, serpentes,
Anos desfeitos em segundos,
Uma sede remitente,
Sombras de cactus e versos
Bem no meio do mundo.


Arte





"Tudo no mundo é duplo; visível e invisível. O visível, de resto, interessa sempre muito menos."        - Cecília Meireles





"A arte tem essência divina, é uma manifestação do pensamento de Deus, uma radiação do cérebro e do coração de Deus, transmitida sob a forma artística."           - Léon Denis





"O sublime da arte é a poesia do ideal, que nos transporta para fora da esfera estreita da nossa atividade; o ideal, porém, existe positivamente nessa região extra-material, onde não se penetra senão pelo pensamento, o que a imaginação concebe, embora não a divisem os olhos do corpo. Que inspiração pode trazer ao espírito a ideia do nada?"            - Alan Kardec




"Esse talento que te faz tão altaneiro,
Não vem de ti; é um dom, como a beleza ou a graça,
Mais te orgulhes, se o tens, o teu cavalo de raça...
Pois foi comprado com o teu dinheiro."           - Cristina da Costa Pereira





"Estou sempre entre duas correntes de pensamento: primeiro, as dificuldades materiais, que me obrigam a andar de um lado ao outro para ganhar a vida; segundo, o estudo da cor."      -Vincent Van Gogh





"A todos os amantes da arte, suplico-lhes, respeitosamente, que não deixem morrer o imenso tesouro milenar que cobre a superfície espiritual da Terra."     - Federico García Lorca





"O processo da verticalidade:  
É a sua religação - terra/céu. Se você ficar só nele, você desaba, perde a sua tridimensionalidade ligada ao tempo.
O processo de horizontalidade: 
Se você está ligado somente ao processo cronológico da vida, da sobrevivência, da preocupação material, mesmo a cultural e artística, de status, de erudição, de projeção na mídia, você também não tem sustentação, pois não está ligado ao processo cósmico.
Quando há o cruzamento da horizontalidade com a verticalidade, o ponto de junção é o amor. Ele é que faz a religação cósmica e humana. Quando você trabalha com esses dados, você é um  ser planetário.
Esse é o momento desencadeador do processo de criação artística."   -   Fernando Federico Amadeus.









sábado, 16 de fevereiro de 2013

O Yin e o Yang, O Equilíbio




do livro "Curar a Casa - Do Poltergeist ao Feng Shui, a Moradia Como um Organismo Vivo." 
Autora: Hilda Ikeda







"A ciência médica entende a doença como o desequilíbrio da saúde. O equilíbrio é a base da saúde, da beleza e da harmonia. Segundo a cultura chinesa, as batidas do coração, a respiração, o sono e a vigília, o dia e  a noite, as marés altas e as marés baixas, o homem e a mulher, tudo são manifestações do Yin e Yang, da eterna alternância e do equilíbrio dos opostos que torna a vida possível.
Desde a antiguidade, o Yin foi associado ao feminino, escuro, suave, úmido, posterior; geralmente, com a terra e com a lua. O Yang, ao contrário, representa o masculino, o luminoso, o forte, frontal, duro, seco, o céu e o sol, por exemplo. O ponto exato está em encontrar o equilíbrio entre ambos.
Muitas vezes a arquitetura moderna, em sua busca de originalidade e espetaculosidade, pode cair em falta de equilíbrio Yin e Yang que secreta e sub-repticiamente quebra a  harmonia que se procurava.
A sintética tabela a seguir permitirá estabelecer melhor as diferentes manifestações do Yin e do Yang na casa:






                                                                Yin                                                               Yang

                                                   Cores escuras e frias                                 Cores claras e mornas

                                                  Mobiliário de linhas curvas,                      Mobiliário de linhas retas e
                                                  sem ângulos marcados.                              ângulos marcados.
                                                 Iluminação indireta, tênue                          Iluminação direta, intensa.
                                                Assentos baixos (pufes)                               Assentos com respaldo alto
                                                Ambiente silencioso                                     Música, burburinho
                                                Revestimentos fofos (tapete)                       Revestimentos duros (mosaicos)
                                                Amplos espaços vazios                                 Excesso de ornamentação


                         



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

...E se de repente...





E se de repente, tudo o que você achou que estava dando errado em sua vida - e na vida dos que o cercam - se revelasse um estratagema da própria vida para conduzir as coisas ao caminho certo, rumo ao melhor desfecho? E se todas as suas tentativas frustradas de mudar o destino, ao invés de serem um castigo, fossem  para protegê-lo de você mesmo? 

E se de repente todo o sofrimento pelo qual você passou - e todo o seu julgamento de que Deus o tinha abandonado à própria sorte e não mais ouvia suas orações - fossem apenas armadilhas da sua própria mente, do seu orgulho, do seu medo, do seu desejo de controlar as coisas?

E, se de repente, após uma grande tempestade cheia de aparentes destruições, o sol brilhasse sobre um diamante que estava encravado sob a sujeira - e que só poderia ter vindo à tona após essa grande enxurrada?

E se de repente, você descobrisse que tudo o que aconteceu foi para o bem de todos, sem exceção? Você descobre que as pessoas envolvidas naquele acontecimento não estavam ali por acaso; que os obstáculos que você tanto abominou e repudiou, estavam ali para que você não se desviasse do caminho certo e chegasse exatamente aonde está agora: no destino que a vida preparou.

Se de repente isso acontecer em sua vida, é porque você estava sendo guiado e protegido o tempo todo, por uma força que nunca te abandonou, mesmo naquelas horas em que você a amaldiçoou. Uma força que sabe o quanto você pode ser um imbecil nas horas mais impróprias, uma força que sabe o quanto a sua fé pode ser pequena e mesquinha quando ela é testada.

Bem, se um dia isso acontecer com você, caia de joelhos e agradeça. Agradeça, apenas. Porque finalmente, você aprendeu que não tem mesmo controle sobre todas as coisas, porque se tivesse, sua vida seria uma bagunça ainda maior do que já é. Caia de joelhos, e agradeça, e aprenda a confiar mais na vida e nessa força que te rodeia e que te conhece muito mais do que você conhece a si mesmo. Submeta-se a esta força, e saiba, tenha certeza: você estará protegido.


*

Camadas






Camadas


Camadas
Mal-amadas
Acamadas
Nadas...

Afoga-se
Em rios
De lavas
Em brasas.

Camadas
Sobre camadas
De nadas.

Unhadas
Com unhas
Encravadas.

Faces
Sangradas,
Desespero
Em camadas.

Sob?
O nada.
Sobre?
Mais nada.




Arriscar-se - Rudyard Kipling





Rir é arriscar-se a parecer doido...
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental...
Estender a mão é arriscar-se a comprometer-se...
Mostrar os seus sentimentos é arriscar-se a se expor...
Dar a conhecer as suas ideias, os seus sonhos, é arriscar-se a ser rejeitado...
Amar é arriscar-se a não ser retribuído no amor...
Viver é arriscar-se a morrer...
Esperar é arriscar-se a desesperar...
Tentar é arriscar-se a falhar...
Mas devemos nos arriscar!
O maior perigo da vida não está em arriscar.
Aquele que não arrisca nada,
Não faz nada,
Não tem nada,
Não é nada!


Rudyard Kipling




quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Meus Blogs





Gostaria de falar um pouco sobre meus três blogs:

Passagem - este é um espaço que criei em substituição ao antigo 'Avesso,' pois aquele blog não se harmonizava mais com meus objetivos. Passando pelas postagens do antigo blog, vi o quanto ele carregava de peso, sarcasmo, críticas destrutivas e humor sardônico. Decidi apagar todas as postagens - das quais não guardo, sequer, cópias e backups. Tudo para o lixo.
No "Passagem", dou espaço à publicações de outros autores. Lá, encontramos autores consagrados ou mais anônimos, mas não menos valorosos, pensadores, profetas, poetas, enfim, são publicações de pessoas que admiro e já passaram ou ainda passam por este planeta. Sinceramente, ele tem sido o meu blog preferido. Tudo nele ficou perfeito desde o início da criação, e a figura que escolhi para o fundo - imagem tirada do Google - realmente me fascinou. Antes de colocá-la no blog, eu a usei como fundo para área de trabalho do meu computador, e ficava olhando para ela durante muito tempo. A imagem simplesmente me fascina, adoro! Tanto que nunca troquei o fundo deste blog - como sempre faço com o Liberdade de Expressão.

Liberdade de Expressão - É meu primeiro blog. Ele foi criado em junho de 2012, durante o meu período de ausência do site Recanto das Letras. É aqui que eu publico as minhas coisas - poemas, crônicas, resenhas, artigos e alguns contos. O Liberdade de Expressão é muito importante para mim, pois ele é o meu retrato, tem pedaços da minha alma nele. As imagens são 99% de minha autoria - minhas fotografias, minha visão das coisas. Sei que são imagens bastante modestas, pois são feitas com a câmera do meu celular, mas são verdadeiros instantâneos das coisas pelas quais eu passo em meu dia a dia.

Contos e Histórias de Ana Bailune - Criado há apenas alguns dias, é o meu espaço para contos e histórias, todas fictícias (mesmo as que contém traços da vida real). Ainda está em formação... sei que passará por muitas mudanças, até que eu ache uma 'cara' definitiva para ele. É como o Liberdade de Expressão: está sempre mudando, conforme a minha cor do dia. Nele, tanto quanto no Passagem, as imagens são todas tiradas do Google.

clique aqui no link  do meu blog de contos

endereço: anabailunecontos.blogspot.com

Às vezes, os blogs apresentam problemas, e a Marilene me disse que não está conseguindo acessar o Contos e Histórias de Ana Bailune, e que ele não aparece no meu perfil do Google. Bem, na verdade, eu não entendo quase nada de blogs, a não ser pelas postagens. Sei como fazer para inserir figuras, mudar a aparência... mas quanto às configurações mais importantes, não faço a menor ideia. Mas eu vou tentar resolver o problema mesmo assim, apertando alguns botões para ver o que acontece.

Agradeço de coração Às pessoas que vem até meus blogs e passam alguns minutos lendo o que eu escrevo. Adoro escrever, e também fico muito feliz quando sei que alguém gostou de ler. Existem outros blogueiros a quem eu visito e comento, quando posso, e eles não me visitam, mas eu não me importo, pois eu o faço por puro prazer e admiração pelo trabalho deles, e não por causa das retribuições. Gostaria que vocês todos se sentissem livres para comentarem quando se sentirem à vontade, mas saibam que eu adoro ser comentada de vez em quando... rsrsrsrs... e que mesmo que eu não receba comentários, se me for permitido, gostaria de continuar visitando e comentando esses blogs. Não é meu objetivo forçar minha presença em lugar nenhum, e quem não aprovar meus comentários (às vezes eu sou assídua demais...), tem toda liberdade para excluir-me.

Às vezes as pessoas reclamam por causa da moderação de comentários, mas acreditem: tenho boas razões para moderar meus comentários, tanto por aqui quanto no Recanto das Letras. Não é uma forma de censura aos meus leitores, mas uma forma de não permitir que pessoas horrorosas que nem sequer me conhecem, venham aqui postar bobagens, ofensas pessoais e críticas destrutivas - que só tem o intuito de ofender e diminuir, e não de ajudar e construir.

Qual o meu objetivo ao fazer blogs? Em primeiro lugar, dar vazão à minha criatividade. Adoro escrever, como digo e repito sempre. Em segundo lugar, divertir-me. Este é um hobby que me ajuda a passar por tantas dificuldades, que vocês nem imaginam. Meus blogs são uma válvula de escape, e quem não tem um passatempo, seja ele qual for, não sabe o que está perdendo, e não sabe o quanto isso pode ajudar. Em terceiro lugar, poder ler os escritos e pensamentos das outras pessoas, pois acredito que essa interação nos faz crescer. Abre nossos horizontes.

É isso.




Parceiros

Wyna, Daqui a Três Estrelas

Este é um post para divulgação do livro de Gabriele Sapio - Wyna, Daqui a Três Estrelas. Trata-se de uma história de ficção científica, cuj...